Quem avalia a eleição para a mesa diretora da Câmara dos Deputados como derrota de Rodrigo Maia (DEM-RJ) está muito enganado.
Ele sempre sai ganhando. Nos seus dois mandados, protegeu o golpista Michel Temer, apoiou a pauta perversa do ministro Paulo Guedes contra o povo brasileiro e impediu a tramitação de todos os pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
A sua postura como presidente da Câmara, apoiando a agenda neoliberal, vai transformar milhares de brasileiros pobres em miseráveis e empurrar os já excluídos para o esgoto.
Rodrigo Maia foi e sempre será um executivo de luxo da burguesia nacional e capacho dos interesses do mercado.
Na cadeira de presidente, ele atuou como agenciador do capital rentista, facilitador da concentração de renda e da exclusão social, cúmplice da legislação venenosa do agronegócio, aliado das proposições armamentistas, companheiro dos ricos, compadre dos abastados e ajudante dos lobistas de maus propósitos.
Em suma, foi conivente e participante ativo de toda a pauta genocida que tramitou na Câmara dos Deputados desde o mandato golpista de Michel Temer.
Ao se despedir do cargo, após a apuração dos votos, forçou um choro falso típico da hipocrisia do parlamento onde foi criado, cheio de vícios e maus exemplos.
Rodrigo Maia não perde coisa alguma. Ele é um exemplar perfeito do fisiologismo, do clientelismo e do patrimonialismo que amaldiçoam o Brasil.
Será reeleito deputado e estará permanentemente na fila para virar senador, prefeito ou governador porque a vida inteira teve facilidades. Foi eleito na velha tradição do filhotismo na política, herdando do seu pai, Cesar Maia, ex-prefeito do Rio de Janeiro, todos os vícios do pragmatismo.
Depois de enxugar as lágrimas falsas ele vai se locupletar no banquete do bolsonarismo, o seu lugar de origem, na direita perversa, de onde nunca saiu e é tratado como filho ilustre.
Imagem destacada / Rodrigo Maia e Jair Bolsonaro: os bons companheiros. Foto: (Marcos Correa/PR)