Aos 73 anos de idade, o ex-presidente Lula concedeu a primeira entrevista (desde quando foi preso, em abril de 2018) aos jornais Folha de São Paulo e El País.
A entrevista
chegou a ser censurada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e só foi permitida
após uma batalha judicial.
O ex-presidente criticou a operação Lava Jato e o governo Jair Bolsonaro (PSL). Lula disse que tem obsessão em desmascarar o juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública.
Lula afirmou
que vai provar a sua inocência porque a prisão dele é fruto de uma farsa.
O
ex-presidente fez críticas frontais ao ministro Sergio Moro e ao procurador da
Lava Jato Daltan Dallagnol.
“O Moro tem
certeza que eu sou inocente” […] “Esse Dallagnol eu tenho certeza que é
mentiroso e mentiu a meu respeito”, frisou Lula.
O recente caso de censura prévia, oriundo do Supremo Tribunal Federal (STF), mexe com um tema que é muito sensível a todos nós que atuamos no Vias de Fato. Somos do Maranhão! E se no Brasil existe uma cultura reconhecidamente autoritária, de fácil comprovação histórica, em nosso estado esse autoritarismo é exorbitante.
A elite maranhense é a expressão cuspida e escarrada do “quero, posso e mando”. Para a maioria, política pública é vista como um favor e não como um direito da sociedade e uma obrigação dos governos, numa relação de força, medo e dependência.
No caso maranhense, a falta de participação popular também evidencia o problema. Um exemplo é a revisão do Plano Diretor da cidade de São Luís, a capital do Estado, que em breve será votado pela Câmara Municipal. Sem qualquer exagero, trata-se de um crime contra a cidade e sua população, onde as consequências, entre outras, passarão por falta d’água, poluição, doenças, alagamentos, engarrafamentos, caos urbano, destruição ambiental. E tudo feito num processo tosco, com audiências públicas fajutas, tocado pela gestão do prefeito Edivaldo Holanda Junior (PDT-MA), para atender os interesses de empresários deploráveis, com a participação de agentes do poder público municipal e estadual, este último com integrantes no Conselho da Cidade (CONCID).
Outro exemplo recente, que também podemos citar, vem dos famosos Lençóis Maranhenses, sobre o qual o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) apresentou, no ano passado, também sem qualquer debate público, um projeto de lei que prejudicará milhares de pessoas que vivem em comunidades tradicionais, abrindo a possibilidade para os infindáveis crimes ambientais que rotineiramente ocorrem por aqui. E sempre para atender os interesses de empresários, predadores; amparados pelo tal do “quero, posso e mando”.
Não foi à toa que no século XX, nenhum outro estado brasileiro teve dois oligarcas tão poderosos quanto os senadores Vitorino Freire e José Sarney, este último posando para o Brasil de “poeta da liberdade”. Os dois comandaram a estrutura oligárquica maranhense por conta de um ambiente favorável, onde o medo e a bajulação – associada a uma pobreza material e política – fazem parte dessa mesma cultura arbitrária.
Neste ano de 2019, o Jornal Vias de Fato fará 10 anos. Hoje; com a extrema direita perigosamente instalada no governo federal; nós estamos aquilombados na Agência Tambor, arcando com a mesma responsabilidade de provocar a opinião pública, estimulando a crítica e a participação política dos marginalizados; sempre insubmissos ao despudor de todos aqueles que fazem um mau uso de sua “autoridade”.
Se alguns acreditam que “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, deixamos então bem claro que nós somos todos “desajuizados”.
Peças curtas de teatro que se tornaram intrigantes dramas
para ouvir. Do texto ao som, o projeto “Fôlego Curto – Dramas para Ouvir” –
obra do pesquisador, dramaturgo, roteirista e diretor Igor Nascimento – estreia
em abril, na rádio comunitária Bacanga FM, com apoio do programa Rumos Itaú
Cultural 2017-2018. O pré-lançamento do projeto acontece na próxima
quinta-feira (25/04), às 19h, no espaço cultural Clube do Vinil – Anjo da
Guarda e contará com a presença dos atores, equipe de produção do projeto e do
Itaú Cultural, radialistas, locutores da Rádio Bacanga FM e participação
musical de Roberto Ricci e MC Alcino.
Ao todo, nove episódios ganharam a interpretação cênica de
Cláudio Marconcine, Maria Ethel, Rosa Ewerton, Gisele Vasconcelos, Aziz Júnior,
Renata Figueiredo, Lauande Aires, Marcelo Flecha, José Inácio Rêgo, Nuno Lilah
Lisboa, Vitor Silper e Al Danúzio que conduzem o público a ouvir textos
dramatúrgicos em moderna adaptação.
“Fôlego Curto – Dramas para Ouvir” tem a chancela de um dos
maiores editais de fomento à cultura no país, o projeto Rumos Itaú Cultural,
que desde 1997 vem fomentando a produção artística e cultural brasileira. A
iniciativa recebeu mais de 64,6 mil inscrições desde a sua primeira edição,
vindos de todos os estados do país e do exterior. Destes, foram contempladas
mais de 1,4 mil propostas nas cinco regiões brasileiras, que receberam o apoio
do instituto para o desenvolvimento dos projetos selecionados nas mais diversas
áreas de expressão ou de pesquisa.”
As gravações dos nove episódios foram realizadas no estúdio
Base SLZ e teve edição e finalização do sonoplasta, radialista e
multi-instrumentista Ivan Garro, que tem experiência em diversos espetáculos
teatrais e passou por diferentes companhias, como Mundana, Cia Livre, Cia São
Jorge, entre outras.
O trabalho conceituado do sonoplasta pode ser conferido
também em peças criadas para o Museu da Língua Portuguesa, para o artista
plástico Nuno Ramos e Fernando Vilela, para o projeto Itaú Cultural e a Rádio
Itaú Cultural. Como produtor musical, trabalhou com a Orquestra de Cordas
Laetare, Bhakti Performing Arts, além de outros projetos
Inspirado em dramas da vida real, as histórias criadas pelo
dramaturgo Igor Nascimento dialogam com experiências do cotidiano da comunidade
do Itaqui-Bacanga em temáticas diversas, como a violência urbana, o
envelhecimento, notícias de jornais, a memória, com metalinguagens, diálogos
entrecruzados, monólogos e outras técnicas narrativas.
Além do rádio, o projeto conta com desdobramentos e criação
visual em ilustrações de Waldeir Brito. “A ideia do projeto é também sugerir um
jogo de linguagens entre a comunicação popular das rádios comunitárias, o
trabalho artístico de ilustrações e vídeos e a metáfora entre a ficção e
notícias de jornais que serão disponibilizados em plataformas digitais e
adesivos espalhados em pontos estratégicos da cidade de São Luís”, comenta Igor
Nascimento.
A escolha da Rádio Bacanga como espaço de veiculação do
projeto também reforça a opção política e social de valorização das plataformas
de comunicação alternativa e comunitária em garantir a visibilidade da história
da emissora, localizada no bairro do Anjo da Guarda, e que, ao longo de 20
anos, fortalece a integração cultural da comunidade.
Estreia – A previsão de estreia da série de dramas
radiofônicos é no dia 29 de abril. Os radiodramas vão ao ar às segundas, com
reprise às quartas, às 20h, dentro do programa Cantinho do Rei, apresentado
pelo locutor Roberto Nilton, durante os meses de maio e junho. Os programas
estarão disponíveis online nas redes sociais do projeto, a partir do dia 27 de
junho.
Sobre o Rumos Itaú Cultural
Um dos maiores editais privados de financiamento de projetos
culturais do país, o Programa Rumos, é realizado pelo Itaú Cultural desde 1997,
fomentando a produção artística e cultural brasileira. A iniciativa recebeu
mais de 64,6 mil inscrições desde a sua primeira edição, vindos de todos os
estados do país e do exterior. Destes, foram contempladas mais de 1,4 mil
propostas nas cinco regiões brasileiras, que receberam o apoio do instituto
para o desenvolvimento dos projetos selecionados nas mais diversas áreas de
expressão ou de pesquisa.
Os trabalhos resultantes da seleção de todas as edições
foram vistos por mais de 6 milhões de pessoas em todo o país. Além disso, mais
de mil emissoras de rádio e televisão parceiras divulgaram os trabalhos
selecionados.
Nesta edição de 2017-2018, os 12.616 projetos inscritos
foram examinados, em uma primeira fase seletiva, por uma comissão composta por
40 avaliadores contratados pelo instituto entre as mais diversas áreas de
atuação e regiões do país. Em seguida, passaram por um profundo processo de
avaliação e análise por uma Comissão de Seleção multidisciplinar, formada por
21 profissionais que se inter-relacionam com a cultura brasileira, incluindo
gestores da própria instituição. Foram selecionados 109 projetos, contemplando
todos os estados brasileiros.
SERVIÇO
O quê: Evento de Pré-lançamento do projeto Fôlego Curto – Dramas para Ouvir, selecionado pelo edital do Programa Rumos Itaú Cultural 2017-2018.
Onde: Clube do Vinil – Rua Dinamarca, S/N, em frente ao Teatro Itapicuraiba (Anjo da Guarda)
O escritor Félix Alberto Lima lança seu segundo livro de
poemas, Filarmônica para fones de ouvido (Editora 7Letras), no dia 25 de abril, quinta-feira, às 19h, na
Livraria Amei, no São Luís Shopping.
Em 114 páginas, a obra reúne 80 poemas, feito armadilhas
encomendadas, subvertem a dinâmica da leitura e encandeiam transeuntes
desavisados. São poemas com asas que, embora retidos numa estrutura de
capítulos, flanam com liberdade “para além das paredes que ouvem e transpiram”.
De acordo com o escritor e crítico literário Tom Farias, que
assina o prefácio, a primeira impressão que se tem com a leitura da obra de
Félix Alberto é que estamos diante de um poeta que maneja a poesia como o seu
instrumento do poder. “Não há outra forma de eu me expressar para dizer do meu
encantamento ao abrir e fechar cada página desse livro que já nasce potente,
predizendo um destino que revela muito sobre um autor que, experimentando versos
de expressão livre, mantem alta sinestesia, comunica e, ao mesmo tempo, dialoga
com a modernidade do sentir e do versejar”, argumenta Farias.
A poesia de Félix Alberto não tem compromisso com a forma,
não dá expediente nas repartições de estilo. É livre e, ao mesmo tempo, muito
bem cerzida, consistente. Segue, verso por verso, bordejando algaravias e
oceanos de águas intranquilas, como “cartas de amor floridas que não saíram dos
bordéis”.
Os poemas de Filarmônica para fones de ouvido também
enxergam o cheiro dos lírios e com sutileza captam a sonoridade que geme no
esconderijo da palavra. São dez livros dentro de um mesmo livro por onde
escampam silêncios e a incerta lírica selvagem do autor.
Há versos diretos que berram no canto da página, cuja
leitura encerra uma imagem, um episódio fortuito. Há outros, porém, que se
desintegram do conjunto de poemas e acenam com autonomia de voo para um
romance, uma saga.
Félix Alberto abre o mar das mãos para a passagem de um
sertão particular – talvez do próprio poeta, talvez de algum desconhecido
sincero. A leitura de Filarmônica para fones de ouvido reverbera na sala de
jantar, enquanto a poesia arqueja pelas ruas na desordem da noite.
Félix Alberto Lima é autor de O que me importa agora tanto, lançado em 2015 pelo selo da Editora 7Letras, e membro da Academia Maranhense de Letras.
SERVIÇO
O quê: Lançamento livro Filarmônica para fones de ouvido de Felix Alberto.
O Blog do Ed Wilson republica uma entrevista realizada em 2010, em Codó, no interior da loja de produtos religiosos, um dos lugares onde o mais famoso umbandista do Maranhão recebia as pessoas para consultas e tratamento, além de jornalistas e curiosos interessados em conhecer a figura ilustre.
Veja abaixo a entrevista.
O mais famoso umbandista maranhense, Bita do Barão, ultima os preparativos para a tradicional “Festa e Obrigação aos Santos e Orixás da Casa”, evento marcante no período de 14 a 21 de agosto, na cidade de Codó.
Bem humorado e com ar jovial, Bita do Barão falou ao blogue sobre o início da carreira, destaca a fé, a credibilidade dos seus feitos e antecipa alguns lances da festa. Em 2010 ele tem um convidado de honra: um argentino chamado Diego.
P – O que motivou o senhor a iniciar os trabalhos espirituais?
Bita – Eu iniciei ainda muito criança. Com cinco anos de idade eu comecei a trabalhar, fiz as primeiras filhas de santo, quando eu não conhecia nada sobre umbanda e não sabia o que era terecô. Não sabia nada. Apareceu isso em mim, no meio da minha casa, e meu pessoal era todo católico, filhos de Maria. Foi meio difícil eles aceitarem eu seguir esses trabalhos espíritas. Adoeci, fiquei um menino diferente dos outros. Tinha dia que estava bem, tinha dia que estava mal, dias com dor de cabeça. Foi preciso minha mãe, contra a vontade do meu pai, me levar a um pai de santo e eu comecei. O pai de santo doutrinou minha mãe, falou muitas palavras bonitas, disse que eu tinha muita força e ia mostrar muita coisa para o nosso Brasil. Na realidade eu estou muito conhecido. Eu iniciei aos cinco anos, mas só fui ver direitinho com 18 anos. . P – Qual o motivo do sucesso atribuído ao senhor?
Bita – É porque eu recebo as entidades e foram elas que fizeram eu crescer dessa maneira, com trabalhos positivos, coisas que eu dizia e que espantavam o povo, espantavam a minha mãe, adivinhava uma porção de coisas. Então foram esses tipos de trabalho que fizeram eu ter credibilidade na minha nação de santo.
P – Quais são as principais entidades que o senhor recebe?
Bita – Recebo o guia mestre Barão de Guaré, que eu não sei falar da vida dele como é. Tem outros como Légua Bogi Buá, Tóia Verequete e alguns encantados de Codó.
P – Como estão os preparativos para a festa de 2010?
Bita – Estão ótimos. Tudo muito difícil. Com você sabe – a crise que estamos atravessando – mas está tudo preparado. O mais trabalhoso é preparar a comida, não é nem comprar os alimentos, mas está tudo direitinho e pronto. As filhas de santo estão todas arrumadinhas. São 500 mulheres.
P – Tem algo especial no preparo da comida?
Bita – Tem. Antes. Com a mercadoria toda tem um trabalho, que é segredo. E não me lembro (sorri).
P – Qual o tema da festa de 2010?
Bita – Vamos homenagear o Oxalá Supremo. É tudo branco. Cada ano nós homenageamos um santo e esse ano é Oxalá (Jesus Cristo). Vai ser uma festa muito bonita, se Deus quiser, com muita paz. Que dê certo, meu Deus!
P – Quantas pessoas estão sendo esperadas para a festa?
Bita – Umas 200, de outros estados e outros países (Argentina e Holanda). Tem um convidado de honra, o argentino Diego. Já falei hoje com ele e está se preparando para vir.
P – É o Maradona?
Bita – Não.
P – Comenta-se que o senhor recebe muitos políticos, autoridades e pessoas influentes. Por quê procuram seus trabalhos?
Bita – Porque eu sou meio forte espiritualmente (sorri), graças a Deus. Não posso falar os nomes dos políticos, porque seria fora da ética. Eu trabalho e dá positivo. Se não tivesse uma coisa certa, com êxito, eu não chegava onde estou. Tem muita gente que tem fé. Tem gente que levanta de manhã e liga para o Bita do Barão para saber o que vai comer. Isso é fé. É muita fé. Eu trabalho também com muito respeito, à umbanda, ao candomblé, qualquer nação de santo eu respeito muito bem.
P – O senhor faz previsões eleitorais? Quem vai ganhar a eleição de 2010 para o governo do Maranhão?
Bita – Eu não faço não.
P – Como é a sua relação com Deus?
Bita – Sou filho de Deus. Todo dia eu levanto quatro horas da manhã para rezar um terço para os santos, para Jesus. A fé que eu tenho é tão bonita. Eu tenho tanta fé… Eu sou filho de São Francisco de Assis. Eu não me levanto sem rezar para São Francisco. Já fui na Itália, em Assis, três vezes para ver os restos mortais do santo. Isso é fé. Eu tenho muita fé em Deus. Sinceramente, pelo que eu vejo na minha casa, a felicidade e a alegria que eu tenho com a minha filha e com meu povo é muito importante. Só pode ser mesmo as dádivas de Deus, o dedo Dele. Outra coisa não pode fazer isso que faz comigo.
Os proprietários de bancas de revista localizadas nas proximidades da UNDB estão apreensivos diante de duas notificações para a retirada dos equipamentos instalados sobre os canteiros.
A notificação é de responsabilidade Blitz Urbana, vinculada à Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (Semurh). Uma das bancas, localizada na avenida Miércio Jorge (Avenida do Vale), no Renascença II, pertence a Leonete de Jesus Mendes, conhecida no local como “Dona Santinha”. Ela informou que mantém o pequeno empreendimento há cerca de 20 anos no mesmo local.
As proprietárias das duas bancas vizinhas de Dona Santinha também já foram notificadas (veja vídeo acima). O primeiro aviso de retirada tem registro de 18 de março, com prazo de 20 dias para a remoção. A segunda notificação é datada em 12 de abril.
Elas estão apreensivas com os prazos e temem ser surpreendidas.
O Blog do Ed Wilson tentou contato com a Blitz Urbana / Semurh em dois fones: (98) 3214-5107 e 0800 280 0234. O primeiro dispara mensagem de voz informando que o número não existe e o 0800 chama sem atender.
Vamos seguir tentando contato para ouvir o posicionamento oficial da Semurh sobre a retirada das bancas. Aguarde novas informações.
Imagem destacada: Dona Santinha lamenta a portaria e faz apelo à Prefeitura de São Luís para permanecer no local
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) publicou nota sobre a censura determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para silenciar reportagens relacionadas ao presidente do STF, Dias Toffoli, e a empreiteira Odebrecht. Leia na íntegra e veja no neste site
O inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar a disseminação de “fake news” contra os ministros do próprio tribunal atingiu hoje seu primeiro alvo: a liberdade de imprensa.
O ministro do STF Alexandre de Moraes determinou, nesta segunda-feira (15.abr.2019), que o site O Antagonista e a revista Crusoé retirem do ar conteúdo relacionado à reportagem “O amigo do amigo de meu pai” (capa da mais recente edição da Crusoé), que trata de supostas relações entre o presidente do Supremo, Antonio Dias Toffoli, e a empreiteira Odebrecht. Na mesma decisão, Moraes determinou que a Polícia Federal intime “os responsáveis” pelo site e pela Revista “para que prestem depoimentos no prazo de 72 horas”. Caso os veículos não retirem os conteúdos do ar, receberão multa diária de R$ 100 mil.
A decisão faz parte do Inquérito 4781, que foi aberto por Toffoli em 14.mar.2019, tramita em sigilo no STF e é relatado por Moraes. Segundo o relator, o inquérito trata da “existência de notícias fraudulentas (fake news), denunciações caluniosas, ameaças e infrações revestidas de animus caluniandi, diffamandi ou injuriandi, que atingem a honorabilidade e a segurança do Supremo Tribunal Federal, de seus membros e familiares, extrapolando a liberdade de expressão”.
A reportagem da Crusoé apontou a existência de um documento no qual o empreiteiro Marcelo Odebrecht, em resposta a questionamentos da Polícia Federal no âmbito das investigações da Operação Lava Jato, revela que o codinome “o amigo do amigo de meu pai” se refere a Toffoli. O codinome havia sido usado em emails trocados entre Marcelo Odebrecht e executivos da empreiteira.
Após a publicação da reportagem, Toffoli solicitou a Moraes “a devida apuração das mentiras recém divulgadas por pessoas e sites ignóbeis que querem atingir as instituições brasileiras”.
Moraes, ao determinar que a reportagem fosse retirada do ar, considerou que “há claro abuso no conteúdo da matéria veiculada” – sem explicar em que consiste tal abuso.
O ministro afirmou ainda que se trata de “típico exemplo de fake news” – sem esclarecer como o tribunal conceitua “fake news”, já que não há consenso sobre o tema nem entre especialistas em desinformação.
O único elemento que Moraes cita para qualificar a reportagem como falsa é uma nota na qual a Procuradoria Geral da República afirma não ter recebido informação sobre os esclarecimentos de Marcelo Odebrecht. A Crusoé, em seu texto, diz que “cópia do material” foi remetida para a PGR. Embora esse seja um aspecto secundário da reportagem, Moraes afirma que “obviamente o esclarecimento feito pela Procuradoria Geral da República torna falsas as afirmações veiculadas na matéria”. O documento citado pela Crusoé não apenas existe como está disponível na internet. A íntegra foi também publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo.
É grave acusar quem faz jornalismo com base em fontes oficiais e documentos de difundir “fake news”, independentemente de o conteúdo estar correto ou não. Mais grave ainda é se utilizar deste conceito vago, que algumas autoridades usam para desqualificar tudo o que as desagrada, para determinar supressão de conteúdo jornalístico da internet. O precedente que se abre com essa medida é uma ameaça grave à liberdade de expressão, princípio constitucional que o STF afirma defender.
Também causa alarme o fato de o STF adotar essa medida restritiva à liberdade de imprensa justamente em um caso que se refere ao presidente do tribunal.
A Abraji apela ao Supremo Tribunal Federal para que reconsidere a decisão do ministro Alexandre de Moraes e restabeleça aos veículos atingidos o direito de publicar as informações que consideram de interesse público.
O Clube de Engenharia do Maranhão (CEM) está
colocando em prática, neste ano em que comemora 70 anos, uma programação com
palestras, cursos e programas de responsabilidade social. As atividades
começaram no dia do aniversário do CEM, 18 de março, e prosseguem até o dia 7
de dezembro.
Neste mês e em março já foi lançado o Plano de Atividades 2019. O Eng. Civil Mário Calheiros, especialista em Estrutura de Concreto e Fundação, ministrou a palestra “Concreto protendido, conceitos iniciais” e o Eng. Civil João Celso Martins Marques, mestre na área de Estruturas, ministrou a palestra “Sistemas estruturais aplicados à construção de pontes”.
Na atual gestão, que tem como presidente o
engenheiro civil Emanuel Miguez, o Clube de Engenharia realiza atividades em
defesa dos direitos dos engenheiros e promove ações na area de educação
continuada, com a oferta de treinamentos e atualizações para estudantes e
profissionais de engenharia.
Neste ano de celebração do aniversário de 70 anos
da entidade, essas atividades terão continuidade e serão reforçadas. Também
será colocado em prática projetos de responsabilidade social.
A primeira atividade na area de responsabilidade
social será o Projeto de Engenharia Pública que tem como objetivo oferecer
suporte técnico gratuito para as pessoas que tenham baixo poder aquisitivo e
queiram construir suas residências. Pode participar quem mora em áreas
populares e tenha terreno próprio.
O CEM vai oferecer aos beneficiados os projetos de
arquitetura e de engenharia, os orçamentos de materiais e de mão de obra e a
supervisão na execução das obras. Os projetos são para construções de até 40m².
Imagem / divulgação: Presidente do CEM,
Emanuel Miguez; e os engenheiros Mário Calheiros e Luís Hadade
O deputado federal Edilázio Junior (PSD) reuniu um grupo de moradores do metro quadrado mais
caro de São Luís – a Península – para fazer um pronunciamento bastante
sintonizado com o pensamento escravocrata contemporâneo.
Segundo o parlamentar, a construção de um cais na praia da
Ponta d’Areia vai “contaminar” o bairro mais luxuoso da cidade com uma leva de
mototaxistas, carrinhos, pobres, vendedores ambulantes e baixadeiros.
A construção do cais foi anunciada pelo Governo do Estado
com o objetivo de facilitar o deslocamento entre a capital São Luís e uma das
regiões mais populosas e importantes do Maranhão – a Baixada.
Se a obra for concluída será importante também para acessar
um enorme potencial turístico localizado na Floresta dos Guarás, no litoral
ocidental do estado.
O que faz o deputado diante de um novo investimento em
infra-estrutura?
Ofende e insulta as pessoas como um discurso estúpido,
típico de um legítimo representante do bolsonarismo nesta era da estupidez.
Na origem das espécies é que se detecta o pensamento vivo do
parlamentar. Ele é um dos sobreviventes do núcleo familiar que depredou o
Maranhão.
Dele não se podia esperar outro comportamento e visão de mundo, a não ser o deplorável pronunciamento carregado de ódio, racismo e segregação. Basta assistir aos vídeos.
Ele só quer os pobres por perto na condição de serviçais, como a babá de São Bento, que deve ficar “condenada” a tomar o ferry-boat na Ponta da Espera e uma van no Cujupe para se deslocar de São Luís para a Baixada.
Não é a primeira vez que a Península é colocada no centro do
debate sobre a ocupação territorial de São Luís.
Já se chegou a ventilar que esta parte da cidade seja fechada
como espécie de área privada, quase uma tentativa de isolar os seus moradores
finos do resto da cidade.
A Península é o metro quadrado mais caro do Maranhão, onde
moram pessoas honradas que compraram imóveis com o suor do rosto e entre a
vizinhança uma certa elite de prefeitos e operadores de outros negócios
poderosos.
Os prédios luxuosos têm valores estratosféricos se
comparados ao mercado imobiliário nacional. É muito comum, neste lugar tão
caro, ver esgoto transbordando e carros pipa abastecendo os prédios com água
potável.
Esta contradição daria um longo debate sobre o Plano Diretor e o loteamento de São Luís para lobistas fortes.
Por enquanto, vamos ficar por aqui, sabendo que o discurso de Edilázio Junior serve para duas coisas: 1) o governo não deve recuar da construção do cais; 2) o Fórum em Defesa da Baixada Maranhense tem o dever de emitir uma nota de repúdio ao discurso do parlamentar.
Meta é imunizar cerca de 255 mil pessoas até o dia 31 de maio; gestão do prefeito Edivaldo promoverá dois dias “D”, além de colocar à disposição do público-alvo postos de saúde e equipes de vacinação nos shoppings da capital
A Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), iniciou nesta quarta-feira (10), a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza na capital maranhense. A meta é imunizar 254.958 pessoas contra a gripe. Em toda a cidade vão funcionar 63 postos de vacinação, em unidades de saúde, de segunda a sexta-feira. A ação é parte dos esforços do prefeito Edivaldo Holanda Junior voltados à saúde preventiva da população.
A campanha será realizada até 31 de maio, tendo como marcos dois dias “D”, um municipal, em 13 de abril e outro nacional, em 4 de maio. O secretário municipal de Saúde, Lula Fylho, diz que durante toda a campanha a população será sensibilizada para vacinar. “O prefeito Edivaldo determinou que sejam feitas ações extras para assegurar o cumprimento da meta; por isso, na rotina de trabalho das unidades as equipes profissionais vão fazer a abordagem dos usuários, mostrando que a melhor forma de prevenir a gripe e as complicações decorrentes dela é a vacinação”, explicou.
A gestão do prefeito Edivaldo fará do Dia D Municipal uma grande mobilização. A intenção é imunizar o maior número possível de pessoas que integram o público-alvo da campanha formados por gestantes, puérperas, crianças de um a menores de seis anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias), trabalhadores de saúde, povos indígenas, idosos, professores de escolas públicas e privadas, pessoas com comorbidades e outras condições clínicas especiais, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas, além de funcionários do sistema prisional e pessoas privadas de liberdade.
Além destas estratégias, a Semus vai disponibilizar pontos de vacinação em locais públicos. Nos dias 26 e 27 de abril, e em maio (nos dias 3 e 4, 10 e 11, 17 e 18, 24 e 25), a vacina estará disponível nos shoppings Rio Anil (na avenida São Luís Rei de França, Turu), da Ilha (na avenida Daniel de La Touche, Cohama) e São Luís (na avenida Carlos Cunha, Jacarati). O horário de atendimento será das 14h às 19h. A Semus orienta a população a apresentar o cartão de vacina, para identificar se o cronograma obrigatório do Programa Nacional de Imunização está sendo cumprido.
A vacinação contra a Influenza é a medida mais efetiva para a prevenção, e a melhor estratégia para diminuir as complicações, internações e a mortalidade decorrentes das infecções pelo vírus da gripe. A vacina contra a doença tem eficácia de seis a 12 meses e protege contra os tipos A e B do vírus.