A beleza das embarcações tradicionais do Maranhão é revelada em uma exposição virtual – denominada “Barcos Maranhenses” – inédita pensada e promovida pelo artista visual maranhense Jailson Belfort, em seu Instagram @jailsonbelfort.
Os trabalhos apresentam paisagens icônicas de fotógrafos profissionais e amadores reverenciando a cultura marítima e fluvial do Maranhão. Belfort nos coloca em contato com olhares diversos que capturaram barcos centenários em ação tornando evidente o modo de vida de populações criadoras de uma carpintaria naval singular e majestosa.
Esta mostra convida o público a conhecer a conjunção entre trabalho na pesca, engajamento com a natureza e as invenções do gênio humano dos construtores de barco das comunidades. Lugar que mistura arte, artesanato, trabalho, sobrevivência, beleza e paisagens em capturas fotográficas privilegiadas.
A escolha por expor nas redes sociais se justifica por conta da necessidade de distanciamento social, ao mesmo tempo em que utiliza dos veículos virtuais para revelar a beleza do conjunto desses retratos da vida no Maranhão.
Artista ludovicense radicado em Brasília volta à ilha para divulgar o projeto “Caneta Criativa”, baseado em pinturas a mão livre utilizando esferográficas bic e múltiplas cores. Autor bebe nas fontes do ilustrador Daniel Azulay e do pop art holandês Maurits Cornelis Escher
Jailson Belfort é um artista natural de São Luís do
Maranhão. Começou a desenhar na infância, tendo como referência o apresentador
de TV e ilustrador Daniel Azulay. É formado em Design pela Universidade Federal
do Maranhão – UFMA (1998). Trabalhou com Publicidade e Propaganda em agências
desde 1991 onde foi designer gráfico, ilustrador e diretor de arte.
O artista tem experiência na área de criação, projeto gráfico e diagramação de revistas e jornais, bem como criação de peças publicitárias, logos e identidade visual. Essa trajetória o permitiu ter contato com o universo dinâmico da visualidade publicitária e, sua sensibilidade perceptiva das imagens do cotidiano foi tomando forma de arte ao longo dos 28 anos de carreira. Uma de suas maiores referências em técnica e criatividade é o artista gráfico holandês Maurits Cornelis Escher.
Após vários anos trabalhando com artes no
computador, o artista voltou a desenhar à mão livre, onde desafiou-se a criar
seus desenhos utilizando canetas esferográficas que, ao lado de ideias
estéticas interessantes e inusitadas, produziram um conjunto de telas e
desenhos criativos e bem elaborados. Essa experiência despertou seu lado lúdico
e imaginativo, deixando-o confiante de que poderia se atrever a criar novas
texturas e explorar ao máximo os recursos das canetas. As artes começaram
simples. Animais, comidas, algo divertido. Mas cada desenho tinha uma mensagem,
um toque de humor e trazia algo inusitado.
Com o convite para fazer uma exposição no Supremo
Tribunal Federal (STF) em 2018, veio a ideia de fazer desenhos em tamanhos
maiores (90 cm de comprimento), criando novas técnicas que o desafiasse. No
começo, usava apenas a tradicional tinta azul-marinho, mas descobriu as novas
cores e as colocou em seus trabalhos. E o resultado ficou incrível. Por usar
apenas tinta permanente, Belfort ousa e não tem medo de se expressar e se
divertir caprichosamente com texturas, sombras e perspectivas.
Ao desenhar com caneta, se “corre riscos”, pois os
traços não podem ser apagados, corrigidos ou desfeitos. Um encontro de
liberdade criativa e técnica apurada. E para aumentar ainda mais o desafio,
todos os desenhos foram feitos sem régua ou corretivo.
No desenvolvimento do Projeto “Caneta Criativa”
centrou-se em um evento de caráter artístico, cultural e educativo. A exposição
“Caneta Criativa” foi realizada no espaço cultural do Supremo Tribunal Federal,
em Brasília-DF, onde os desenhos ficaram expostos à visitação pública no
período de 10 de julho a 17 de agosto de 2018, gerando boa repercussão em
sites, redes sociais, além de publicação em jornais, rádios e telejornais locais,
inclusive em um programa de TV em rede nacional. O feedback positivo do público
e da mídia só o motivou a entregar-se às produções artísticas e aos projetos
educativos ligados a essa nova perspectiva de atuação.
Foram diversas ilustrações feitas apenas com canetas
esferográficas de várias cores e em tamanhos diferentes, direcionadas ao
público de todas as idades. Cada obra retrata detalhes da cultura de cidades
brasileiras, bem como alguns de seus monumentos, inclusive em um cartão-postal
desenhado. Em especial, destacam-se obras sobre a cidade de São Luís (MA) e
Brasília (DF), onde mora atualmente. Houve, também, na exposição, uma
série de desenhos lúdicos, com personagens e cenas inusitadas do cotidiano, que
leva à percepção de que até mesmo objetos bem simples podem ganhar outra forma
de serem vistos nos levando há uma experiência reflexiva.
Após esta experiência, o artista continuou a produzir novas séries de obras, retratando agora outras capitais, outras paisagens, como a série “Brasília em Linhas” que retratam os monumentos da Capital Federal e “Grande São Luís em Linhas” com painéis sobre a região metropolitana de São Luís, com obras de Alcântara, azulejos e casarões. O que o artista Jailson Belfort nos apresenta é uma forma única de ilustrar paisagens, referências, símbolos e ideias. O desenho à mão livre com canetas é sofisticado e impressiona pela técnica. As ilustrações e criações artísticas nos conectam com imagens familiares de uma forma esteticamente apurada. Nota-se uma influência de M. C. Escher, da pop art e, algumas vezes, uma pitada da linguagem visual dos quadrinhos. Seu desenho expressa ao mesmo tempo a pós-modernidade visual aliada a simplicidade do material utilizado. Uma verdadeira simbiose entre o simples e o sofisticado.
Texto fornecido por Jailson Belfort, com edição do Blog do Ed Wilson
Imagem destacada: “São Luís” (formato: 80x50cm) / canetas bic sobre papel supremo / Autor: Jailson Belfort