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Show em Pedreiras vai homenagear João do Vale no dia em que comemoraria 88 anos

O cantor, compositor e poeta João do Vale será homenageado nesta segunda-feira (11), no dia em que comemoraria 88 anos. A programação, promovida pelo Governo do Estado, acontece em Pedreiras com a apresentação de artistas da cidade, com oficinas de teatro, show musical e sarau poético. O evento será realizado no Parque João do Vale, equipamento estadual recentemente inaugurado na cidade de Pedreiras.

Na programação está prevista a realização de show e sarau poético, a partir das 18h, com a participação de artistas locais. O repertório será composto por releituras de sucessos, como Carcará, Na Asa do Vento, Peba na Pimenta, Pisa na Fulô e muito mais. A ideia é celebrar a rica obra musical de um dos maiores compositores brasileiro. Pela manhã e tarde, a atriz Jaqueline Lemos comanda a oficina de teatro “Mente sã, corpo são”.

O Parque João do Vale é um centro cultural com diversas atrações. Possui um memorial em homenagem ao cantor, biblioteca, escola de música, 4 praças temáticas, brinquedos interativos, restaurante, auditório, academia ao ar livre, quadras esportivas e um Centro de Referência da Juventude do Médio Mearim.

Nascido na cidade de Pedreiras em 1933, João do Vale compôs músicas que marcaram a canção popular brasileira. 

Evento será realizado no Parque João do Vale (Foto: Divulgação)

Participou do show Opinião em 1964, considerado um dos espetáculos mais importantes na música popular brasileira. Dele participou ao lado de Zé Kéti e Nara Leão, tornando-se conhecido principalmente pelo sucesso de sua música Carcará, a mais marcante do espetáculo, que lançou Maria Bethânia como cantora.

Em 1982 gravou seu segundo disco, ao lado de Chico Buarque, que, no ano anterior, havia produzido o LP João do Vale convida, com participações de Nara Leão, Tom Jobim, Gonzaguinha e Zé Ramalho. Em 1994, Chico Buarque voltou a reverenciar o amigo, reunindo artistas para gravar o disco João Batista do Vale, prêmio Sharp de melhor disco regional.

João do Vale faleceu em São Luís no dia 06 de dezembro de 1996.

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Nobel da Paz vai para jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov

Fonte: Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo)

O Prêmio Nobel da Paz de 2021 foi entregue a dois jornalistas – a filipina Maria Ressa e o russo Dmitry Muratov – por seu trabalho em defesa da liberdade de expressão. “Eles representam todos os jornalistas que defendem esse ideal em um mundo em que a democracia e a liberdade de imprensa enfrentam condições cada vez mais adversas”, diz o comunicado oficial do comitê norueguês do Nobel.

É a primeira vez desde 1935 que jornalistas recebem a honraria. Naquele ano o alemão Carl von Ossietzky foi premiado por ter revelado o programa secreto de rearmamento de seu país no pós-guerra. “A concessão do Nobel da Paz a Maria Ressa e Dmitry Muratov, além de coroar o trabalho corajoso de ambos em prol dos direitos humanos, é um reconhecimento a todas e todos os jornalistas ao redor do mundo que diariamente enfrentam agressões, ameaças, perseguições judiciais e outros desafios para levar aos cidadãos de seus países informação de qualidade”, disse o presidente da Abraji, Marcelo Träsel. 

Maria Ressa, de 58 anos, é CEO do Rappler, um site independente de jornalismo investigativo nas Filipinas. Ela se tornou alvo do presidente Rodrigo Duterte ao denunciar os abusos da guerra às drogas promovida pelo governo que provocou a morte de mais de 12 mil pessoas, muitas delas sem relação com o tráfico. Em 2019, foi presa acusada de violar uma lei contra “difamação cibernética” por ter publicado uma reportagem em que acusava um empresário filipino de atividades ilegais. 

Em 2018, Ressa foi capa da revista Time, ao lado de outros três jornalistas: o saudita Jamal Kashoggi, assassinado em outubro daquele ano no consulado da Arábia Saudita em Istambul (Turquia); os birmaneses Wa Lone e Kyaw Soe, da agência de notícias Reuters, presos em Mianmar; e a redação do jornal norte-americano Capital Gazette, que teve cinco profissionais mortos em um atentado, em junho de 2018.

Reconhecida por sua luta global contra a desinformação, Ressa mal pôde acreditar quando recebeu o telefonema de Olav Njølstad, secretário do comitê do Nobel. “Meu Deus! Estou sem palavras! Muito obrigada”, afirmou. Em entrevista ao Rappler, ela disse que os jornalistas lutam pelos fatos, mas que, quando esses fatos se tornam objeto de debate e o maior distribuidor de notícias do mundo espalha mentiras ligadas ao ódio e ajuda a difundi-las mais rápido e de forma mais ampla do que os fatos, o jornalismo se torna ativismo. “Foi o que fizemos no Rappler”, afirmou.

“Creio que o comitê do Nobel se deu conta de que um mundo sem fatos é um mundo sem verdade, sem confiança. É um choque que uma jornalista das Filipinas e um da Rússia tenham recebido o Nobel da Paz. Isso diz muito sobre o estado do mundo hoje”, completou.

Já o russo Dmitry Muratov, de 59 anos, é cofundador e editor-chefe do Novaya Gazeta, um dos principais jornais de oposição ao governo de Vladimir Putin. É o veículo mais independente da Rússia atualmente, segundo o comitê norueguês. 

“Desde seu início, em 1993, a Novaya Gazeta publicou artigos críticos sobre temas que vão de corrupção, violência policial, prisões ilegais, fraude eleitoral e “fábricas de trolls” até o uso de forças militares russas dentro e fora da Rússia”, escreveu o comitê em seu comunicado. “Seus opositores responderam com assédio, ameaças, violência e assassinato. Desde o início do jornal, seis de seus jornalistas foram mortos, incluindo Anna Politkovskaja, que escreveu artigos reveladores sobre a guerra na Chechênia”.

Não à toa, Muratov dedicou o prêmio aos colegas mortos. “Não posso levar o crédito. Esse prêmio é da Novaya Gazeta, é dos que morreram defendendo o direito das pessoas à liberdade de expressão”, disse à agência russa Tass.

Para a Abraji, as liberdades de expressão e de imprensa são direitos humanos fundamentais que vêm sendo desrespeitados com frequência alarmante nos últimos anos. “Ressa e Muratov simbolizam a luta cotidiana de repórteres da Nicarágua, da Polônia, do Uzbequistão, da China, da Colômbia e, infelizmente, também do Brasil, para defender as liberdades de imprensa e de expressão”, afirmou o presidente Marcelo Träsel. “Esperamos que este Nobel da Paz ajude a conscientizar governos e cidadãos sobre a necessidade de uma imprensa livre para o progresso da humanidade”.

O ex-presidente da Abraji e atual conselheiro Daniel Bramatti relembra quando conheceu Maria Ressa em um evento nos Estados Unidos, pouco depois da vitória de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. “Ela disse: ‘Preparem-se’, pois percebia as óbvias semelhanças entre o brasileiro e o presidente de seu país”, recordou Bramatti, acrescentando que a avalanche de processos impediu que Ressa viesse ao Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji em 2019 para participar do painel “A imprensa na mira de governos autoritários”, juntamente com jornalistas da Venezuela e da Polônia. 

Repercussão no Brasil e no mundo

A premiação de Ressa e Muratov foi celebrada por organizações que lutam pelas liberdades de expressão e de imprensa.

“Felicitamos os dois premiados que encarnam a luta em defesa da independência do jornalismo”, declarou Christophe Deloitte, secretário geral da Repórteres Sem Fronteiras. “Esse prêmio é uma homenagem extraordinária ao jornalismo e um chamado à mobilização em sua defesa numa década decisiva. É uma mensagem potente no momento em que as democracias estão fragilizadas pela proliferação de informações falsas e conteúdos de ódio.”

Já o diretor executivo do Comitê para a Proteção dos Jornalistas, Joel Simon, Muratov e Ressa personificam os valores da liberdade de imprensa e a razão de sua importância. “São jornalistas ameaçados que desafiam a censura e a repressão para dar notícias, e têm inspirado outros a fazer o mesmo. Esse prêmio é um poderoso reconhecimento de seu trabalho incansável e dos jornalistas de todo o mundo. A luta deles é a nossa luta”. 

Para Maria José Braga, presidente da Fenaj, essa é uma conquista que deve ser celebrada por todos os jornalistas do mundo. “É o reconhecimento da importância do jornalismo para a constituição da cidadania e para a garantia da democracia, como forma de organização política que busca a resolução de conflitos por meio do diálogo e que, portanto, busca a paz. E é o reconhecimento do jornalista como profissional do jornalismo e do papel social de ambos, em um momento importante da história, quando informações falsas e/ou fraudulentas circulam massivamente provocando retrocessos civilizatórios”, afirmou.

O presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Paulo Jeronimo, disse ser muito reconfortante para a ABI, que há 113 anos está na trincheira pela liberdade de imprensa, a notícia de o Nobel ter ido para dois jornalistas, pois valoriza a liberdade de imprensa, um dos pilares da democracia. 

Foto destacada: ilustração de Niklas Elmehead mostra Maria Ressa e Dmitry Muratov. Reprodução/Prêmio Nobel

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Vem aí mais uma edição de “A noite sobre Alcântara”

Aguarde! Ainda em 2021 haverá o lançamento da nova safra do livro “A noite sobre Alcântara”, de Josué Montello.

Estivemos na cidade fazendo a leitura de alguns trechos da obra, que será relançada com a produção da Casa de Cultura Josué Montello.

No vídeo acima as personagens Florindo e Natalino dialogam sobre a expectativa do ano novo na cidade.

Imagem destacada capturada aqui

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Concurso Público: Assembleia Legislativa divulgará lista cargos e banca organizadora

Em Audiência de Conciliação realizada nesta quarta-feira (06/10), no âmbito da ação popular nº 0849042-02.2018.8.10.0001, que tramita na Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, a Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema) revelou detalhes importantes sobre o novo concurso público cobrado exaustivamente por vários setores da sociedade.

Pressionada pelo Sindicato dos Servidores da Assembleia Legislativa do Maranhão (Sindsalem), pelo Ministério Público, pelos autores da ação, por representantes de outros sindicatos e por mais de 350 concurseiros e concurseiras, que lotaram a audiência, a Alema garantiu que a banca organizadora do certame será contratada até o fim de outubro, via processo licitatório que já está em andamento. 

Além disso, a direção do legislativo estadual, representada pelo procurador-geral Tarcísio Araújo, firmou o compromisso de revelar os cargos e as vagas que serão ofertados no concurso na próxima quinta-feira (14/10). 

Nesta data, por determinação do juiz Douglas Martins, ocorrerá uma reunião, às 9h, na Sala das Comissões, na sede da Assembleia Legislativa, ocasião em que os representantes da Alema e a Comissão Organizadora do Concurso vão apresentar ao Ministério Público, ao Sindsalem e aos autores da ação popular, provas documentais de que a Assembleia Legislativa – de fato – está cumprindo o cronograma do certame. 

Em seguida, no prazo de 24h, a Alema deverá juntar aos autos a ata da reunião, o processo licitatório para a escolha da banca e o demonstrativo de cargos e vagas disponíveis, de modo que os últimos detalhes do concurso possam ser discutidos decisivamente, em nova Audiência de Conciliação Virtual, no dia 30 de novembro, às 11h. 

“Estamos confiantes de que nesta reunião será revelada para a sociedade em geral a lista de cargos e vagas que serão ofertados no concurso, os quais devem ser, necessariamente, vinculados à atividade legislativa e não estranhos a esse Poder. Com o desfecho dessa Audiência, acreditamos ainda mais que o edital será publicado em dezembro e que o concurso da Alema vai sair. Parabéns a todos que compareceram à Audiência. Participem da próxima. Contamos com vocês. A nossa luta continua, pois todo nós queremos o concurso da Alema já” – afirmou o presidente do Sindsalem, Nataniel Serejo.

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Limites ao império tecnológico

A concentração de tantas empresas de mídia nas mãos de uma pessoa / Mark Zuckerberg / só reforça o argumento de que é preciso regulamentar as comunicações.

Regulamentar não é censura. É apenas criar regras mínimas para conter a hipertrofia do poder.

Imagem: capa da revista “The Economist”

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“1984”: o bolsonarismo em livre tradução de George Orwell

Guerra é paz.

Liberdade é escravidão.

Ignorância é força.

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Os combustíveis do fascismo

Para entender os fascismo é necessário observar como ele se “alimenta” em sucessivas falas, atos e gestos, mantendo sempre a fidelidade dos seus adeptos. Alguns deles:

1 – a farsa / mentira;

2 – a contradição;

3 – um inimigo imaginário que precisa ser combatido;

Dizer algo e desdizer depois faz parte do jogo da dúvida para manter a crença dos fanáticos.

Foto: Weberson Santiago

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Inauguração do Parque das Águas e urbanização do rio Una potencializam o turismo em Morros

O município de Morros, cidade maranhense famosa pelas suas belezas naturais, agora conta com um novo atrativo turístico, o Parque das Águas. O novo equipamento público foi entregue neste sábado (2) pelo governador Flávio Dino, que cumpriu vasta agenda de inaugurações na cidade. 

Com uma área de aproximadamente 11 mil m², o Parque das Águas agrega um conjunto de benefícios, como a Fonte das Pedras, túnel de água, espelhos d’água, playground, pista para caminhadas, academia ao ar livre, quadras poliesportivas, gazebos e outros atrativos, em obra orçada em mais de R$ 4,3 milhões.

Além do Parque das Águas, Flávio Dino entregou a obra de urbanização da Orla do Rio Una, que passou por amplo projeto de revitalização. Cartão-postal da cidade e uma das principais atrações turísticas do município de Morros, o Rio Una agora dispõe de pavimentação na orla e vias de acesso, quiosques, banheiros e playground ao longo da margem do rio, além de sinalização.

Mas a agenda do governador em Morros envolveu ainda mais inaugurações. Ao todo, somente na manhã deste sábado, Morros recebeu seis novos investimentos estaduais, além de programas sociais. 

Na cidade, Flávio Dino também inaugurou a obra de reforma e ampliação do Hospital Municipal, a obra de reforma do Farol do Saber ‘Clovis Bacelar’, o Posto Policial da Terceira Companhia de Polícia Militar e o Posto Avançado do Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran-MA) na cidade. 

A população morroense também foi beneficiada com a entrega de kits esportivos (348 itens, no total) e com a entrega de cartões Vale Gás para famílias de baixa renda. 

De acordo com o governador Flávio Dino, a agenda no município foi a “maior sequência de inaugurações do Governo do Estado na história da cidade de Morros”. 

“Nós estamos entregando aqui esse belíssimo parque, o Parque das Águas e quero convidar toda a população, não só de Morros, mas da região de Munim, também de Rosário, Bacabeira, de Santa Rita, de São Luís, a conhecerem esse belo parque. Assim como nós estamos ampliando serviços, serviços de saúde, com a reforma, reconstrução do hospital municipal. Foi uma solicitação do município, e nós, em parceria, executamos e entregamos ao município. Fizemos uma bela urbanização em infraestrutura turística no Rio Una, de modo que a cidade de Morros recebe, além desses investimentos e obras, recebe também políticas sociais”, detalhou Flávio Dino. 

Para o prefeito de Morros, Milton José Sousa Santos, mais conhecido com Paraíba, o momento é de gratidão. 

“Em primeiro lugar, gratidão a Deus, e em segundo lugar, gratidão a esse homem [Flávio Dino] que tem demonstrado que é um governador de verdade, o melhor governador, porque tem mostrado que tem compromisso com toda a sua sociedade, com todo o seu povo. Morros tá de parabéns. Só gratidão por Morros está recebendo seis obras do Governo do Maranhão. Isso prova que o governador tem compromisso com o povo de Morros e o povo de Morros lhe abraça com muito carinho e respeito”, disse o gestor do município. 

Impulso ao turismo

O vice-governador Carlos Brandão, que também participou da manhã de inaugurações em Morros, avalia que os novos investimentos vão dinamizar ainda mais o turismo em toda a região, além de estimular a geração de emprego e renda. 

“Hoje nós estamos aqui em Morros inaugurando várias obras, um complexo de obras que vai mudar a vida de Morros, inclusive o turismo. Essa região aqui tem o turismo muito forte. Estamos inaugurando o Parque das Águas, que será uma parada obrigatória para quem vai aos Lençóis Maranhenses, e a urbanização do Rio Una, rio que é uma grande preciosidade para o turismo nessa região. Também reformamos o Farol do Saber, reformamos a Companhia de Polícia, de modo que foram várias obras em Morros, para garantir, acima de tudo, dignidade das pessoas, emprego e renda e fazer da cidade ainda mais bonita. Um dia de muita alegria para os cidadãos de Morros”, pontuou Carlos Brandão. 

A engenheira ambiental Ingrid Vieira mora em Morros e destacou a importância do Parque das Águas e da Urbanização da Orla do Rio Una para o fortalecimento da economia local. 

“Essas obras vêm para expandir a nossa economia. Vêm para agregar no turismo, na conscientização ambiental e eu acho que vem trazer um crescimento muito importante para a sociedade morroense. É com muita alegria que Morros recebe todas essas obras. Eu espero que daqui para frente a realidade seja outra. O nosso sentimento é de gratidão”, comentou Ingrid.

Imagem destacada / vista aérea do Parque das Águas (Foto: Caio Marvão)

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Luta pela terra na Amazônia: livro recupera saga dos defensores da Reforma Agrária

Instituições, professores, familiares e amigos assinam artigos sobre os mártires da terra assassinados em diferentes momentos da história da região

Fonte: Site do MST

Raimundo Ferreira Lima, mais conhecido como “Gringo” foi executado por pistoleiros em maio de 1980, em São Geraldo do Araguaia, sudeste paraense. O militante somava apenas 43 anos. Além de sindicalista em Conceição do Araguaia, Lima era agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Gringo foi o primeiro dirigente sindical assassinado na região imortalizada como a mais violenta na luta pela terra no país. A principal suspeita pelo sequestro e execução do sindicalista, quando o mesmo retornava de evento em São Paulo, recai sobre o fazendeiro Neif Murad, relata uma das edições do boletim Grito da PA 150.

No dia 18 de julho de 1982, no final da convenção municipal do PMDB de Marabá, ao sair à rua, o advogado Gabriel Pimenta foi covardemente assassinado com três tiros de revólver, pelas costas, disparados a curta distância pelo pistoleiro José Crescêncio de Oliveira, contratado pelo chefe de pistolagem José Pereira Nóbrega, o Marinheiro, sócio de Manoel Cardoso Neto, o Nelito. Gabriel Pimenta tombou sem vida aos 27 anos de idade. Pimenta era natural da Zona da Mata do estado de Minas Gerais, na cidade de Juiz de Fora. Foi o terceiro entre os sete filhos homens de Geraldo Pimenta e D. Glória.

Já no dia 12 de fevereiro de 2005, no município de Anapu, irmã era Dorothy foi executada. O agricultor Amair Feijoli da Cunha, o “Tato”, intermediou a execução da missionária ao preço de 50 mil reais. Vitalmiro Bastos de Moura, o “Bida”, e Regivaldo Pereira Galvão, o “Taradão”, foram os fazendeiros que chegaram ao banco dos réus pela encomenda da morte da religiosa. Como em outras partes do Estado, as instituições que defendem a reforma agrária avaliam que os mesmos integram consórcio de fazendeiros que encomendam a execução de desafetos.

Estes são alguns dos casos elencados na obra que busca recuperar parte da saga da luta pela terra na Amazônia, com recorte no estado do Pará. O estado é considerado o mais violento do país, com destaque para a região sudeste. Os anos da década de 1980 foram os mais letais. Credita-se o fenômeno à criação da União Democrática Ruralista (UDR), o braço armado dos ruralistas.

O livro iluminará ainda chacinas, a exemplo dos casos da Fazenda Ubá e da Fazenda Princesa, ocorridas na década de 1980. Bem como o Massacre de Eldorado dos Carajás, que se deu em 1996, e a execução do casal de extrativistas, José Cláudio e Maria do Espírito Santo, registrada nos anos 2000.

Tem-se assim a manutenção da violência como elemento estruturante no processo de integração subordinada da região em diferentes momentos históricos. Bem como, a coerção pública (polícia) e privada (pistolagem), o manto da impunidade e a posição parcial do poder judiciário. E, ainda, a operação dos ruralistas arquitetada a partir de consórcios com vistas a eliminar os seus adversários.

O MST, a Federação dos Trabalhadores e das Trabalhadoras na Agricultura do Pará (Fetagri), a Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Sociedade Paraense de Defesa de Direitos Humanos (SDDH) integram o projeto, animado pelos professores Rogerio Almeida, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), e Elias Sacramento, da Universidade Federal do Pará (Ufpa). Além de professor, Elias é filho de Virgílio Sacramento, sindicalista morto na região de Moju, na década de 1980.

Ricardo Rezende, professor da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), ex agente da CPT nos anos 1980, na região de Conceição do Araguaia, assina artigo sobre a missionária Molinari, assassinada em Eldorado dos Carajás. O documento enfoca ainda a execução do também agente pastoral da CPT, padre Josimo, morto em Imperatriz, no Maranhão.

O procurador Felício Pontes e o padre Amaro narram a via crucis da irmã Dorothy. Enquanto o advogado da CPT de Marabá, Batista Afonso, em parceira com o também advogado Carlos Guedes enfocam o Massacre de Eldorado, enquanto o professor Airton Pereira, da Universidade do Estado do Pará (UEPA), em parceira com Rogerio Almeida abordam as chacinas Ubá e Princesa. Familiares de Expedito Ribeiro, João Canuto e Gringo empenham-se na recuperação sobre a trajetória dos lutadores da reforma agrária.

O projeto foi apresentado em live no dia 30 (quinta-feira) as 19h nas redes sociais do Brasil de Fato/RS. Para a efetivação da obra, as instituições realizam uma vaquinha. Saiba mais sobre o projeto no link: Luta Pela Terra Na Amazônia – Mortos na luta pela terra! Vivos na luta pela terra! (dzawi.com)

* Editado por Fernanda Alcântara

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Sergio Moro hoje…

O ex-super-poderoso-juiz-ministro está reduzido a um quadro com a moldura quebrada, o vidro rachado, coberto de poeira e teia de aranha em uma casa abandonada.

A foto amarelada já foi metade corrida pelos cupins.

É o máximo que ele pode ter de lembrança.