O pré-candidato do PDT a presidente da República, Ciro Gomes, cometeu um equívoco ao se ausentar das mobilizações em São Bernardo do Campo.
Nesse momento delicado da conjuntura, o pedetista sabe que a causa maior não é a defesa de Lula, mas da democracia.
Ele sabe, mas não ajuda na construção coletiva de um campo de resistência.
O Brasil está na iminência de uma fase ainda mais violenta do golpe, que pode boicotar a realização das eleições diretas.
Ciro, na condição de uma liderança política expressiva, não poderia se omitir.
O PSOL, oriundo de uma dissidência do PT, compreendeu a complexidade do golpe. Guilherme Boulos esteve com Lula em vários momentos, apesar das diferenças.
Até o ultraradical Partido da Causa Operária (PCO) agitou bandeiras em São Bernardo do Campo.
O cenário exige unidade mínima do campo democrático para enfrentar o golpe no que pode ter de ainda mais agressivo.
Lula é uma peça importante que estão querendo descartar do tabuleiro, mas é a democracia que está em jogo.
Ciro Gomes, inteligente que é, tem pleno conhecimento da conjuntura e do que pode vir, mas seu destempero não admite a solidariedade a Lula.
É uma pena.