O delegado da Polícia Civil do Maranhão, Jefferson Portela, vai assumir um cargo estratégico no Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandado por Flávio Dino (PSB).
Portela foi secretário de Segurança nas gestões de Dino no Governo do Maranhão (2015-2018 e 2019-2022). Nesse período eles tiveram dois atritos e meia separação – em 2022 o homem forte da Segurança rompeu com o Palácio dos Leões e marchou com Weverton Rocha (PDT) para governador, mas apoiou Dino para o Senado.
Dino e Portela reatam no momento em que se mostram mais visíveis os sinais de rompimento entre o ministro e o governador Carlos Brandão.
Fontes de dentro e fora do Palácio dos Leões avaliam que o conflito virá à tona, breve. A ida de Portela para Brasília faz parte desse contexto.
Velhos companheiros
Contemporâneos do movimento estudantil na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), nos anos 1980, Dino e Portela são egressos do curso de Direito.
O primeiro começou a carreira como advogado de sindicatos; o segundo, delegado da Polícia Civil.
Quando Flavio Dino elegeu-se governador (2014), Jeferson Portela foi secretário de Segurança. Na época, ambos estavam no PCdoB.
Eles chegaram a ter um atrito em 2018, quando, na reeleição de Dino, Portela tentou ser candidato a deputado federal, mas teve de recuar para não prejudicar a eleição do aliado número um do governador – Marcio Jerry.
Portela ficou um pote até aqui de mágoas.
O tempo passou, o delegado continuou secretário de Segurança, mas rompeu com o Palácio dos Leões em 2022, quando decidiu apoiar o então candidato a governador Weverton Rocha (PDT), adversário de Carlos Brandão, o vice de Flavio Dino e vencedor da eleição.
Portela trocou o PCdoB pelo PDT e concorreu a deputado federal na chapa de Rocha, mas teve apenas 11.152 votos. Ele não apoiou Brandão ao governo, mas manteve fidelidade a Dino, então candidato ao Senado.