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Jargão “comunossocialismo” é confuso e impreciso

“Nem um, nem outro!” Assim reagiu uma atenta observadora da cena política do Maranhão ao ler uma das manchetes compartilhadas com freqüência por vários blogs locais: “Deputados comunossocialistas tentam cassar prefeito aliado de Brandão em Colinas”.

A notícia tratava de um suposto racha entre os grupos liderados pelo ministro do SFT e ex-governador Flavio Dino (PCdoB) e o governador Carlos Brandão (PSB).

Para a mencionada observadora, pedagoga e doutoranda, “comunossocialistas” não expressa com o devido cuidado conceitual o legado teórico e prático dos socialistas e comunistas.

A pergunta é: como o Maranhão pode ter um campo político assim designado se a estrutura oligárquica permanece firme e forte, renovada com o velho filhotismo eleitoral?

Outra pergunta: é possível falar em utopias revolucionárias em um dos estados mais pobres do Brasil, vivendo na idade política da pedra lascada, “governado” pelo multideputado Josimar de Maranhãozinho, ministros do naipe de Juscelino Filho e André Fufuca, e vereador do tipo de Paulo Vitor?

É preciso sublinhar ainda que o jargão comumente utilizado por alguns jornalistas e blogueiros não expressa o alinhamento dos grupos partidários mutantes a cada eleição. Eles são de tal modo heterogêneos, contraditórios, líquidos e passíveis de constantes agregações, diásporas e ressignificações que se torna impossível separar o joio do trigo.

Tudo no Maranhão se mistura e separa de acordo com os interesses econômicos e eleitorais que têm uma referência superior, acima de tudo e todos(as), chamado Palácio dos Leões.

No geral, os jornalistas, ao noticiarem o cotidiano, acumulam registros que futuramente serão fonte de consulta dos historiadores, pesquisadores e curiosos.

Fica aqui a sugestão aos jornalistas e blogueiros para refletirem sobre as manchetes e o noticiário que evidenciam um suposto “comunossocialismo” tupiniquim.

Para evitar confusões e imprecisões na História, seria mais apropriado trocar “comunossocialismo” por “dinismo”, fazendo jus ao legado e ao poder do atual ministro do Supremo Tribunal Federal (SFT), Flavio Dino, que segue mais forte, na fila de pré-candidato a presidente do Brasil.

Guardadas as devidas proporções, características e diferenciações, é bem mais pertinente utilizar os jargões alinhados aos seus respectivos significados práticos e históricos, condizentes aos fatos.

Em ordem cronológica, o Maranhão já teve o vitorinismo, em referência ao mandonismo do ex-interventor Vitorino Freire; e o sarneísmo, relativo à longa temporada do oligarca José Sarney.

A era atual é o dinismo e não “comunossocialismo” .

Sem citar Michel Foucault, a astuta pedagoga diz que “comunossocialismo” é uma caótica mistura das palavras com as coisas e as criaturas e, no final, não é uma coisa nem outra.

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