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Bita do Barão: “A fé que eu tenho é tão bonita…”

Faleceu hoje o líder religioso Bita do Barão.

O Blog do Ed Wilson republica uma entrevista realizada em 2010, em Codó, no interior da loja de produtos religiosos, um dos lugares onde o mais famoso umbandista do Maranhão recebia as pessoas para consultas e tratamento, além de jornalistas e curiosos interessados em conhecer a figura ilustre.

Veja abaixo a entrevista.

O mais famoso umbandista maranhense, Bita do Barão, ultima os preparativos para a tradicional “Festa e Obrigação aos Santos e Orixás da Casa”, evento marcante no período de 14 a 21 de agosto, na cidade de Codó.

Bem humorado e com ar jovial, Bita do Barão falou ao blogue sobre o início da carreira, destaca a fé, a credibilidade dos seus feitos e antecipa alguns lances da festa. Em 2010 ele tem um convidado de honra: um argentino chamado Diego.

P – O que motivou o senhor a iniciar os trabalhos espirituais?

Bita – Eu iniciei ainda muito criança. Com cinco anos de idade eu comecei a trabalhar, fiz as primeiras filhas de santo, quando eu não conhecia nada sobre umbanda e não sabia o que era terecô. Não sabia nada. Apareceu isso em mim, no meio da minha casa, e meu pessoal era todo católico, filhos de Maria. Foi meio difícil eles aceitarem eu seguir esses trabalhos espíritas. Adoeci, fiquei um menino diferente dos outros. Tinha dia que estava bem, tinha dia que estava mal, dias com dor de cabeça. Foi preciso minha mãe, contra a vontade do meu pai, me levar a um pai de santo e eu comecei. O pai de santo doutrinou minha mãe, falou muitas palavras bonitas, disse que eu tinha muita força e ia mostrar muita coisa para o nosso Brasil. Na realidade eu estou muito conhecido. Eu iniciei aos cinco anos, mas só fui ver direitinho com 18 anos.
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P – Qual o motivo do sucesso atribuído ao senhor?

Bita – É porque eu recebo as entidades e foram elas que fizeram eu crescer dessa maneira, com trabalhos positivos, coisas que eu dizia e que espantavam o povo, espantavam a minha mãe, adivinhava uma porção de coisas. Então foram esses tipos de trabalho que fizeram eu ter credibilidade na minha nação de santo.

P – Quais são as principais entidades que o senhor recebe?

Bita – Recebo o guia mestre Barão de Guaré, que eu não sei falar da vida dele como é. Tem outros como Légua Bogi Buá, Tóia Verequete e alguns encantados de Codó.

P – Como estão os preparativos para a festa de 2010?

Bita – Estão ótimos. Tudo muito difícil. Com você sabe – a crise que estamos atravessando – mas está tudo preparado. O mais trabalhoso é preparar a comida, não é nem comprar os alimentos, mas está tudo direitinho e pronto. As filhas de santo estão todas arrumadinhas. São 500 mulheres.

P – Tem algo especial no preparo da comida?

Bita – Tem. Antes. Com a mercadoria toda tem um trabalho, que é segredo. E não me lembro (sorri).

P – Qual o tema da festa de 2010?

Bita – Vamos homenagear o Oxalá Supremo. É tudo branco. Cada ano nós homenageamos um santo e esse ano é Oxalá (Jesus Cristo). Vai ser uma festa muito bonita, se Deus quiser, com muita paz. Que dê certo, meu Deus!

P – Quantas pessoas estão sendo esperadas para a festa?

BitaUmas 200, de outros estados e outros países (Argentina e Holanda). Tem um convidado de honra, o argentino Diego. Já falei hoje com ele e está se preparando para vir.

P – É o Maradona?

Bita – Não.


P – Comenta-se que o senhor recebe muitos políticos, autoridades e pessoas influentes. Por quê procuram seus trabalhos?

Bita – Porque eu sou meio forte espiritualmente (sorri), graças a Deus. Não posso falar os nomes dos políticos, porque seria fora da ética. Eu trabalho e dá positivo. Se não tivesse uma coisa certa, com êxito, eu não chegava onde estou. Tem muita gente que tem fé. Tem gente que levanta de manhã e liga para o Bita do Barão para saber o que vai comer. Isso é fé. É muita fé. Eu trabalho também com muito respeito, à umbanda, ao candomblé, qualquer nação de santo eu respeito muito bem.

P – O senhor faz previsões eleitorais? Quem vai ganhar a eleição de 2010 para o governo do Maranhão?

Bita – Eu não faço não.

P – Como é a sua relação com Deus?

Bita – Sou filho de Deus. Todo dia eu levanto quatro horas da manhã para rezar um terço para os santos, para Jesus. A fé que eu tenho é tão bonita. Eu tenho tanta fé… Eu sou filho de São Francisco de Assis. Eu não me levanto sem rezar para São Francisco. Já fui na Itália, em Assis, três vezes para ver os restos mortais do santo. Isso é fé. Eu tenho muita fé em Deus. Sinceramente, pelo que eu vejo na minha casa, a felicidade e a alegria que eu tenho com a minha filha e com meu povo é muito importante. Só pode ser mesmo as dádivas de Deus, o dedo Dele. Outra coisa não pode fazer isso que faz comigo.

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Prefeitura ordena a retirada de bancas de revista e lanche na área nobre de São Luís

Os proprietários de bancas de revista localizadas nas proximidades da UNDB estão apreensivos diante de duas notificações para a retirada dos equipamentos instalados sobre os canteiros.

A notificação é de responsabilidade Blitz Urbana, vinculada à Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (Semurh). Uma das bancas, localizada na avenida Miércio Jorge (Avenida do Vale), no Renascença II, pertence a Leonete de Jesus Mendes, conhecida no local como “Dona Santinha”. Ela informou que mantém o pequeno empreendimento há cerca de 20 anos no mesmo local.

Marlucia, Conceição e Leonete sobrevivem das bancas e questionam a decisão

As proprietárias das duas bancas vizinhas de Dona Santinha também já foram notificadas (veja vídeo acima). O primeiro aviso de retirada tem registro de 18 de março, com prazo de 20 dias para a remoção. A segunda notificação é datada em 12 de abril.

Elas estão apreensivas com os prazos e temem ser surpreendidas.

Notificação da Blitz Urbana manda retirar as bancas

O Blog do Ed Wilson tentou contato com a Blitz Urbana / Semurh em dois fones: (98) 3214-5107 e 0800 280 0234. O primeiro dispara mensagem de voz informando que o número não existe e o 0800 chama sem atender.

Vamos seguir tentando contato para ouvir o posicionamento oficial da Semurh sobre a retirada das bancas. Aguarde novas informações.

Imagem destacada: Dona Santinha lamenta a portaria e faz apelo à Prefeitura de São Luís para permanecer no local

Fotos e vídeo: Ed Wilson Araújo.

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Nota da Abraji: inquérito do STF contra fake news vitima liberdade de imprensa

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) publicou nota sobre a censura determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para silenciar reportagens relacionadas ao presidente do STF, Dias Toffoli, e a empreiteira Odebrecht. Leia na íntegra e veja no neste site

O inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar a disseminação de “fake news” contra os ministros do próprio tribunal atingiu hoje seu primeiro alvo: a liberdade de imprensa. 

O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou, nesta segunda-feira (15.abr.2019), que o site O Antagonista e a revista Crusoé retirem do ar conteúdo relacionado à reportagem “O amigo do amigo de meu pai” (capa da mais recente edição da Crusoé), que trata de supostas relações entre o presidente do Supremo, Antonio Dias Toffoli, e a empreiteira Odebrecht. Na mesma decisão, Moraes determinou que a Polícia Federal intime “os responsáveis” pelo site e pela Revista “para que prestem depoimentos no prazo de 72 horas”. Caso os veículos não retirem os conteúdos do ar, receberão multa diária de R$ 100 mil.

A decisão faz parte do Inquérito 4781, que foi aberto por Toffoli em 14.mar.2019, tramita em sigilo no STF e é relatado por Moraes. Segundo o relator, o inquérito trata da “existência de notícias fraudulentas (fake news), denunciações caluniosas, ameaças e infrações revestidas de animus caluniandi, diffamandi ou injuriandi, que atingem a honorabilidade e a segurança do Supremo Tribunal Federal, de seus membros e familiares, extrapolando a liberdade de expressão”.

A reportagem da Crusoé apontou a existência de um documento no qual o empreiteiro Marcelo Odebrecht, em resposta a questionamentos da Polícia Federal no âmbito das investigações da Operação Lava Jato, revela que o codinome “o amigo do amigo de meu pai” se refere a Toffoli. O codinome havia sido usado em emails trocados entre Marcelo Odebrecht e executivos da empreiteira.

Após a publicação da reportagem, Toffoli solicitou a Moraes “a devida apuração das mentiras recém divulgadas por pessoas e sites ignóbeis que querem atingir as instituições brasileiras”. 

Moraes, ao determinar que a reportagem fosse retirada do ar, considerou que “há claro abuso no conteúdo da matéria veiculada”  –  sem explicar em que consiste tal abuso.

O ministro afirmou ainda que se trata de “típico exemplo de fake news”  – sem esclarecer como o tribunal conceitua “fake news”, já que não há consenso sobre o tema nem entre especialistas em desinformação.

O único elemento que Moraes cita para qualificar a reportagem como falsa é uma nota na qual a Procuradoria Geral da República afirma não ter recebido informação sobre os esclarecimentos de Marcelo Odebrecht. A Crusoé, em seu texto, diz que “cópia do material”  foi remetida para a PGR. Embora esse seja um aspecto secundário da reportagem, Moraes afirma que “obviamente o esclarecimento feito pela Procuradoria Geral da República torna falsas as afirmações veiculadas na matéria”. O documento citado pela Crusoé não apenas existe como está disponível na internet. A íntegra foi também publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo. 

É grave acusar quem faz jornalismo com base em fontes oficiais e documentos de difundir “fake news”, independentemente de o conteúdo estar correto ou não. Mais grave ainda é se utilizar deste conceito vago, que algumas autoridades usam para desqualificar tudo o que as desagrada, para determinar supressão de conteúdo jornalístico da internet. O precedente que se abre com essa medida é uma ameaça grave à liberdade de expressão, princípio constitucional que o STF afirma defender. 

Também causa alarme o fato de o STF adotar essa medida restritiva à liberdade de imprensa justamente em um caso que se refere ao presidente do tribunal. 

A Abraji apela ao Supremo Tribunal Federal para que reconsidere a decisão do ministro Alexandre de Moraes e restabeleça aos veículos atingidos o direito de publicar as informações que consideram de interesse público.

Diretoria da Abraji, 15 de abril de 2019.

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70 anos do Clube de Engenharia do Maranhão

O Clube de Engenharia do Maranhão (CEM) está colocando em prática, neste ano em que comemora 70 anos, uma programação com palestras, cursos e programas de responsabilidade social. As atividades começaram no dia do aniversário do CEM, 18 de março, e prosseguem até o dia 7 de dezembro.

Neste mês e em março já foi lançado o Plano de Atividades 2019. O Eng. Civil Mário Calheiros, especialista em Estrutura de Concreto e Fundação, ministrou a palestra “Concreto protendido, conceitos iniciais” e o Eng. Civil João Celso Martins Marques, mestre na área de Estruturas, ministrou a palestra “Sistemas estruturais aplicados à construção de pontes”.

Na atual gestão, que tem como presidente o engenheiro civil Emanuel Miguez, o Clube de Engenharia realiza atividades em defesa dos direitos dos engenheiros e promove ações na area de educação continuada, com a oferta de treinamentos e atualizações para estudantes e profissionais de engenharia.

Neste ano de celebração do aniversário de 70 anos da entidade, essas atividades terão continuidade e serão reforçadas. Também será colocado em prática projetos de responsabilidade social.

A primeira atividade na area de responsabilidade social será o Projeto de Engenharia Pública que tem como objetivo oferecer suporte técnico gratuito para as pessoas que tenham baixo poder aquisitivo e queiram construir suas residências. Pode participar quem mora em áreas populares e tenha terreno próprio.

O CEM vai oferecer aos beneficiados os projetos de arquitetura e de engenharia, os orçamentos de materiais e de mão de obra e a supervisão na execução das obras. Os projetos são para construções de até 40m².

Imagem / divulgação: Presidente do CEM, Emanuel Miguez; e os engenheiros Mário Calheiros e Luís Hadade

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Discurso do deputado Edilázio Junior transpira ódio dos pobres e baixadeiros

O deputado federal Edilázio Junior (PSD) reuniu um grupo de moradores do metro quadrado mais caro de São Luís – a Península – para fazer um pronunciamento bastante sintonizado com o pensamento escravocrata contemporâneo.

Segundo o parlamentar, a construção de um cais na praia da Ponta d’Areia vai “contaminar” o bairro mais luxuoso da cidade com uma leva de mototaxistas, carrinhos, pobres, vendedores ambulantes e baixadeiros.

A construção do cais foi anunciada pelo Governo do Estado com o objetivo de facilitar o deslocamento entre a capital São Luís e uma das regiões mais populosas e importantes do Maranhão – a Baixada.

Se a obra for concluída será importante também para acessar um enorme potencial turístico localizado na Floresta dos Guarás, no litoral ocidental do estado.

O que faz o deputado diante de um novo investimento em infra-estrutura?

Ofende e insulta as pessoas como um discurso estúpido, típico de um legítimo representante do bolsonarismo nesta era da estupidez.

Na origem das espécies é que se detecta o pensamento vivo do parlamentar. Ele é um dos sobreviventes do núcleo familiar que depredou o Maranhão.

Dele não se podia esperar outro comportamento e visão de mundo, a não ser o deplorável pronunciamento carregado de ódio, racismo e segregação. Basta assistir aos vídeos.

Ele só quer os pobres por perto na condição de serviçais, como a babá de São Bento, que deve ficar “condenada” a tomar o ferry-boat na Ponta da Espera e uma van no Cujupe para se deslocar de São Luís para a Baixada.

Não é a primeira vez que a Península é colocada no centro do debate sobre a ocupação territorial de São Luís.

Já se chegou a ventilar que esta parte da cidade seja fechada como espécie de área privada, quase uma tentativa de isolar os seus moradores finos do resto da cidade.

A Península é o metro quadrado mais caro do Maranhão, onde moram pessoas honradas que compraram imóveis com o suor do rosto e entre a vizinhança uma certa elite de prefeitos e operadores de outros negócios poderosos.

Os prédios luxuosos têm valores estratosféricos se comparados ao mercado imobiliário nacional. É muito comum, neste lugar tão caro, ver esgoto transbordando e carros pipa abastecendo os prédios com água potável.

Esta contradição daria um longo debate sobre o Plano Diretor e o loteamento de São Luís para lobistas fortes.

Por enquanto, vamos ficar por aqui, sabendo que o discurso de Edilázio Junior serve para duas coisas: 1) o governo não deve recuar da construção do cais; 2) o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense tem o dever de emitir uma nota de repúdio ao discurso do parlamentar.

Imagem: divulgação

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Prefeitura inicia campanha de vacinação contra a gripe em Slz

Meta é imunizar cerca de 255 mil pessoas até o dia 31 de maio; gestão do prefeito Edivaldo promoverá dois dias “D”, além de colocar à disposição do público-alvo postos de saúde e equipes de vacinação nos shoppings da capital

A Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), iniciou nesta quarta-feira (10), a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza na capital maranhense. A meta é imunizar 254.958 pessoas contra a gripe. Em toda a cidade vão funcionar 63 postos de vacinação, em unidades de saúde, de segunda a sexta-feira. A ação é parte dos esforços do prefeito Edivaldo Holanda Junior voltados à saúde preventiva da população.

A campanha será realizada até 31 de maio, tendo como marcos dois dias “D”, um municipal, em 13 de abril e outro nacional, em 4 de maio. O secretário municipal de Saúde, Lula Fylho, diz que durante toda a campanha a população será sensibilizada para vacinar. “O prefeito Edivaldo determinou que sejam feitas ações extras para assegurar o cumprimento da meta; por isso, na rotina de trabalho das unidades as equipes profissionais vão fazer a abordagem dos usuários, mostrando que a melhor forma de prevenir a gripe e as complicações decorrentes dela é a vacinação”, explicou.

A gestão do prefeito Edivaldo fará do Dia D Municipal uma grande mobilização. A intenção é imunizar o maior número possível de pessoas que integram o público-alvo da campanha formados por gestantes, puérperas, crianças de um a menores de seis anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias), trabalhadores de saúde, povos indígenas, idosos, professores de escolas públicas e privadas, pessoas com comorbidades e outras condições clínicas especiais, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas, além de funcionários do sistema prisional e pessoas privadas de liberdade.

Além destas estratégias, a Semus vai disponibilizar pontos de vacinação em locais públicos. Nos dias 26 e 27 de abril, e em maio (nos dias 3 e 4, 10 e 11, 17 e 18, 24 e 25), a vacina estará disponível nos shoppings Rio Anil (na avenida São Luís Rei de França, Turu), da Ilha (na avenida Daniel de La Touche, Cohama) e São Luís (na avenida Carlos Cunha, Jacarati). O horário de atendimento será das 14h às 19h. A Semus orienta a população a apresentar o cartão de vacina, para identificar se o cronograma obrigatório do Programa Nacional de Imunização está sendo cumprido.

A vacinação contra a Influenza é a medida mais efetiva para a prevenção, e a melhor estratégia para diminuir as complicações, internações e a mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus da gripe. A vacina contra a doença tem eficácia de seis a 12 meses e protege contra os tipos A e B do vírus.

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Subaru intocado: carro usado para transportar material arqueológico pirateado das comunidades quilombolas está “guardado” em Bacuri

O misterioso veículo importado da marca “subaru”, cor branca (foto acima), foi localizado na garagem de uma casa, na sede do município de Bacuri, a 233 Km de São Luís.

Uma fonte do blog identificou o carro, que estava desaparecido desde o dia 7 de fevereiro de 2019, quando a Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão em uma casa no povoado Portugal, onde estavam guardadas dezenas de peças de valor histórico e arqueológico saqueadas de duas comunidades quilombolas (São Félix e Mutaca).

PM auxiliou no cumprimento do mandado na casa do povoado Portugal
Populares ajudaram a carregar os objetos recuperados que haviam sido…

O saque nos quilombos, com características e pirataria e contrabando, era comandado pelo casal franco-brasileiro Magnólia de Oliveira e François-Xavier Pelletier, integrantes da ong Home Nature.

O subaru era frequentemente visto nas estradas da zona rural de Bacuri, percorrendo as comunidades quilombolas e transportando parte do material retirado dos sítios arqueológicos.

A dupla saqueava os antigos engenhos dos quilombos e retirava objetos remanescentes do período colonial, até que a reportagem do Blog do Ed Wilson revelou a nova versão da “pirataria francesa” no Maranhão.

…. retirados do subsolo mediante escavações irregulares nas áreas quilombolas…
… e selecionados para finalidades semelhantes a contrabando

O subaru branco já era um carro muito conhecido até mesmo na zona urbana, mas sumiu do mapa após as denúncias de saque nos quilombos.

François-Xavier Pelletier e Magnólia de Oliveira fugiram de Bacuri e o carro ficou escondido em uma casa no Centro da cidade, até ser descoberto recentemente.

Parte dos objetos está sob guarda na Secretaria de Assistência Social de Bacuri

Após o cumprimento do mandado de busca e apreensão na casa do povoado Portugal, os achados arqueológicos foram transportados e depositados em dois lugares: na Delegacia da Polícia Civil de Bacuri e na Secretaria Municipal de Assistência Social.

A Polícia Civil segue investigando o caso (veja aqui)

Saiba mais sobre a pirataria francesa em terras quilombolas do Maranhão aqui e veja nesta matéria o cumprimento do mandado de busca e apreensão pela Polícia Civil.

Fotos: divulgação

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São Luís que queremos

São Luís que queremos é o tema do debate entre os jornalistas Ed Wilson Araújo, Flávia Regina e Emilio Azevedo, que ocorrerá segunda-feira (08/04), a partir das 11h, no Radiojornal Tambor.

A partir deste primeiro programa, a cidade e a Ilha de São Luis, seus problemas e soluções serão assuntos semanais, num quadro dentro do radiojornal Tambor, sempre com um convidado diferente.

Confira o Radiojornal Tambor às 11h no site: agenciatambor.net.br
Acesse https://www.mixcloud.com/ag-tambor/ para encontrar programas gravados.
#dedodeprosa 
#jornaltambor
#cidadedesaoluis
#planodiretor

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Livro: Manuela D’Ávila lança “Revolução Laura” em São Luís

“Revolução Laura” aborda a experiência de Manuela enquanto mulher e mãe na política. Evento acontece na Casa do Maranhão.

Considerada uma das maiores lideranças feministas do país na atualidade, a ex-candidata a vice-presidente da República em 2018, Manuela D’Ávila, estará em São Luís na próxima terça-feira (09) para o lançamento de seu livro “Revolução Laura: reflexões sobre maternidade e resistência”, lançado pela editora gaúcha Belas Letras.

O evento será realizado a partir das 18h, na Casa do Maranhão, com venda de exemplares, sessão de autógrafos e um bate-papo que contará com a presença do governador Flávio Dino. As inscrições para participação estão sendo feitas gratuitamente através da plataforma Sympla, no endereço: https://www.sympla.com.br/lancamento-do-livro-revolucao-laura—sao-luis-ma__492655

O livro, que teve a primeira edição esgotada em apenas 15 dias, retrata o desafio de uma mulher que aceitou o desafio de concorrer à presidência do Brasil e chegou ao segundo turno como candidata a vice-presidente sem abrir mão da maternidade. E mostra como ser mãe não somente revolucionou a vida de Manuela, mas intensificou a luta para que privilégios não existam mais.

“Quando a gente mudar a nossa cultura vai achar estranho pais que nunca estão com seus filhos. Alguém está. Esse alguém é a mãe. Isso tem relação com mulheres não ocuparem espaço público. É fácil, fácil pra um homem. Quando desfila com o filho, vira mito.”, diz a autora.

Já lançada em diversas capitais brasileiras, a obra se apresenta como um recorrido mental de impressões que parecem bilhetes, crônicas ou anotações simples. Foi escrito aos pedaços, durante uma longa trajetória em que Manuela percorreu 19 estados amamentando Laura em campanha presidencial e foi construindo uma nova forma de ocupação do espaço político.

A publicação é também uma jornada de aprendizado e acolhimento sobre privilégios; sobre as lutas para que privilégios não existam mais. É sobre direitos. É sobre feminismo e liberdade. É sobre afeto, carreira e amor, porque não tem sentido ser pela metade. É sobre estar e não estar; presença e ausência. Sobre acolher, sonhar um outro mundo e ser o outro mundo sonhado. Profundamente, é sobre uma revolução chamada Laura. Uma revolução de amor, de amor próprio, de potência.

SOBRE O LIVRO

Revolução Laura: reflexões sobre maternidade e resistência.

Editora Belas Artes, 2019. 192p.

Preço de capa: R$ 44,90.

SERVIÇO

O que?: Lançamento do Livro “REVOLUÇÃO LAURA: reflexões sobre maternidade e resistência”.

Onde? Casa do Maranhão, Rua do Trapiche, Praia Grande.

Quando?: Dia 09 de abril, a partir das 18h

Contato/Pauta: Samir Aranha. (98) 9.9135-2308 – aranha.sam@gmail.com

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São Pedro dos Crentes (parte 3): futebol é tabu na Assembleia de Deus

Ed Wilson Araújo

O blog publica a terceira reportagem sobre São Pedro dos Crentes, cidade encravada no sul do Maranhão, com aproximadamente 5 mil habitantes, fundada por fiéis da Assembleia de Deus nos idos de 1940. Nessa matéria abordo as relações entre os evangélicos e as práticas desportivas.

Você pode ver os textos anteriores aqui e aqui

As poucas opções de entretenimento na pequena São Pedro dos Crentes criam ambiente propício para a frequência às igrejas como principal fonte de sociabilidade entre os moradores.

Práticas desportivas, por exemplo, são assuntos delicados de tratar com os jovens. Nem precisa instigar muito para saber que entre o bônus e o ônus de ser assembleiano algo é frustrante – jogar futebol. Em síntese, os rapazes sentem-se meio intimidados porque a doutrina tem algumas restrições à arte da bola.

Repudiar o futebol não é consenso na Assembleia de Deus, mas na provinciana São Pedro dos Crentes este esporte é tratado como tabu. Alguns líderes religiosos proíbem a prática do esporte mais popular do Brasil; outros, interpõem restrições bíblicas aos fiéis. Nesta forma de ver o mundo, o futebol abriria caminho para os descaminhos como o consumo de álcool e outras práticas consideradas profanas.

O pastor Manoel Lima (vídeo abaixo), principal liderança religiosa de São Pedro dos Crentes e presidente da Comadesma (Convenção dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Maranhão), argumenta que o berço do futebol é o paganismo. “Baseado nas origens do futebol, que nasce como uma festa comemorativa a um deus pagão, por conta disso, o paganismo, que é uma grande idolatria e se torna um pecado diante das informações bíblicas, a Assembleia de Deus informa os crentes para se afastarem disso por conta que o pecado ofende a santidade Deus”, sintetizou Lima.

Pastor Manoel Lima: futebol é coisa de paganismo

O deus (do futebol) Pagão

No futebol, de fato, havia um deus para as torcidas do Santos e do São Paulo, clubes onde o centroavante goleador Paulo César de Araújo, o “Pagão”, fez sucesso com jogadas fantásticas nos anos 1950 e 60.

Pagão, o “bailarino clássico” do Santos, é inspiração para Chico Buarque
Pagão deixa o legado da camisa 9 e assinatura na súmula para o peladeiro Chico Buarque

Pagão era tão reverenciado que virou ídolo do cantor Chico Buarque, a ponto de o menestrel só jogar no Politheama com a camisa 9, em homenagem ao craque santista. Para o radialista Walter Dias o estilo de Pagão era de um “bailarino clássico”, tão habilidoso a ponto de ser comparado ao rei Pelé. Apenas no Santos Pagão jogou 345 partidas e marcou 157 gols. Buarque também presta homenagem ao seu ídolo assinando na súmula das peladas do Politheama o nome do jogador elegante que encantou multidões.

Segundo o professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), pós-doutor em História pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pastor da Igreja Evangélica Congregacional, Lyndon de Araújo Santos, não existe qualquer fundamentação na História e nem nos textos bíblicos sobre a relação direta entre futebol e paganismo.

“O futebol moderno tem origem na Inglaterra, no contexto operário pós-segunda revolução industrial, nos fins do século XIX. Trata-se de uma prática esportiva secularizada, não necessariamente “pagã”. Se há alguma referência indireta entre futebol e religião, estaria na prática de um jogo de pelota entre os maias e astecas na América Colombiana, que seria um misto de futebol com basquete, um jogo ritual com uma bola que representava o conflito cósmico, em que os perdedores eram sacrificados. O conceito de paganismo é difuso e equivocadamente posto como sinônimo à idolatria”, explicou o pastor Lyndon Santos.

Pastor Lyndon Santos: o futebol tem origem no contexto operário da Inglaterra

As restrições da Assembleia de Deus ao futebol podem ter origem no puritanismo, conceito fundamental para a ascese protestante. Segundo Max Weber, na obra A ética protestante e o ‘espírito’ do capitalismo , ascese é o controle rigoroso e disciplinado sobre o corpo diante das tentações e prazeres do mundo. Essa austeridade implicava no corpo disciplinado para o foco principal do capitalismo – o trabalho diário e metódico como um dever religioso e a forma ideal de cumprir a vontade de Deus. Essa concepção puritana de vocação profissional, baseada na conduta ascética, é uma espécie de estilo padrão de vida capitalista.

Desde Lutero – argumentou o pastor Lyndon Santos – “a profissão foi interpretada como vocação divina, qualquer profissão, no intuito de desconstruir a exclusividade do clero como vocacionado por Deus. Todos, então, são sacerdotes, o sacerdócio universal dos santos. Calvino retoma esta ideia ao dizer que essa nova concepção de trabalho serviu para o desenvolvimento do espírito do capitalismo que, historicamente, emancipou-se da ética e da religião, como um sistema secularizado”.

Nessa perspectiva, o corpo está voltado para o trabalho tanto secular como o religioso. O crente assembleiano é aquele que realiza o “trabalho” ou a “obra de Deus”. Assim, o puritanismo via na prática dos jogos esportivos e nos prazeres da diversão algo meio nocivo à conduta de vida ordeira. Weber (p. 151-152) detalha o contexto da concepção puritana e a sua repulsa ao esporte: “Na verdade, aliás, a aversão do puritanismo ao esporte não era uma questão simplesmente de princípio […]. Apenas devia servir a um fim racional: à necessária restauração da potência física. Já como simples meio de descontrair e descarregar impulsos indisciplinados, aí se tornava suspeito e, evidentemente, na medida em que fosse praticado por puro deleite ou despertasse fissura agonística, instintos brutais ou o prazer irracional de apostar, é evidente que o esporte se tornara pura e simplesmente condenável. O gozo instintivo da vida que em igual medida afasta do trabalho profissional e da devoção era […] o inimigo da ascese racional, quer se apresentasse na forma de esporte “grã-fino” ou, da parte do homem comum, como frequência a salões de baile e tabernas.”

Pichações no muro do estacionamento do principal hotel de São Pedro dos Crentes associam Deus e dinheiro. Foto: Ed Wilson Araújo

De acordo com o pastor Lyndon Santos, o puritanismo foi uma corrente protestante oriunda do movimento calvinista (sécs. XVI-XVIII) que zelava pela pureza ética, moral e comportamental do fiel, como evidência da eleição e da salvação. Puritano é aquele(a) que, mesmo estando inserido no mundo rejeitava este mundo naquilo que ele tem de prazer, volúpia, tentação, luxúria etc. “Max Weber desenvolveu a ideia de um ascetismo intramundano como um elemento que fazia parte do calvinismo puritano. Esse ascetismo intramundano contrastava com o ascetismo católico medieval que era extramundano (a exemplo dos mosteiros). Neste ascetismo estava o trabalho como meio de demonstração da obediência e de santidade”, detalhou Santos.

Calvino – esclareceu Santos – retoma esta mesma ideia quanto a uma nova concepção de trabalho. Esta serviria para o desenvolvimento do espírito do capitalismo que, historicamente, emancipou-se da ética e da religião, como um sistema secularizado.

Ao pé da letra o puritanismo era levado em conta logo nos primórdios da fundação de São Pedro dos Crentes. Nos anos 1970, por exemplo, assistir televisão era um ato de pecado. Hoje os hábitos mudaram. As Assembleias de Deus no Brasil, na década de 1990, começaram a flexibilizar os usos e costumes, como assistir televisão, uso de roupas fora dos padrões conservadores, corte de cabelo, prática esportiva e maquiagem e adereços para as mulheres. Embora sejam preponderantes os traços do conservadorismo, a cidade campeã de votos para Jair Bolsonaro na eleição presidencial está repleta de inimigos do puritanismo – os bares e botecos.

Bar tem bebedeira e jogatina no acesso à rua do comércio e de serviços em São Pedro dos Crentes. Foto: Ed Wilson Araújo

Logo na entrada principal de São Pedro dos Crentes um “templo” da bebida alcoólica e da jogatina movimenta os fins de semana até com torneio de sinuca, música em alto volume e muita gente fumando. Os bares estão distribuídos em vários ambientes da área central da cidade, mas a concentração maior é na famosa rua da Vaquejada, lugar de concentração dos botecos, onde as festas rolam até altas horas, antes e depois dos cultos nas igrejas evangélicas.


As crentes Eldeni, Andreza e Eudeli, moradoras da rua da Vaquejada.
Foto: Ed Wilson Araújo

Eldeni de Oliveira Aguiar, 20 anos, é crente desde criança e filha de evangélicos. Ela é uma das moradoras da rua da Vaquejada. “Aqui tem uns cinco bares e um clube também. É muito complicado [morar na rua dos bares], mas a gente vai levando a vida”, descontraiu.

Na quarta reportagem da série vou abordar a divisão entre as congregações e lideranças evangélicas e partidárias em São Pedro dos Crentes.

Ref: Citação da obra A ética protestante e o “espírito” do capitalismo (Companhia das Letras, 2004), com edição de Antônio Flávio Pierucci.

Imagem: Pagão com a camisa de campeão paulista 1958 retirada deste site

Imagem: Pagão e Chico Buarque retirada deste site

Imagem: Pastor Lyndon Santos retirada deste site