O blog estreia hoje uma seção de causos baseados em relatos de situações inusitadas em campanhas eleitorais. Segue o primeiro episódio:
Era tão pouca gente no comício, nos anos 1990, em uma cidade da Baixada maranhense, que os poucos correligionários revezavam entre o palanque e a plateia, de tal maneira que enquanto um candidato discursava os outros da coligação desciam da carroceria do caminhãozinho para fazer volume na praça esvaziada.
Entre os poucos presentes estava o típico eleitor hilário que adora um comício para zombar dos políticos.
Um dos oradores desatou a falar em ética, seriedade, compromisso e outros quetais da sua plataforma de campanha e eventual governo. E fazia questão de dizer que não praticaria nepotismo. “Se eu ganhar a eleição, não vou nomear nenhum parente na prefeitura, ninguém da minha família vai ser empregado, meu mandato será isento de parentes ou aderentes no governo”, destacava.
Ao ouvir aquela retórica, eis que tipo jocoso sai com essa: “Esse candidato nunca vai ter meu voto e de ninguém aqui na cidade. Se ele não tem consideração com a própria família, se ele não vai ajudar nem as pessoas próximas, imagine as outras pessoas que não são parentes dele.”
Foi dito e certo. O tal candidato ético ficou minguado de votos. Foi uma derrota tão acachapante que nunca mais ele tentou nenhuma eleição.