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É preciso conter a violência extrema no MA

A violência no Maranhão está ultrapassando todos os limites.

As cenas mais recentes de um homem fortemente armado ameaçando e humilhando quatro pescadores, em Magalhães de Almeida, revela uma situação de barbárie inaceitável.

Este episódio é mais um entre tantos casos de assassinatos, ameaças de morte, destruição de casas em comunidades tradicionais utilizando fogo, trator e correntão.

É preciso constituir uma força tarefa de todas as instituições direta ou indiretamente vinculadas à proteção da vida para conter o caos.

O Governo do Estado precisa urgente liderar um processo de convocação das demais instituições para investigar e punir no rigor da lei todos os agentes da violência.

Não podemos naturalizar as agressões e as mortes.

É inaceitável o que vem ocorrendo no Maranhão.

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Conheça os vencedores do 45º Prêmio Vladimir Herzog

Site da Abraji – A comissão organizadora do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos anunciou, nesta terça-feira (10.out.2023), os trabalhos vencedores de sua 45ª edição. A votação ocorreu em uma sessão pública, realizada na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, que reuniu representantes da comissão, da qual a Abraji faz parte. Em 2023, o prêmio recebeu 630 trabalhos em sete categorias – Arte, Fotografia, Áudio, Multimídia, Texto, Vídeo e Livro-reportagem -, dentre os quais 24 foram finalistas e 10 vencedores, incluindo os que receberam menção honrosa.

O Prêmio Vladimir Herzog homenageia e reconhece, anualmente, trabalhos de jornalistas, repórteres fotográficos e artistas do traço que defendem a democracia, a cidadania e os direitos humanos. A sessão de anúncio contou com transmissão ao vivo pelo YouTube e segue disponível on-line.

Relatora da categoria Arte, Tatiana Farah, gerente de comunicação da Abraji, afirma que os trabalhos recebidos nessa categoria trazem uma reflexão sobre “a arte como ilustração e como conjunto de trabalho”, que também poderiam se enquadrar na categoria Multimídia pela qualidade multidisciplinar de sua produção. A respeito do vencedor da categoria, “Belicismo & extremismo: a política de militarização do poder”, de Vitor Massao, comentou que “[o trabalho] toca fundo em nós, especialmente para quem acompanhou o crescimento de movimentos da extrema-direita, que resultou em mais de 100 agressões a jornalistas nas eleições do ano passado até o fatídico 8 de janeiro”.

Na categoria multimídia, um dos trabalhos foi desclassificado por ter sido publicado antes do período abrangido pelo prêmio, de julho de 2022 a julho de 2023. Trata-se da reportagem o Mapa da Água, da Repórter Brasil. A vencedora nesta categoria foi Ouro Líquido, do site Metrópoles.

No dia 24.out.2023, a partir das 20h (hora local), acontece a cerimônia de premiação no Tucarena, em São Paulo. A solenidade também vai homenagear nomes importantes do jornalismo brasileiro: Sônia Bridi, Fernando Morais e Glória Maria (in memoriam). Antes da cerimônia, às 14h, haverá a tradicional roda de conversa com os ganhadores. Bridi, aliás, foi vencedora na categoria vídeo, com o documentário Vale dos Isolados, do grupo Globo.

A comissão do Prêmio Vladimir Herzog é formada por: Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji); Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Conectas Direitos Humanos; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Nacional); Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP); Família Herzog; Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ); Instituto Vladimir Herzog; Ordem dos Advogados do Brasil – Secção São Paulo; Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo; coletivo Periferia em Movimento; Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo; Sociedade Brasileira dos Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom).

Confira os vencedores por categoria:

Vídeo

Vencedor

Vale dos Isolados
Sônia Bridi e equipe 
TV Globo/Globoplay
Equipe: Sônia Bridi – direção, Paulo Zero – direção de fotografia, Cristine Kist – roteirista, Alan Graça – produção, Alice Melo, Marrey Júnior – produção, Eulym Ferreira, Andrey Frasson – produção, Laura Isern – produção, Claudio Guterres – montador, Flavio Lordello – montador
São Paulo, SP

Multimídia

Vencedor

Ouro Líquido
Rebeca Borges e equipe 
Metrópoles
Equipe: Olívia Meireles – Coordenadora, Leilane Menezes – Editora, Cícero Pedrosa Neto – Captação de imagem, Gui Prímola – editor de arte, Caio Ayres – Design, Yanka Romão – ilustração, Rafaela Felicciano – Fotógrafa, Tauã Medeiros – Animação, Leonardo Hladczuk – Edição de vídeo, Juliana El Afioni, Lohany Kayná – Narração, Daniel Ferreira – Editor de arte, Michael Melo – editor de arte, Pedro Bedê – Coordenação de Audiovisual. 
Brasília, DF

Arte

Vencedor

Belicismo & Extremismo: a política de militarização do poder

Vítor Massao
Instituto Update
São Paulo, SP

Áudio

Vencedor

Projeto Querino
Tiago Rogero e equipe
Rádio Novelo
Equipe: Ynaê Lopes dos Santos – Consultoria em História , Tiago Rogero – Idealização, reportagem, roteiro, apresentação e coordenação, Mariana Jaspe – Consultoria em roteiro, Paula Scarpin – Consultoria em roteiro, Flora Thomson-DeVeaux – Consultoria em roteiro e Direção de locução, Bia Ribeiro – Estratégias de promoção, distribuição e conteúdo digital, Angélica Paulo – Produtora e pesquisadora, Guilherme Alpendre – Produção-executiva, Rafael Domingos Oliveira – Pesquisa, Gilberto Porcidonio – Pesquisa e Checagem, Yasmin Santos – Pesquisa, Victor Rodrigues Dias – Música original, Natália Silva – Revisão de roteiro e Direção de locução, Lucca Mendes – Edição, Júlia Matos – Sonorização, João Jabace – Finalização/Mixagem, Luis Rodrigues – Finalização/Mixagem, Draco Imagem – Identidade visual, Mateus Coutinho – Design gráfico, Eduardo Wolff – Redes sociais.
Rio de Janeiro, RJ

Texto

Vencedor

A cova rasa do Brasil

Gabriela Mayer
Revista piauí
São Paulo, SP

Menção Honrosa

Os defensores não defendidos
Catarina Barbosa e Talita Bedinelli 
Sumaúma
Belém, PA

Fotografia

Vencedor

Mutilados

Márcia Foletto
O Globo
Rio de Janeiro, RJ

Menção Honrosa

As Vítimas da Copa do Mundo do Catar
Yan Boechat
Band Jornalismo
Sao Paulo, SP

Livro-Reportagem

Vencedor

Arrastados
Daniela Arbex
Editora Intrínseca
Juiz de Fora, MG

Menção Honrosa

Poder Camuflado – Os militares e a política, do fim da ditadura à aliança com Bolsonaro
Fabio Victor
Companhia das Letras
São Paulo, SP

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Coalizão Direitos na Rede promove mês especial “infância, adolescência e direitos digitais”

Portal Intercom – A Coalizão Direitos na Rede (CDR), organização de mais de 50 organizações acadêmicas e da sociedade civil em defesa dos direitos digitais, promove o mês especial “Infância, adolescência e direitos digitais”, apresentando, ao longo de outubro em suas redes sociais, reflexões sobre a infância, adolescência e o meio digital.

“Segundo dados da pesquisa realizada em 2021 pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic), no Brasil 93% de crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos de idade usam a internet. No entanto, esse público precisa de supervisão para o uso da internet, uma vez que muitos conteúdos veiculados não são adequados para o consumo, a exemplo de discursos de ódio, violência e conteúdo sexual, por exemplo”, lê-se na postagem que anuncia o especial. “Quais os limites dos usos? Quais os desafios para a garantia da proteção de dados de crianças e adolescentes? Como os incentivos de consumo através da publicidade infantil afetam esse público? Essas são algumas das questões que pretendemos trazer ao longo do mês, para juntas, juntos e juntes refletirmos sobre como transformar a internet em um ambiente saudável e que respeite os direitos das crianças e adolescentes.”

Para acompanhar as reflexões, siga a CDR no Twitter @cdr_br, no Facebook @direitosnarede e no Instagram @direitosnarede

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Simpósio Nacional de Comunicação da Região Tocantina abre inscrições

O Curso de Jornalismo e o Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), campus Imperatriz, divulgam que estão abertas as inscrições (gratuitas) e as chamadas de trabalhos até 10 de novembro para o 17º Simpósio Nacional de Comunicação da Região Tocantina, que será realizado de 5 a 8 de dezembro de 2023, de forma presencial.

Nesta edição Moda e Comunicação é o tema escolhido com o objetivo de abrir um diálogo entre os dois campos a partir de uma visão global, nacional e regional. Principalmente porque a moda é responsável, historicamente, pela geração de emprego e renda, e pela emancipação de pequenos produtores e comerciantes. E constitui um segmento profissional com diversas oportunidades de atuação, como, por exemplo: editoração de revistas, produção de conteúdo para mídias sociais, construção de marca e de imagem empresariais.

A novidade deste ano é a realização do Pré-Simcom que acontece dia 30 de novembro, às 19 horas, totalmente on line, com o objetivo de divulgar a programação e disseminar os temas do evento oficial.

O Simcom 2023 terá mesas-redondas, lançamento de livros, oficinas, 10 Grupos de Trabalho e Mostra de Produtos. Entre os convidados estão a professora do PPGCom da Universidade Paulista e pesquisadora em Comunicação Digital no COM+ (ECA-USP) Isaaf Karhami, o produtor de moda de São Paulo Yuri Ribeiro, a jornalista Camila Yahn de São Paulo, a pesquisadora e criadora do Modativismo Carol Barreto (UFBA), o professor doutor Marcio Carneiro (UFMA) e influencers e produtores de moda.

Serviço

Pré-Simcom: 30 de novembro de 2023 (on line)

Dia do Simcom 2023: 5 a 8 de dezembro de 2023

Prazo para inscrições e submissões de artigos completos e/ou Resumos Expandidos: 10 de novembro de 2023

Mais informações

Site: https://eventos.galoa.com.br/simcom-2023/page/2612-inicio

Instagram: @simposiocomunicacao

Imagem destacada capturada aqui

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Divulgada a programação do 3º Seminário de Comunicação e Poder no Maranhão

Fonte: Agência Tambor

A organização do 3º Seminário de Comunicação e Poder no Maranhão está divulgando a programação do evento, que será realizado no próximo dia 11 de novembro, no Sindicato dos Bancários, no Centro da cidade de São Luís, a partir das 8h.

Serão duas mesas de debate. A primeira, pela manhã, tratará da conjuntura nacional. A segunda, a tarde, abordará a conjuntura regional.

Temas e palestrantes

Na primeira mesa será discutido “O papel da comunicação popular na atual conjuntura brasileira”. Dela irão participar Claudia Santiago, Admirson Medeiros (Greg), Lívia Lima e Daiene Mendes.

A segunda mesa abordará “Os desafios da comunicação no Maranhão diante das graves violações sociais, ambientais e culturais”. Dela participarão Meire Diniz, Guilherme Zagallo, Jô Brandão, Ed Wilson Araújo e Sabrina Oliveira Teixeira.

Sobre os palestrantes

Claudia Santiago é jornalista, editora, historiadora, coordenara do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), entidade dedicada a comunicação popular e sindical.

Admirson Medeiros (o Greg) é Secretário de Comunicação da CUT, Coordenador do Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC), membro do Conselho Nacional de Direitos Humanos.

Lívia Lima é radialista, comunicadora popular, integrante da Agência Tambor, tendo feito um recente trabalho acadêmico sobre esta mesma Agência.

Daiene Mendes é jornalista, começou em comunicação no Complexo do Alemão (RJ) e atualmente trabalha para a organização francesa Repórter Sem Fronteiras (RSF).

Meire Diniz é cientista social, missionária do Conselho Indigenista (CIMI), uma das articuladoras da Teia de Povos e Comunidades do Maranhão.

Jó Brandão é Yalorixá, coordenadora do Coletivo Dan Eji/MA, produtora cultural e audiovisual.

Ed Wilson Araújo é jornalista, professor da UFMA, presidente da Abraço-MA, cofundador e integrante da Agência Tambor.

Sabrina Oliveira Teixeira é estudante do curso de Comunicação da UFMA e atual vice-presidenta do Diretório Acadêmico Maria Firmina dos Reis.

Guilherme Zagallo é advogado, integrante do Movimento de Defesa da Ilha. Foi do Conselho Federal da OAB e relator da Plataforma de Direitos Humanos – Dhesca Brasil.

Com o FNDC

O Seminário está sendo organizado e promovido pela Associação Brasileira de Rádios Comunitárias no Maranhão (Abraço-MA) e pela Agência Tambor. O Núcleo Piratininga de Comunicação do Rio de Janeiro (NPC), que participa desde a 1º edição, segue dando um apoio estratégico.

As duas mesas discutirão a democratização da comunicação, buscando refletir e agir diante da questão colocada, a necessidade de democratizar a comunicação.

Além do debate, com a participação do público presente, haverá uma homenagem para a quebradeira de coco Rosa Gregório, palestrante da 1º Edição do Seminário, que é vista pelos organizadores como uma educadora popular.

A partir da realidade maranhense – com seus problemas típicos das regiões da Amazônia e do Cerrado – o Seminário também terá uma relação mais orgânica com as pautas, embates, reivindicações e mobilizações do Fórum Nacional de Democratização da Comunicação (FNDC).

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Conselhos Tutelares: o que dizem as urnas

Fonte: Outras Palavras

Um olhar sobre as eleições de 1º/10. O papel das candidaturas democráticas. A importância da articulação nacional e os erros táticos. A força das igrejas. E a falta de atuação permanente em órgãos vitais no território e na disputa de valores

Por Miriam Krenzinger e Luiz Eduardo Soares para Outras Palavras

Qualquer avaliação definitiva seria prematura, ainda faltam informações cruciais, mas já é possível esboçar algumas considerações sobre a eleição para os Conselhos Tutelares, que se realizou em todo o país no dia 1 de outubro. Os primeiros dados indicam a supremacia de candidaturas comprometidas com pautas conservadoras -para dizer o mínimo-, possivelmente por ampla maioria. Entretanto, notícias provenientes de diversas regiões apontam crescimento da participação e aumento do volume de votos dirigidos a representantes do que poderíamos denominar campo democrático progressista. Em síntese: avanço houve, embora insuficiente para garantir atendimento efetivo a crianças e adolescentes, de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo ECA.

Diante de nós, dispõe-se uma agenda de pesquisa urgente, quantitativa e qualitativa, que combine levantamento de dados empíricos e surveys com etnografias e observacão participante. Precisamos saber: quem são os novos conselheiros, segundo gênero, etnia, faixa etária, extração profissional, vínculos associativos e religiosos, identificação político-ideológica e conhecimento tanto de suas atribuições quanto das referências legais que as determinam. Quais foram seus principais competidores e em que termos se deu a disputa eleitoral. Qual era o quadro precedente e que instituições e entidades locais atuaram ao longo do processo. É imprescindível também saber quais foram as normas que orientaram as eleições em cada município, desde as exigências formais a que as candidaturas tiveram de atender até o tipo de voto adotado: para o conjunto das cinco vagas de cada Conselho ou para candidatos individuais. Essas informações serão relevantes para o debate inadiável a respeito da conveniência ou não de uniformização nacional dos procedimentos e do estabelecimento de condições para candidaturas.

Evidentemente, o tipo de voto determina alterações nas táticas eleitorais a serem adotadas, assim como as exigências formais modificam os métodos de recrutamento de candidatos e candidatas. Outro ponto decisivo é a formação tanto de candidatos, quanto de conselheiros já eleitos. Quem de boa fé duvidaria de sua importância? Mas com quais recursos, por meio de que arranjo institucional -entre os entes federados, a União, as instituições locais de ensino, as extensões universitárias- e a partir de qual matriz curricular?

Comecemos pelas boas notícias: (1) Aumentou a participação da sociedade, no debate eleitoral e no comparecimento às urnas. Segundo o MDH, a participação na escolha de conselheiros tutelares cresceu mais de 25%. Um milhão e 600 mil pessoas votaram nas eleições de domingo, dia 1º de outubro de 2023, 400 mil a mais do que no pleito anterior, realizado em 2019; (2) O ministério dos Direitos Humanos -o próprio ministro Silvio Almeida e seus colaboradores- empenhou-se, nos limites de suas possibilidades, para qualificar o processo e divulgar a importância dos Conselhos Tutelares; (3) A mídia independente dedicou-se ao esforço de comunicação, reduzindo a indiferença e o desconhecimento a respeito da matéria; (4) A Defensoria Pública do Rio de Janeiro conseguiu garantir transporte gratuito para os eleitores em boa parte dos municípios fluminenses, a exemplo do que fizeram algumas prefeituras, em vários estados; (5) Iniciativas originais revelaram-se promissoras, entre as quais a plataforma virtual “A Eleição do Ano”, mantida por várias entidades da sociedade civil, na qual candidatos que se identificam com o ECA e princípios democráticos puderam assumir compromissos públicos; (6) Foi criado o Observatório dos Conselhos, na Universidade Federal do Rio de Janeito, destinado a pesquisas e formação, na trilha da pioneira, já tradicional e sempre fundamental Escola dos Conselhos, da Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Quanto à plataforma “A Eleição do Ano”, provavelmente a mais impactante das iniciativas, inscreveram-se, ao longo de um mês, em todo o país, segundo seus próprios boletins informativos, identificando-se com os valores que ela representa, 2.561 candidaturas, período em que houve 4.902.463 acessos. São Paulo foi a cidade mais engajada na campanha, quanto a eleitores, candidatos e acessos (38% do total). No que se refere a candidaturas inscritas na plataforma: 1.6% (equivalente a 41 candidaturas) foram de pessoas trans; 66.3%, mulheres; 35.9% foram de pessoas pardas; e 69.4% eram novas candidaturas (ou seja, não estavam concorrendo a reeleição).

No município do Rio, dos 106 candidatos e candidatas que se inscreveram na plataforma “A Eleição do Ano”, 26 foram eleitos. Somando-se a estes os eleitos que constavam de outras listas de candidaturas progressistas, podemos estimar que o campo progressista carioca elegeu, no mínimo, 35% dos conselheiros. Em quinze dos dezenove Conselhos existentes no município do Rio de Janeiro, o campo progressista ocupará ao menos uma cadeira. Contudo, destaque-se que em quatro regiões, aparentemente, numa primeira abordagem (esperamos ser surpreendidos por indicação em contrário), o campo progressista não contará com nenhum representante: Bangu, Campo Grande, Inhaúma e Realengo. Relatos e pesquisas descrevem essas áreas -nas quais Lula foi derrotado por Bolsonaro- como caracterizadas por forte atuação de milícias, políticos de direita e religiosos conservadores.

Um tópico a lamentar, mas que sinaliza perspectivas futuras positivas e nos ajuda a pensar, autocriticamente, e a rever táticas e estratégias: algumas votações expressivas alcançadas pelo campo progressista denotam forte concentração em certas candidaturas e, exatamente por isso (dando a uma candidata muito mais do que teria sido necessário para se eleger e deixando sem votos outras candidaturas do mesmo campo, na mesma área), demonstram, por um lado, seu notável potencial de conquistar apoio na sociedade, mas, por outro, a precariedade organizativa, o predomínio do voluntarismo e do personalismo, dificuldades de comunicação e deficiências no conhecimento e no contato com as realidades mais que locais, capilares, isto é, com o microcosmo político. Que atores sociais e micro-políticos souberam equilibrar as correntes locais de votação, distribuindo apoios entre diferentes candidaturas de modo a ocupar o maior número de vagas nos Conselhos? Aparentemente, não foram os partidos, cujo enraizamento comunitário não se compara àquele obtido por igrejas. Não subestimemos as agências religiosas, que compartilham as experiências cotidianas da coletividade, conquistam a confiança e convivem com eleitores nos cultos semanais -às vezes, os encontros ocorrem com mais frequência. Que melhor oportunidade para comunicar às populações locais o valor de determinadas candidaturas e a necessidade da participação eleitoral do que essas reuniões ritualizadas, face a face, sob os cuidados severos da esfera sagrada, ante a vigilância atenta da própria divindade?

Lembremo-nos ainda do papel das redes e das rádios populares: no Rio de Janeiro, por exemplo, foi notória a persistência da rádio Melodia na divulgação de candidatos associados ao mundo evangélico.

Observe-se que o eleitorado progressista, tudo indica, não se deu conta de que, ao contrário do que acontece nas eleições para deputados e vereadores, os votos não são redistribuídos no âmbito das frentes partidárias, de forma a que se aproveitem os restos, desde que alcançado o coeficiente eleitoral. Na eleição de conselheiros, a regra segue, aproximadamente, a lógica majoritária, uninominal ou distrital simples: serão eleitos os cinco mais votados. Um campo ideológico-político pode ser majoritário e, mesmo assim, por conta da dispersão, ficar de fora do colegiado. Ou, com maior probabilidade, pode consagrar um candidato com votação desproporcionalmente elevada, e entregar aos adversários as demais quatro vagas do Conselho.

Há muito a caminhar, e não só para proporcionar a crianças e adolescentes a garantia de que conselheiros estarão sempre e rigorosamente a seu lado, ao lado de seus direitos, o que dependerá da vitória de candidaturas efetivamente comprometidas com o ECA e os Direitos Humanos, e não com preconceitos de origem religiosa ou ideológica. Há um longo caminho pela frente porque, segundo o CONANDA, o índice de cobertura legalmente exigido (um Conselho por 100 mil habitantes) está longe de ser respeitado, no conjunto do país: enquanto em Porto Alegre e Florianópolis o índice chega a 80% do previsto, em Curitiba, Recife e Belém alcança 60% do determinado, em São Paulo apenas 50%, em Goiânia, 40%, e no Rio de Janeiro não passa de 30%. Além disso, na ausência de um piso nacional, os conselheiros nem sempre são remunerados de acordo com a relevância de suas funções: eles e elas recebem, no Distrito Federal, R$ 6.000,00, em São Paulo, R$ 4.000,00, e em Aracajú, R$ 1.900,00.

Em alguma medida, podemos afirmar que, ao menos em território fluminense, o processo eleitoral não está inteiramente encerrado, pois o Ministério Público informou que serão instaurados procedimentos administrativos para apuração de todas as denúncias recebidas no estado. Segundo a nota oficial, serão tomados depoimentos de testemunhas e analisadas as provas existentes, que poderão resultar na impugnação de candidaturas por via administrativa ou judicial. Diz ainda a nota: caso se comprovem irregularidades cometidas durante a campanha eleitoral, o candidato pode perder o cargo, mesmo após ser empossado.

A prudência recomenda, portanto, que mantenhamos o engajamento e acompanhemos os procedimentos até o fim.

Moral da história: houve avanços, mas estamos muito longe do que seria minimamente razoável, em se considerando a gravidade das questões em jogo. O que está em jogo? A vida de milhões de crianças e adolescentes e o futuro da democracia no Brasil. A hegemonia conservadora, deslizando celeremente para as trevas do fascismo, constrói-se no dia a dia da experiência popular. O vento forte de conjunturas eleitorais balança ramos frágeis, mas dificilmente abala as raízes plantadas no fundo da alma humana.

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“A mídia, as empresas e o golpe de 1964” em debate no 29º Curso do NPC

Fonte: Site do NPC

No ano de 2004, foi lançado pela Ed. Boitempo, o livro “Cães de guarda: jornalistas e censores, do AI-5 à Constituição de 1988”. A autora, Beatriz Kushnir, revela a relação entre censores do regime militar e jornalistas de algumas das principais redações do país. Ela mostra como parte da imprensa apoiou o golpe e continuou por um tempo apoiando o regime.

A presença de Beatriz está confirmada no 29º Curso Anual do NPC (Núcleo Piratininga de Comunicação) na mesa “A mídia, as empresas e o golpe de 1964”, no dia 24 de novembro. Ela é doutora em História Social do Trabalho pela Unicamp. Foi diretora do Arquivo Geral da Cidade do RJ (2005-2020) e é professora no PPGARQ/UniRio.

Na mesma mesa estarão Márcio Castilho, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) com pesquisa sobre a produção editorial durante o processo de abertura política no Brasil (1974-1985) e autor do livro “Sob o império do arbítrio” (Alameda, 2019), que trata de um debate atual diante das tentativas de revisionismo sobre o que representou a ditadura e da retomada do militarismo na cena política nacional; e Sebatião Neto, coordenador do IIEP (Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas).

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Governo não negocia e o Fonasefe pauta indicativo de greve nacional

Na reunião do Setor das Federais do Andes-Sindicato Nacional para discussão da Campanha Salarial 2024, em 1º de outubro, em Brasília, a Diretoria Nacional informou que não houve avanços do Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais) com o Governo Federal em relação à Mesa de Negociação salarial do coletivo dos servidores federais. Não há proposta de reposição das perdas de 2010 até o momento, que chegam a 39,96% para os docentes das universidades federais.

Nessa reunião, o Andes-SN informou que o governo não abriu a mesa setorial de negociação que contempla as carreiras de MS (Magistério Superior) e EBTT (Ensino Básico Técnico e Tecnológico) e ainda reforçou a importância dos docentes das universidades e institutos federais se engajarem na semana de lutas, que vai até o dia 7 de outubro, quando o Fonasefe realizará plenária em que pautará indicativo de greve nacional dos servidores públicos federais.

A Diretoria e o Conselho de Representantes da Apruma-Seção Sindical convidam os docentes da UFMA a acompanharem as negociações e participarem de reuniões e assembleias da Apruma que discutirão e deliberarão as indicações construídas em plenárias do Fonasefe.

Reposição Salarial Já!

Diretoria da Apruma – Seção Sindical

Gestão 2022 – 2024

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1ª Semana de Educação Midiática recebe inscrições

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, em parceria com o Ministério da Educação (MEC), realizará a 1a Semana Brasileira de Educação Midiática entre os dias 23 e 27 de outubro, como parte do projeto de formulação da Estratégia Brasileira de Educação Midiática (EBEM).

O evento tem o apoio de organizações da sociedade civil que atuam na área de educação para as mídias, como o Instituto Vero, o Instituto Palavra Aberta, a Safernet Brasil, o Redes Cordiais e o Coletivo Intervozes. Além disso, será o capítulo brasileiro na agenda global da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) sobre Alfabetização Midiática e Informacional (MIL Week 2023), que neste ano aborda o tema “Alfabetização Midiática e Informacional em Espaços Digitais: uma agenda global coletiva”.

Escolas, organizações não governamentais, coletivos, centros acadêmicos, ativistas, educomunicadores(as) e demais pessoas e organizações interessadas de todo o país a participar da Semana, cadastrando atividades neste formulário.

Mais informações no site da Semana Brasileira de Educação Midiática.

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Prêmio Vladimir Herzog divulga finalistas da edição 2023

Site da Abraji – A Comissão Organizadora do Prêmio Vladimir Herzog divulgou nesta terça-feira (3.out.2023) os nomes dos finalistas das sete categorias que concorrem na edição deste ano: Arte, Fotografia, Texto, Vídeo, Áudio, Multimídía e Livro-reportagem. Ao todo, foram inscritos 630 trabalhos de todas as regiões do país neste 45º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.

A escolha dos vencedores será feita pela Comissão Organizadora, da qual a Abraji faz parte, no próximo dia 10 de outubro, das 14h às 18h, em sessão pública presencial no Espaço Vladimir Herzog do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. A sessão terá transmissão on-line. 

A Comissão Organizadora também já divulgou os nomes dos homenageados da edição 2023. São eles: Sônia Bridi, Fernando Morais e Glória Maria (in memoriam). A cerimônia de homenagem e entrega do prêmio será realizada no dia 24 de outubro, no Tucarena. 

Confira aqui a lista do finalistas por categoria

Sobre a premiação 

A cerimônia solene do 45º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos será no dia 24 de outubro, terça-feira, às 20h, no Tucarena, em São Paulo.   A já tradicional Roda de Conversa com os Ganhadores antecederá a cerimônia, das 14h às 17h.  
 
O Prêmio Vladimir Herzog é promovido e organizado por uma comissão constituída pelas seguintes instituições: Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ); Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP); Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI); Sociedade Brasileira dos Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom); Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP); Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo; Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Conectas Direitos Humanos; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Nacional); Ordem dos Advogados do Brasil  – Secção São Paulo (OAB-SP), Periferia em Movimento, Instituto Vladimir Herzog (IVH) e Família Herzog.  

Um arco de alianças formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP), TV PUC , Canal Universitário de São Paulo (CNU), União Brasileira de Escritores (UBE),  Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas ligada à Secretaria de Governo da Prefeitura de São Paulo; Pryzant Design, CDI  e OBORÉ  atua como grupo de parceiros realizadores desta 45º edição. O patrocínio é da Petrobrás /Governo Federal.        

Sessão pública de julgamento e divulgação dos vencedores: 10 de outubro, terça-feira, das 14h às 18h, no Espaço Vladimir Herzog do Sindicato dos Jornalistas de SP. Rua Rego Freitas, 530 – sobreloja – Vila Buarque, SP. Transmissão ao vivo pelo Canal do YouTube do Prêmio e Facebook do SJSP 

Roda de Conversa com os Ganhadores: 24 de outubro, terca-feira, das 14h às 17h, no Tucarena (PUCSP) – Rua Bartira, 347 – Perdizes, SP 

Solenidade de premiação: 24 de outubro, às 20h, no Tucarena (PUCSP) – Rua Bartira, 347 – Perdizes, SP. 

Mais informações em  www.premiovladimirherzog.org

Texto adaptado de Prêmio Vladmir Herzog