Nesses tempos de pandemia, quando a televisão brasileira está prestes a comemorar 70 anos de implantação, as transmissões dos jogos de futebol, sem público, estão frias.
O espetáculo futebolístico na tela ocorria em dupla força expressiva: o espetáculo dentro de campo e o festival de reações nas arquibancadas.
Sem as torcidas, as TVs têm de se contentar com os mosaicos e faixas, imagens meramente ilustrativas.
Já o “velho” rádio consegue dar uma sensação de ao vivo permanente nas transmissões, graças ao uso dos efeitos sonoros das torcidas.
Em várias emissoras, a criatividade exalta as emoções da torcida no som ambiente funcionando como background, alguns até modulados de acordo com a intensidade dos lances.
Os efeitos sonoros funcionam como os ruídos das torcidas e “colorem” a narrativa dos locutores.
Assim, a magia do rádio dá um show nas transmissões, enquanto a TV, com a imagem das arquibancadas vazias, vive o jejum de público nas arenas e perde audiência também para o streaming.
São outros tempos.