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Caixas misteriosas apareceram na mesma praia onde encalhou o navio Baraka, no litoral do Maranhão

A praia de Saçoitá, no município de Cedral, a 193 Km de São Luís, ficou conhecida em março de 2017, quando o navio Baraka, de bandeira desconhecida, atracou sem tripulantes e virou um mistério para as autoridades da Marinha do Brasil e da Polícia Federal, que até hoje não descobriram a origem da embarcação.

Baraka ficou conhecido como “navio fantasma” na praia de Saçoitá.
Imagem capturada de celular / Ed Wilson Araújo

Sem tripulação nem vigilância, o navio ficou vulnerável. Logo após o encalhe, o Baraka virou atração “turística” e também foi saqueado pelos moradores das proximidades. Na mesma praia, no começo de 2019, começaram a encalhar as caixas misteriosas que apareceram em várias orlas de cidades do Nordeste, inclusive São Luís, capital do Maranhão.

As caixas podem ser observadas ao longo de toda a costa de Saçoitá, algumas totalmente expostas e outras semienterradas na areia, mas não despertaram tanta curiosidade quanto o Baraka.

As caixas estão “encalhadas” ao longo de toda a orla de Saçoitá.
Foto: Marizélia Ribeiro

Revelação

O mistério das caixas emborrachadas começou a ser desvendado pelos pesquisadores da Universidade Federal do Ceará, do Instituto de Ciências do Mar (Labomar). Eles revelaram que os objetos estavam alojados em um navio alemão denominado “SS Rio Grande”, afundado em 1944, durante a II Guerra Mundial.

Caixas enfileiradas ao longo da praia de Saçoitá. Foto: Marizélia Ribeiro

O alemão SS Rio Grande usava um nome brasileiro para não ser percebido com facilidade pelos inimigos, mas foi abatido pelos Estados Unidos, naufragou em 1944 e descoberto em 1996, a cerca de 1.000 quilômetros do litoral, pelo oceanógrafo inglês David Mearns.

Os pesquisadores ainda não conseguiram descobrir a finalidade das caixas.

Mistérios de Saçoitá

Saçoitá é uma praia semideserta com uma extensão de aproximadamente sete quilômetros e pode ser acessada com a orientação de guias no povoado Pericaua, próximo à sede do município de Cedral. Apenas proprietários de ranchos de pescadores artesanais frequentam Saçoitá e os barracões de madeira e palha passam a maior parte do tempo desocupados.

Pescadores utilizam os “ranchos” como ponto de apoio em Saçoitá.
Foto: Marizélia Ribeiro

Ao longo da orla, onde já encalharam o Baraka e as caixas do navio SS Rio Grande, podem ser observados diversos objetos de variadas origens, provavelmente arrastados pelas correntes marítimas.

Os ranchos na praia de Saçoitá são mais utilizados nos dias de pescaria.
Foto: Marizélia Ribeiro

Embora seja uma praia sem fluxo de moradores e turistas, acumula bastante lixo trazido pelo mar como sobras de eletrodomésticos, colchões, metais, plástico e um sem número de pequenos artefatos ao longo de toda a orla.

Veja abaixo outra reportagem sobre o navio Baraka.

Baraka, meses após aparecer em Saçoitá, era atração turística.

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