Com informações do Sindsep Amapá / Foto: Nielton Trindade
O encerramento da 10ª edição do Fórum Social Pan-Amazônico (Fospa) realizado no campus da Universidade Federal do Pará, em Belém, no dia 31 de julho, foi regado pelo forte simbolismo de combate a destruição da natureza entre as mais de dez mil pessoas que participaram dos três de dias de evento, vindas dos nove países que compõem a parte de cima da América Latina: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname.
Ao final do evento foi sistematizada a DECLARAÇÃO PAN-AMAZÔNICA DE BELÉM, um documento contendo o resultado dos debates, oficinas, palestras e rodas de conversa ao longo de três dias, às margens do rio Guamá.
Nos três primeiros tópicos, a declaração assinala:
- Abraçados em frente ao Rio Guamá, no grande encontro de toda a diversidade que habita a Pan Amazônia, nós, indígenas, negros, quilombolas, camponeses, ribeirinhos, urbanos, de todos os gênero e faixas etárias dos nove países da Bacia Amazônica: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana Francesa, reafirmamos a viagem que começamos há 20 anos, desde o Primeiro Encontro como Fórum Social Pan Amazônico, com a esperança de um “Outro mundo possível”. Não podíamos imaginar, na época, que hoje o mundo seria ainda pior.
- Hoje, a Amazônia está no seu pior momento, devastada por governos para os quais a natureza é uma mercadoria e os direitos dos povos não têm validade. Até hoje, nenhum governo tem garantido o pleno exercício dos direitos dos povos amazônicos na defesa da Mãe Natureza. Nesta situação, é necessário chamar os movimentos sociais, apelar para a criatividade, aprender com os erros e continuar a luta.
- O que percebemos ontem como ameaças são hoje realidades derivadas de um sistema de opressão múltipla: patriarcal, racista, capitalista e colonial, que localizou a grande Bacia Amazônica como sua mais recente fronteira de expansão, colocando em risco todas as formas
de vida e aqueles que as defendem.
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