As polícias Civil e Militar já têm conhecimento de que a dupla franco-brasileira (François-Xavier Pelletier e Magnólia de Oliveira) agiu fora da lei quando usurpou uma vultosa quantidade de objetos arqueológicos de territórios quilombolas em Bacuri, Maranhão.
François-Xavier Pelletier e Magnólia de Oliveira, sem qualquer autorização do Estado brasileiro, burlando a legislação que dispõe sobre trabalho de campo em Arqueologia (Lei nº 3.924, de 26 de julho de 1961; e Portaria nº 07, de 01 de dezembro de 1988), transformaram um sítio arqueológico em cenas de garimpo, no povoado São Félix.
A dupla retirou ilegalmente e transportou centenas de peças metálicas, artefatos de cerâmica e madeira e mostras de solo sem os devidos cuidados. Tudo foi amontoado em uma casa emprestada no povoado Portugal, na periferia de Bacuri, onde residiram até terem de se evadir quando o esquema foi descoberto pela Polícia.
Além das escavações irregulares, a dupla retirou (sem consentimento do dono do terreno) duas peças metálicas de valor histórico e afetivo, no povoado Mutaca, o que deu origem ao mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça
Leia matéria publicada no site do Ministério Público
A primeira medida já foi executada pelas polícias Civil e Militar, mediante ordem judicial, desmontando uma parte do esquema – a casa onde François e Magnólia moravam e armazenavam os objetos arqueológicos retirados dos quilombolas.
Essa dupla deve explicações também ao Ministério Público Federal e ao Iphan e está sendo monitorada pelas autoridades policiais do Governo do Maranhão. Todas essas autoridades estão tomando ciência dos gravíssimos atos irregulares praticados por François & Magnólia.
Ademais, é sempre bom lembrar: a dupla não comprova formação em Arqueologia, não tem diploma nessa área reconhecido em nenhuma instituição brasileira e não possui qualquer pedido formal junto ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para fazer escavações. Portanto, eles agiram fora da lei ao fazer escavações e perfurações irregulares.
Estes dois ongueiros da Homme Nature, inspirados na pilhagem da antiga pirataria francesa, conseguiram enganar várias pessoas, mas não contavam que seriam descobertos e desmascarados. Todos os grandes jornais do Maranhão e as emissoras de rádio e televisão sabem a verdade sobre a expropriação cometida pelos atos fora da lei de François & Magnólia.
A revelação sobre a ação da dupla veio à tona graças ao trabalho responsável da historiadora e funcionária da Prefeitura de Bacuri Klíssia Jéssica Fonseca Ferreira. A defesa do patrimônio histórico-cultural e arqueológico de Bacuri tem sido fundamental para a certificação das comunidades quilombolas junto à Fundação Cultural Palmares, mediante pesquisa de campo, relatórios e memoriais.
Se o trabalho de Klíssia Ferreira já era importante para certificar as comunidades perante a Fundação Cultural Palmares, agora deve ser valorizado pelos moradores e gestores públicos de Bacuri.
A ação das autoridades policiais fez evadir de Bacuri o casal François-Xavier Pelletier e Magnólia de Oliveira, as escavações foram interrompidas e novas providências estão sendo tomadas para ir fundo nas investigações, que só começaram.
Mas, a repercussão do trabalho de Klíssia Ferreira mexeu nos interesses políticos locais. O desespero diante da interrupção das escavações e revelação dos furtos se manifestou em uma publicação apócrifa na internet para atacar Klíssia Ferreira. Cabe ainda frisar que as ameaças contra ela merecem atenção dos órgãos de Segurança Pública para garantir a sua integridade física.
Sem identificação dos autores, essa publicação assedia e ameaça Klíssia Ferreira e desqualifica até mesmo a Polícia Civil que cumpriu o mandado de busca e apreensão na casa do povoado Portugal.
Certamente, a dupla François & Magnólia, bem como os responsáveis pela publicação apócrifa (sem identificação), devem responder na Justiça pelos seus atos.
Veja abaixo links de reportagens sobre os atos fora da lei de François & Magnólia:
Repórter policial Silvan Alves