Integração entre países representa troca de conhecimento e assinatura de acordos comercias e científicos, iniciados com visita ao presidente argentino Alberto Fernández
Imagem / Lula com o presidente da Argentina, Alberto Fernández / Foto: Ricardo Stuckert
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira (23), na Casa Rosada, sede do governo argentino, que o Brasil está de volta para refazer relações, “que nunca deveriam ter sido interrompidas”, e criar parcerias comerciais, científicas e culturais com países da América Latina.
Ao lado do presidente Alberto Fernández, Lula pediu em seu discurso desculpas ao povo argentino por “todas as grosserias e ofensas” feitas pelo genocida Bolsonaro. “Um país com 16 quilômetros de fronteira com a América do Sul não tem o direito de ficar procurando inimigos. Tem é de construir amigos e parceiros”, afirmou Lula.
Os discursos de Fernández e Lula foram precedidos da assinatura de uma série de protocolos de intenções para parcerias em diversas áreas como economia, defesa, saúde, ciência e tecnologia e de acordo de cooperação na Antártica.
“Portanto, quero dizer com muito orgulho que estou de volta para fazer bons acordos com a Argentina, para compartilhar e para ajudar que os dois países cresçam”, falou o presidente brasileiro.
Lula fez questão de dizer que trabalhará para que o Brasil tenha boas relações com todos os países sul-americanos, como Cuba, do presidente Miguel Diáz-Canel, e a Venezuela, de Nicolás Maduro.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assinou memorando de entendimento com o ministro da Economia argentino, Sergio Massa, para que os dois países estudem formas de comércio exterior em moeda comum, “construída com base no debate”.
Ao ser questionado pela imprensa sobre a participação dos presidentes de Cuba, Miguel Diáz-Canel, e da Venezuela, Nicolás Maduro, em reunião da 7ª Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), Lula falou que seu papel como presidente do Brasil é de construtor da paz.
“Vamos resolver com diálogo, e não com bloqueio econômico, não com ameaça”, disse Lula ao citar o embargo econômico de Cuba pelos Estados Unidos e a invasão territorial da Ucrânia pela Rússia.
Veja os acordos comerciais assinados entre Brasil e Argentina:
1 – Carta de Intenções para o Projeto de Integração da Produção de Defesa Brasil-Argentina
2 – Declaração sobre Cooperação entre Ministérios da Saúde
3 – Programa Binacional de Cooperação em Ciência, Tecnologia e Inovação 2023-2024
4 – Memorando de Entendimento entre Ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovação sobre Cooperação Científica em Ciência Oceânica
5 – Memorando de Entendimento sobre Integração Financeira
6 – Acordo de Cooperação Antártica
7- Declaração conjunta
À tarde, com o presidente Alberto Fernández, o presidente Lula participou da cerimônia de abertura do Encontro Empresarial Brasil-Argentina. O evento reuniu diversos empresários argentinos.
7ª edição da Celac
A partir desta terça-feira (24), começa em Buenos Aires a 7ª edição da Celac. Além de Lula, devem participar os presidentes do Chile, Gabriel Boric, do Uruguai, Luis Lacalle Pou, da Bolívia, Luis Arce, e de Honduras, Xiomara Castro.
A Celac, criada em 2010, quando os principais governos eram de esquerda, ao longo dos anos foi esvaziada a partir da eleição de presidentes de direita e de extrema-direita. Com 33 países como membros, a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos é o principal fórum de debates políticos da América do Sul.
Em 2020, o então presidente Bolsonaro retirou o Brasil formalmente do grupo. Com o retorno de Lula, o Brasil informou, em 5 de janeiro deste ano, que voltará a fazer parte da cúpula.
Da Redação