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Mestre Marcelino Azevedo, fundador do boi de zabumba de Guimarães, ganha ‘Mural da Memória’

O projeto “Amo, Poeta e Cantador: Murais da Memória pelo Maranhão” está na cidade de Guimarães, a cerca de 200 quilômetros (por mar e terra) de São Luís, capital do Maranhão, para homenagear o mestre Marcelino Azevedo, amo e fundador do Bumba meu Boi de Zabumba de sotaque Guimarães.

Este é o 9° mural da memória confecionado pelo projeto para homenagear grandes mestres, que muito lutaram para que fossem mantidas vivas as tradições religiosas e culturais do Bumba meu Boi do Maranhão.

O mestre zabumbeiro Marcelino Azevedo fez com que a brincadeira fosse conhecida não só no estado do Maranhão, mas em várias cidades brasileiras, como Teresina (PI), Recife (PE) e Brasília (DF), e também na Alemanha – um dos países mais populosos do continente europeu. Como agradecimento pelo mural, alguns brincantes se apresentaram hoje (16/09), tocando a zabumba, o pandeiro, e dançando ao som das toadas do Boi de Guimarães.

Marcelino Azevedo, falecido em 06 de março de 2016, é considerado um dos maiores mestres não só do Bumba meu Boi do Maranhão, mas da cultura popular brasileira. Ele esteve quase 45 anos à frente do Bumba Boi de Guimarães – desde maio de 1971, data de sua fundação, até o início do ano de 2016, pouco antes de sua morte. Sua filha, Cíntia Avelar, de 43 anos, é quem assumiu a presidência do Boi em 2017, quando foi eleita uma nova diretoria.

A imagem em Graffiti desse grande mestre foi finalizada na tarde desta quinta-feira, 16 de setembro, na sede do Bumba Boi de Guimarães, à Rua 14 de Outubro, na região central do município. O Boi, que é um dos grandes expoentes do sotaque de zabumba no Maranhão, é procedente do Quilombo de Damásio, localizado na zona rural da cidade, a cerca de 20 quilômetros do Centro de Guimarães.

O sotaque de Zabumba tem a singularidade de manter os saberes técnicos originais, como a comédia, os personagens, o toque, os cantos e as danças, além da tradicional indumentária, com roupas aveludadas, chapéus com fitas e saias bordadas. As roupas possuem uma riqueza de detalhes bordados em miçangas e canutilhos.

O sotaque se caracteriza, ainda, pela própria presença das zabumbas, e de outros instrumentos de percussão, como o tambor-de-fogo, tamborinho ou pandeirinho, e o tambor-onça, além dos maracás e apitos. Eles dão a sonoridade ao ritmo forte.

A equipe do Projeto “Amo, Poeta e Cantador” segue, agora, para Cururupu – cerca de uma hora de distância de Guimarães – para confeccionar o seu 10 ‘Mural da Memória’; dessa vez para homenagear uma grande personalidade do Bumba Boi Rama Santa, de sotaque Costa de Mão, o amo e cantador João Tolentino Abreu. O projeto “Amo, Poeta e Cantador” é uma realização do Boi da Floresta de Apolônio Melônio em parceria com o artista Gil Leros. Conta também com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), da Benfeitoria, e do Sitawi Finanças do Bem.

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