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A vaga e o vagabundo

Eloy Melonio é contista, cronista, letrista e poeta.

Obstruindo a entrada de veículos no estacionamento preferencial na frente da loja Cantinho Doce, na Cohama, um carro com o pisca-alerta ligado parecia abandonado. Em seu interior, o condutor, esparramado no banco, ouvia música no seu fone de ouvido enquanto esperava seu acompanhante.

Outro veículo chegou, e — impedido de entrar — o motorista buzinou, buzinou. Sem resposta, e já irritado, apertou a mão na buzina umas três vezes seguidas. Finalmente, o carro se moveu, deixando a entrada livre. O barrigudinho recém-chegado estacionou sua SUV Hyundai, desceu e se dirigiu à escadaria da loja, deixando o carro na vaga de gestante.

Tentei entender aquela situação: essa loja não vende fraldas nem produtos para bebês! E que, ao voltar, o gordinho podia se defrontar com um carro-patrulha da SMTT (já vi essa cena antes).

Uma ideia escabrosa me veio à mente. Mesmo se tivesse de enfrentar a lei, seria possível que o nosso anti-herói fosse liberado e saísse fria e tranquilamente, cheio de razão. É que hoje existem “narrativas” para justificar tanta coisa que “duvidar não é preciso” (nem permitido). E, amanhã, talvez ele esteja em outro lugar com a mesma arrogância. E, quem sabe, sua próxima vítima não seja um cadeirante ou um idoso?

Tão repugnante foi a reação de um motorista que, dias antes dessa cena, fez a mesma coisa numa área do João Paulo (bairro desta cidade). Ao voltar e ver que fora multado, tentou negociar com o agente de trânsito, ainda no local. Não atendido, deu um tiro na cabeça do defensor da lei, que teve morte imediata.

Eita Brasilzão arretado! Estás longe do Brasil Brasileiro cantado nos versos de “Aquarela do Brasil” (1982), de João Gilberto.

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Artistas repudiam a gestão da área cultural no Maranhão

Um vídeo e um manifesto divulgado nas redes sociais aponta uma série de críticas à postura das secretarias de Cultura estadual e municipal de São Luís.

Os artistas, produtores e fazedores de cultura denunciam a desvalorização e a falta de respeito da Secult e da Secma na aplicação do orçamento da área cultural e o privilégio de artistas de fora do Maranhão nos grandes eventos.

O texto alerta também sobre a vigilância que a categoria vai fazer na aplicação da Lei Paulo Gustavo.

Aqui o link para o vídeo e abaixo o manifesto completo:

Hoje, a gestão da Cultura no Maranhão está em mãos insensíveis, que não dialogam com movimentos, coletivos e conselhos representativos de quem realmente faz a Arte e a Cultura maranhense acontecer e existir.

Desvalorizam e desrespeitam os artistas locais, pagando-os valores muito abaixo do valor de mercado nacional e ainda com atraso. Denunciamos aqui o descaso principalmente da Secretaria de Estado da Cultura (SECMA), da Secretaria de Cultura de São Luís (SECULT) e das prefeituras que gastam um orçamento que nunca têm para a cultura local para promover shows “alienígenas”.

Não adianta ter o “Maior” Carnaval ou São João do “Mundo” (segundo a propaganda do próprio governo) se quem faz a Cultura Maranhense de fato fica esquecido nos demais períodos do calendário anual. E, ainda, com editais no formato “credenciamento”, a maior parte dos grupos cadastrados do Estado ficam de fora da programação, devido “aos interesses desta SECMA” – texto dos próprios editais, carregados de copia-e-cola com erros e vícios dos anteriores.

A política cultural deve ser estável, regular, permanente, justa e igualitária para toda a cadeia produtiva, de artistas locais a produtores independentes, de técnicos de sonorização e iluminação a luthiers, de bilheteiros a publicitários; deve ser ouvida e recebida nas secretarias em forma de audiência pública, ao invés dos mesmos artistas e grupos privilegiados de sempre, entre quatro paredes.

Também queremos transparência e participação na redação e publicação dos editais, no uso dos Fundos de Cultura e na atualização dos valores dos cachês, há muito defasados.

A Lei Paulo Gustavo vem aí, depois de pressão popular para que o Estado aderisse (foi o último do país a fazê-lo), e toda a classe cultural está atenta, pois as escutas devem considerar as propostas daqueles que realmente fazem a Arte e Cultura do Maranhão acontecer.

Imagem destacada / Cantor sertaenejo Luan Santana, uma das atrações luxuosas contratadas para os festejos juninos de São Luís / Foto: reprodução / redes sociais

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Previsão do PIB aumenta e da inflação diminui

Dado é do Relatório Focus do Banco Central, que registra estimativa de 2,19% para o PIB este ano, após oitava semana seguida de elevação. Já as projeções para a inflação caíram de 5,06% para 4,98%, na sétima semana consecutiva de redução

Site do PT – As projeções de analistas do mercado para a inflação mantêm a tendência de queda, enquanto para o PIB continuam em alta, conforme dados do Relatório Focus do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (3). A estimativa do IPCA para este ano caiu pela sétima semana seguida, de 5,06% para 4,98%. Já a do PIB subiu de 2,18% para 2,19%, na oitava semana de melhora.

A previsão da inflação para 2024 também voltou a cair, indo de 3,98% para 3,92%, no quinto recuo consecutivo, conforme o Focus. A projeção para o IPCA de 2025 caiu de 3,80% para 3,60%, e de 3,72% para 3,50% em 2026.

O levantamento semanal consultou mais de 100 instituições financeiras sobre as projeções para a economia. Diante das sucessivas quedas da inflação, os analistas também reduziram as estimativas para a taxa básica de juros (Selic), na contramão do BC, presidido pelo bolsonarista Roberto Campos Neto, que insiste em manter o índice extorsivo de 13,75% ao ano, o maior do mundo. Segundo o Focus, as projeções indicam queda para 12% até o fim de 2023.

Leia mais no Site do PT

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18º Congresso da Abraji reúne 1.500 profissionais e estudantes de jornalismo

Fonte: Site da Abraji /Foto de capa: Marco Pinto/Abraji

18º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji reuniu, de 29 junho a 2 de julho, em São Paulo, cerca de 1.500 profissionais de imprensa e estudantes de jornalismo de todo o país. Foram três dias de intensos debates, palestras, cursos e oficinas, seguidos da 5ª edição do Domingo de Dados. Entre convidados brasileiros e internacionais, foram cerca de 320 painelistas, que trataram de temas desde segurança pública, corrupção e meio ambiente até capacitismo, cerceamento de liberdade de imprensa e cobertura esportiva. 

Com os 16 painelistas que vieram do exterior, mais de 150 organizações do Brasil e do mundo, incluindo veículos, organizações da sociedade civil, instituições acadêmicas, entre outros, estiveram representadas entre os palestrantes e moderadores desta edição.

Este ano, o Congresso foi híbrido, com metade de sua programação com transmissão ao vivo. Todas essas transmissões estão armazenadas na plataforma do evento para que tanto os inscritos on-line como os participantes da versão presencial – incluindo palestrantes -, que ocorreu no campus da ESPM, possam acessar o conteúdo. Até agora, 289 pessoas se inscreveram para a modalidade on-line do Congresso, e, como o conteúdo digital ficará disponível até o dia 2.ago.2023, as inscrições para o on-line continuam abertas.

Estes são os números parciais do Congresso, mas a Abraji prossegue com detalhamento da participação e pesquisa sobre satisfação do público, com resultados a serem divulgados nas próximas semanas.

A cobertura oficial do Congresso foi feita pela Redação Laboratório do Projeto Repórter do Futuro, da Oboré. Neste link, você terá acesso às reportagens sobre grande parte das mesas de debates e treinamentos, além da matéria sobre o grande homenageado desta edição, o jornalista Caco Barcellos. Vale destacar que, na cerimônia de homenagem, foi apresentado, em primeira mão, um documentário sobre o criador do Profissão Repórter, da TV Globo. O documentário ainda não foi lançado oficialmente e não está, ainda, disponível on-line.

Para acessar o conteúdo on-line, o participante com pagamento confirmado precisa estar logado na plataforma do Congresso. As atividades disponíveis apresentam o ícone de transmissão digital.

Os certificados de participação serão emitidos após o dia 2 de agosto, quando se encerra a modalidade on-line.

Patrocínio

O 18º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo é uma realização da Abraji e do curso de Jornalismo da ESPM.

O evento é patrocinado por Google, Meta, Luminate, Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil, Grupo Globo, TikTok, Agence Française de Développement (AFD), Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SBIBAE), Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, McDonald’s, Alma Preta, Cenarium, Folha de S.Paulo, Knight Center for Journalism in Americas, Lupa, Meio, Open Climate Reporting Initiative/Centre for Investigative Journalism (OCRI/CIJ), Poder 360, Redes Cordiais, SBT News e Trust Project.

Apoiam institucionalmente Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação de Jornalismo Digital (Ajor), Associação de Jornalistas de Educação (Jeduca), Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner), Associação Nacional de Jornais (ANJ), Dart Center for Journalism and Trauma (Projeto da Escola de Jornalismo da Universidade Colúmbia), Fórum de Direito de Acesso a Informações Públicas, Instituto Palavra Aberta, Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor), Media Talks, Oboré, Portal Imprensa, Reuters Institute for the Study of Journalism (Universidade de Oxford), Textual Comunicação, Transparência Internacional – Brasil e UNESCO. O apoio de mídia é da CBN, GloboNews, Grupo RBS e revista piauí.

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Rádio será enredo no Carnaval 2024 pela Águia de Ouro, de São Paulo

A diretoria da escola de samba Águia de Ouro, campeã do Grupo Especial em 2020, levará para a avenida no próximo ano o enredo “Águia de Ouro nas ondas do rádio”. A diretoria da agremiação comunicou o enredo durante uma festa realizada na quadra da escola, sábado (1), diante da comunidade, profissionais de comunicação e convidados.

A escola azul e branca entra no Sambódromo do Anhembi, na capital paulista, dia 10 de fevereiro de 2024, destacando o papel do rádio no Brasil e sua relevância no cenário da comunicação.

Desenvolvido pelo carnavalesco Victor Santos, o desfile vai retratar fatos e momentos marcantes que aconteceram no país e foram comunicados à população através das ondas do rádio.

A direção artística é de Márcio Gonçalves e Cláudio Cavalcante.

O desfile terá homenagem a grandes nomes que marcaram época no veículo, com destaque para “Eli Corrêa”, comunicador conhecido como o “O homem sorriso do rádio”, que contabiliza 52 anos de carreira no segmento e apresenta seu programa atualmente na rádio Capital.

Com informações do site tudoradio.com

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Editorial da Agência Tambor: A tragédia no jornalismo e o jornalismo trágico

Quando um acidente, crime, assassinato ou suicídio devem ocupar espaço num veículo de comunicação? Uma tragédia deve ser necessariamente notícia?

O jornalismo deve utilizar uma desgraça apenas para ter audiência? Faz sentido a existência de um jornalismo policial?

Em uma sociedade voltada para o consumo, uma parte significativa da mídia transforma uma notícia em mera mercadoria. Cria-se, também neste caso, uma degeneração ética e moral.

A questão é bem antiga. Muitos veículos e muitas pessoas que neles trabalham associam notícia a busca por audiência. E essa mesma audiência está associada a um ganho financeiro, ao lucro.

Sobre jornalismo, é nossa obrigação afirmar que notícia deve estar ligada a interesse público, a direitos sociais, direitos humanos, ao conhecimento, a cultura, a busca por justiça.

Um bom jornalismo tem, necessariamente, uma função educativa.

Notícia não é espetáculo, informação não é um pedaço de carne exposta num açougue.

Existem tragédias que são de interesse privado. Outras são de interesse público.

Muitas violências precisam ser noticiadas. Outras não devem ser. Infelizmente, em muitos casos, parte da mídia faz uma inversão vergonhosa.

Não devemos silenciar diante do que deve ser informado, debatido, criticado. Nem devemos gritar diante do que deve ser silenciado. O luto também é um direito.

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4º Festival da Comunicação Sindical e Popular vai ocupar praça no Rio de Janeiro

Fonte: Brasil de Fato

Depois de três anos de hiato, o Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) realizará, na segunda-feira (24), no Rio de Janeiro, o 4º Festival da Comunicação Sindical e Popular. Ao longo de um dia inteiro, sindicatos, movimentos sociais, coletivos de comunicação e fotografia e jornais alternativos expõem, em praça pública, a sua produção de comunicação sindical e popular. Além da exposição, a programação prevê também aulas públicas, debates e apresentações culturais.

Leia mais: Desafios da Comunicação Sindical foram tema de debate em seminário que celebra 20 anos do BdF

Em 2023, completam-se 8 anos da morte de Vito Giannotti, metalúrgico e histórico lutador pela comunicação dos trabalhadores, falecido nesta data no ano de 2015. Junto com Claudia Santiago, sua companheira de vida e de luta, Vito fundou, na década de 1990, o NPC. Em 2017, dois anos após sua morte, por iniciativa do mandato do ex-vereador Renato Cinco, essa data passou a ser o Dia da Comunicação Popular na cidade do Rio de Janeiro.

Em 2017, 2018 e 2019, o festival aconteceu na Cinelândia, no Rio de Janeiro. No ano passado, 2022, o palco da celebração foi o Parque Madureira, entre os bairros de Madureira e Guadalupe, na Zona Norte do Rio. E quem comandou o dia foi a turma Curso de Comunicação Popular do NPC, que produziu um panfleto, passou a manhã conversando com visitantes do parque e contando a história da data.

“O 4º Festival da Comunicação Sindical e Popular será um dia para viver essa parte da cidade de forma livre e democrática e para celebrar os veículos de comunicação sindicais e populares”, diz nota de divulgação do evento.

O festival faz parte do calendário estadual do Rio de Janeiro, é um evento aberto e gratuito, realizado a partir de uma campanha de financiamento coletivo. Nos próximos dias será divulgado o link da campanha, mas, enquanto isso, quem quiser pode colaborar através de depósito na conta do NPC e avisar através do email: npiratininga@piratininga.org.br pelo pix: CNPJ: 02.510.093/0001-20.

Confira a programação:

10h:  Abertura do Festival

10h30: Aula pública sobre História das Lutas dos Trabalhadores no Brasil

14h: Roda de conversa sobre comunicação no Rio de Janeiro

16h: Roda de conversa sobre Redes sociais e combate às mentiras na Internet18h: Roda de conversa sobre periferias e democracia

Edição: Mariana Pitasse

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Bar “O Pioneiro” deve indenizar casal homoafetivo

Imagem destacada / Dono do bar O Pioneiro foi conduzido pela PM após discriminar casal homoafetivo

Um casal homoafetivo estava no Bar “O Pioneiro”, na Avenida Litorânea, em São Luís, no dia 24 de fevereiro de 2023, por volta das 13h15, quando foi abordado por uma garçonete que deu um recado: “O dono do estabelecimento pediu que eu falasse que ele está incomodado com a presença de vocês aqui”.

O fato aconteceu depois da troca de um beijo, além de outras demonstrações de carinho entre eles. Depois disso, teriam sido expulsos do bar. O casal de rapazes denunciou o fato em rede social e o proprietário do bar foi levado à delegacia, depois de dizer palavras consideradas ofensivas em relação à homossexualidade dos clientes.

Nesta quarta-feira, 28 de junho – considerado o “Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+” –, a juíza Lívia Maria Costa Aguiar, titular do 10º Juizado Especial Cível e das Relações de Consumo de São Luís, emitiu uma sentença, em que aceitou parte dos pedidos do casal reclamante feitos em “Ação de Obrigação de Fazer com Pedido de Danos Morais” e negou o custeio de tratamento com profissionais de terapia, diante da falta de recomendação médica.

Discriminação é proibida

A juíza determinou ao bar a obrigação de afixar, no prazo de dez dias, em local visível ao público, no lado externo ou em uma de suas entradas, um cartaz dizendo “É expressamente proibida a prática de discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero”, nos moldes da Lei 11.827/2022.

O bar deverá publicar, em dez dias, uma nota de retratação, nas redes sociais (instagram e facebook), durante trinta dias, sob pena de multa diária no valor R$ 500,00. E compensar cada reclamante com o valor de R$ 11 mil, totalizando R$ 22 mil, valor atualizado pelo INPC e acrescido de juros mensais de 1% ao mês.

Os homens ressaltaram, na Justiça, que os fatos ocorridos naquele dia os deixaram abalados emocionalmente, vez que, enquanto recebiam a manifestação de apoio de várias pessoas também foram alvo de palavras de ódio em relação ao fato, de outras.

Já o dono do bar apresentou contestação em audiência e alegou, dentre outros argumentos, que eles não teriam sido expulsos do local, mas sim “convidados” a parar com as carícias homoafetivas no local, onde havia vários outros clientes, incluindo famílias com filhos e que essa conduta não seria um valor recomendado para um local de grande frequência do público.

No entendimento do dono do bar, não estaria caracterizada a expulsão, nem haveria ofensa à dignidade da pessoa humana, mas “meros aborrecimentos do cotidiano”, razão pela qual o processo não deveria ser aceito.

Direito do consumidor

No julgamento do caso, a juíza considerou que a questão envolve direito constitucional civil e consumerista, pois os autores da ação estavam na condição de consumidores.  Assim, o comportamento do sócio-proprietário e da garçonete é vinculado à identidade jurídica do estabelecimento, e que houve falha na forma de prestação de serviço aos dois clientes.

Além de reconhecer a falha na forma da prestação de serviço a juíza entendeu ter havido violação à Lei Estadual nº. 11.827/2022 – que obriga a fixação de placas informativas, proibindo a discriminação em razão de orientação sexual ou identidade de gênero.

“A falha na forma da prestação de serviço restou cristalinamente demonstrada pelas provas acostadas a inicial não combatidas, pela produzida em audiência (prova judicial) e pela ausência de provas com a peça de resistência”, assinalou a juíza.

Conforme os autos do processo, foi dada a oportunidade ao dono do bar de apresentar fatos e/ou provas contra o direito dos demandantes, como a apresentação de imagens de videomonitoramento.  Mas ele apenas contestação em audiência, desacompanhada de provas, e não conseguiu provar a inexistência da relação do fato com a afronta ao direito do casal.

Famílias diversas na Constituição Federal

A juíza argumentou que a Constituição Federal, quando trata da entidade familiar, “é uma norma em branco”; ou seja, considera a existência de vários tipos de famílias, no plural, e não somente a heterossexual (homem-mulher).

A sentença afirma ser proibida a discriminação de qualquer natureza, por força da Lei Maior (Constituição Federal) em diversos artigos, como o 1º, o 3º e o 5º,  e não tolera qualquer forma de preconceito, ato humilhante ou vexatório. “Esta proibição alcança todos os estabelecimentos comerciais”, ressalta a decisão judicial.

“É preciso não deixar cair ao limbo do esquecimento que não é tolerável a segregação em qualquer ambiente, especialmente, dentro de estabelecimento comercial com cidadãos igualmente diferentes”, explica a juíza no ato.

A sentença registra que embora o Estado-juiz não consiga impedir as diversas formas de preconceito, precisa atuar de forma enérgica para dificultar sua propagação, evitar violações maiores diretas à dignidade humana, agressões físicas e verbais, como as registradas em vídeo juntado ao processo.

Diversidade acolhida

“É primordial esclarecer que os comportamentos identificados nos autos vão de encontro com o desenvolvimento social pelo acolhimento da diversidade, diametralmente oposto, ao serviço com qualidade e segurança que se espera dos fornecedores”, declarou a juíza.

A sentença conclui que não foram apresentados pelo dono do bar elementos que permitissem a modificação ou exclusão da compensação financeira do casal. “Não há regramento explícito no estabelecimento, a exemplo, de como homossexuais e heterossexuais devem agir, que garantisse aos consumidores a escolha de ficar ali, momento em que haveria a escolha do consumidor aceitar as normas do estabelecimento, contudo, essa informação não existia”, explicou a juíza, com base no Código de Defesa do Consumidor.

“Neste processo, não houve vencedores, apenas, aprendizes nessa vida repleta de evoluções”, concluiu a juíza Lívia Aguiar na sentença.

Fonte: Corregedoria Geral da Justiça

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Legado da pós-graduação chega nas regiões mais carentes

A médio e longo prazos, o investimento em pós-graduação está proporcionando a migração de professores altamente qualificados para os estados da região Norte do Brasil.

Como isso ocorreu?

Entre 2003 e 2013, o investimento em pós-graduação gerou oportunidades para qualificar docentes dentro e fora do Brasil.

A excessiva concentração de docentes originários do eixo Rio de Janeiro/São Paulo/Brasília ou sediados nesse território provocou a migração de educadores para outras regiões com defasagem de mestres e doutores.

Ao concluírem mestrado e doutorado, esses professores começaram a fazer concursos para os lugares mais longínquos, onde as universidades federais receberam novos cursos e investimentos.

Estados como Amazonas, Rondônia, Roraima, Acre e Amapá, por exemplo, têm hoje quadros de professores de alto nível nas universidades federais.

É o investimento em educação superior chegando na Amazônia.

Precisa muito mais.

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Governo Lula anuncia medidas em defesa da comunidade LGBTQIA+

O anúncio das ações ocorreu em cerimônia realizada no Palácio do Planalto em alusão ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, celebrado em 28 de junho

Site do PT – O 28 de junho é dia de orgulho e reflexões. A data marca mundialmente o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, momento em que é celebrada a pluralidade de olhares, corpos e formas de amar. 

Apesar de ser conhecido por sua diversidade, o Brasil ainda é palco de muita discriminação e violência contra pessoas LGBTs. Por isso, vê-las ocupando cada vez mais os espaços de poder é uma conquista recheada de simbolismo, que transmite uma mensagem extremamente importante à sociedade. 

Pensando nisso, foi realizada na terça-feira (27), no Palácio do Planalto, cerimônia inédita em celebração ao Dia do Orgulho. Na ocasião, foram anunciadas um conjunto de medidas em prol da comunidade LGBTQIA+ brasileira, a ser implementado por diferentes órgãos do governo (veja lista abaixo).

Vítimas de violência

A LGBTfobia é crime no Brasil desde 2019, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou a prática ao crime de racismo. A legislaçnao, contudo, não é suficiente para interromper o ciclo de violência.

Segundo os dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), uma das mais importantes organizações de defesa dos direitos LGBTQIA+ no Brasil, em 2022, 256 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros sofreram morte violenta no país, o que significa uma vítima a cada 34 horas. Desse total, 242 foram homicídios.

Além disso, o Brasil continua sendo o país onde acontecem mais assassinatos de transexuais no mundo. No ano passado, nos Estados Unidos, com 100 milhões de habitantes a mais, foram assassinadas 32 pessoas transexuais, enquanto no Brasil o número chegou a 114, uma a cada três dias. O número evidencia a urgência de políticas públicas voltadas à proteção dessa população e à educação da sociedade por mais respeito às diferenças.

Assim como mulheres e homens cisgênero, pessoas trans e não binárias têm direito de estar nos espaços de poder e decisão, propondo leis e desenvolvendo ações em busca de direitos e garantias assegurados a todo cidadão brasileiro. Contudo, a intolerância e o preconceito ainda são barreiras que impedem grande parte da comunidade de ocupar esses espaços, que ainda carregam a heteronormatividade em suas práticas.

Parcela significativa da sociedade

De acordo com pesquisa da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade de São Paulo (USP), publicada na revista científica Nature Scientific Reports, o percentual de brasileiros adultos que se declaram assexuais, lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros é de 12%, ou cerca de 19 milhões de pessoas, levando-se em conta os dados populacionais do IBGE.

Para a Secretária Nacional LGBT do PT, Janaína Oliveira, o mês do Orgulho LGBTQIA+ é marcado por comemorações e lutas: “É preciso que a inclusão e a diversidade estejam presentes em políticas. Por isso, é fundamental que todas, todos e todes se somem a essa luta, para que possamos, de fato, romper com todas as formas de preconceitos.”

Para Anne Moura, secretária nacional de mulheres do PT, celebrar o 28 de junho é fundamental e possui um forte caráter político: “A data do Orgulho é muito importante para o movimento  LGBTQIA+ porque traz visibilidade. E ver como o governo federal, em conjunto, tem se dedicado para criar ações que protejam e deem qualidade às vidas dessas pessoas é importantíssimo. Mostra para a sociedade o compromisso do projeto político do PT com o bem-estar de todas, todos e todes.”

Confira abaixo as entregas do governo federal em alusão ao Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ 

1 – Serpro: Agora 3T – Tecnologia para pessoas Trans e Travestis. Lançamento do primeiro edital de investimento social destinado às comunidades trans e travestis, com o objetivo de garantir a inclusão digital e tecnológica, viabilizando melhores oportunidades em diversos campos sociais. Trata-se de iniciativa do Serviço Federal de Processamento de Dados que visa selecionar o projeto de inclusão sociodigital que, no âmbito educacional, ou desenvolvimento de tecnologia digital, promova impacto social positivo na vida de pessoas trans e travestis.

2 – Correios: Selo Institucional “Orgulho LGBTQIA+”. Trata-se de selo dos Correios que trará, nas cores do orgulho LGBTQIA+, uma releitura da bandeira que celebra seu movimento contínuo ao longo do tempo. No entrelaçar da paleta que representa a diversidade, a arte traz os ciclos da luta por direitos e a conexão entre as identidades que formam a comunidade. A iniciativa foi uma sugestão da deputada federal Erika Hilton (PSol-SP).

3 – Secom, MDHC e aplicativos: Dez Compromissos para Proteção de Direitos das Pessoas LGBTQIA+ em Aplicativos de Mobilidade. Assinatura de Termo de Compromisso com as principais plataformas virtuais de transporte. Os compromissos indicam a adoção de medidas para garantia da segurança das pessoas LGBTQIA+ que utilizam as plataformas, bem como a realização de campanhas de sensibilização e educação midiática, a criação de campos que permitam nomear manifestações de discriminação, protocolos de suporte às pessoas que sejam vítimas de LGBTQIA+fobia, a coloração com as autoridades para investigação desses casos, entre outras medidas que visam tornar esses ambientes mais seguros e acolhedores às pessoas LGBTQIA+.

4 – Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+: Publicação da Portaria da Agenda Nacional de Enfrentamento à Lesbofobia e ao Lesbo-Ódio. A iniciativa tem o objetivo de construir, com os movimentos sociais de lésbicas e sapatão, articulados e mobilizados pelo Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, uma agenda do governo federal que acolhe e discute as prioridades de lésbicas e sapatão em políticas públicas nas áreas de saúde, educação, justiça e segurança pública, assistência social e cultura.

5 – Ministério das Mulheres: Cartilha de Enfrentamento a violência contra mulheres LBTs. A cartilha tem como objetivo orientar as mulheres lésbicas, bissexuais, transexuais e travestis sobre o que fazer em caso de violência. Pensando no enfrentamento à violência contra mulheres e principalmente contra mulheres LBTs, a secretária de Enfrentamento à Violência, Denise Dau, do Ministério das Mulheres, e a secretária nacional das Pessoas LGBTQIA+, Symmy Larrat, do Ministério de Direitos Humanos e da Cidadania, produziram a cartilha digital, divulgada durante a Parada LGBT de São Paulo. A publicação ganhou agora uma versão impressa e será distribuída em eventos do Ministério das Mulheres entre julho e agosto.

6 – MDHC: Lançamento de Edital. Proposto pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o edital é voltado para financiar projetos de promoção e defesa dos direitos das pessoas LGBTQIA+ elaborados por organizações da sociedade civil.

7 – MDHC: Levantamento de boas práticas no mercado de trabalho. Realização, nos próximos dias, de chamamento de participação social para levantamento das boas práticas em empregabilidade de pessoas LGBTQIA+.

8 – O Ministério da Cultura anunciou as seguintes medidas:

– Prêmio da Diversidade Cultural, promovido pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural, com o objetivo de promover o reconhecimento de expressões e manifestações culturais da população LGBTQIA+, e ações que contribuíram para o combate à LGBTfobia e para o aumento da visibilidade do segmento.

– Retomada, com reformulação e atualização do Comitê Técnico de Cultura LGBTQIA+: A retomada visa reforçar a importância da integração das ações promovidas no âmbito do MinC, para promoção e fomento de políticas públicas de cultura voltadas à população LGBTQIA+.

– Política Nacional de Cultura Viva – trata-se de política que integra diversos segmentos que compõem a diversidade cultural, promovendo, inclusive, ações desenvolvidas com enfoque direto à comunidade LGBTQIA+, seus agentes e fazedores de cultura. Esse instrumento reconhece a importância e fortalece a visibilidade das pessoas LGBTIQIA+, contribuindo para a diversidade cultural brasileira. Atualmente, dos 4355 Pontos de Cultura certificados, 530 possuem como público beneficiário pessoas LGBTQIA+. 

– Dentre as ações desenvolvidas no âmbito da Política Nacional de Cultura Viva, haverá ampliação do Cadastro Nacional de Pontos e Pontões de Cultura. O cadastro possibilita a inclusão de grupos/coletivos e pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, que desenvolvam ações culturais, ao acesso às políticas públicas culturais de fomento.

Da Redação Elas por Elascom informações dos Ministérios dos Direitos Humanos e Cidadania e Mulheres, do G1, GGB e Planalto