A senadora eleita no Maranhão, Eliziane Gama (PPS), vive um grande dilema político.
Evangélica, ganhou a eleição na chapa do PCdoB, liderada pelo governador reeleito Flávio Dino, com a anuência da Assembleia de Deus.
A comunidade evangélica sabia, desde sempre, que cristãos e comunistas caminharam juntos na eleição.
Após a vitória, a senadora declarou apoio no segundo turno ao petista Fernando Haddad, sendo fortemente censurada pela cúpula da Assembleia de Deus, que preferiu Jair Bolsonaro (PSL).
A censura do número 1 da Assembleia de Deus, pastor Aldi Damasceno, fez Eliziane Gama recuar. Ela não participou da caminhada com Fernando Haddad em São Luís, puxada pelo governador Flávio Dino, onde estava presente o outro senador eleito, Weverton Rocha (PDT), além de vários deputados estaduais e federais vitoriosos em 2018.
Haddad ganhou no Maranhão com 73% dos votos.
Gama alegou “tratamento de saúde” para justificar sua ausência do palanque do petista nas ruas do Anil, bairro tradicional da capital do Maranhão.
Passado o segundo turno, eis que a senadora eleita se manifesta no twitter, desta feita sugerindo o nome do governador Flávio Dino para eventual disputa presidencial em 2022.
Depois da twittada de Eliziane Gama, resta ver como vai se posicionar a cúpula da Assembleia de Deus, hostil aos comunistas na ideologia, mas beneficiária de cargos no Governo do Maranhão.
Os sentidos do comunismo e do cristianismo são compatíveis. Ambos tratam de justiça, fraternidade, amor, partilha… mas algumas igrejas evangélicas não conseguem admitir esta sintonia e costumam demonizar o que chamam de esquerda.
Mesmo assim, aceitam cargos e favores dos governos de todos os tipos, inclusive daqueles comandados pelo PCdoB.
É o caso da cúpula da Assembleia de Deus no Maranhão.