As articulações para a disputa eleitoral de 2022 servem para recordar personagens típicos do pragmatismo ainda pulsantes no cenário político.
Fernando Bezerra Coelho (MDB) é um deles e demonstra como a direita versátil navega em campos opostos com muita facilidade.
Deputado de vários mandatos, transitando entre a Arena e o PSB, figura carimbada em Pernambuco e Brasília, ele foi ministro da Integração Nacional no governo Dilma Roussef, de 2011 a 2013. Turbinado pelas obras de transposição do rio São Francisco, elegeu-se senador em 2014.
Mas, em 2016 ele votou a favor do impeachment de Dilma Roussef, de quem recebera o ministério.
No curso do golpe o senador radicalizou a mudança de lado, tornando-se líder do governo Jair Bolsonaro de 2019 até 2021, quando abandonou o cargo depois de ter se sentido “traído” pela família do presidente na indicação a ministro do TCU (Tribunal de Contas da União).
Mesmo após entregar a liderança de Jair Bolsonaro, Fernando Bezerra Coelho segue defendendo as teses governistas.
Mas, se Lula voltar ao poder em 2023, Bezerra será aquinhoado com novos cargos?
Imagem destacada / Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), agora ex-líder do governo Bolsonaro — Foto Leopoldo Silva / Agência Senado