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Chance de Waldir Maranhão entrar no PT é mínima

Tudo pode mudar, porque a política é dinâmica, mas hoje o cenário para o deputado federal Waldir Maranhão entrar no PT é perto de zero.

Ele é rejeitado na quase totalidade do partido e seu ingresso seria um desgaste ainda maior para a legenda.

Além disso, a tentativa do deputado federal Waldir Maranhão de filiar-se ao PT só será avalizada pela cúpula do partido. É o que diz a regra.

Como o pretendente já tem mandato na Câmara Federal, cabe à Comissão Executiva Nacional petista decidir, segundo diz o estatuto da legenda, no art. 5º, especifivamente o §1º, grifado abaixo:

Art. 5º. A solicitação de filiação será feita perante a instância de direção municipal ou zonal do respectivo domicílio eleitoral, em formulários impressos conforme modelo definido pela instância nacional ou através de sistema informatizado do Partido, nos quais deverá constar a declaração de aceitação, pelo interessado, dos documentos partidários e da obrigação de contribuir financeiramente.

  • 1º: A filiação de líderes de reconhecida expressão, detentores de cargos eletivos ou dirigentes de outros partidos deverá ser confirmada pela Comissão Executiva Estadual e, no caso de mandatários ou mandatárias federais, pela Comissão Executiva Nacional.
  • 2º: Excepcionalmente, nos casos previstos no parágrafo anterior, é facultada a filiação perante o Diretório Estadual ou Nacional, que deverá ser aprovada pela maioria absoluta de seus respectivos membros.

Segundo várias fontes consultadas pelo blog, Waldir Maranhão está sem condições de formar maioria na cúpula nacional.

Na opinião pública, o ingresso do parlamentar deve provocar mais desgaste na imagem do PT, que neste momento deveria voltar suas forças para defender Lula das intimidações que podem desembocar no assassinato do ex-presidente.

Esse é o cenário de hoje. Waldir Maranhão segue fora do PT. Mas, como tudo na política muda muito rapidamente, e no PT a regra nem sempre vale, pode ser que haja alguma manobra ou alteração na conjuntura que viabilize a candidatura dele ao Senado no petismo.

Até o momento, a decisão está com a cúpula nacional.

Politicamente, além da regra, os petistas deveriam produzir um amplo manifesto de repúdio à filiação de Waldir Maranhão, até como forma de prevenção diante de eventuais mudanças de curso.

Por fim, tudo isso é repugnante. No momento mais difícil do PT, quando Lula, além de advogados, tem de ter a proteção de coletes à prova de balas, o “debate” sobre a filiação de Waldir Maranhão beira o suicídio político.

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Os tiros foram contra Lula, mas o alvo é a democracia

Os tiros disparados hoje contra a caravana de Lula, no Paraná, têm como alvo o fim da política. Quem atirou manda aviso do que pode vir por aí.

A qualquer momento Lula pode ser morto. Ele sabe disso, o PT também. As autoridades federais têm pleno conhecimento de que a vida do ex-presidente está em risco.

Embora todos saibam disso, aqueles que deviam tomar providências concretas para impedir o assassinato de Lula ficam em compasso de espera.

O Ministério da Segurança, criado recentemente no governo Michel Temer (PMDB), não se pronuncia com rigor. Apenas lamenta e repudia as agressões.

Vivemos tempos difíceis. A barbárie atropela as garantias individuais e os direitos constitucionais.

As forças conservadoras sabem que o petista, mesmo que seja preso, será influente na eleição e pode ganhar.

Os inimigos da democracia fazem as contas e alinham a tese da violência como única forma de barrar a popularidade do ex-presidente.

Na falta de argumentos, apelam para ameaças e intimidações. Lula pode ter o mesmo fim de Juscelino Kubistcheck ou algo pior.

O mundo está cheio de exemplos. Na América Latina, os assassinatos de lideranças populistas e de esquerda são uma constante desde sempre.

Um dos resultados do golpe é a intolerância, subproduto do fundamentalismo político e da onda conservadora que assola o Brasil.

Alguns internautas, ao lerem esse texto, vão até torcer para que Lula seja morto, da mesma forma que fizeram estrupiando o cadáver da vereadora Marielle Franco (PSOL).

Uns celebram a violência contra a esquerda por intolerância, ódio e/ou opção de classe. Outros, por falta de oportunidade nos estudos formais para entender a conjuntura.

Para os dois tipos eu desejo paz e proteção. Hoje os tiros são contra Lula. Amanhã o tiroteio pode atingir qualquer pessoa, inclusive os que odeiam o PT.

Não desejo isso a ninguém. Pelo contrário, torço para que entendam o jogo. As balas contra a caravana de Lula são extensivas à democracia, ao Estado Democrático de Direito.

Amanhã, o cadáver pode ser do petista. E depois?! O futuro é sombrio.

A democracia, com todas as suas imperfeições, é a melhor forma de convivência.

Sem ela temos a ditadura e o fascismo, terrenos áridos onde quase nada germina, apenas o ódio.

Imagem: Marcelo Prates / Campanha Diretas Já, em Belo Horizonte, retirada deste site

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Literatura

Poeta de Barra do Corda lança novo livro em São Luís

Kissyan Castro lança O Estreito do Éden, seu quinto trabalho de poesia, dia 27 de março no projeto Vozes Vinhos e Vinis, livraria Poeme-se

O Estreito de Éden (editora Penalux, 85 páginas) tem 50 poemas divididos em três partes: O Estreito de Éden, que dá título ao livro, Deambulário e Melopeia dos Ossos. É o quinto livro de poesia de Kissyan Castro, que além de escritor é técnico em enfermagem. Lançamento acontece no projeto Vozes, Vinhos e Vinis, que a livraria Poeme-se realiza mensalmente na Praia Grande desde meados de 2017.

Segundo o escritor, o novo trabalho é um desdobramento do livro anterior, Bodas de Pedra, que ele considera sua estréia de fato. “O livro traz alguns poemas em que predominam as indagações metafísicas sobre a efemeridade da vida, o estar no mundo, a ânsia de durar, que são temas que me perturbam desde a infância, além de alguma iconoclastia do legado das religiões. O mais é a tentativa de construir um objeto, uma coisa, ‘um artefato’, como diria Ferreira Gullar, que fique, antes que o punho trema, a palavra caduque e o presente não seja mais que um batuque”.

Atualmente, Kissyan Castro (foto) está trabalhando numa biografia de Maranhão Sobrinho, “O Poeta Maldito de Atenas”, como ele mesmo se autointitulava. O projeto nasceu de uma pedido do escritor Jomar Moraes, ele mesmo autor de uma biografia sobre o poeta simbolista.  Sobrinho é um dos escritores preferidos de Kissyan Castro, que tem ainda no seu cânone literário, Ferreira Gullar, Nauro Machado, Drummond, Pessoa, Murilo Mendes, Rilke, Sofia de Mello Breyner Andresen, João Cabral, Orides Fontela, Hilda Hilst, Kaváfis, Rimbaud, além dos prosadores Graciliano Ramos, Machado de Assis, Hermann Hesse, Dostoiévski e Tólstoi, entre muitos outros.

Perfil

Poeta e pesquisador maranhense (Barra do Corda/MA, 1979). Autor dos livros Vau do Jaboque (2005), Bodas de Pedra (2013), Maranhão Sobrinho – Poesia Esparsa (2015) e Rio Conjugal (2016). Tem poemas publicados em vários sites e revistas, entre as quais Germina e Portal de Poesia Ibero-Americana, de Antonio Miranda. Atualmente colabora no site www.barradocorda.com. Formado em Teologia, servidor público, membro efetivo da Academia Barra-Cordense de Letras e, nas horas vagas, professor de grego clássico.

O ESTREITO DO ÉDEN

Livro de poesia de Kissyan Castro

Lançamento dia 27 de março, às 19h

Projeto Vozes, Vinhos e Vinis

Livraria Poeme-se – Praia Grande, Centro

Preço do livro: R$ 35,00

Três poemas do novo livro

Inventário

Não tive ouro ou gado que me valha
neste pasto-imposto
cobrado à sanha de metralha.

(em vez de dólar, dolo,
o duplo das vezes, fezes)

Não tive ouro ou gado que me valha
neste pasto feito excremento.

O silêncio atroz que me navalha

é tudo o que hoje ostento.

Ala obstétrica

Sem centro ou cohab onde habite,
vivo a guitarrear teu sexo
como um pássaro hemorrágico.

Palavra de um só cadáver
para a selfie que é de dois
no céu inverso do umbigo.

Eternidade – este biombo
da garganta até o Hades
do vocábulo por dentro.

Eternidade – esta maca
no vazio a ser dos ossos
um deus nascendo da cloaca.

Poda à maneira de Herodias

Perfilado a pregos no esquecimento,

o instante supremo do último ato.

A terra já não nos pertence. Ó Vida –

inacabada contagem de estrelas –,

ninguém que me apanhe a espada caída

ou sequer diminua o passo esquivo.

Removido o traje, a cabeça dos ombros,

o olho o tronco as tripas o umbigo extinto,

restará de mim o apetite assíduo

entregue ao Nada numa bandeja.

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Literatura

Livro conta as origens do bairro Anjo da Guarda, nome presente na obra “O mulato”, de Aluísio Azevedo

O jornalista e escritor Herbert de Jesus Santos vai fazer o relançamento da obra “Um Terço de Memória, Entre Anjo da Guarda e Capela de Onça, e os Heróis do Boi de Ouro (A História de Fato e de Direito do Bairro Anjo da Guarda)”, dia 28 (quarta-feira), 18 horas, no teatro Itapicuraíba.

Prestes a completar 49 anos de existência, o bairro do Anjo da Guarda é conhecido notoriamente pelo espetáculo ao ar livre da Via Sacra. Hoje com mais de 300 mil habitantes, e apesar dos percalços de infraestrutura e mobilidade urbana, o bairro é palco de grandes manifestações culturais e religiosas. Mas você sabe como o Anjo da Guarda surgiu? A história envolve, infelizmente, perdas. Mas também muita irmandade.

Casas do início da ocupação do Anjo da Guarda

Origem 

Tudo começou depois de uma grande tragédia. No dia 14 de outubro de 1968, o bairro do Goiabal foi vítima de um incêndio até hoje não elucidado. Uns acreditam que foi provocado por fogos de artificio, outros por uma lamparina – tem até quem diga que foi por causa de um simples pescador que assava peixe na beira do rio. Mas, o que se sabe de fatos concretos e não de suposições, é que houve um grande incêndio no Goiabal, com uma mistura de casas em chamas, corpos queimados, lama de mangue e o desespero das pessoas, tornando o quadro ainda mais dramático. Ao todo, 78 casas ficaram completamente destruídas, deixando cerca de 100 famílias desabrigadas, conforme dados da Comissão Estadual de Transferência de População (Cetrap).

 

Solidariedade

Foi então que se instalou um sentimento de solidariedade e comoção não apenas pelos povoados próximos, mas também por parte do poder público, da igreja, da Companhia de Água e Esgoto do Maranhão (Caema) e até da antiga Telecomunicações do Maranhão (Telma). Os desabrigados foram remanejados para a localidade conhecida por Itapicuraíba, onde receberam roupas, alimento e cobertores. Com o passar do tempo, a localidade, que havia sido rebatizada de Vila Anjo da Guarda, passou a ser conhecida por bairro Anjo da Guarda, devido a seu crescimento repentino.

O escritor Aluísio Azevedo, na obra “O mulato”, que dá início ao Naturalismo na Literatura brasileira, descreve um sítio homônimo denominado “Anjo da Guarda”:

“Fazia preguiça estar ali. A viração do Bacanga refrescava o ar da varanda e dava ao ambiente um tom morno e aprazível. Havia a quietação dos dias inúteis, uma vontade lassa de fechar os olhos e esticar as pernas. Lá defronte, nas margens opostas do rio, a silenciosa vegetação do Anjo da Guarda estava a provocar boas sestas sobre o capim, debaixo das mangueiras; as árvores pareciam abrir de longe os braços, chamando a gente para a calma tepidez das suas sombras.”

SERVIÇO

Texto de Herbert de Jesus Santos, com adaptações do blog.

Imagens enviadas por Herbert de Jesus Santos.

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Celebrações cênicas na Casa d’Arte

O Casa d’Arte Centro de Cultura comemora, neste domingo, o Dia do Teatro, do Circo e do Contador de Histórias

O Quintal Cultural deste domingo, 25 de março, faz uma homenagem aos Artistas de Teatro, Circo e a Contadores de histórias através do espetáculo Encantador de Histórias, com o multiartista, André Lobão.

A homenagem é em alusão ao Dia Internacional do Contador de Histórias (20 de março), Dia Internacional do Teatro (27 de março) e Dia Nacional do Circo (27 de março).

Encantador de Histórias é inspirado na arte de contar histórias a partir do imaginário popular brasileiro e suas brincadeiras. Propondo um círculo de saberes e afetos, a partir de livres experiências com o teatro, com a música e com as pessoas.

André Lobão, além de Ator e Contador de histórias, também é Produtor Cultural, Arteterapeuta e Brincante popular.

O Espetáculo é para todas as idades. Traga a família e se Encante de Arte!

Espetáculo ao pôr do sol + Discotecagem + Comidinhas Criativas

Entrada franca

Cachê colaborativo (doe quanto quiser/puder).

Data: 25/ 03/ 2018 (domingo)

Hoŕario: a partir das 16h

Local: Casa d´Arte Centro de Cultura. Rua do Farol do Araçagy, nº 09 – Raposa / MA (Rua em frente à clínica Ruy Palhano)

Informações: 99974-9366 / 98160-9188 / @casadartecult

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Luis Barroso ataca Gilmar Mendes no STF: “Você é a mistura do mal com atraso e pitadas de psicopatia”

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Fapema lança hoje o Plano de Trabalho para 2018

O Governo do Estado do Maranhão, por meio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), realiza nesta quarta-feira (21), às 18h, no auditório do Palácio Henrique de La Rocque, o lançamento do Plano de Trabalho que irá nortear as ações da fundação para o ano de 2018. O plano “Maranhão de Multiplicidades: Científico, Consciente & Cultural” está estruturado em quatro linhas de ação: Mais Ciência, Mais Qualificação, Mais Inovação e Popularização da Ciência por meio das quais serão financiados projetos em diferentes áreas de conhecimento que contribuam para o desenvolvimento do Maranhão.

Após ampliar a pós-graduação, dobrar o número de bolsas e melhorar todos os conceitos dos indicadores de pós-graduação, a Fapema lançará um novo plano de trabalho com investimentos ainda maiores.  O plano de trabalho que será lançado este ano reforça todas as políticas da Fundação e traz como novidades a ampliação do número de Institutos Estaduais de Ciência e Tecnologia, que passará de três para seis, segundo informou o diretor-presidente da Fapema, Alex Oliveira.

“Essa é uma marca histórica do Maranhão e acreditamos que os três institutos serão extremamente importantes para o desenvolvimento da inovação no seio da pesquisa em nosso estado”, destacou o presidente. Um dos institutos será voltado à questão da saúde e irá se dedicar às doenças crônicas e negligenciadas. O segundo terá como foco a atenção à agricultura familiar visando aumentar a produção local. O terceiro instituto irá trabalhar com a cadeia produtiva do babaçu com o propósito de agregar valor ao produto e aumentar a produção e geração de emprego e renda beneficiando as quebradeiras de coco e os territórios nos quais se inserem.

Durante o lançamento do programa também será anunciada a ampliação das cotas de bolsas para as universidades. “Acredito que a comunidade tem muita curiosidade de assistir e ver todas essas novidades e comemorar. Acho que é um momento também da gente comemorar e agradecer a determinação do governador Flávio Dino de continuar acreditando na ciência e tecnologia e saber que esse investimento está diretamente ligado ao desenvolvimento socioeconômico do estado. Com mais ciência e tecnologia iremos mais longe”, enfatizou Alex Oliveira.

Outro destaque do plano são três editais importantes do Ensino Médio que serão lançados já no dia 21: Geração Ciência, Juventude Com Ciência e Com Ciência Cultural. São editais que a Fapema trabalha conjuntamente com as secretarias de Estado da Juventude, da Educação e Direitos Humanos e Participação Social.

“O plano de trabalho abre novas possibilidades de pesquisa para pensarmos as cidades e as redes territoriais como espaços privilegiados e palcos das transformações que estamos promovendo. A FAPEMA no rumo certo e na contramão dos que retiram investimentos em ciência e tecnologia, segue determinada na construção de um Maranhão de Todos Nós”, finalizou o presidente da Fapema, Alex Oliveira.

Cerimônia

A cerimônia de lançamento está marcada para as 18h, no auditório do Palácio Henrique de La Rocque, e será presidida pelo presidente da Fapema, que estará acompanhado do secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Davi Telles. Reitores, pró-reitores, pesquisadores, secretários estaduais e municipais, diretores de escola, empresários e representantes de movimentos sociais devem comparecer ao evento.

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Jornalismo no Maranhão! Vem aí Agência Tambor!

Geremias dos Santos, Coordenador Executivo da Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço Brasil), estará em São Luís (MA) nos dias 22 e 23 de março (quinta e sexta-feira) para anunciar o lançamento da Agência Tambor, uma plataforma de comunicação livre, popular e comunitária. Será uma central de produção de conteúdo jornalístico, disponível no site www.agenciatambor.net.br e transmitido diariamente pela Rádio Web Tambor. Trata-se de uma iniciativa onde a Abraço está diretamente articulada, juntamente com outras organizações, caso do Jornal Vias de Fato e Sindicato dos Bancários do Maranhão.

Em sua vinda a São Luis, Geremias participará na quinta (22/03) de uma entrevista (uma roda de conversa) às 11h da manhã, com três jornalistas: Flavia Regina (Blog Buliçoso), Ed Wilson Araújo (professor da UFMA e coordenador da Abraço-MA) e Emilio Azevedo (Vias de Fato).

Na pauta dessa entrevista estará o papel da Agência Tambor, a democratização da comunicação, as reformas trabalhista e previdenciária, questões relativas a direitos humanos (racismo, machismo, homofobia, misoginia, feminicídio), incluindo povos e comunidades tradicionais; além da violência fascista no país e a importância da Teia de Comunicação Popular do Brasil, uma proposta recente do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), centro de formação localizado no Rio de Janeiro. A Agência Tambor divulgará essa entrevista com a participação de Geremias. O conteúdo também ficará à disposição dos interessados.

Democracia na Comunicação   

Sobre a Agência Tambor, a jornalista e historiadora Claudia Santiago, do NPC, se mostra confiante. “Acho fundamental essa articulação entre jornalismo alternativo, movimento sindical e rádios comunitárias. É um dos caminhos para se pensar a necessária democratização da comunicação”, pontuou. Claudia afirma que experiências como a Tambor são importantes para construção da teia nacional de comunicação popular. “O que nós queremos é criar uma rede de solidariedade. E esse processo precisa acontecer também num nível regional. E vejo o Maranhão, com todas suas peculiaridades, muito importante nesse processo”, reiterou.

Na sua estada em São Luís, com o objetivo de divulgar a Agência Tambor, Geremias dos Santos terá reuniões com sindicalistas, com dirigentes da Abraço e, no dia 23, sexta-feira, participará pela manhã de uma mesa no I Seminário Internacional Povos e Comunidades Tradicionais Frente a Projetos de Desenvolvimento e o V do Seminário: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente. Trata-se de uma promoção conjunta de dois grupos de estudos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), o Gedmma (Grupo de Estudos: Modernidade, Desenvolvimento em Meio Ambiente) e o Nera (Núcleo de Estudos e Pesquisa em Questões Agrárias).

Caminhada

A Agência Tambor é fruto de um evento ocorrido em outubro de 2017, que reuniu mais de 500 pessoas, entre indígenas, quilombolas, quebradeiras de coco, professores, estudantes, sindicalistas, agentes pastorais, pesquisadores, jornalistas e comunicadores populares. Foi o I Seminário Comunicação e Poder no Maranhão, que envolveu várias organizações e coletivos, incluindo Teia de Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão, Sindicato dos Bancários, Apruma SS, Sindsep/MA, CSP Conlutas, Nódoa, Casa 161, Carabina Filmes, Blog Buliçoso, Movimento de Defesa da Ilha, Abraço-MA e Jornal Vias de Fato. O evento contou com o apoio pedagógico do Lida/UEMA e do NPC.

A Tambor é parte desse processo e seu nome é uma  homenagem à comunicação quilombola, dos indígenas e quebradeiras de coco, que em vários casos recorrem ao toque dos tambores para reunir as comunidades e dar as notícias necessárias. A inspiração vem ainda do instrumento que convoca, sintoniza e agrega as pessoas. A parir do dia 3 de abril, uma terça feira, essa agência colocará no ar o Jornal da Tambor, um programa de rádio que vai ao ar de segunda a sexta, sempre às 11h e 30min, tendo a jornalista Flávia Regina como âncora e apresentadora e um conselho editorial que dará um apoio permanente a ela e ao programa.

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Evento internacional debate a situação dos povos e comunidades tradicionais

Grilagem de terras, a instalação de um porto privado em São Luís, as cercas eletrificadas nos campos da Baixada maranhense e os impactos do agronegócio, entre outros temas, estarão em debate sob a lente de pesquisadores e militantes sociais em dois eventos, a partir desta terça-feira (20) até 23 de março, no Centro de Ciências Humanas (CCH) da Universidade Federal do Maranhão (Ufma).

O I Seminário Internacional Povos e Comunidades Tradicionais Frente a Projetos de Desenvolvimento e o V Seminário “Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente” são realizados em promoção conjunta do Grupo de Estudos: Modernidade, Desenvolvimento em Meio Ambiente (Gedmma), do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Questões Agrárias (Nera), do Programa de pós-Graduação em Ciências Sociais, do Departamento de Sociologia e Antropologia da Ufma e demais parceiros.

A conferência de abertura será proferida pelo professor doutor Juan Manuel Sandoval Palácios, do Instituto Nacional de Antropologia e História – Inah, México, com o tema “Espaços globais da expansão capitalista e resistências locais”, às 17h, no Centro de Convenções da Ufma.

Os dois eventos terão a apresentação de trabalhos de pesquisa e mesas redondas compostas por pesquisadores locais, de outros estados e estrangeiros, representantes de movimentos sociais e de órgãos governamentais, permitindo o aprofundamento do debate que relacione sociedade e ambiente no Maranhão, na Amazônia Legal e suas conexões com o Brasil e o mundo.

Veja mais informações e a programação completa no site do evento

Fonte da imagem: quebradeiras de coco babaçu, capturada no site Overmundo

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Café da manhã com Dolores Duran

A rádio comunitária Araruna FM é demais (ouça aqui)!

Hoje acordei ouvindo Dolores Duran, num desjejum com pedaços de melancia para curar a secura na boca e saborear a doçura sonora da musica “Manias” (ouça aqui)

Dolores Duran é uma dessas pessoas geniais. Já cantava aos 10 anos de idade em programas de calouros e ainda adolescente recebeu elogios até de Ella Fitzgerald. Com uma vida atribulada, mas sempre brilhando por onde passou, Duran morreu aos 29 anos, fruto de complicações cardíacas.

Tinha uma vida exagerada. Na verdade, morreu de barbitúricos, álcool, tabaco e arte.

Não estou fazendo apologia ao uso de drogas. Trata-se apenas de um texto reflexivo sobre artistas especiais (expressão redundante!), aqueles que querem sempre mais, pessoas plus.

Quantas plus poderíamos nominar aqui rapidamente?

Noel Rosa, Edgar Allan Poe, Elis Regina, Miles Davis, Kurt Cobain, Elvis Presley, Raul Seixas, Maísa, Amy Winehouse, Maísa, Nelson Cavaquinho…

Tod@s tiveram vida intensa, breve pra nós mortais e prolongada alhures. Alguns diriam, eternizada.

Não há como disfarçar. Essas pessoas estão além.

E todos, indistintamente, sabiam onde a dor iria dar.

Friedrich Nietzsche, certa vez, disse que nos momentos da doença ficava mais sensível à criação.

Mas era a dor da alma o precipício dele. Uma dor típica das pessoas plus, intensas, sensíveis, ansiosas, criativas, divinas.

Dores intensas que nenhum remédio cura, não é qualquer terapia que resolve e nem pai de santo encontra o tato da coisa.

São as dores da criação, às vezes manifestas no parto da obra de arte, seja poema, pintura, partitura, roteiro de ópera ou a letra de uma canção brega.

Sejamos justos. A dor de Noel Rosa é parente do sofrimento de Miles Davis.

Tanto faz se o artista é de Paris, da Lapa ou da Praia Grande.

E  o que falar sobre Dolores Duran, minha musa desta manhã de domingo?

Para ela, a música andava de mãos dadas com os barbitúricos. A arte, para as pessoas plus, frutifica do exagero.

“O caminho do excesso leva ao palácio da sabedoria”, cravou William Blake.

Talvez, uma das melhores traduções para Dolores Duran seja o verso niilista de Nelson Cavaquinho: “tire seu sorriso do caminho que eu quero passar com a minha dor”

Tal qual Dolores Duran, Cavaquinho era radical. Na vida e na arte, porque uma coisa não se distingue da outra para as pessoas plus.

Hoje eu acordei pensando muito nessas criaturas e nas suas dores espirituais.

Mas, não pense você, car@ leitor@, que eu esteja amargurado ou depressivo. Pelo contrário. Depois de Dolores Duran eu ouvi um brega rasgado. Porque na radio Araruna FM toca o melhor som nas manhãs de domingo.

Imagem/reprodução: capa do CD “Dolores Duran entre amigos”