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Andes Sindicato Nacional e Sinasefe reiteram a legitimidade na greve

Por meio de um abaixo-assinado, entidades reforçam o papel dos sindicatos representativos no processo de negociação com o governo federal e repudiam o Proifes

Nós, docentes das Universidades, Institutos Federais e CEFETs, abaixo-assinado, organizados no Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior – ANDES-SN e no SINASEFE, vimos a público, manifestar ao Governo Federal, de forma contundente, que só o ANDES-SN e o SINASEFE nos representam! 

O Governo Federal tem conhecimento que apenas o ANDES-SN e o SINASEFE têm legalmente carta sindical para representar e negociar em nosso nome. 

Somos 69 Universidades espalhadas pelo Brasil produzindo formação, pesquisa e extensão de altíssima qualidade. Dessas 69, docentes de mais de 63 universidades estão filiados ao ANDES-SN.

O Sinasefe têm mais de 90 seções sindicais espalhadas por todo o Brasil. Mais de 90% dos e das docentes estão organizados no Sindicato Nacional e no Sinasefe. 

Repudiamos qualquer tentativa do PROIFES ou qualquer outra organização que não seja o ANDES e o Sinasefe de falar em nome dos milhares de docentes federais. 

Rechaçaremos, juridicamente e politicamente, de forma contundente qualquer manobra do governo em assinar acordos que não foram aprovados pelos docentes organizados nos sindicatos que representam legalmente os docentes federais: SÓ O ANDES-SN e o SINASEFE NOS REPRESENTAM! Assine e compartilhe com outros docentes federais que você conhece https://forms.gle/ifZ1QTF6WZgMZX1LA

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Sindicatos da Educação Federal convocam Plenária Unificada

Apruma, Sinasefe Codó, Sinasefe Maracanã, Sinasefe Seção Monte Castelo e Sintema convocam TAEs e docentes da UFMA e do IFMA para a PLENÁRIA UNIFICADA que acontece nesta segunda-feira, 27 de maio, às 9h, no Auditório Central da UFMA (Prédio Castelão – Campus do Bacanga).

Na ocasião, será feita avaliação conjunta da greve e da proposta do governo que não contempla, entre outros itens da pauta, nenhum índice de reajuste para este ano.

O Comando Nacional de Greve (CNG), após analisar o que o governo vem propondo para encerrar a greve unilateralmente, vem indicando às assembleias de base que rejeitem essa proposta (veja vídeo ao final).

No caso dos professores das universidades federais, por exemplo, o anúncio feito pelo governo vem sendo rechaçado: das 58 instituições em greve, 40 já analisaram a proposta do governo em que não prevê reajuste para este ano, sendo que 39 a rejeitaram nas assembleias que vêm acontecendo.

Entre elas, a Apruma realizou Assembleia com os professores da UFMA semana passada e ratificou essa negativa (acompanhe a situação nacional nas rede sdo Andes SN).

A Plenária Unificada que acontece na UFMA deve analisar conjuntamente as propostas tanto para professores quanto a proposta feita aos técnicos das instituições, a quem também não é feito aceno de reajuste em 2024.

A Plenária Unificada é aberta para todos os servidores do IFMA e da UFMA e deve contar com transmissão ao vivo no canal da Apruma no YouTube.

Estão sendo aguardados ainda parlamentares da bancada maranhense no Congresso Nacional para que reforcem as reivindicações da Educação Federal junto ao governo.

LEGITIMIDADE PARA NEGOCIAR

O anúncio feito pelo governo esta semana de que assinaria acordo dia 27 para por fim ao movimento foi interpretado como um ataque à organização sindical de professores e TAES, que lembram que as entidades que têm legitimidade para negociar, inclusive legalmente, são os sindicatos que os representam.

“Rechaçaremos, juridicamente e politicamente, de forma contundente qualquer manobra do governo em assinar acordos que não foram aprovados pelos docentes organizados nos sindicatos que representam legalmente os docentes federais”, diz texto do abaixo-assinado no qual os docentes reivindicam o Andes como seu legítimo representante.

Para referendar o documento dos professores e professoras, clique AQUI, e não esqueça de comparecer à Plenária Unificada nesta segunda-feira.

Fonte: Apruma Seção Sindical

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Obra em fase final

Spoiler do vir a ser o meu primeiro e único crime contra a Literatura.

Está no nono mês de gestação um livro de poesia que venho maturando desde 1986, quando ainda estudante de Jornalismo na UFMA.

O lançamento será ainda esse ano…

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Américo Azevedo e Cazumbá estão acampados na Secretaria de Cultura do Estado

É um protesto! Américo Azevedo Neto, escritor e diretor do Grupo de Teatro Cazumbá, passou a noite acampado na Secretaria de Cultura do Estado.

Aos 84 anos, ele dormiu na SECMA. E agora segue acampado na Secretaria.

Hoje chegou colchão, caso ele precise seguir acampado. Na primeira noite, Américo Azevedo dormiu em cadeiras.

Américo chegou na secretaria na tarde de ontem, quarta-feira (22). A Secretaria fica no Palácio Henrique de La Roque.

Américo Azevedo diz que seguirá acampado, até que o Grupo Cazumbá receba o seu certificado de incentivo à cultura.

O teatrologo está acompanhado de outras seis pessoas, também integrantes do Cazumbá, grupo que tem uma trajetória de mais de 50 anos.

Os acampados estão decididos a permanecer na SECMA, até o momento que o secretário Yuri Arruda cumpra com sua palavra.

E o coro é um só!

A arte e a cultura do Maranhão exigem respeito!

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Copom decide manter juros abusivos

Na semana passada, o Copom reduziu a Taxa Selic (juros básicos da economia) em apenas 0,25 ponto percentual, de 10,75% para 10,5% ao ano. “Mercado piora previsão pra juros, inflação e crescimento. Essa é a chamada da mídia hoje”, chamou a atenção Gleisi. “O que há com essa gente? Uma aposta contra o Brasil?”, questionou a presidenta do PT

Focus Brasil – Pela primeira vez desde o início do ciclo de baixas nos juros, a decisão não foi unânime, com o corte de 0,25 ponto sendo aprovado por 5 votos a 4. Campos Neto foi o fiel da balança e deu o voto de desempate e votou a favor do corte de 0,25 ponto.

Em eterna tabelinha com o rentismo, o presidente do Banco Central tem obtido êxito em sua estratégia de jogar com a especulação monetária a fim de manter na estratosfera a taxa básica de juros estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) a cada 45 dias e, com isso, e segurar o crescimento do país. O resultado: o mercado financeiro elevou pela terceira vez seguida a previsão para a Selic em 2024, chegando ao patamar de 10%. Já a estimativa do IPCA para este ano subiu de 3,76% para 3,80%, e de 3,66% para 3,74% em 2025.

Além de Campos Neto, votaram por essa redução os diretores Carolina de Assis Barros (Relacionamento Institucional), Diogo Abry Guillen (Política Econômica), Otávio Ribeiro Damaso (Regulação) e Renato Dias de Brito Gomes (Organização do Sistema Financeiro), indicados pelo governo anterior. Votaram por uma redução de 0,50 ponto percentual os diretores Ailton de Aquino Santos (Fiscalização), Gabriel Muricca Galípolo (Política Monetária), Paulo Picchetti (Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos) e Rodrigo Alves Teixeira (Administração), indicados por Lula.

Imagem Destacada / O INDICADO Presidente Jair Bolsonaro e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, durante cerimonia de sanção da Lei da Autonomia do Banco Central – Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Leia mais no Focus Brasil

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Sesc abre inscrições para oficina de palhaçaria

Oportunidade para formação na arte de fazer rir. Neste mês, você pode se inscrever até o dia 29 de maio na oficina “O Palhaço através do espelho” neste link.  Podem participar artistas, pesquisadores das artes cênicas e demais interessados na área (a partir de 16 anos).

As aulas serão ministradas de 3 a 7 de junho, das 18h às 22h, no Sesc Deodoro, por Renato Rocha (RJ), um dos diretores brasileiros de maior referência na cena circense internacional. A oficina de encenação circense “O Palhaço através do espelho” propõe um mergulho vertical no universo da palhaçaria para criar uma ponte – passagem – portal entre o palhaço e a cultura popular.

Serão debatidas as diferenças entre cada tipo de palhaços, clowns, bufões, brancos e augustos, além de trazer à tona a história de cada palhaço referência da história da palhaçaria. Num processo colaborativo com todos os artistas envolvidos, as experimentações cênicas, circenses e dramatúrgicas se transformarão em uma obra.

Renato Rocha

Renato Rocha (imagem destacada) é um artista multilinguagens, trabalhando no campo expandido nas mais diversas interfaces de experiências e pesquisas artísticas. Foi integrante da Intrépida Trupe, dirigiu o Circolombia com temporadas em Londres, Paris e turnê mundial, o Circus Incubator project (colaboração entre França, Finlândia, Suécia, Espanha, Canadá e Brasil), Rastros com o Circo Crescer e Viver em parceria com a Bienal de artes de Marselha, na França, além dos espetáculos Atenção da Cia UP Leon e Urutu, no CCBB-RJ, levando 10.000 espectadores em 10 apresentações, fundando assim o chamado novo circo brasileiro, que leva a estética e as narrativas brasileiras pra cena, num olhar revisional.

É também professor de interpretação da Faculdade CAL de Artes Cênicas, além de trabalhar no carnaval, como diretor/coreógrafo de carros alegóricos de escolas de samba do Rio de Janeiro do grupo especial, e como integrante de blocos de carnaval de rua do Rio, como o Boi Tolo, o Céu na Terra e o Bloco Gente Aberta, do qual também é fundador.

Cria do Maracanã, teve sua carreira consolidada dentro de grupos importantes da cena artística brasileira, como o grupo de circo Intrépida Trupe, Cia Bufomecânica e Grupo de Teatro Nós do Morro, na favela do Vidigal, onde morou por 13 anos, e que o alçou ao cenário internacional, para trabalhar com a Royal Shakespeare Company, em Londres.

CRONOGRAMA

– Período de inscrição: 17 a 29 de maio de 2024

– Divulgação do resultado: 31 de maio de 2024

Clique neste link para inscrição. 

PERÍODO DE REALIZAÇÃO DO CURSO

03 a 07 de junho (segunda a sexta) – Sesc Deodoro (Sala de Dança)

Horário das aulas: 18h às 22h
A participação na oficina se dará mediante a doação de 1Kg de alimento não perecível.

Público-alvo: artistas, pesquisadores das artes cênicas e demais interessados na área (a partir de 16 anos)

Informações: (98) 3216-3853 / 98893-0344 (WhatsApp)

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Obras em São Luís refletem atraso de quatro séculos

Para além das avenidas largas e o desmanche dos retornos, a cidade “invisível” está mais poluída e as mudanças no Plano Diretor podem transformar a ilha em uma bomba relógio

Em setembro de 2024 a capital maranhense vai completar 412 anos com um monstrengo da engenharia chamado “Bacabeirinha”, uma referência da barbárie arquitetônica contemporânea.

O elevado que estragou uma das mais belas paisagens de São Luís é a cara do atraso do Maranhão.

Mas, o retrocesso tecnológico e na infraestrutura da cidade pode ser observado também na gestão de Edivaldo Holanda Junior, que se reelegeu com a promessa de ônibus com ar condicionado e a construção de praças em terrenos baldios.

Tal qual uma cidade provinciana, qualquer obra vira uma grandiosa revolução na “ilha do amor”.

Intervenções normais nas outras capitais, que já fizeram praças e avenidas, são uma gigantesca novidade em São Luís.

O significado do atraso se dá em pelo menos dois sentidos imediatos e outro mais profundo.

Primeiro é o tempo longo – mais de 400 anos – para a cidade ter os equipamentos básicos de uma capital, como as praças.

Segundo é o tipo de cidade, feita para o transporte motorizado, como se o alargamento de avenidas e as intervenções nos retornos destinados aos veículos velozes seja algo monumental.

É preciso repetir que mobilidade não se restringe aos equipamentos motorizados. Inclui necessariamente o conjunto de humanos na fruição da cidade, entre eles os pedestres, os idosos, as pessoas com deficiência e os usuários de bicicletas para variadas finalidades.

Ao contrário de uma urbe sustentável, celebra-se uma concepção de cidade que privilegia carros e motos, pouco arborizada, sem calçadas decentes, nenhuma passarela, com faixas de pedestre mal posicionadas e mais violenta para os públicos não motorizados.

O provincianismo em São Luís é tão grande que Edivaldo Holanda foi reeleito como o prefeito das praças e Eduardo Braide é o candidato dos retornos desfeitos e das avenidas largas.

Nesses quatro séculos, a cidade já passou por todos os tipos de gestão, até mesmo as mais desastrosas de Gardênia Gonçalves e João Castelo, que foi também governador e senador, e só não se reelegeu prefeito porque criou de última hora um monstrengo projeto de VLT.

Plano Diretor

Aqui está o sentido mais profundo, mencionado anteriormente. Enquanto o prefeito Eduardo Braide conserta as avenidas, a Câmara Municipal aprofunda as mudanças no Plano Diretor.

Entre as mais graves está a diminuição da área da zona rural em cerca de 30%, com o objetivo de entregar vastos territórios para a indústria pesada e o alargamento do complexo portuário.

As conseqüências da eliminação de uma grande parte da zona rural são graves:

1 – O aumento dos já elevados índices de poluição do ar e das águas do Golfão Maranhense, que circunda a ilha de São Luís;

2 – A contaminação dos peixes e mariscos;

3 – Aumento da temperatura, no contexto das mudanças climáticas globais;

4 – Redução das áreas de recarga de aqüífero e, em decorrência, das águas subterrâneas (lençóis freáticos) que abastecem os poços da Caema e os reservatórios privados;

As mudanças silenciosas na cidade “invisível”, ou seja, aquilo que não está na propaganda das redes sociais do prefeito, tem efeitos drásticos na vida de um milhão de pessoas.

Mas a gestão municipal não está preocupada com isso. O prefeito candidato à reeleição fala para o público que pilota uma frota de 250 mil carros, aproximadamente.

Eduardo Braide calcula votos e não importa se a cidade vai explodir de calor, se vai faltar água ou se os pedestres e as pessoas com deficiência terão mais dificuldades no cotidiano da cidade feita para os veículos motorizados.

São Luís já é uma selva. Este caldo cultural é facilmente percebido nos estacionamentos, onde a maioria não respeita sequer as vagas das pessoas com deficiência.

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Escuta Ciência: 2º episódio aborda Geografia, as atividades esportivas e o espaço urbano em São Luís

Greve de Ocupação! O programa Escuta Ciência tem apoio da Apruma Seção Sindical. É fruto da oficina de Divulgação Científica ministrada pelos professores Carlos Agostinho Couto e Ed Wilson Araújo, durante a greve dos(as) docentes e técnicos(as) administrativos(as) da UFMA, no primeiro semestre de 2024.

O segundo episódio (ouça aqui), gravado quinta-feira (16 de maio), abordou a história das práticas esportivas durante a urbanização de São Luís, nos séculos XX e XXI, baseado na monografia de Kepler Ribeiro Sousa, graduado em Geografia pela UFMA e professor da Rede Pública Municipal de São José de Ribamar.

A monografia “Os esportes na vida urbana de São Luís (MA): significados múltiplos da projeção espacial na modernidade (1920-2003)” faz um percurso histórico sobre as praças esportivas da capital, rememora os grandes times, as rivalidades e registra uma equipe pouco falada, o extinto Luso Brasileiro, clube que, em 12 anos, foi oito vezes campeão do Campeonato Maranhense.

O 2º episódio abordou ainda as mudanças no Plano Diretor (favorecendo as grandes empreiteiras e a indústria pesada) e as suas repercussões nos espaços de esporte e lazer em São Luís.

Este programa teve produção e apresentação dos estudantes Rodrigo Leonardo Santos (Rádio e Televisão) e Ricardo Miranda (Jornalismo).

Os trabalhos técnicos são de Jorge Sousa, mestrando em Comunicação e técnico do Laboratório do Curso de Comunicação Social da UFMA.

O primeiro episódio (veja abaixo) teve a participação de pesquisadores de Oceanografia da UFMA e abordou a contaminação da areia da praia do Olho d’Água, em São Luís.

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Inundações. E quando for a vez do Maranhão?

Artigo chama atenção para as cheias do rio Mearim e a importância do uso sustentável dos campos naturais, na Área de Proteção Ambiental (APA) da Baixada Maranhense, como forma de prevenir alagamentos em grandes proporções. Veja o que pode ocorrer se os campos naturais forem depredados.

Texto e imagens de Adriano Almeida, cidadão.

A catástrofe que aflige o Rio Grande do Sul neste ano de 2024 é aterradora. O flagelo sofrido pelo povo gaúcho diante das chuvas torrenciais que atingem implacavelmente aquela região comove a todos. Diariamente, os boletins de informações emitidos pelos órgãos públicos e pela imprensa trazem notícias que nos afetam, nos causam perplexidade e instigam nossa empatia para nos engajarmos, dentro das possibilidades de cada um, nas campanhas de doação, além de manter viva a esperança de rápida reconstrução do Rio Grande do Sul quando esta tormenta cessar.

Por ora, a prioridade é acolher as famílias vitimadas e ajudá-las a seguir em frente, resgatando sua dignidade para uma vida ressignificada. O Rio Grande do Sul será reconstruído, talvez com a oportunidade de repensar e incrementar o uso sábio dos seus recursos naturais. Será essencial refletir sobre aqueles que se foram e aqueles que perderam tudo, reconhecendo a correlação entre suas vidas e o ambiente natural circundante. Essa é a nossa esperança.

Neste contexto, é natural refletir sobre a possibilidade de que o cenário ocorrido no Rio Grande do Sul possa se repetir em outro lugar, especialmente onde vivemos. E quando for no Maranhão? Como será? Essa provocação nos impõe a pensar sobre os contextos e cenários possíveis, mesmo que de forma ainda especulativa, mas de forma genuína e sincera. É necessário pensar e agir para prevenir, entendendo nosso meio ambiente frente às mudanças climáticas e à intensidade dos ciclos hidrológicos que o planeta enfrenta, que doravante serão deflagradores de situações extremas com maior frequência.

O cenário que ocorre no Rio Grande do Sul pode se repetir em qualquer lugar. Cabe às cidadãs e cidadãos atentos contribuírem com a sociedade para que ela possa imaginar os cenários e preveni-los.

Algo que chama bastante a atenção no repertório de informações trazido pela catástrofe gaúcha é a relação direta entre a cota altimétrica dos rios e o volume das chuvas em milímetros. A partir dessas variáveis lançamos olhares para nosso contexto.

Em nossa realidade geográfica, junto ao estuário do Rio Mearim, onde estão inseridas as comunidades dos municípios de São Luís, Bacabeira, Santa Rita, Anajatuba e demais municípios da Baixada Maranhense, observamos os campos naturais secularmente ocupados desde os períodos pré-históricos e que acolheu a civilização lacustre do Maranhão.

Nos municípios referidos, as cotas altimétricas são muito baixas; as margens do núcleo urbano de Anajatuba medem apenas 5 metros de altitude, enquanto o interior dos seus Campos Naturais oscila entre 3 e 4 metros. Em Santa Rita e Bacabeira, o cenário se repete.

Perfis altimétricos obtidos junto ao Google Earth Pro:

Anajatuba

Santa Rita

Bacabeira

Ao longo do único acesso à Capital do Estado, as principais infraestruturas de manutenção de serviços essenciais da Ilha de Upaon-Açu estão em cotas altimétricas inferiores a 3 metros de altitude, incluindo a BR-135, Estrada de Ferro Carajás, linhas de transmissão de energia elétrica e o sistema Italuís de abastecimento de água.

Nos perguntamos: e se chover mais na bacia hidrográfica do Mearim? E se as marcas históricas de cheias forem superadas em 20%, tal como no RS? Quais seriam os cenários possíveis para a Capital, Baixada Maranhense e demais regiões? Quais as marcas históricas das cheias nas regiões citadas? Quais os planos e medidas necessárias em caso de longa interrupção do acesso à Ilha?

Consideremos que nossos campos são inundáveis e alagáveis sazonalmente, refletindo suas características de relevo baixo, com média entre 0 e 5 metros de altitude. A vastidão das planícies permite o espraiamento do volume excedente do leito do Mearim sem afetar a rotina dos núcleos urbanos, adaptando a vida anfíbia do povo baixadeiro e seus costumes.

Devido às imposições da natureza, os campos nunca permitiram uma ocupação humana massiva que não fosse integrada aos seus sistemas ecológicos, que são extremamente relevantes para o controle hídrico do Mearim, e “normalmente” atingem a cota altimétrica de 5 a 6 metros no período das cheias, similar à medida de altitude registrada na tragédia de Porto Alegre.

Observando Porto Alegre, verifica-se que persistiu um cenário caótico provocado pela cheia do Lago Guaíba, com uma altitude de 5,31 metros, praticamente 20% a mais do que sua cota histórica de 1941, a qual era a referência padrão adotada no planejamento urbano.

Diante disso, percebemos que é urgente entender nossos ecossistemas, protegê-los e compreender a dinâmica hidrológica a que estamos expostos no Maranhão, para garantir margens de segurança em um futuro promissor.

É importante ressaltar que a Constituição Estadual do Maranhão e a legislação ambiental estadual determinam uma série de medidas que resguardam o uso cuidadoso daquela área, preservando o uso comunal dos campos naturais para produção econômica e livrando-os das cercas e interferências que descuidem de sua função socioambiental preciosa, inclusive alçando-os ao status de unidade de conservação na categoria de Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense.

No entanto, desde 1991, o Governo Estadual sequer elaborou um necessário Plano de Manejo tecnicamente robusto e politicamente participativo para discutir o gerenciamento racional de seus recursos naturais e o desenvolvimento econômico de forma verdadeiramente sustentável e adequada às micro-realidades locais.

Ademais, a União reconhece desde o início do século a referida área como uma “Área Úmida de Interesse Internacional” ou “Sítio Ramsar” (internacionalmente conhecidos como wetlands ou humedales), conforme preceitos da Convenção de Ramsar, haja vista também o interesse na proteção de seus terrenos de marinha que abrangem a totalidade da área alagada.

Esta condição singular de nível internacional permite aos gestores ambientais locais alçar instâncias de alto nível para promover iniciativas inovadoras alinhadas aos novos valores das políticas ambientais ao redor do planeta. No entanto, o que vemos no âmbito estadual, junto aos decisores políticos, é o usual desleixo, miopia administrativa e solene ignorância frente aos avisos científicos e técnicos.

Estamos cientes de que órgãos como a CODEVASF, UEMA, IMESC, SEMA e CPRM possuem qualificados estudos técnicos sobre o Rio Mearim. Contudo, a dúvida permanece: nesses estudos foram considerados os cenários de mudanças extremas em suas análises? Se existem, quais são? Quais os cenários possíveis?

No sentido contrário às boas práticas de gestão do desenvolvimento sustentável, vemos ações governamentais estaduais preocupantes, sobretudo, pasme-se, aquelas voltadas para interferir no sistema de drenagem dos Campos Naturais Inundáveis, sem discussões públicas e técnicas abertas e consistentes, além do afrouxamento das regras de proteção ambiental e má fiscalização de atividades poluidoras.

Por exemplo, o Governo do Estado do Maranhão atualmente incentiva (Programa PODESCAR -I) grandes empreendimentos no interior dos Campos Naturais para o desenvolvimento da carcinicultura com espécies exóticas, sem a prévia promoção sustentável da cadeia produtiva das culturas nativas secularmente adaptadas aos Campos e sem comunicação prévia para as comunidades do entorno sobre os impactos da dita política pública.

Importante ressaltar que os Campos Naturais, para além de seus potenciais ainda inexplorados, já são altamente produtivos de várias formas, como, por exemplo, através:

– do trabalho de milhares de pescadores artesanais e comerciais, em suas centenas de açudes, valas, igarapés, mangues, que garantem segurança e soberania alimentar para suas famílias e comunidades, à revelia das sempre ausentes políticas públicas de assistência técnica e científica, em um contexto riquíssimo de interação da ictiofauna fluvial e da zona costeira;

– da produção de toneladas de mel por parte dos apicultores e meliponicultores, que bravamente conseguem interagir com os manguezais dos Campos Naturais e suas floradas sem destruí-los e gerando renda, também sem a devida assistência;

– dos pecuaristas e pequenos criadores com sua imensa diversidade de rebanhos e modo de produzir;

– dos agricultores com suas variadíssimas culturas ambientadas ao ritmo da sazonalidade de cheias e secas e que são desenvolvidas em ambiente de pouquíssima incidência de assistência técnica e científica, entre outros.

Então, é justo e oportuno indagar publicamente: promover interferências na drenagem dos Campos Naturais no atual contexto de mudanças climáticas é seguro? Subverter a função socioambiental daquela área de segurança contra enchentes é responsável?

Ao nosso ver, ante os imperativos de garantia do equilíbrio ecológico da Baixada Maranhense com segurança hidrológica e a necessária promoção do desenvolvimento econômico, é certo que promover o desenvolvimento sustentável das comunidades baixadeiras, considerando seus potenciais econômicos nativos e as funções ecológicas dos Campos Naturais Inundáveis, é a grande oportunidade neste contexto de mudanças climáticas com impacto direto sobre o IDH e PIB estadual.

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Apruma convoca assembleia para debater proposta do governo

A Diretoria da APRUMA – Seção Sindical do ANDES – Sindicato Nacional-SN, nos termos do Artigo 13 de seu Regimento, convoca toda a categoria docente da Universidade Federal do Maranhão para Assembleia Geral Extraordinária no dia 20 de maio de 2024 (segunda-feira), com primeira chamada às 15h, e segunda às 15:30h, na modalidade presencial; e, por videoconferência para todos os campi, considerando o que dispõe o Estatuto do ANDES-SN em seu artigo 48, § 4º: “nas S.SIND. e AD – S.SIND. multicampia, a assembleia geral poderá ocorrer: a) por videoconferência, em locais previamente estabelecidos no edital de convocação, desde que assegurada a transmissão simultânea e a participação presencial do(a)s sindicalizado(a)s”.

Os locais das Assembleias serão os seguintes:

Campus São Luís: Auditório Ribamar Carvalho;

Campus de Bacabal: Auditório do campus de Bacabal;

Campus Codó: Auditório do Campus de Codó;

Campus Grajaú: Sala de videoconferência do Centro de Ciências de Grajaú;

Campus Imperatriz: sala de vídeo conferência da Unidade José Batista;

Campus Balsas: Sala de videoconferência do Centro de Ciências de Balsas;

Campus São Bernardo: Sala de videoconferência do Centro de Ciências de São Bernardo;

Campus Chapadinha: Auditório do Campus de Chapadinha;

Campus Pinheiro: Aguardando informações do local.

Pauta:

1. Informes;

2. Avaliação da Greve;

3. Discussão e deliberação da proposta do governo na mesa de negociação do dia 15 de maio de 2024;

4. Outros.

Acesse o edital em: Edital 05-2024 A.G