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Sobre ameaças e intimidações: “Eu não tenho medo nem nada a temer”, afirma professora Marizélia Ribeiro

Profª Marizélia Ribeiro.

Depois dessa reportagem feita pelo meu companheiro Ed Wilson Araújo, jornalista e professor, recebemos um post sugerindo algum ato de corrupção de minha parte e de outros professores quando participamos em alguma gestão anterior na Universidade. CONSIDERAMOS AMEAÇA A NÓS DOIS.

Segundo soubemos, esse post circulou nos zaps de jornalistas chamados para divulgar um candidato nas próximas eleições. Isso aconteceu um dia após essa matéria feita por Ed Wilson. Possivelmente para que alguém fizesse alguma denúncia sobre minha pessoa. Meu nome estava marcado no post.

Esse candidato não tem nossa simpatia. Eu e Ed Wilson nunca votamos nem votaríamos jamais nele.

Eu e outros professores não sabíamos ou não lembramos de entregar o Imposto de Renda para o Relatório de Gestão. Convocados pela Universidade, resolvemos o problema em 2014. Como nada têm a falar contra meu trabalho ou conduta, aproveitaram isso para nos intimidar.
Só não mostro o post porque tem os nomes de outros professores.
Vai o recado que já dei faz tempo: EU NÃO TENHO MEDO.

Abaixo, o link da reportagem do Blog do Ed Wilson

Além do corte de quase R$ 27 milhões, a Ufma sofre com obras mal executadas e abandonadas.

No âmbito administrativo, a reitora Nair Portela anunciou a instalação de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e tomada de contas especial para apurar a execução das construções nos campi de São Luís e Balsas. A reitora informou que a Ufma atendeu às recomendações do relatório da Controladoria Geral da União (CGU) sobre o andamento das edificações na administração anterior. O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (mediante inquérito) também investigam a execução das obras contratadas e não concluídas na gestão passada.

Ouça a reportagem em áudio e leia mais no Blog do Ed Wilson

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Além do corte de quase R$ 27 milhões, a UFMA sofre com obras mal executadas e abandonadas

A reitora da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), Nair Portela, concedeu entrevista coletiva na manhã de quinta-feira (16) para apresentar um panorama da situação financeira da instituição frente ao anúncio do arrocho orçamentário de 30% na área da Educação, anunciado pelo governo federal.

Segundo a gestora, a Ufma sofrerá um corte de R$ 26 milhões e 900 mil. A medida pode paralisar as atividades na capital e nos campi do continente no segundo semestre de 2019, caso o governo federal mantenha o arrocho orçamentário.

Sonho dos alunos e professores dos cursos de Artes, Música e Teatro, o Núcleo de Artes é um dos cemitérios de dinheiro público na Ufma. Foto: Marizélia Ribeiro

Além do corte no orçamento para o funcionamento das atividades básicas, como pagamento das contas de água e luz, a Ufma não tem recursos para retomar as obras paralisadas na gestão anterior, como a construção do novo prédio da Biblioteca Central e do Núcleo de Artes. As duas obras foram orçadas em aproximadamente R$ 12 milhões cada e estão abandonadas.

Ouça aqui a reportagem da Agência Tambor

O desperdício de dinheiro público foi um dos temas comentado pela reitora na entrevista coletiva. Portela anunciou duas medidas para apurar as responsabilidades sobre as construções paralisadas desde a gestão anterior.

No âmbito administrativo, ela anunciou a criação de comissão para instalar Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e outra comissão de Tomada Especial de Contas com o objetivo de verificar a aplicação de recursos nas edificações em São Luís e também na obra de construção do campus de Balsas, cidade localizada a 815 Km da capital, na região Sul do Maranhão.

Obra atrasada no campus de Balsas já foi motivo de protesto da comunidade universitária. Foto: Diário Sul Maranhense

A reitora informou que a Ufma atendeu às recomendações do relatório da Controladoria Geral da União (CGU) sobre o andamento das edificações na administração passada. O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal também investigam a execução das obras contratadas e não concluídas.

Segundo Portela, faltou acompanhamento nas construções, o planejamento não foi adequado e o trabalho mal efetuado. A Ufma já prestou esclarecimentos à CGU e à PF, que abriu inquérito para investigar a situação.

Ouça aqui a entrevista coletiva completa com a reitora Nair Portela

Foto destacada: Marizélia Ribeiro

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Greve nacional repudia os cortes na Educação e o desmonte da Previdência Social

Centrais sindicais, estudantes e movimentos sociais em todo o Brasil estão mobilizados para a Greve Nacional da Educação, que será realizada quarta-feira, 15 de maio. O objetivo da greve é combater os cortes no orçamento da educação, anunciados pelo governo federal. No Maranhão as manifestações estão confirmadas nas cidades de Imperatriz, Açailândia e São Luís.

Na capital haverá manifestação na porta da Ufma (Universidade Federal do Maranhão), no campus do Bacanga, dia 15 (quarta-feira), a partir das 6 horas da manhã. Às 14 horas, estudantes e professores do Ifma (Instituto Federal) seguirão em caminhada do campus do Monte Castelo até a praça Deodoro, onde haverá a concentração geral às 15 horas, seguida de caminhada pela rua Rio Branco, Beira-Mar e ato público na praça dos Catraieiros, no Centro Histórico de São Luís.

Em Imperatriz haverá um ato unificado às 8 horas, na praça Brasil, organizado por estudantes e professores da rede estadual de ensino e das instituições Ufma, Uemasul, Instituto Federal e rede municipal. Na cidade de Açailândia várias entidades estão organizando ato público às 14 horas, na praça do Pioneiro.

As mobilizações desta quarta-feira são um aquecimento (“esquenta”) para a greve geral da classe trabalhadora convocada para 14 de junho pelas centrais sindicais, estudantes e os movimentos sociais.

A greve nacional da educação tem como principais reivindicações a defesa da educação pública e da aposentadoria, contra a reforma da Previdência, valorização das instituições públicas e suspensão do corte de 30% no orçamento da Educação.

O corte de 30% para a área da Educação ameaça o funcionamento de universidades, institutos federais e escolas técnicas em todo o país. Algumas instituições de ensino chegaram a anunciar que podem fechar as portas, caso a redução do orçamento seja mantida pelo governo federal.

A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), uma das principais entidades que fomenta pesquisas de pós-graduação no Brasil, corre o risco de sofrer um corte de pelo menos R$ 580 milhões no orçamento de 2019.

A redução suspende o pagamento de bolsas na pós-graduação e também prejudica pesquisas em diversas áreas, como a produção de vacinas, medicamentos, na agricultura, formação de mão de obra e geração de empregos.

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Evento debate os 7 anos de existência da Lei de Acesso à Informação

Fonte: Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo)

No próximo 16.mai.2019, data em que a entrada em vigor da Lei de Acesso a Informações completa sete anos, sete organizações da sociedade civil realizam em São Paulo o evento “Transparência a Sete Chaves: como romper as barreiras do acesso à informação no Brasil”. O seminário é gratuito e acontece na FGV (R. Itapeva, 432), das 19h às 22h. Para participar, é necessário fazer a inscrição por meio do formulário on-line até às 12h do dia 16.

Em dois momentos ao longo da noite, os participantes e palestrantes debaterão os avanços e retrocessos do acesso à informação no Brasil de 2012 até o presente. Ao final, todos serão convidados a apontar caminhos para aprimorar e defender esse direito. A programação é preliminar e está sujeita a confirmações de convidados.

Como peças fundamentais na elaboração e aprovação da Lei de Acesso a Informações, as organizações que realizam o evento – Artigo 19, Abraji, Conectas Direitos Humanos, Instituto de Governo Aberto, Open Knowledge Brasil, Rede Pela Transparência e Participação Social (RETPS) e Transparência Brasil – consideram fundamental manter o debate sobre transparência dos poderes na pauta pública.

“Em um cenário como o atual, com frequentes retrocessos na transparência pública e no cumprimento da Lei de Acesso à Informação, é urgente e importante reunir a sociedade em torno do tema e elaborar uma estratégia de enfrentamento a partir de dados e diálogos”, declaram os representantes do coletivo.

Programação

19h às 20h – 7 anos depois, o que funciona e o que não funciona no acesso à informação?

Serão apresentadas brevemente diferentes análises e pesquisas de avaliação sobre o acesso à informação no Brasil nos últimos anos (transparências ativa e passiva, acessibilidade das informações, transparência sobre o sigilo).

Artigo 19 – Relatório “e-sic + sigilos” feito em parceria com Instituto Governo Aberto  e ICV;

Abraji – Resultados parciais do relatório sobre o uso da LAI por jornalistas;

Transparência Brasil – Diagnóstico de efetividade de pedidos via LAI para nível local e o impacto no controle social pelo cidadão;

Open Knowledge – Justa;

Fiquem Sabendo – como lidar com negativas da LAI;

RETPS – Diagnóstico do cumprimento da LAI nos Estados
Controladoria-Geral da União em São Paulo – Gargalos e soluções no acesso a informações

20h às 21h – Desafios para o acesso à informação: sigilo x privacidade

Nesta etapa, serão apresentados os principais debates sobre o tema do sigilo e da privacidade frente ao cenário atual, mostrando casos de violação do acesso à informação e os retrocessos observados.

Rafael Zanatta – Visão geral da Lei Geral de Proteção de Dados

Fernanda Campagnucci – Sigilo e privacidade sob a perspectiva da LAI

Mediação: Camille Moura 

21h às 22h – Como reagir aos retrocessos e atuar para o aprimoramento da Lei?

Neste momento final, o público é convidado a participar da discussão sobre perspectivas para aprimorar a implementação da LAI e as articulações da sociedade civil para reagir aos retrocessos.

Convidados a confirmar

Serviço
Transparência a sete chaves: Como romper as barreiras do acesso à informação no Brasil
16/05/2019 – 19h às 22h
FGV São Paulo – R. Itapeva, 432
Inscrições via formulário on-line
Gratuito

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Palestra sensibiliza sobre observatórios sociais

Você sabia que os cidadãos podem monitorar as ações da gestão pública para garantir os direitos da população e a correta e transparente aplicação dos recursos públicos? Você sabia que existem entidades que realizam esse trabalho?

Entre elas estão os Observatórios Sociais do Brasil, que compõem o maior sistema de controle social do país. No próximo dia 22 de maio, quarta-feira, às 15h30, o integrante do Sistema Observatório Social do Brasil (OSB), Ney da Nóbrega Ribas, presidente do OSB Nacional, realizará uma palestra de aproximação com a comunidade do município São Luís, no auditório da Associação Comercial do Maranhão, na praça Benedito Leite, 264, Centro.

A palestra visa trazer informações sobre o Observatório Social do Brasil, Sistema OSB de Controle Social e o dia-a-dia de um Observatório Social, com o objetivo de motivar a constituição de um observatório da cidade e ampliar o número de observatórios sociais em todo o brasil. Este evento tem a realização das entidades: CFC/CRC-MA, respectivamente, Conselho Federal e Conselho Regional de Contabilidade.

O Sistema OSB é composto por cidadãos brasileiros que, voluntariamente, entregam-se à causa da justiça social e transformam o seu direito de indignar-se em atitude a favor da transparência e da qualidade na aplicação dos recursos públicos.

Atualmente, mais de 137 municípios, espalhados por 16 estados brasileiros, já contam com um observatório social. Saiba mais sobre o trabalho no site: http://osbrasil.org.br.

SERVIÇO

O que: Palestra de sensibilização sobre o Observatório Social

Quando: 22 de Maio de 2019

Onde: Auditório da ACM – Pça. Benedito Leite 264, Centro.

Horário: 15h30

Entrada franca.

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42º Festival Guarnicê terá 98 filmes em competição

A curadoria do 42º Festival Guarnicê de Cinema divulgou os 98 trabalhos pré-selecionados para as mostras nacionais competitivas Guarnicê de filmes de longas e curtas metragens, competitivas Guarnicê de filmes maranhenses de longas e curtas e, exclusiva a realizadores maranhenses, as competitivas Guarnicê de curtíssimas metragens, videoclipes, reportagens televisivas e de filmes publicitários. Veja a lista completa dos 98 trabalhos em: www.cultura.ufma.br/42guarnice.

Maior evento do cinema nacional no Maranhão, o festival será realizado no período de 14 a 21 de junho/19, na cidade de São Luís/MA. Aberto ao público, o Guarnicê é uma realização da Universidade Federal do Maranhão (Ufma), por meio da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Empreendedorismo (Proexce), via Departamento de Assuntos Culturais (Dac), com apoio de organizações públicas e empresariais.

Foram selecionados seis filmes para a Mostra Nacional Competitiva Guarnicê de Filmes de Longa-Metragem; 18 filmes para a Mostra Nacional Competitiva Guarnicê de Filmes de Curta-metragem; Cinco filmes para a Mostra Competitiva Guarnicê de Filmes Maranhenses de Longa-metragem; 17 filmes para a Mostra Competitiva Guarnicê de Filmes Maranhenses de Curta-metragem; Dez filmes para a Mostra Competitiva Guarnicê de Filmes de Curtíssima-Metragem; 27 produções para a Mostra Competitiva Guarnicê de Videoclipes; Quatro matérias para a Mostra Competitiva Guarnicê de Reportagem Televisiva e 11 comerciais para a Mostra Competitiva Guarnicê de Filme Publicitário.

Os filmes não selecionados para competitivas poderão compor a programação oficial do evento, em mostras paralelas e alternativas. O Festival terá ainda ações formativas, apresentações culturais, pré-estreias e bate-papos com realizadores e convidados. A curadoria é formada pelo roteirista Di Moretti; a roteirista e produtora Isa Albuquerque; o professor do Curso de Comunicação Social da Ufma, Carlos Benalves; a produtora de conteúdos do Festival Guarnicê, Thais Fonseca Nunes; o crítico de cinema, Marcio Sallem, e a professora da Uema, Rose Panet.

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Amigo da onça

Eloy Melonio

Professor, escritor, compositor e poeta

Gosto dos pássaros que têm nomes engraçados. Especialmente dos que soam igual a uma frase ou palavra. Ou seja, os onomatopéicos. Uma pronúncia que imita o som natural que eles produzem quando cantam. Nesse momento, lembro de dois: a fogo-pagou, que é uma espécie de rolinha, e o bem-ti-vi. Coincidentemente, esses dois são meus amigos, pois estão sempre lá na minha casa. Ela, catando migalhas no chão do quintal, e ele… Bem, ele é um caso à parte.

Todo o mundo sabe que o bem-ti-vi é um pássaro muito esperto e atrevido. Em seu currículo, muitas histórias e piadas sobre ele. Nosso conterrâneo Josué Montelo fala deles em seu livro Os Tambores de São Luís. Até eu fiz um poema sobre esses “pestinhas”.

Mas vamos ao nosso bem-ti-vi particular. Ele geralmente chega depois do almoço para catar as sobras da comida da Minie, a minha cachorrinha, e do Leo, o meu papagaio: ovo cozido ou frito, ração etc. Vai chegando de mansinho, como quem não quer nada. E, atento, observa tudo ao redor. Se acha alguma coisa, fica quietinho. E mete o bico! Se não acha nada, solta seus gritos estridentes e ameaçadores.

Um dia, ― só pra sacanear ― resolvi dar um susto no meu amigo. Escondi-me atrás da porta da sala, e fiquei observando seus movimentos. Ele pousou no murinho do terraço bem ao lado da bacia de comida. Olhou ao redor e só viu a Minie, que ― roncando como uma louca! ― nem percebeu sua presença. Aí o meu amigo pulou ao chão e foi direto ao alvo. Subiu na beirada da bacia e já se preparava para bicar a comida.

Chegou a hora, pensei comigo. Abri a porta e dei um grito: Eu tô te vendo, seu bem-ti-vi duma figa!

O pobrezinho passou uns dias sem aparecer. Ontem, depois do almoço, eu ouvi novamente o seu canto no terraço da minha casa. Se era meu amigo, eu não sei. Mas era um bem-ti-vi, e disso eu tenho a mais viva certeza.

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Carta da Intercom expressa indignação sobre os cortes no orçamento da Educação

“Mais que preocupação, indignação é o sentimento causado pelos recentes anúncios feitos pelo Governo Federal de cortes orçamentários a instituições federais de ensino superior e básico, inicialmente atrelados ao conteúdo da produção acadêmica realizada em tais instituições – sob a ignominiosa justificativa de “balbúrdia”, critério este que levaria a reduções catastróficas na dotação orçamentária de prestigiadas e produtivas universidades brasileiras. “

A Diretoria da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (INTERCOM), mandato 2017-2020, divulga carta aberta dirigida ao Governo Federal, na figura do presidente Jair Bolsonaro e seus ministros. Leia a íntegra abaixo ou clique aqui e acesse o documento oficial.

São Paulo, 7 de maio de 2019

Excelentíssimo Senhor Presidente da República,

Senhores Ministros de Estado,

A Diretoria da INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação, composta por professores mestres e doutores de universidades brasileiras eleitos democraticamente para representar os cerca de 1.300 pesquisadores, docentes, estudantes e profissionais do campo da Comunicação ligados à entidade, expressa sua profunda preocupação com as políticas públicas anunciadas recentemente no Brasil. Com convicção inabalável nos cinco fundamentos da República Federativa do Brasil, definidos na Constituição Federal de 1988 – soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, pluralismo político –, pontuam-se a seguir os principais focos de tal preocupação.

Primeiramente, destacamos que a Constituição Federal de 1988 estabelece que: “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença” (art. 5º, inc. IX); “são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados” (art. 6º); “é competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação, à ciência, à tecnologia, à pesquisa e à inovação” (art. 23, inc. V); “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (art. 205). Reforçamos também três dos princípios que regem o ensino no Brasil, conforme o artigo 206 da Constituição: igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino. Caberia, ainda, citar muitos outros artigos constitucionais, porém não é nossa pretensão obstaculizar a leitura desta carta.

Mais que preocupação, indignação é o sentimento causado pelos recentes anúncios feitos pelo Governo Federal de cortes orçamentários a instituições federais de ensino superior e básico, inicialmente atrelados ao conteúdo da produção acadêmica realizada em tais instituições – sob a ignominiosa justificativa de “balbúrdia”, critério este que levaria a reduções catastróficas na dotação orçamentária de prestigiadas e produtivas universidades brasileiras.

A combinação da perseguição ao livre pensamento com a asfixia econômica das instituições de ensino e pesquisa, somada à priorização de determinadas áreas do conhecimento e regiões brasileiras em detrimento de outras, é inconcebível em um Estado Democrático de Direito que pretende sair de uma profunda crise político-econômica e promover o desenvolvimento social e econômico de sua população. Justamente o acesso à educação superior gratuita de qualidade, o fomento à pesquisa e à produção de conhecimento, o estímulo à pluralidade de ideias e à promoção da diversidade (em todos os seus aspectos) na universidade brasileira são meios imperiosos para o Brasil cumprir os cinco fundamentos de sua República e atingir seu grande potencial.

Sendo assim, a INTERCOM, que está entre as principais e maiores organizações de pesquisadores da Comunicação do Brasil e da América Latina, defende a revogação do bloqueio na verba destinada às instituições federais de ensino. Tal bloqueio ameaça inviabilizar o funcionamento dessas instituições já no ano letivo de 2019, com prejuízos incalculáveis à vida e ao trabalho de docentes, funcionários e, principalmente, estudantes de graduação e pós-graduação.

É também com extrema preocupação que recebemos, diariamente, notícias sobre políticas notadamente enviesadas nas mais diversas áreas, como direitos humanos, meio ambiente, relações internacionais e agricultura. Tais notícias incluem não só a publicização de medidas de governo por meios oficiais, como também opiniões pessoais publicadas por representantes governamentais nas mídias sociais. Seria impraticável mencionar a lista completa de tais notícias , porém é possível citar os principais temas abrangidos por elas no que se refere à educação, à ciência e à comunicação no Brasil:

1. Perseguição ao pensamento livre e aos críticos do governo, em similaridade com outros momentos históricos em que a educação, os educadores, os estudantes, o jornalismo e os jornalistas foram atacados pelo poder do Estado;

2. Asfixia econômica das instituições de ensino superior federais, prejudicando diretamente a população e com o risco de inviabilizar a pesquisa e o avanço científico no Brasil;

3. Menosprezo em relação a determinadas áreas do conhecimento, mais precisamente as Humanidades, cujo ensino é essencial para a formação de cidadãos plenos e cuja produção acadêmica tem gerado retornos inestimáveis à sociedade;

4. Aval e incentivo ao acossamento e assédio a professores em todos os níveis do ensino;

5. Estímulo à perseguição e criminalização a movimentos sociais legítimos, inclusive os presentes nas instituições de ensino superior;

6. Deslegitimação contínua da atividade jornalística, fundamental à realização da democracia.

A INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação foi fundada em 1977, sob a liderança do saudoso professor José Marques de Melo – considerado um dos maiores pensadores da América Latina e reverenciado internacionalmente por seu trabalho como professor, pesquisador e congregador em prol da universidade de qualidade. O intuito da INTERCOM é fomentar a pesquisa e o ensino no campo da Comunicação no Brasil, missão que, ao longo de seus 42 anos, tem cumprido com respeito inabalável à diversidade e à pluralidade de pensamento.

Todos os anos, o Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação e os cinco congressos regionais realizados pela INTERCOM reúnem em torno de 10 mil pesquisadores, docentes, estudantes e profissionais, promovendo o diálogo e mostrando o panorama de pesquisa, ensino e extensão. A INTERCOM também atua para o fortalecimento da pesquisa em Comunicação por meio do relacionamento institucional com organizações brasileiras e internacionais, tais como a Federação Brasileira das Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação (Socicom), a Federação Lusófona de Ciências da Comunicação (Lusocom) e a Associação Latino-Americana de Investigadores em Comunicação (ALAIC), entre muitas outras.

Respeitando o legado de José Marques de Melo e cumprindo sua missão, a Diretoria da INTERCOM assina esta carta com a esperança de que o Brasil venha a ser um país justo com todos e todas, soberano e produtor de conhecimento e tecnologia, e ciente de seu papel protagonista no futuro do planeta.


Cordialmente,

Diretoria INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação

Mandato 2017-2020

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SBPC e várias entidades realizam manifestações em defesa da Educação, Ciência e Tecnologia

Nos dias 8 e 9 de maio, a SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em articulação com outras entidades científicas e acadêmicas nacionais, realiza mobilização no Congresso Nacional, em Brasília, contra os cortes em ciência, tecnologia e inovações. Em Belo Horizonte (MG), a manifestação acontece no dia 7. São Paulo (SP), Natal (RN), Niterói (RJ), Porto Alegre (RS) e Recife (PE) também irão realizar manifestações em defesa da educação, da ciência, tecnologia e inovação nesta quarta-feira, 8.

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em articulação com entidades científicas e acadêmicas nacionais, realiza nos dias 8 e 9 de maio, em Brasília, no Congresso Nacional, manifestações em defesa da ciência e tecnologia. O desmonte da CT&I, com os cortes de 42% no orçamento do setor, anunciados no final de março, chegou a um ponto quase irreversível, e é urgente que toda a sociedade apoie e participe como puder dessa grande mobilização. Confira abaixo logo abaixo do texto a programação das atividades #cienciaocupabrasilia.

No dia 8, um ato no Congresso Nacional marca o lançamento da “Iniciativa de C&T no Parlamento – ICTP.br” e em defesa da ciência brasileira, com a presença de entidades científicas, instituições de pesquisa e pesquisadores de todo o País. A ICTP.br é coordenada pela SBPC junto à Academia Brasileira de Ciências (ABC), Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência Tecnologia e Inovação (Consecti) e Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Municipais de Ciência, Tecnologia. Trata-se de um movimento organizado da comunidade brasileira de ciência e tecnologia para atuação permanente junto aos parlamentares no Congresso Nacional e, também, em Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais, em prol do desenvolvimento científico e tecnológico do País.

Na ocasião, serão apresentados e discutidos com os parlamentares os pontos prioritários para a recuperação do setor, como a atuação do Congresso em defesa da recomposição do orçamento do MCTIC; os projetos de Lei prioritários neste momento, como o PLS 315, que transforma o FNDCT em fundo financeiro, o projeto de lei que destina 25% do Fundo Social do Pré-sal à CT&I e a derrubada dos vetos à Lei dos Fundos Patrimoniais. Também será destacada a necessidade da implantação efetiva do Marco Legal e extensão a estados e municípios, a articulação junto às bancadas estaduais em defesa das FAPs e o compromisso de discussão com a comunidade científica. Os organizadores da iniciativa pretendem ainda iniciar debates sobre projetos mobilizadores e estruturantes em CT&I, e como implantar junto aos congressistas uma agenda em prol da CT&I brasileira como elemento essencial para a superação dos graves problemas do país.

No dia 9 de maio está programada uma reunião o dita todo com o ministro Marcos Pontes, no MCTIC. Na parte da manhã, o encontro será fechado, com um número limitado de representantes de entidades científicas, entre as quais, as que possuem assento no CCT. À tarde, a reunião será aberta a todos os outros representantes da comunidade científica também no auditório do MCTIC. Nos dois períodos, está programado debater os pontos prioritários.

Veja a programação

8 de maio

10h00 – Presença na Audiência Pública do Ministro da CTIC, Marcos Pontes, na Comissão de Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática – CCTCI da Câmara Federal, no Plenário 13, Anexo II.  [Observação: Há uma limitação de pessoas para participarem da Audiência e, em geral, a entrada passa a ser barrada quando tal número é alcançado. Sugere-se chegar antes do horário marcado para a Audiência].

15h30 – 16h30 –  Reunião dos representantes da comunidade científica e tecnológica no Auditório Freitas Nobre (Anexo IV) para apresentação conjunta da Iniciativa para a C&T no Parlamento (ICTP.br) e discussão do cronograma de atividades de 2019

17h00 – Ato de lançamento da Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento (ICTP.br) e em defesa da ciência brasileira, no Plenário 13, Anexo II, com a presença de parlamentares e representantes das sociedades científicas e acadêmicas e de instituições de pesquisa, universidades, institutos federais, entidades empresariais ligadas à CT&I, grupos de pesquisa, INCTs, etc.

9 de maio

9h00 – 12h00 – Reunião Fechada do ministro Marcos Pontes, no MCTIC, com representantes das entidades nacionais da comunidade científica e tecnológica (em número limitado e entidades previamente definidas)

13h30 – 16h00 – Reunião Aberta do ministro Marcos Pontes com todos os representantes da comunidade científica e tecnológica, também no MCTIC.

Outras cidades

As cidades de Belo Horizonte (MG), nesta terça (07), São Paulo (SP), Natal (RN), Niterói (RJ),  Porto Alegre (RS) e Recife (PE), no dia 08, também irão realizar manifestações em defesa da educação, da ciência, tecnologia e inovação somando forças ao movimento #cienciaocupabrasilia, articulado pela SBPC e diversas instituições científicas e acadêmicas.

Em Natal (RN), por exemplo, a mobilização está sendo articulada entre pesquisadores, professores e estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceria com a Secretaria Regional da SBPC. A atividade será das 16h às 20h na calçada do shopping Midway Mall. Além do protesto, o momento será marcado pela realização de aulas livres, mostras científicas e atividades artísticas.

Em Porto Alegre a Secretaria Regional da SBPC no Rio Grande do Sul realiza, no dia 08 de maio, um ato em defesa da ciência e tecnologia. Entre os temas destacados no evento estão a recomposição do orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o espeito à comunidade científica e a liberdade acadêmica. O encontro será no dia auditório do Instituto Latino-americano de Estudos Avançados (ILEA) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), às 17h, em Porto Alegre.

Confira a programação em outras cidades:

7 de maio

Belo Horizonte (MG)

9/16h – Exposições e experimentos científicos

12h – Concentração: Praça Raul Soares. Diálogo sobre a importância da ciência com a população!

13h – Marcha até a Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais (ALMG).

14h – Audiência de lançamento da Frente Parlamentar em defesa da Ciência, Tecnologia e Pesquisa. Deputados e deputadas estaduais assumirão o compromisso de defender a ciência e a tecnologia no estado de Minas Gerais junto às entidades, instituições e defensores da ciência e tecnologia!

Dia 8 de maio

Natal (RN) – 16h às 20h – na calçada do shopping Midway Mall (Av. Bernardo Vieira, 3.775).

Niterói/RJ – 16h – UFF Gragoatá – Ato “Eu Defendo a UFF” (Rua Alexandre Moura, 8 São Domingos, Niterói)

Porto Alegre – 17h – ILEA/UFRGS (Av. Bento Gonçalves, 9.500)

São Paulo (SP) – 11h – Ato e Lançamento da Frente Parlamentar em Defesa das Instituições Públicas de Ensino, Pesquisa e Extensão, na Assembleia Legislativa do Estado de S. Paulo (Alesp)

16h – Marcha Pela Ciência – concentração: MASP (Avenida Paulista, 1.578)

Recife (PE) –  14h30 –  evento aberto ao público: “Ameaças à autonomia universitária”. Auditório do Centro de Tecnologia e Geociências (CTG) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

A SBPC reforça que é urgente que toda a comunidade científica, os amigos da ciência e toda a sociedade unam forças e se mobilizem contra esse cenário de desmonte. Sem educação, sem ciência e sem tecnologia, o País não tem futuro.

Fonte: Jornal da Ciência

Imagem capturada neste site

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Centrais sindicais repudiam cortes na Educação e convocam manifestações

NOTA DAS CENTRAIS SINDICAIS CONTRA OS CORTES NAS VERBAS DA EDUCAÇÃO

Reunidas no dia 6 de maio de 2019, as Centrais Sindicais – CUT, Força Sindical, CTB, UGT, CSP-Conlutas, CGTB, CSB, NCST, Intersindical Instrumento de Luta e Intersindical Central, declaram-se absolutamente contrárias aos cortes de mais de 30% na educação superior, ensino técnico e ensino básico, anunciados pelo MEC.

Frente às medidas de cortes contra a educação, os estudantes, docentes, professoras e professores do ensino básico e técnico, juntamente com servidores e técnicos administrativos iniciaram inúmeras mobilizações pelo país como, por exemplo, no Colégio Pedro II –RJ, na UFPR (Universidade Federal do Paraná), UFBA (Universidade Federal da Bahia), entre outras instituições de ensino. As Centrais Sindicais declaram total apoio a essas manifestações.

As Centrais Sindicais aproveitam o ensejo para reafirmar seu compromisso e apoio ativo à Greve Nacional da Educação, convocada para o próximo dia 15 de maio (quarta-feira).

Vamos juntos à Greve Geral dia 14 de junho de 2019.

Em defesa de nossa aposentadoria. Basta de desemprego! 

Assinam:

Vagner Freitas, Presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT)

Miguel Torres, Presidente da Força Sindical (FS)

Adilson Araújo, Presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)

Antônio Neto, Presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB)

José Calixto Ramos, Presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST)

Atnágoras Lopes, Secretaria Executiva Nacional da CSP-CONLUTAS

Ubiraci Dantas, Presidente da CGTB

Ricardo Patah, Presidente da UGT

Mané Melato, Intersindical instrumento de Luta

Edson Carneiro- Intersindical Central