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TV Assembleia: rádio e mídia sonora em debate no programa Contraplano

Fonte: Agência Assembleia / Imagem: Jornalista Fábio Cabral entrevista os radialistas Lima Coelho, Saylon Sousa e Edwilson Araújo, no programa Contraplano. Foto: Miguel Viegas

A conversa girou em torno de recortes do passado, reflexões sobre o presente e projeções para o futuro do Rádio como veículo de comunicação

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O programa ‘Contraplano’ abordou, nesta terça-feira (7), na TV Assembleia, o rádio como uma das ferramentas de comunicação mais poderosas do planeta. O apresentador e jornalista Fábio Cabral conversou com o presidente da Associação Brasileira de Radiodifusão Comunitária no Maranhão (Abraço-MA), jornalista Ed Wilson Araújo; o radialista e comunicólogo Saylon Sousa; e o jornalista, radialista e escritor Lima Coelh

A conversa girou em torno de recortes do passado, reflexões sobre o presente e projeções sobre o futuro do rádio como veículo de comunicação.

Transformação

Questionados sobre se o rádio, de fato morreu, os debatedores divergiram. “Acho que o Governo não matou só o rádio, matou um veículo de intercâmbio social, porque o rádio AM levava a informação até o interior sem precisar de internet. Hoje, a população que utilizava o rádio está isolada”, afirmou Lima Coelho, sobre o fim da faixa AM.

Para Ed Wilson Araújo, o rádio está mais vivo do que nunca e se adaptando ás novas tecnologias. “Dizer que o rádio morreu é uma expressão muito forte e não adequada para esse momento de virada tecnológica que estamos vivendo. O rádio está se abrindo e se incorporando para novas perspectivas, de novos sentidos e para a produção de novos produtos e intercâmbio com novas tecnologias”, declarou.

Saylon Sousa observou que o rádio que se conhecia está morrendo, mas, paradoxalmente, está renascendo para novas perspectivas de comunicação. “A grande questão que fica entre morrer e ressuscitar o rádio somos nós, que consumimos. Como é que nós nos colocamos diante desse processo de transformação pelo qual o rádio passa? A grande questão é o lado humano dessa relação midiática”, acentuou.

Políticas públicas

Os debatedores convergiram no sentido de que está faltando políticas públicas que atendam aos segmentos da população que ficou privada de ouvir rádio, fazendo sua inclusão por meio do acesso às novas tecnologias de comunicação. “As camadas mais carentes da população não têm as informações. Não têm mais rádio e não tem internet. Quem suprimiu o rádio AM não se lembrou de garantir acesso às pessoas mais carentes às novas formas de acesso do rádio”, assinalou Lima Coelho.

“As camadas mais carentes da população vivem uma orfandade em termos de acesso a novas tecnologias de comunicação. O direito à informação está sendo negado a essas pessoas. Isto é um problema que os governos precisam resolver”, advertiu Ed Wilson Araújo.

“O processo de migração das rádios AM para FM, cujo prazo finda, agora, no final do ano, vai deixar uma parcela significativa da população sem acesso ao rádio, pois as emissoras de caráter nacional que podem continuar operando na frequência AM são muito poucas. Falta investimento público e empresarial para o surgimento de novas emissoras AM, que vão deixar de operar e causar prejuízos a muitas pessoas”, alertou Saylon Sousa.

Papel do rádio

Quanto ao papel do rádio como veículo de comunicação, os debatedores também convergiram nas opiniões. “O rádio, hoje, tem o papel de conectar as pessoas e depois de informar, como vimos recente com o caso do apagão”, assinalou Saylon Sousa.

“O rádio deve continuar com seu papel educativo como tem sido desde o seu surgimento, mas também de entretenimento, noticioso e esportivo. No período da pandemia, por exemplo, tivemos as radio-aulas, que contribuíram para manter os alunos em dia com os conteúdos curriculares”, lembrou Ed Wilson Araújo.

“Na maioria das emissoras, hoje, a predominância é de programações mais comerciais. O foco é atingir o grande público, conquistar a audiência, em detrimento de outras áreas do conhecimento, como o jornalismo”, frisou Lima Coelho.

O programa ‘Contraplano’ é exibido todas as terças-feiras, às 15h, pela TV Assembleia (canal aberto digital.9.2; Max TV, canal 17; e Sky, canal 309).

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