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Geraldo Azevedo para celebrar a chegada de fevereiro

CHORANDO E CANTANDO

Quando fevereiro chegar
Saudade já não mata a gente
A chama continua no ar
O fogo vai deixar semente
A gente ri a gente chora
Ai ai ai a gente chora
Fazendo a noite parecer um dia
Faz mais Depois faz acordar cantando
Pra fazer e acontecer
Verdades e mentiras
Faz crer, faz desacreditar de tudo
E depois depois amor ô ô ô ô

Ninguém ninguém verá o que eu sonhei
Só você meu amor
Ninguém verá o sonho que eu sonhei

Um sorriso quando acordar
Pintado pelo sol nascente
Na luz de cada olhar mais diferente
Tua chama me ilumina
Me faz virar um astro incandescente
Teu amor faz cometer loucuras
Faz mais, depois faz acordar chorando
Pra fazer e acontecer
Verdades e mentiras
Faz crer, faz desacreditar de tudo
E depois depois do amor
Amor ô ô

Ninguém, Niguém, Niguem Verá o que eu sonhei
Só você meu amor
Ninguem verá o sonho que eu sonhei

Imaem destacada capturada aqui

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O PT maior que Lula em 2026

Ed Wilson Araújo

A morte de Pelé inspira dizer que temos um rei da política. É Lula. Ele chega ao terceiro mandato superando a prisão, as perdas de um neto, da ex-esposa Marisa Letícia e de um irmão.

Um ser humano que passou por tudo isso e se apaixona, casa novamente, fala de amor, refaz a vida, ganha uma eleição de forma épica e volta ao palco principal da política admirado no mundo inteiro não é só uma pessoa, é uma entidade, um corpo político coletivo, uma ideia que não pode ser aprisionada.

Quando ele partir, ficará o lulismo, símbolo do pragmatismo humanitário porque fez a opção pelos pobres.

Ao anunciar o ministério completo, Lula fez analogia ao time escalado por Tite para a Copa do Mundo de 2022. O técnico da seleção brasileira convocou os melhores craques, mas não levou a taça.

No fim da apresentação da sua equipe ministerial, deu o recado: vamos ganhar.

A política é feita de contradições. No time de Lula há uma composição heterogênea, da esquerda a uma parte do Centrão, corroborando a tática eleitoral na estratégia da governabilidade.

Lula é o Pelé da política, mas não é santo. Ele foi candidato a presidente e não ao papado. Por isso está correto na composição do governo com uma parte dos seus algozes.

O ministério, apesar de algumas impurezas, está hegemonizado pelo campo democrático-popular em uma conjuntura de desafios gigantes.

E não basta fazer uma boa gestão. É preciso bloquear o avanço da extrema direita, que foi derrotada eleitoralmente, mas está viva na mentalidade do eleitorado, parte dele incauto e a outra banda fanática.

Eis o sentido mais apropriado para discutir o papel do Partido dos Trabalhadores na perspectiva da hegemonia na Frente Ampla e do seu maior desafio – recompor a democracia no Brasil.

Lula entra na História como o maior presidente de todos os tempos; no entanto, ele vai passar e o partido segue.

O que será do PT sem Lula?

Tudo mudou profundamente das origens da legenda até o impeachment da presidenta Dilma Roussef.

Ao longo desse tempo, o partido não tinha experimentado o golpe, os níveis grotescos de desinformação e o crescimento da extrema direita turbinado pela nova cultura do mundo digital.

Esse novo cenário impõe ao partido alguns desafios e velhas lições do passado: retomar o trabalho de base, zelar pelo primado da formação política, compreender e agir sobre os mundos evangélico e digital.

Apenas o partido burocrático e de mandatos não vai dar conta de atenuar a avalanche dos conservadorismos tradicional e surreal.

Olhemos para os evangélicos em um domingo de sol, caminhando de casa em casa, entregando panfletos, conversando com as pessoas…

Esses indivíduos mais simples alimentam gigantescas estruturas de poder econômico e religioso disseminados nas igrejas neopentecostais e nos pastores pop star, habilidosos nos usos e abusos das redes sociais.

Lula é um fenômeno de popularidade sem nunca ter usado um e_mail. Não haverá outra liderança nas esquerdas com esse perfil nos próximos 100 anos.

Enquanto o campo democrático apega-se ao lulismo, centenas de pastores influenciadores vão surgindo a cada dia, obtendo um crescimento assustador entre a juventude, principalmente.

Mas os crentes também fazem eventos presenciais, distribuem folhetos nas ruas e paradas de ônibus. É uma militância permanente, incansável e metódica.

Sem as ruas, a formação política e a inserção no mundo digital o PT olha ainda atônito as habilidades perversas dos seus inimigos.

A grande tarefa do partido, como intelectual orgânico coletivo, passa por uma retomada do seu sentido primordial de ser uma chama permanente de esperança, palavra que alimenta sonhos, mas se realiza também na materialidade da política feita de gente olhando face a face e à distância, pelas telas.

Tomando de empréstimo a letra de um jingle “São milhões de Lulas povoando esse Brasil”, seria o caso de emendar: são milhões de militantes antenados por esse Brasil.

O PT precisa sempre pensar grande. E agora é perceber que necessitamos ser maiores que Lula.

Imagem destacada: multidão vestida com tons de vermelho estica sobre a cabeça bandeiras gigantes do Brasil, durante ato da campanha eleitoral de 2022, em Teresina (PI). Foto: Ricardo Stuckert 

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O rádio atual e a playlist

A Rádio Nacional chegou no dial em São Luís. Se você tiver aparelho receptor em casa, ou no carro, sintonize 93,7 Mhz e aproveite tudo.

Caso prefira, vá ao site da EBC (https://radios.ebc.com.br/) e escolha nas opções uma das emissoras gostosa de ouvir.

Sou um adepto completo das novas Tecnologias de Comunicação e Informação (TICs). A humanidade só ainda não matou Deus de vez porque temos Jornalismo e Ciência, duas formas de conhecimento herdeiras da modernidade.

Dito isso, saiba o(a) caro(a) leitor(a) que eu gosto de ouvir música nos mais diversos artefatos. No You Tube você já sabe, na sequência, o que vai tocar. Pode adiantar e recuar o botão na barra vermelha e escolher o que quiser, de acordo com as suas vontades, desejos e preferências.

O mesmo vale para os agregadores. Tudo posso naquele que me fortalece na condição de audiência seletiva e voraz.

Já ouvir rádio é outra sensação. Tem a “figura” do(a) locutor(a), aquela pessoa que conversa com você, manda um recado, dá um alô, cuida da audiência de forma geral.

Vamos parafrasear:

#streaming é sexo; rádio, é amor.

A produção de sentido no rádio é mais intensa porque a sensação do ao vivo incorpora a plenitude dos componentes da linguagem radiofônica: palavra falada, música, efeitos sonoros e silêncio.

As vinhetas de cada emissora, dos programas e apresentadores(as) guiam a audiência para uma relação de afetividade, criando o ritual de ouvir.

A playlist não surpreende. Você já sabe o que vai rodar.

O rádio é uma caixa de segredos. Não há previsão da música e a qualquer momento a locução dinamiza a emissão, assim como a participação da audiência.

No velho rádio, o(a) ouvinte é uma entidade alimentada pelo mundo sonoro. Ele(a) não quer só ouvir, mas falar e ser notado(a) pelo locutor(a).

Existe mais atividade no rádio. E cada dia, com mais tecnologia, ele fica melhor.

Imagem destacada / novo estúdio da rádio Gaúcha, capturada aqui

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Amazônia e Cerrado concentram 95% da área queimada no Brasil em 2022

Fonte: Bibiana Alcântara Garrido (Ipam – Instituto de Pesquisas Ambientais da Amazônia) / Foto: Paulo Brando

O Monitor do Fogo divulgou na sexta-feira, 27, os dados sobre a ocorrência de fogo no Brasil no mês de dezembro e em 2022. No ano, uma área do tamanho do estado do Acre foi queimada no país: foram 16,3 milhões de hectares atingidos pelo fogo. A Amazônia e o Cerrado concentram 95% desse total. O Monitor do Fogo é uma iniciativa do MapBiomas Fogo em parceria com o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia).

Acesse o boletim mensal com os destaques de dezembro e de 2022.

A área queimada de florestas registrou alta de 93% em relação a 2021, sendo que 85% dos incêndios florestais em 2022 ocorreram na Amazônia. Quanto à área atingida pelo fogo em todos os biomas, 70% estava coberta por vegetação nativa – em maior extensão, as formações savânicas e campestres, encontradas no Cerrado. A área total queimada no país em 2022 foi 14% maior do que em 2021 (2 milhões de hectares a mais).

“O Monitor do Fogo permite que possamos ir além de saber se tem mais ou menos fogo acontecendo: ele nos dá a área atingida pelo fogo e mostra o que está queimando com uma precisão de 5 metros. É um dado muito valioso para a tomada de decisão, disponível todos os meses na plataforma do MapBiomas”, diz Ane Alencar, diretora de Ciência no IPAM e coordenadora do MapBiomas Fogo. “Com o Monitor do Fogo podemos constatar que as florestas do Brasil, principalmente as da Amazônia, estão sendo altamente impactadas por incêndios. Em condições naturais isso não deveria estar acontecendo, o que indica um claro impacto da ação humana no aumento do fogo e da degradação dessas florestas”.

Entre os biomas o fogo se dividiu, praticamente, na metade: 49% da área queimada no ano passado foi na Amazônia, totalizando 7,9 milhões de hectares queimados no bioma em 2022; e outros 45% foram no Cerrado, que teve 7,4 milhões de hectares queimados no ano.

“O fogo na Amazônia está diretamente relacionado ao desmatamento no bioma, pois a prática do uso do fogo é frequentemente utilizada para remover a vegetação densa e preparar o solo para atividades agrícolas ou pecuárias. Somente no ano de 2022, cerca de 2,5 milhões de hectares de florestas foram queimados na Amazônia. A falta de medidas de proteção eficazes contribuiu para a intensificação dos incêndios e tem provocado graves prejuízos para o meio ambiente, incluindo a emissão de gases de efeito estufa, perda da biodiversidade, além de comprometer a qualidade do ar”, explica Luiz Felipe Martenexen, pesquisador no IPAM.

O estado do Pará foi o que mais queimou na Amazônia em 2022, com 2,9 milhões de hectares atingidos pelo fogo. Os estados que mais queimaram no Cerrado de janeiro a dezembro foram Mato Grosso (3,6 milhões de hectares), Tocantins (2,3 milhões de ha) e Maranhão (2 milhões de ha).

Considerando só o mês de dezembro, a Amazônia foi o bioma com maior área queimada. Foram 234.723 mil hectares, o que significou um aumento de 101% do fogo no bioma em relação a dezembro de 2021. No Cerrado, o aumento foi de 207%, com 55.787 hectares queimados em dezembro de 2022. Nesse mês, Maranhão foi o estado que mais queimou, com 125.946 hectares afetados pelo fogo.

“Apesar de o fogo fazer parte da dinâmica do Cerrado, a ação humana é prejudicial para o bom funcionamento do ecossistema. Com as queimadas cada vez mais frequentes, a vegetação vai perdendo sua capacidade de recuperação. A situação se agrava com as mudanças climáticas, que fazem com que o Cerrado fique cada vez mais quente e seco, tornando-o mais suscetível a eventos de fogo em grande escala”, avalia Vera Laísa Arruda, pesquisadora no IPAM responsável pelo Monitor do Fogo.

Sobre o Monitor do Fogo

O Monitor do Fogo é o mapeamento mensal de cicatrizes de fogo para o Brasil, abrangendo o período a partir de 2019, e atualizados mensalmente. Baseado em mosaicos mensais de imagens multiespectrais do Sentinel 2 com resolução espacial de 10 metros e temporal de 5 dias. O Monitor de Fogo revela em tempo quase real a localização e extensão das áreas queimadas, facilitando assim a contabilidade da destruição decorrente do fogo. Acesse o Monitor do Fogo e o boletim mensal de dezembro.

Jornalista no Ipam, bibiana.garrido@ipam.org.br

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Clientes da Caema podem parcelar débitos com desconto de até 70%

Quem está com contas de água atrasadas pode agora negociar dívidas de maneira fácil, rápida em condições especiais com a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão que, na campanha “Fique em Dia com a Caema”, está parcelando o pagamento débitos de clientes que, em algumas situações, podem até mesmo ter os seus débitos anistiados, mediante algumas condicionantes.

As condições para a solução de dívidas oferecidas pela Caema são imperdíveis. Débitos acima de R$ 2 mil terão desconto de 70% e podem ser negociados com entrada de 10% do valor devido, com pagamento em 12 parcelas iguais e subsequentes, sem incidência de juros de parcelamento, caso sejam pagas rigorosamente em dia. Um cliente nessa condição vai pagar 30% do que deve, com 10% de entrada, parcelando ainda o débito em 12 vezes.

Clientes com débitos, dos últimos dez anos, que tenham faturas vencidas até 31 de dezembro de 2022 no valor global de até R$ 2 mil reais e que possuam no mesmo período faturamento mensal de até R$ 130 reais estarão isentos, mediante a atualização dos dados cadastrais.

Todo o processo de negociação pode ser realizado pelo 08007010195, no whatssapp 98.99113.0195, no Caema Mobile (versão Android e IOS) ou nas lojas de atendimento no Vinhais, Cohab, Anjo da Guarda e Centro. Lembre-se! O prazo para negociação termina no dia 28 de fevereiro.

O não cumprimento de qualquer uma das regras estabelecidas no ato de negociação torna inválido o acordo, retornando, nesse caso, o débito inicial do cliente com a empresa. A campanha de negociação de dívidas é válida para clientes vinculados aos imóveis residenciais, comerciais, industriais e também aos poderes públicos.

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Entenda a proposta de moeda comum para negócios entre Brasil e Argentina

Fonte: Site do PT

Quando for criada, a nova moeda não vai substituir nem o real nem o peso, e só servirá para garantir transações de importação e exportação entre os dois países

Ao acompanhar o presidente Lula em viagem à Argentina, nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que os dois países estão discutindo formas de facilitar o comércio entre si.

Entre as medidas, está a criação de uma moeda comum que será utilizada apenas para transações comerciais entre os dois países. Não se trata, portanto, de acabar com o real ou com o peso, mas de criar uma moeda apenas para operações de importação e exportação. 

Para explicar melhor o tema, o Ministério da Fazenda publicou um tira-dúvidas em seu site (acesse aqui). Abaixo, explicamos os pontos mais importantes.

Por que é importante cuidar do comércio entre Brasil e Argentina?

A Argentina é o terceiro país para o qual o Brasil mais exporta seus produtos, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Trata-se, portanto, de um parceiro importantíssimo para a economia brasileira.

Porém, nos últimos anos, quando ficamos sob um governo que não cuidou como devia da relação com a Argentina, a China começou a ocupar um espaço importante, que o Brasil não pode perder.

Essa moeda comum é como o euro, adotado na Europa?

Não. Não se trata de uma moeda única para ser usada por Brasil e Argentina. Tanto o real quanto o peso continuarão existindo e sendo as moedas oficiais dos dois países. Essa nova moeda só vai ser utilizada nas exportações e importações.

Como a criação de uma moeda comum pode favorecer o comércio dos dois países?

Hoje, o comércio entre os dois países se dá por meio do dólar. Isso pode gerar problemas, porque nem sempre há dólares suficientes no mercado, o que pode, em alguns casos, inviabilizar alguns negócios entre os dois países.

Além disso, o peso argentino hoje não é bem aceito no mercado internacional atualmente, porque o país vizinho sofre com um processo inflacionário grave. Não é vantajoso, portanto, para um empresário brasileiro que exporta para a Argentina receber em pesos, porque aquele valor pode se desvalorizar rapidamente.

Uma nova moeda, com valor mais estável, é uma boa solução, pois evita tanto o problema de uma eventual escassez de dólares quanto o problema da desvalorização do peso argentino.

A adoção de uma moeda comum para importação e exportação será imediata?

Não. O que foi aprovado até agora é a formação de um grupo de trabalho que vai estudar a melhor forma de fazer isso.

Essa solução pode beneficiar outros países da América Latina?

Sim. Brasil e Argentina vão criar um tipo de governança coletiva sobre essa nova moeda. Essa governança pode servir para operações comerciais entre os países da região, podendo incentivar melhores práticas de gestão monetária, inflação, sustentabilidade da relação fiscal e ambiental, entre outros aspectos.

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A culpa não é da chuva ou a ofensiva do capital numa cidade ameaçada

Luiz Eduardo Neves dos Santos *

São Luís e os municípios vizinhos da ilha amanheceram nesta quarta-feira com grandes volumes de chuva. Algo, aliás, dentro da normalidade em nosso sistema climático, pois janeiro é um mês que, historicamente, possui bons índices pluviométricos, é o início do nosso “inverno”, como muitos dizem, embora nos encontremos no verão. O fato é que tais volumes de chuva têm ocasionado muitos problemas na ilha, os mais comuns são as inundações e alagamentos em avenidas e áreas residenciais, os engarrafamentos de veículos, os bueiros estourados e os transbordamentos de cursos d’águas, que hoje são esgotos a céu aberto.

O senso comum levanta a voz e diz “falta planejamento urbano em São Luís”. Mas se sabe que há muitas experiências de planejamento urbano em nossa cidade, que remontam pelo menos 2 séculos, desde as normas de ocupação e usos do espaço público deliberadas pela Câmara Municipal, passando pelas determinações dos Códigos de Postura até chegar a legislação urbana que conhecemos hoje (ou que não conhecemos), qual seja os planos diretores e as leis de uso e ocupação do solo. Estas últimas são dispositivos que abrem caminho para uma série de transformações nas áreas urbanas, embora não sejam os únicos mecanismos de planejamento estatal.

O problema é que os nossos gestores públicos e seus técnicos possuem uma concepção bastante equivocada de que estas leis bastam para dirimir infortúnios das populações urbanas, mas na realidade sua aplicação tem servido para aprofundar desigualdades, visto que atendem, prioritariamente, classes abastadas e o mercado imobiliário/construtor, do que chamo aqui de usurpadores urbanos.

Vejam o que tem acontecido nas discussões do Plano Diretor de São Luís: a proposta se arrasta desde 2015 – o projeto está desde 2019 na Câmara de Vereadores – e possui como objetivos primaciais a ruptura das últimas fronteiras urbanas no município para a instalação de um mega terminal portuário privado e a permissão da construção de edifícios (que podem chegar a 32 andares) em diversos  territórios a partir da aprovação do Macrozoneamento Urbano e de uma futura aprovação da Lei de Zoneamento, complementar ao Plano Diretor. Tais objetivos atingem em cheio a sobrevivência de populações como a do Cajueiro e de outras comunidades rurais e não apresentam trabalhos técnicos mais detalhados que justifiquem essas modificações.

A reflexão que levanto aqui diz respeito ao papel do planejamento urbano em São Luís, um município em que quase 1/5 de seu território urbano é constituído de áreas ociosas, objetos da especulação imobiliária. As leis urbanas são reflexos da vontade do grande capital imobiliário/construtor, que em aliança com os poderes estatais, ditam a forma como o território será usado. Há muitos territórios a serem ocupados, não somente na zona urbana, o que é uma condição muito importante de São Luís em relação a outros municípios brasileiros com mais de 1 milhão de habitantes, que por sua vez, detêm uma forte intensificação dos seus solos urbanos, ou seja, São Luís tem a possibilidade de se desenvolver com uma ocupação mais equilibrada, infelizmente não é isso que nós observamos.

Frequentemente, o que há de bom nos dispositivos jurídicos urbanos, quase nunca é aplicado, me refiro a instauração dos instrumentos urbanísticos que podem contribuir para que sujeitos excluídos tenham acesso à uma cidade mais digna, podendo exercer sua cidadania. Mas o que vemos são gestores públicos distantes das demandas de uma população injustiçada e massacrada em seus direitos, enquanto reservam tempo e trabalho para atender as vontades de grandes empresários. Por que será?

Como escrevi recentemente em trabalho de pesquisa, São Luís necessita crescer e se desenvolver com qualidade de vida e justiça social para sua população, e isto passa, dentre outras questões, pela implementação de um planejamento urbano-territorial integrado, pela aplicação de instrumentos urbanísticos que cumpram a função social da propriedade e da cidade, a implantação de políticas sérias de regularização fundiária, investimentos em abastecimento de água e tratamento de esgoto, qualidade dos serviços e abrangência do transporte público e acessibilidade, estímulo à produção agrícola e pesqueira na zona rural, reflorestamento de área degradadas, conservação de territórios de interesse ambiental, acesso facilitado e gratuito à escolas e postos de saúde, além do acesso a outros equipamentos urbanos. Questões que podem ser concretizadas com a fusão de vontade política, capacidade e organização institucional de gestores públicos, monitoramento e cobrança da sociedade civil organizada à se mobilizar na efetivação de direitos e no cumprimento de seus deveres.

Mas é enganoso supor que apenas os Planos Diretores e a regulamentação de seus Títulos e Artigos possam dar conta do planejamento de uma cidade como São Luís, seus problemas estruturais e suas complexidades, mesmo porque no atual período, o da racionalidade neoliberal, há uma disseminação, como nos alertou David Harvey, de certas noções burguesas de gestão, de leis, de direitos, de democracia e de liberdade e, manter o mundo seguro para a democracia e as liberdades, foi e continua a ser considerado intimamente ligado à manutenção do mundo seguro para o capital, e vice-versa.

O planejamento urbano entendido a partir de leis aplicadas reforça uma noção técnica, burocrática e cínica de se pensar São Luís, já que ignora a cidade concreta e suas desigualdades, se recusa a dar visibilidade e voz aos excluídos, que não são estimulados à participar e dar ideias sobre as angústias e tragédias que vivem no cotidiano. Em virtude disto, impera no município as práticas paternalistas e clientelistas, tanto da parte de grandes empresas, quanto por parte de certos agentes públicos, que através de seus nichos eleitorais pauperizados, cooptam lideranças locais, fazem favores e disseminam discursos que prometem melhorias na vida desses grupos, tudo em troca de apoio político.

As chuvas continuarão a provocar estragos na cidade enquanto gestores públicos, legisladores e empresários atuarem no sentido de pensar em seus próprios interesses. Eles abrem a boca para falar em desenvolvimento e geração de emprego e renda, o que na verdade não passa de um discurso cínico que camufla os seus desejos insaciáveis por lucro e poder.

* Geógrafo, professor da UFMA e membro do Movimento de Defesa da Ilha (MDI).

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IEMA realiza colação de grau de mais de 400 estudantes em São Luís

Mais de 400 estudantes das unidades do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA) irão colar grau, nesta quarta-feira (25), a partir das 18h, em cerimônia no Centro de Convenções da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), no Campus do Bacanga, em São Luís. Os formandos são estudantes dos IEMAs Plenos de São Luís/Centro, Bacelar Portela e Itaqui- Bacanga.

Pelo IEMA Pleno São Luís/Centro são 185 estudantes dos cursos técnicos em Eventos, Informática, Meio Ambiente, Produção de Áudio e Vídeo e Serviços Jurídicos.

O IEMA Pleno Bacelar Portela vai outorgar grau a 148 alunos dos cursos técnicos em Edificações, Eletromecânica, Eletrotécnica, Informática para Internet e Mecânica.

151 estudantes do IEMA Pleno Itaqui-Bacanga colarão grau. Além de concluir o Ensino Médio, eles sairão da unidade como técnicos em Eletroeletrônica, Eletromecânica, Informática para Internet e Portos.

Todos os futuros profissionais chegarão ao local do evento com aproximadamente duas horas de antecedência. No Centro de Convenções, haverá espaço para fotos de books dos formandos com cenários e espaço para coletiva de imprensa, que sugerimos que aconteça antes do início do evento.

O evento terá a presença do governador do Maranhão, Carlos Brandão; do diretor-geral do IEMA, Alex Oliveira; e dos gestores das três unidades de Iema’s Plenos.

SERVIÇO

O quê: IEMA realiza colação de grau de mais de 400 estudantes em São Luís.

Quando: Nesta quarta-feira (25), a partir das 18h.

Onde: Centro de Convenções da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Campus na área do Itaqui-Bacanga, em São Luís.

Contato: Ascom IEMA / Leidyane Ramos: (98) 98239-1684

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O padroeiro dos jornalistas

Em tempos de tanta violência contra profissionais de Comunicação, apelemos à proteção do santo

Francisco de Sales nasceu em 1567 e faleceu em 1622, aos 55 anos de idade. Era filho de família nobre do reino de Sabóia, nas proximidades da França, Itália e Suíça.

Estudou no Colégio de Clermont dos Jesuítas, em Paris, concluindo o doutorado em Direito Canônico e Civil. Suas obras mais importantes são “Introdução à Vida Devota” e “Tratado do Amor de Deus”.

Deixou também cartas, pregações e palestras em cerca de 30 volumes.

No ano de 1923 foi proclamado padroeiro dos jornalistas pelo papa Pio XI, em reconhecimento à sua atividade missionária.

Os relatos dão conta de que Francisco de Sales deixava livros e folhetos debaixo das portas das casas das pessoas durante a noite, em um tempo de conflitos entre católicos e calvinistas.

A data de celebração do padroeiro dos jornalistas é 24 de janeiro.

Com informações da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)

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Lula na Argentina: Brasil retoma relações com vizinhos para unir a América Latina

Integração entre países representa troca de conhecimento e assinatura de acordos comercias e científicos, iniciados com visita ao presidente argentino Alberto Fernández

Imagem / Lula com o presidente da Argentina, Alberto Fernández / Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (23), na Casa Rosada, sede do governo argentino, que o Brasil está de volta para refazer relações, “que nunca deveriam ter sido interrompidas”, e criar parcerias comerciais, científicas e culturais com países da América Latina.

Ao lado do presidente Alberto Fernández, Lula pediu em seu discurso desculpas ao povo argentino por “todas as grosserias e ofensas” feitas pelo genocida Bolsonaro. “Um país com 16 quilômetros de fronteira com a América do Sul não tem o direito de ficar procurando inimigos. Tem é de construir amigos e parceiros”, afirmou Lula.

Os discursos de Fernández e Lula foram precedidos da assinatura de uma série de protocolos de intenções para parcerias em diversas áreas como economia, defesa, saúde, ciência e tecnologia e de acordo de cooperação na Antártica.

“Portanto, quero dizer com muito orgulho que estou de volta para fazer bons acordos com a Argentina, para compartilhar e para ajudar que os dois países cresçam”, falou o presidente brasileiro.

Lula fez questão de dizer que trabalhará para que o Brasil tenha boas relações com todos os países sul-americanos, como Cuba, do presidente Miguel Diáz-Canel, e a Venezuela, de Nicolás Maduro.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assinou memorando de entendimento com o ministro da Economia argentino, Sergio Massa, para que os dois países estudem formas de comércio exterior em moeda comum, “construída com base no debate”.

Ao ser questionado pela imprensa sobre a participação dos presidentes de Cuba, Miguel Diáz-Canel, e da Venezuela, Nicolás Maduro, em reunião da 7ª Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), Lula falou que seu papel como presidente do Brasil é de construtor da paz.

“Vamos resolver com diálogo, e não com bloqueio econômico, não com ameaça”, disse Lula ao citar o embargo econômico de Cuba pelos Estados Unidos e a invasão territorial da Ucrânia pela Rússia.

Veja os acordos comerciais assinados entre Brasil e Argentina:

1 – Carta de Intenções para o Projeto de Integração da Produção de Defesa Brasil-Argentina
 
2 – Declaração sobre Cooperação entre Ministérios da Saúde
 
3 – Programa Binacional de Cooperação em Ciência, Tecnologia e Inovação 2023-2024
 
4 – Memorando de Entendimento entre Ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação sobre Cooperação Científica em Ciência Oceânica
 
5 – Memorando de Entendimento sobre Integração Financeira
 
6 – Acordo de Cooperação Antártica
 
7- Declaração conjunta

À tarde, com o presidente Alberto Fernández, o presidente Lula participou da cerimônia de abertura do Encontro Empresarial Brasil-Argentina. O evento reuniu diversos empresários argentinos.

7ª edição da Celac

A partir desta terça-feira (24), começa em Buenos Aires a 7ª edição da Celac. Além de Lula, devem participar os presidentes do Chile, Gabriel Boric, do Uruguai, Luis Lacalle Pou, da Bolívia, Luis Arce, e de Honduras, Xiomara Castro.

A Celac, criada em 2010, quando os principais governos eram de esquerda, ao longo dos anos foi esvaziada a partir da eleição de presidentes de direita e de extrema-direita. Com 33 países como membros, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos é o principal fórum de debates políticos da América do Sul.

Em 2020, o então presidente Bolsonaro retirou o Brasil formalmente do grupo. Com o retorno de Lula, o Brasil informou, em 5 de janeiro deste ano, que voltará a fazer parte da cúpula.

Da Redação