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Ostentação forrozeira na Athenas Brasileira e nada de Feira do Livro

Praça Maria Aragão e Expoema são palcos de shows milionários

O mês do aniversário de São Luís está marcado por uma disputa entre o Governo do Estado e a Prefeitura de São Luís pelos grandes eventos regados a forró, sertanejo, piseiro e estilos assemelhados.

Neste setembro de lindos pores do sol, a cidade foi invadida por shows ostentação pagos com dinheiro público a la vontê.

Tudo isso acontece na cidade que seria a Athenas Brasileira, uma referência ao padrão cult grego, adotada no século XIX, quando São Luís tinha meia dúzia de ilustres letrados e uma imensa população de analfabetos.

Fato é que os shows ostentação inundaram a cidade, da praça Maria Aragão (no Centro Histórico) aos arredores do bairro São Raimundo, onde é realizada a Expoema (Exposição Agropecuária do Maranhão).

Enquanto isso, não se tem notícia da Feira do Livro de São Luís (Felis), um evento que deveria ser especialmente celebrado em 2023, em virtude do bicentenário do intelectual cosmopolita Gonçalves Dias.

Não se trata de preconceito contra a grande nação forrozeira da cidade, mas deveria haver equilíbrio no uso do dinheiro público para a realização dos diferentes eventos culturais.

Por falar em dinheiro público, há um reclame geral sobre o atraso no pagamento dos fazedores de cultura que animaram recentemente os festejos de São João.

Se há tanto recurso para pagar sertanejos e forrozeiros “famosos”, cadê o dinheiro dos produtores culturais locais, tão importantes quanto os de fora?

Outra pergunta que não cala: Cadê o Circo da Cidade?

A resposta é simples: houve um desmonte geral das políticas públicas de Cultura no Maranhão e em São Luís, na capital com mais gravidade, por ser esta tal referência “cabeçuda” do planeta Terra.

Em vez de Políticas de Cultura (estadual e municipal) com planejamento participativo, orçamento e calendário, temos apenas os grandes eventos: Carnaval, São João, Aniversário da Cidade e mais recentemente o crescimento dos festejos evangélicos também financiados com dinheiro público.

Por fim, vale sublinhar: São Luís nunca foi Athenas Brasileira. E, se era Ilha Rebelde, perdeu o título (entenda aqui).

3 respostas em “Ostentação forrozeira na Athenas Brasileira e nada de Feira do Livro”

Vamos classes articas pra cima, acionar o poder público com uma ação jurídica e cultural em repúdio a toda essa sangria de dinheiro público…se arte emita a vida a vida tem que luta pela arte pra enchemos nossas canetas .

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