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Punição suave para o deputado que defendeu o AI-5 é quase um prêmio

É leve e estimulante a pena de suspensão do mandato do deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ por apenas seis meses, segundo decisão do Conselho de Ética da Câmara.

O parlamentar protagonizou uma das piores cenas do bolsonarismo na sua versão mais violenta, ao divulgar um vídeo em que ameaçou os ministros do STF e defendeu o retorno do AI-5 (Ato Institucional nº 5) deflagrado em 1968, a fase mais radical da ditadura militar, culminando no fechamento do Congresso Nacional e na onda de mortos e desaparecidos políticos.

Daniel Silveira deveria ter o mandato cassado e ficar proibido de disputar as eleições durante pelo menos oito anos.

O que ele disse naquele vídeo é grave, violento, atenta contra as instituições e expressa total falta de humanidade perante o sofrimento das vítimas torturadas e mortas pela ditadura militar, bem como dos seus familiares que ainda choram as suas perdas.

A punição levíssima com a suspensão do mandato por apenas seis meses é quase um estímulo para o deputado voltar a agir de maneira torpe. Suspensão é uma espécie de prêmio.

O Brasil cometeu uma série de erros na abertura política ao não investigar e punir os crimes da ditadura militar. Os esqueletos e os fantasmas daquele tempo de horrores estão aí assombrando a nossa democracia. Daniel Silveira é um deles.

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