A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), na madrugada de hoje, negando o habeas corpus para Lula, coloca o petista na iminência da prisão e correndo o risco de ficar fora do processo eleitoral na condição de candidato.
Se até esta madrugada o PT acreditava que era possível o STF construir um entendimento para livrar Lula, agora o partido cai na real e precisa redirecionar a estratégia.
Os recursos que restam junto aos tribunais serão apenas protelatórios. Os analistas políticos mais pé no chão, sem as paixões exageradas, dão como certa a prisão de Lula.
Ele será recolhido em espetáculo televisivo hollywoodiano, com requintes de humilhação, dando aos manifestoches novas motivações para ir à rua com sangue nos olhos.
Resta ao PT e ao conjunto das forças democráticas a ofensiva na rua, mobilizando o povo para manter acesa a chama da democracia, com ou sem Lula na eleição.
Não se trata mais da defesa de uma candidatura, mas de garantir o que sobrou da democracia.
As forças democráticas e progressistas precisam de unidade mínima para garantir as eleições de 2018, diante das ameaças de intervenção militar.
Se antes o bordão era “eleição sem Lula é golpe”, agora tem de ser “queremos eleições” como bandeira mínima na regra do jogo democrático.
Com Lula fora do jogo, o PT precisa encontrar uma saída com um nome próprio ou fazer aliança no campo progressista.
Chegou a hora de a base petista retomar a rua como principal lugar da guerra. Nos tribunais, a batalha está perdida.
Foto: Ricardo Stuckert