Para quem era apontado como candidato bolsonarista na eleição de 2020, a gestão do prefeito Eduardo Braide ganhou destaque na eficácia da vacinação em São Luís, tornando a cidade campeã de imunização, no contraponto ao negacionismo.
Além do sucesso da vacina, o prefeito acaba de cancelar o Carnaval 2022, em mais uma medida acertada diante do crescimento das síndromes respiratórias face a um cenário de eventuais multidões nas festas carnavalescas.
As duas ações – vacinação e precaução quanto às aglomerações momescas – são acertadas.
Mas, se não tivesse cancelado o Carnaval 2022, Eduardo Braide teria um grande problema para contornar: onde fazer o desfile oficial organizado pela gestão municipal, através da Secretaria Municipal de Cultura?!
O desfile das escolas de samba, dos blocos tradicionais, organizados e alternativos, tribo de índio, casinha da roça etc constitui o principal evento de responsabilidade da Prefeitura de São Luís, tradicionalmente realizado na Passarela do Samba.
Como é sabido, a Passarela do Samba fica no Anel Viário, que passa por uma obra iniciada na gestão do ex-prefeito Edivaldo Holanda Junior e não concluída.
Muito dinheiro público já foi gasto na intervenção do Anel Viário. As barracas improvisadas e insalubres mudaram de lugar e a sensação de caos no local continua.
O cidadão ludovicense tem o direito de saber quanto dinheiro público foi gasto na obra inacabada e abandonada na gestão do prefeito Edivaldo Holanda Junior.
Os órgãos de controle precisam agir para cobrar as responsabilidades sobre o derrame do dinheiro público na obra estragada do Anel Viário.
A Câmara dos Vereadores de São Luís já está apurando as condições atípicas e as circunstâncias nebulosas da licitação para o Sistema de Transporte Coletivo de São Luís, outro feito nebuloso na gestão de Edivaldo Holanda Junior.
Cabe também uma investigação profunda e rigorosa sobre a obra do Anel Viário.
A gestão atual deveria fazer uma auditoria na obra e mostrar quanto o prefeito anterior gastou e, além disso, precisa dar satisfações sobre a continuidade do serviço, inclusive informando com ampla divulgação e transparência os novos valores gastos para concluir a intervenção.
Afinal, a obra do Anel Viário tem de acabar, com ou sem Carnaval.