O pré-candidato a presidente da República pelo PSOL, Guilherme Boulos, cumpriu agenda intensa na região tocantina e em São Luís.
Na UFMA, ao fim da tarde, lotou o auditório Ribamar Carvalho, na Área de Vivência, falando para estudantes, professores, militantes de movimentos sociais e lideranças partidárias.
Fazia muito tempo que aquele auditório não via tanta gente reunida para ouvir um líder partidário em tempos de despolitização da sociedade.
Marielle estava presente a todo momento. O assassinato dela, que teve o objetivo de intimidar as pessoas, transformou-se em movimento e ação.
Boulos é o porta-voz de um sentimento coletivo pela recomposição da política que vai, aos poucos, reconquistando os órfãos da utopia.
Ele foi direto ao ponto. A jornada eleitoral é um momento importante, mas só vale a pena se for para virar a mesa, mudar profundamente.
“A disputa não é para administrar esse sistema e sim para transformar”, cravou.
Democracia só faz sentido com participação, tendo o povo no centro do jogo, para acabar com o abismo entre Brasília e o Brasil.
Boulos encerrou o discurso com a tônica da solidariedade a Lula. Há diferenças em relação ao petista, mas não pode haver condenação injusta, demarcando o entendimento de que o golpe não é só contra o PT.
Com objetividade e clareza da conjuntura e da estrutura, disse que não adianta ganhar a eleição e tentar construir acordos com as máfias que controlam o país.
Em síntese, a palestra de Boulos sistematizou três ideias principais: a democracia indissociável da participação popular, radicalizar a distribuição de renda com uma profunda reforma tributária, manter uma agenda permanente com as maiorias violentadas e excluídas: mulheres, negros, LGBT e índios.
Fez referência especial à sua companheira de chapa na pré-candidatura, a liderança indígena Sonia Guajajara, finalizando com uma frase simbólica para os tempos de pragmatismo em alta voltagem: “a nossa vida não acaba nas eleições”.