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Ocupação no Incra: quilombolas do Maranhão exigem regularização fundiária

Fonte: CNBB Nordeste 5 – O Movimento Quilombola do Maranhão (Moquibom) intensifica a pressão sobre o Incra para agilizar a regularização fundiária de mais de 400 comunidades. Em manifestação realizada desde segunda-feira (21), quilombolas e camponeses cobram a conclusão dos processos que tramitam há anos no órgão federal.

A morosidade na regularização fundiária tem gerado conflitos no campo, onde o avanço do agronegócio e a especulação imobiliária pressionam os povos tradicionais. Desde 2014, apenas três processos de titulação foram concluídos, enquanto mais de mil comunidades aguardam seus direitos.

Em consequência dessa situação, a violência tem se intensificado nos últimos meses, agravando as ameaças e despejos.

Embora o governo federal tenha assegurado direitos para algumas áreas tradicionais quilombolas, no Maranhão, desde setembro, outras comunidades enfrentaram ordem de despejo em seus territórios no mesmo período.

Em nota, o Moquibom denuncia a ineficiência do Incra e exige celeridade nos processos.

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Sesc realiza a 1ª Semana Nacional do Livro e da Biblioteca

A indígena guajajara Aliã Wamiri (imagem) é uma das palestrantes no evento

Valorizar o conhecimento e contribuir para o enriquecimento da experiência literária, esse é o objetivo da 1ª Semana Nacional do Livro e da Biblioteca. Realizada de 23 a 25 de outubro, a rica programação formativa e cultural acontece no Sesc Deodoro e inclui exposições literárias, mesa redonda, oficina, lançamento coletivo de livros e performance artística. O evento é gratuito e aberto ao público.

Serão três dias voltados para o incentivo à leitura, além de destacar o papel essencial das bibliotecas como espaços de acesso à informação, educação e cultura, visando fortalecer a ideia de que leitura é um direito de todos.

Na abertura do evento, dia 23 de outubro, no Cinema do Sesc Deodoro, a Performance artística “Y`: desenhando a sabedoria Guajajara” realizada por Aliã Wamiri (Índígena Guajajara, cacica da Aldeia Ukait, arte educadora e coordenadora da Educação Escolar Indígena – Seduc/PI), seguida de Mesa Redonda com a temática “Bibliotecas antiracistas: formando leitores críticos”.

No dia 24, às 18h, está agendado um lançamento coletivo de livros com os autores Zeca Melo (O Elefante de Pernas Tortas), Amanda Amorim (As Entranhas do Meu Ser), Luzinete Silva (Eu, Ela e Todas Nós), Ray Brandão (Penélope: uma odisseia interior), Joizacawpy Costa (Embalos Infantis), Maura Luza (Era uma vez uma Mamãe Rolinha), Ernesto Dias (Poesias Brasileiras de Combate).

Para a programação de encerramento no dia 25, das 17h às 20h, uma vasta programação que une literatura, gastronomia, música e poesia. No Sarau Literário, com a “Exposição Sabores Literários, o público poderá degustar alguns quitutes que são citadas em obras literárias, um convite para conhecer o livro, uma vez que comida é história. Acompanhando os pratos serão disponibilizados minitextos com informações e curiosidades sobre os pratos no contexto das obras literárias. A “Premiação Leitor Top” é voltada ao incentivo à leitura e visita na biblioteca, um reconhecimento ao cliente (adulto e infantil) que mais realizou empréstimo de livros literários no decorrer do ano. A “Apresentação musical” fica por conta de Walter Rodrigo (flautista e saxofonista).  

Oficina

oficina “Diálogos Da Aldeia: Construindo Saberes Interculturais, Etnoeducacionais E Antirracistas”, ministrada por Aliã Wamiri/PI, visa promover um espaço de trocas de saberes, discussões e reflexões sobre diversas manifestações culturais e práticas educativas, focado na cultura indígena como integrante do processo de formação do nosso país. Na oficina ministrará orientações e encaminhamentos didático-metodológicos que apoiarão o educador e o agente cultural para uma aprendizagem que favoreça a construção de saberes, letramento étnico racial e antirracista.

Aliã Wamiri é índígena guajajara piauiense, educadora artística, produtora cultural, escritora, ilustradora de literatura infantil, contadora de histórias e cacica da Aldeia Índígena Ukair em Teresina (PI). Fala 04 (quatro) idiomas: português, tupi-guarani, inglês e espanhol. Faz parte das etnias Guajajara (MA), Timbira e Tabajara (PI). É graduada em licenciatura plena em Artes Visuais pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), especialista em Educação Profissional pelo Instituto Federal do Piauí (IFPI) e cursou também Artes Plásticas no IFPI. É autora de vários  projetos de arte-educação voltados à cultura indígena tais como “No tempo da minha avó” e “A escola cabe no cocar”, de vivências na aldeia onde mora.

PROGRAMAÇÃO

Dia 23/10 (quarta)

·  9h às 12h – Exposição Literária “Narrativas Ancestrais: tecendo a nossa identidade”

Local: Hall de entrada do Cinema Sesc Deodoro

·9h30 – Performance artística “Y` : desenhando a sabedoria Guajajara” com Aliã Wamiri/PI

·10h – Mesa Redonda: Bibliotecas antiracistas: formando leitores críticos.

Convidadas: Aliã Wamiri/PI (Índígena Guajajara, cacica da Aldeia Ukait, arte educadora e coordenadora da Educação Escolar Indígena – Seduc/PI)   e Luanda Martins Campos/MA (educadora, escritora e contadora de histórias).

Mediação: Profª Dra. Leoneide Brito Martins (UFMA/ GEPPLEM; CRB13)

Local: Cinema Sesc – Sesc Deodoro

·14h às 18h – Oficina “Diálogos da Aldeia: construindo saberes interculturais, etnoeducacionais e antirracistas” – Aliã Wamiri/PI

Local: Sala de Reunião do Sesc Deodoro

Dia 24/10 (quinta)

·14h às 18h – Oficina “Diálogos da Aldeia: construindo saberes interculturais, etnoeducacionais e antirracistas” – Aliã Wamiri/PI (Índígena Guajajara, cacica da Aldeia Ukait, arte educadora e coordenadora da Educação Escolar Indígena – Seduc/PI)  

Local: Sala de Dança do Sesc Deodoro

·18h – Lançamento coletivo de livros

Autores: Zeca Melo (O Elefante de Pernas Tortas), Amanda Amorim( As Entranhas do Meu Ser), Luzinete Silva (Eu, Ela e Todas Nós), Ray Brandão (Penélope: uma odisseia interiror), Joizacawpy (Embalos Infantis), Maura Luza (Era uma vez uma Mamãe Rolinha), Ernesto Dias (Poesias Brasileiras de Combate)

Local: Área de Vivência do Sesc Deodoro

 Dia 25/10 (sexta)

·14h às 18h – Oficina “Diálogos da Aldeia: construindo saberes interculturais, etnoeducacionais e antirracistas” – Aliã Wamiri/PI

Local: Sala de Dança do Sesc Deodoro

· 17h às 20h – Sarau Literário

– Exposição Sabores Literários (com degustação)

– Premiação do leitor literário da Biblioteca Rosa Castro (Adulto e infantil)

– Apresentação Musical com Walter Rodrigo, flautista e saxofonista

– Declamação de Poesias

– Microfone aberto

Local: Área de Vivência do Sesc Deodoro

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Quilombolas de Cancela denunciam fome, ameaças e sofrimento de mães que estão amamentando

Agência Tambor – Em setembro deste ano, a justiça maranhense havia decidido que os moradores do Quilombo Cancela, localizado no município São Benedito do Rio Preto, poderiam colher o que plantaram no território reivindicado por eles.

A decisão judicial veio após um barulhento protesto da comunidade.

No entanto, passado um mês desta determinação, os quilombolas não conseguiram colher toda mandioca que haviam plantado. Segundo os moradores, o prazo estabelecido pela justiça foi muito curto.

Eles relatam que a situação do Quilombo está ainda pior atualmente. Isso porque agora os quilombolas estão com medo de sofrerem violência e ameaças ao transitar em seu território.

O Jornal Tambor de sexta-feira dia 18 de outubro entrevistou Vanderlei Lima, José Hilton e Francisca Vieira, moradores da comunidade.

(Veja, ao final deste texto, a íntegra da entrevista de Vanderlei Lima, José Hilton e Francisca Vieira)

José Hilton disse que os problemas estão longe de acabar e o desmatamento continua em toda a região.

Os quilombolas querem a posse da terra, de uma comunidade centenária.

“Não podemos entrar na roça. Agora tá pior porque se eles verem a gente eles querem matar. Nossa situação tá triste, nossos filhos vão pra escola sem comer, pra comer lá, porque em casa nós não temos”, enfatizou Hilton, emocionado.

Segundo Francisca Vieira, a falta de alimento para as famílias está sendo um problema muito grave na comunidade.

“Tem mães em nossa comunidade que não estão conseguindo amamentar seus filhos por conta da falta de comida. Não estamos conseguindo plantar e nem comer”, declarou a quilombola.

Para Vanderlei Lima, se essa realidade não mudar, o meio ambiente e a própria comunidade quilombola vão sofrer consequências gravíssimas.

(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Vanderlei Lima, José Hilton e Francisca Vieira)

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Bem-vindos à Ilha da Fantasia!

Por Fernando Oliveira (jornalista)

Foto: Ayrton Valle

Não sou exatamente uma pessoa saudosista, mas, ultimamente, tenho me pegado comentando coisas do passado que me trazem boas recordações e, vez por outra, uma certa nostalgia. Sinal da idade avançando? Pode ser. É certo que muitas das minhas melhores lembranças são evocadas por músicas, filmes, objetos e situações guardadas em algum canto da memória, de quando a vida era mais simples, descomplicada, e o tempo parecia correr mais lentamente. A vida era como tinha que ser, sem a velocidade do mundo digital e a obrigação de exibir os momentos bonitos nas redes sociais na busca frenética por curtidas, como nos dias atuais.

As opções de lazer eram restritas às brincadeiras com irmãos e amigos, mas eu gostava mesmo era de assistir aos filmes e programas na televisão, da marca Telefunken, se não me engano. Nela, vi os primeiros programas que marcariam a minha infância. Lembro-me bem de Vila Sésamo, A Família Walton, Perdidos no Espaço e O Homem Invisível. Minha mãe, além de novelas, adorava os filmes de faroeste americano estrelados por Charles Bronson.

Já na adolescência, passei a ver também os clássicos de terror do Conde Drácula, gênero que mais tarde se tornaria o meu predileto, embora na época eu tivesse muito medo. Até ser apresentado ao cinema, quando conheci o memorável Cine Eden, a televisão era o único meio de assistir aos filmes e viajar em um universo mágico.

Na era da Inteligência Artificial, em que computadores e máquinas raciocinam e atuam pelos humanos e podem criar todo tipo de realidade virtual, os recursos ao nosso alcance também proporcionam, ironicamente, um retorno ao passado. Basta recorrer à inovação tecnológica oferecida pela abundância de aplicativos e variedade de opções nos streamings para que possamos rever um programa que deixou saudade em qualquer aparelho em mãos, seja um tablet, celular ou TV.

Em um domingo desses, atraído pela possibilidade de vasculhar produções de antigamente em um aplicativo que acabara de descobrir, encontrei uma série de TV que era uma das minhas preferidas: A Ilha da Fantasia. Pronto, bastava um simples toque no botão do controle remoto para começar a viagem no túnel do tempo. Acomodei-me confortavelmente no sofá e apertei o cinto.

Produzida pela rede americana ABC, a série foi apresentada na década de 80 em horário nobre e depois na Sessão Aventura. A história se passava em uma ilha paradisíaca, onde qualquer desejo podia ser realizado. O anfitrião dessa ilha, o senhor Roarke (Ricardo Montalbán), um sujeito enigmático que tinha como fiel escudeiro o pequeno Tattoo (Hervé Villechaize), recebia os visitantes com a saudação que dá título a esta crónica, prometendo realizar o sonho deles, o que nem sempre acontecia como esperado.

Marcel Proust nos confronta com a natureza subjetiva da memória na antológica “Em busca do tempo perdido”, ao afirmar que a lembrança das coisas passadas não é necessariamente a lembrança das coisas como eram. A reflexão ensina que, muitas vezes, o que guardamos não é um registro fiel dos eventos, mas uma mescla de emoções, percepções e, talvez, um toque de saudade. O que fica é a interpretação pessoal do que vimos ou vivemos. Ao revisitar o passado, corremos o risco de encontrar uma versão em que as cores podem ser mais vibrantes ou mais desbotadas do que realmente eram na realidade.

O quadro com que me deparei ao assistir a um programa da adolescência, cogitando encontrar o encantamento de outrora, diz muito sobre a dualidade da memória contida no pensamento do escritor francês. Para Proust, quando acessada conscientemente, a memória tende a ser mais superficial e factual. Já a memória involuntária surge espontaneamente, provocada por estímulo sensorial, e é capaz de produzir recordações ricas em detalhes emocionais.

Tudo na série agora me pareceu tão tosco: a trama, as personagens, os diálogos, os atores, o cenário. Evidente que não podia esperar de uma produção com mais de cinquenta anos a pirotecnia dos efeitos especiais de hoje, mas aquela sessão de domingo não serviu apenas para escancarar os contrastes da passagem implacável do tempo.

Mostrou que nenhuma tecnologia, por mais avançada, tem a capacidade de fazer com que os bons momentos vividos possam, de repente, saltar diante de nós como em um passe de mágica e provocar os mesmos velhos sentimentos. Entendi que não deveria ter ousado reviver a história sem estar preparado para vê-la com outros olhos, sem aqueles olhos de um menino sonhador, sem a fantasia de décadas atrás. Que sirva de lição.

Proust nos lembra que, ao recordar, estamos não só revivendo o passado, mas também reinterpretando-o com os olhos do presente. Talvez, no fim, essa reinterpretação nos diga mais sobre quem somos agora do que sobre o que realmente aconteceu.

Vou deixar o tal aplicativo de lado. E o passado guardado lá no canto com as marcas do seu tempo. O próximo domingo é logo ali.

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MinCom abre edital para 44 novas rádios comunitárias no Maranhão

O governo federal autorizou a implantação de rádios comunitárias em 44 municípios do Maranhão.

O edital que regulamenta a implantação do serviço de Radiodifusão Comunitária, em frequência modulada (FM), foi publicado pelo Ministério das Comunicações no Diário Oficial da União na segunda-feira, 14 de outubro.

A medida beneficiará mais de meio milhão de pessoas, proporcionando um importante meio de comunicação: as rádios comunitárias. Essas rádios desempenham um papel fundamental na promoção da cultura local, na disseminação de informações relevantes e no incentivo ao diálogo entre os diversos segmentos da comunidade.

O edital é destinado a fundações e associações comunitárias sem fins lucrativos, que estejam sediadas na área da comunidade onde pretendem prestar o serviço.

O prazo para inscrições vai até 13 de dezembro de 2024, por meio do link: https://www.gov.br/pt-br/servicos/participar-de-edital-para-executar-servicos-de-radcom.

Um guia com todos os detalhes sobre o processo de inscrição foi disponibilizado no link https://www.gov.br/mcom/pt-br/noticias/2024/janeiro/mcom-lanca-guia-para-auxiliar-a-participacao-em-edital-de-selecao-de-radios-comunitarias/copy2_of_2024_01_04_mcom_guiaRadcom.pdf.

Este edital faz parte do Plano Nacional de Outorgas (PNO) RadCom 2023/2024, publicado no início de dezembro de 2023, que apresenta o cronograma e as localidades que serão contempladas com novas outorgas para o serviço de radiodifusão comunitária.

No Maranhão, os municípios contemplados são:

Araguanã

Bacurituba

Barão de Grajaú

Benedito Leite

Bom Lugar

Brejo de Areia

Buriticupu

Buritirana

Campestre do Maranhão

Carutapera

Centro Novo do Maranhão

Feira Nova do Maranhão

Fortuna

Gonçalves Dias

Humberto de Campos

Itinga do Maranhão

Jatobá

Jenipapo dos Vieiras

João Lisboa.

Joselândia

Junco do Maranhão

Lago do Junco

Lago dos Rodrigues

Lajeado Novo

Loreto

Maracaçumé

Marajá do Sena

Maranhãozinho

Milagres do Maranhão

Nova Iorque

Paulo Ramos

Pedreiras

Poção de Pedras

Presidente Vargas

Sambaíba

Santa Filomena do Maranhão

Santo Antônio dos Lopes

São Félix de Balsas

São Raimundo do Doca Bezerra

Satubinha

Senador La Rocque

Sucupira do Riachão

Timbiras

Vitorino Freire.

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Conheça os vencedores do 46º Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e DH

Acesse aqui todos os trabalhos premiados

Portal Intercom – Criado para estimular jornalistas e artistas do traço a tratarem do tema da Anistia e dos Direitos Humanos, a edição de 2024 do Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog definiu os vencedores das sete categorias. A decisão aconteceu na última quinta-feira (10), durante sessão pública.

Na categoria Arte, o trabalho “A Cultura do Estupro“, de Cau Gomez, publicado no A Tarde, foi o vencedor. Já o trabalho Genocídio em Gaza, de autoria de Quinho e publicado no Estado de Minas, recebeu uma menção honrosa.

A categoria Fotografia teve como vencedor Paulo Pinto, com a fotografia “Passe Livre faz manifestação em São Paulo contra aumento da tarifa“, que foi publicado pela Agência Brasil. Eduardo Anizelli, com a fotografia “Cachoeira de Sangue“, publicada na Folha de São Paulo, recebeu uma menção honrosa.

Já na categoria produção jornalística em áudio, a matéria “Fincar o pé” foi a grande vencedora. Publicada na Rádio Novelo, a produção é de autoria de Tailane Muniz, Branca Vianna, Paula Scarpin, Flora Thomson-Deveaux, Guilherme Alpendre, Marcela Casaca, Juliana Jaeger, Vitor Hugo Brandalise, Évelin Argenta, Bia Guimarães, Sarah Azoubel, Bárbara Rubira, Natália Silva, Julia Matos, Luiza Silvestrini, Bia Ribeiro, Gilberto Porcidonio, Mateus Coutinho e Pipoca Sound.

A categoria também teve menção honrosa, destinada para Leno Falk, da Agência Radioweb, com a matéria “Brigada Militar: assédio e suicídio entre policiais militares no RS“.

Quem ganhou o prêmio de melhor produção jornalística em texto foi Marcelo Canellas, da Revista Piauí, com o texto “Triste Bahia – como age a polícia que mais mata“. Já a menção honrosa da categoria foi para Catarina Barbosa, com o texto “Maria Júlia tem medo de ser queimada viva pelos ‘homens maus‘”, publicada na Sumaúma.

A sexta categoria premiada é de produção jornalística em vídeo. Os vencedores foram Ana Passos, Gabriel Penchel, Adaroan Barros, Caio Araujo, Carlos Junior, Alex Sakata, Caroline Ramos, Eric Gusmão, da TV Brasil/EBC, com “Inocentes na prisão“.

A menção honrosa foi para Simão Scholz, Gabriel Priolli, Jorge Valente, Ricardo Ferreira, Leão Serva, Leandro Silva, Luiz Turati, Jerônimo Moraes, Vanessa Lorenzini, Marco Galo, Euclides Conceição, Alexandre Tato, Jorio Jose da Silva, Valdecy Messias de Souza, Celso Macedo, Nestor Dias, Marilia Assef, José Vidal Pola Galé, Marici Capitelli, Eugênio Araújo, Silviano Floriano Filho, da TV Cultura SP, com a produção “Os caminhos da Democracia 1932 – 1977 – A história do movimento estudantil no Brasil“.

A última categoria é a de livro-reportagem, que em 2024 premiou Luiza Villaméa, com o trabalho “A torre: o cotidiano de mulheres encarceradas pela ditadura”. A menção honrosa ficou para Rafael Soares, com o livro “Milicianos – como agentes formados para combater o crime passaram a matar a serviço dele”.

Premiação e roda de conversa

A premiação oficial dos vencedores desta edição do Prêmio acontecerá no dia 29 de outubro, das 20h às 21h30, no Tucarena, em São Paulo.

No mesmo dia acontece a 13ª Roda de Conversa com os Ganhadores, das 14h às 17h, também no Tucarena. A roda de conversa é um momento em que os premiados fazem uma troca de experiências no campo do fazer jornalístico, com o objetivo de colocar à disposição dos estudantes e estudiosos do jornalismo o conhecimento sobre métodos e procedimentos que estão na construção de algumas das reportagens reconhecidas como das mais importantes da imprensa brasileira na área dos Direitos Humanos.

Além da Sociedade Brasileira dos Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), fizeram parte da Comissão Organizadora do 46º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog, outras 16 instituições da sociedade civil, além da família Herzog: Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji); Artigo 19; Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo; Conectas Direitos Humanos; Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP); Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ); Geledés; Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB Nacional); Instituto Vladimir Herzog, Instituto Socioambiental (ISA); Ordem dos Advogados do Brasil – Secção São Paulo; Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo; Coletivo Periferia em Movimento; Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e União Brasileira de Escritores (UBE).

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Núcleo Piratininga de Comunicação completa 30 anos e homenageia Frei Tito

Brasil de Fato – O Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) completa 30 anos em 2024 e terá Frei Tito como homenageado de seu tradicional Curso Anual. O evento acontecerá nos dias 5, 6, 7 e 8 de dezembro no Rio de Janeiro, no Clube de Engenharia (Avenida Rio Branco, 124). 

Durante quatro dias, o evento vai abordar a importância da comunicação de esquerda para organização da classe trabalhadora. É voltado para sindicalistas, jornalistas, radialistas, fotógrafos, professores de Comunicação. “Não há direitos sem luta. Não há luta sem comunicação. Logo, sem comunicação não se conquista nada”, ressalta Claudia Santiago, que idealizou o NPC ao lado de Vito Giannotti, metalúrgico e grande lutador pela comunicação dos trabalhadores, que faleceu em 24 de julho de 2015.

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Sonora Brasil: ‘Seu Risca’ e Ana Paula fazem shows em São Luís e Caxias

Espetáculo inédito mostra a riqueza da música afro-brasileira de Santa Catarina e de manifestações culturais de povos caboclos do estado catarinense

O mestre quilombola Antônio Bernardino, Seu Risca, e a premiada pesquisadora e cantora Ana Paula da Silva encerram a programação do Sonora Brasil no Maranhão com um espetáculo inédito apresentado ao público em São Luís no dia 17 de outubro, às 19h30, no Teatro Napoleão Ewerton  e em Caxias no dia 19 de outubro, às 19h, no Auditório do Sesc Caxias. No show, a dupla de artistas mostrará a riqueza da música afro-brasileira de Santa Catarina, explorando também manifestações culturais de povos caboclos do estado catarinense.

A conexão de Ana Paula da Silva com o Seu Risca parte de vivências dos artistas na Baía da Babitonga, localizada no norte do estado catarinense, onde os artistas nasceram. “Com cânticos originais de algumas das manifestações populares de Santa Catarina, o show passeia através da fonte original, que é a representação e a presença ancestral do Seu Risca, com 80 anos, e as minhas composições, realizadas a partir da pesquisa em campo com as práticas culturais do nosso estado”, contou Ana Paula.  

Para Ana Paula, o Sonora Brasil valoriza e apresenta ao público manifestações culturais que, muitas vezes, são invisibilizadas em seus estados de origem e no país. “O projeto traz esse Brasil profundo e imenso e faz essa ponte com o público. A gente apresenta e revela essa diversidade cultural do nosso país e apresenta também o nosso lugar”, destacou.

 A programação do Sonora Brasil circula pelo país, com a participação de 10 grupos. Dos dez, cinco estiveram presentes na programação do Maranhão em 2024. Em sua 26ª edição, com a temática “Encontros, tempos e territórios”, o projeto apresenta shows inéditos, montados a partir da mistura entre diferentes ritmos e vivências de artistas de diversas gerações.

SONORA BRASIL – MARANHÃO

SÃO LUÍS
17/10 – Quarta
Ana Paula e Seu Risca (SC)
Horário: 19h30
Local: Teatro Sesc Napoleão Ewerton

CAXIAS
Dia 19/10 – Sábado
Ana Paula e Seu Risca (SC)
Local: Sala De Cultura Martinha Cruz – Auditório Sesc Caxias
Horário: 19h

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A extrema direita não está rachada e sim multiplicada

Engana-se quem comemora uma suposta divergência entre a família do ex-presidente e as suas variadas imitações degeneradas.

Jair Bolsonaro é uma espécie de ratazana de esgoto que pariu um monte de bichos imundos da política, entre eles a pior das espécies, até agora – Pablo Marçal.

Digo até agora porque podem surgir tipos mais degenerados, ainda.

Não se iluda com a verborragia de Silas Malafaia. Esse falso pastor não passa de um mercenário preocupado com a perda de dinheiro nas suas igrejas caça níqueis.

No fundo, a suposta “briga” entre as diversas facções do bolsonarismo é um péssimo sinal.

Cada novo(a) rato gerado no útero maléfico de Jair Bolsonaro é um aditivo na extrema direita, que se multiplica rapidamente.

Então, nada de comemorar o “racha” na extrema direita. Ao contrário de uma impressão imediata sobre divisão no submundo da política, a escória está é se multiplicando.

Como bem definiu o jornalista e professor Juremir Machado da Silva, Bolsonaro “é uma mentalidade”, uma visão de mundo negacionista, degenerada, armamentista, intolerante, violenta e desumana.

Pablo Marçal é um dos ratos dessa barrigada que apodrece a política e tenta jogar a democracia no esgoto.

No final das contas, todos os ratos vão se juntar e multiplicar contra qualquer candidatura do campo democrático.

Essa é a matemática.

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Filme “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho” tem sessão especial seguida de debate

Transcriação do clássico da literatura brasileira “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, o filme “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho”, com direção de Bia Lessa, estrelado por Caio Blat (Riobaldo) e Luiza Lemmertz (Diadorim), chega em São Luís nesta terça-feira, 15 de outubro, às 19h, no Centro Cultural Vale Maranhão (CCVM) – rua Henrique Leal, 149, Centro Histórico.

Após a exibição haverá debate aberto com Bia Lessa, Clara Lessa, Isis Rost, Jurandir Eduardo, Luiza Lemmertz e Michele Cabral.

Com distribuição da Filmes do Estação, dentro do projeto Mãos à Obra, o filme já foi exibido em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, entre outras cidades.

O título do longa-metragem é retirado do livro, assim como as falas do filme, que narra a trajetória do jagunço Riobaldo, enfrentando demônios pessoais entre guerras pelo Sertão. O lançamento do filme se multiplica através do projeto Mãos à Obra, nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, São Luís, Fortaleza, Salvador e Porto Alegre, onde estão sendo promovidos encontros com a diretora e o elenco, e desenvolvidas diversas atividades em torno do universo de criação do filme “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho”.

Fazem parte deste projeto a apresentação do making off da peça dirigida por Bia Lessa em 2017, além do documentário “Onde Nascem as Ideias”, de Carolina Sá, e do filme “A terceira Margem do Rio” (1994), de Nelson Pereira dos Santos.

No dia 15 de outubro, às 19h, assista ao filme, seguido por um diálogo com a diretora Bia Lessa e parte do elenco, incluindo Caio Blat, Luiza Lemmertz, Luiza Arraes e Leonardo Miggiorin.

Além dos filmes, será oferecida a oficina Processo Criativo, onde Bia Lessa abordará todas as faces da criação, desde a elaboração até a realização, passando pelo percurso que transforma uma ideia em obra. Clara Lessa e Luiza Lemmertz, do elenco do filme “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho”, também participarão da oficina.

Todas as instruções sobre inscrições na oficina, assim como a programação completa estão no link da página do filme no Instagram:

https://www.instagram.com/odiabonaruanomeiodoredemunho

“O Diabo na Rua no Meio do Redemunho” é o resultado de um longo trabalho de Lessa com a literatura de Guimarães Rosa. Bia Lessa diz: “Este filme vem do desejo de dialogar com a linguagem cinematográfica da mesma forma que Guimarães estabeleceu um diálogo com a língua portuguesa escrita e oral.” Ela fez uma exposição em 2006 no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, com textos de Guimarães Rosa.

Depois, transformou o livro em peça de teatro, com a parceria do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, em montagem de enorme sucesso de público e de crítica, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio, no SESC, em São Paulo e em várias capitais brasileiras. E, durante a pandemia, entre 2020 e 2022, retrabalhou as histórias de Riobaldo, desta vez para o cinema, com os mesmos atores da peça.

O elenco reúne Caio Blat, Luiza Lemmertz, Luisa Arraes, Leonardo Miggiorin, Clara Lessa, José Maria Rodrigues, Lucas Oranmian, Daniel Passi, Elias de Castro e Balbino de Paula.

Sinopse:

Riobaldo, um jagunço (cangaceiro ou pistoleiro) revive sua vida turbulenta no sertão. Ele relata suas experiências como membro de dois bandos inimigos entre si, um bando liderado por Joca Ramiro e o outro, por Zé Bebelo. Posteriormente, assume a liderança do bando após a morte de Ramiro. O enredo é marcado pela presença de um personagem enigmático chamado Diadorim, que se torna o grande amor de Riobaldo e despertando neste inúmeras questões: “Aonde está o Demo? Está fora ou dentro do homem? Como um homem pode amar outro homem? Coração da gente – o escuro, escuros…” Diadorim é um mistério constante para Riobaldo e a verdadeira identidade de Diadorim é revelada apenas no clímax da história.

A narrativa é não linear, com reflexões filosóficas entrelaçadas com cenas detalhadas da vida e das batalhas sangrentas no sertão, incluindo crenças populares, lendas e tradições. No cerne estão as questões de dualidade, ambiguidade e conflito interior. Riobaldo constantemente lida com escolhas morais e dilemas éticos, enquanto busca entender seu lugar no mundo e sua própria natureza. A relação entre Riobaldo e Diadorim simboliza muitos desses temas, explorando a complexidade da identidade, gênero e afetos profundos.

Sobre Bia Lessa

Bia Lessa, artista multimídia brasileira, autodidata, realizou trabalhos nas áreas de cinema, teatro, música, ópera, instalações, exposições, museus e arquitetura. Em cinema, realizou três longas-metragens: “Crede-mi”, a partir da obra “O Eleito”, de Thomas Mann, “Então Morri”, prêmio de melhor longa-metragem na categoria Novos Rumos do Festival do Rio, e o filme “O Diabo na Rua no Meio do Redemunho”, a partir da obra de João Guimarães Rosa, com o qual participou do Festival do Rio 2023.

Realizou a minissérie “Cartas ao Mundo”, a partir da obra de Glauber Rocha, um documentário intitulado “Scar”, sobre a violência contra a mulher, para o Southbank Centre em Londres, e “Casa de Bonecas”, de Ibsen. Seus espetáculos e filmes foram apresentados no Centre Georges Pompidou em Paris, no Festival de Outono de Madri, no Festival Theater der Welt na Alemanha, no Festival de Cinema Berlinale em Berlin, no SommerTheater Festival, em Hamburgo, no Sigma Festival, em Bordéus, no ZurcherTheaterSpektakel, em Zurique, no Festival Internacional de Teatro de Caracas, no Festival desAmeriques, em Montreal, no Festival Dumaurier, em Toronto, no Festival de Cadiz e no Festival de Cinema de São Francisco, Biarritz, Shangai, Jerusalém, Calcutá, Praga, Brisbane, Munique, Colônia, Dusseldorf, Nova York etc.

Seus primeiros trabalhos em teatro não tinham nomes, e sim números: “Ensaio Número 1”, “Ensaio Número 2” e assim sucessivamente, reforçando a ideia de um pensamento que se desenvolve a partir do raciocínio anterior. Sua trajetória cênica foi calcada por espetáculos experimentais, desenvolvendo um trabalho de pesquisa rigoroso que privilegiou levar à cena obras literárias. Montou, ao longo de sua trajetória, grandes obras literárias, como “Os Possessos”, de Dostoiévski, “O Homem Sem Qualidades”, de Robert Musil, “Orlando”, de Virginia Woolf, “A Terra dos Meninos Pelados”, de Graciliano Ramos, “A Tragédia Brasileira”, de Sergio Sant’Anna, “Viagem ao Centro da Terra”, de Júlio Verne, “A Cena da Origem”, transcrição de Haroldo de Campos de trechos da Bíblia Sagrada (Eclesiastes e Gênesis). Recentemente, montou “Macunaíma”, de Mario de Andrade, “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, e “Pi – Panorâmica Insana”, a partir das obras de autores contemporâneos.

Realizou importantes exposições, entre elas “Grande Sertão: Veredas” no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a exposição “Claro e Explícito” e “Itaú Contemporâneo”, no Instituto Cultural Itaú e a exposição “Barroco Brasileiro”, na Bienal do Redescobrimento. Realizou no Salão Nobre da ONU a performance “The SecondUnveiling”, a partir do painel “Guerra e Paz”, de Candido Portinari. Fez a exposição-manifesto “Cartas ao Mundo”, um tríptico dividido em três capítulos – “Asfixia”, “Mercadoria” e “O Comum” –, a partir da obra de Glauber Rocha.

Criou o “Pavilhão do Brasil” na Expo 2000 em Hannover, Alemanha e o “Pavilhão Humanidade 2012”, com Carla Juaçaba, durante a Rio +20, no Rio de Janeiro. Participou da criação dos museus Paço do Frevo, em Recife, e do Museu Casa de Cultura de Paraty. Inaugurou o Museu da Língua Portuguesa, com a exposição “Grande Sertão: Veredas”. Montou as óperas – “Il Trovatori”, “Aida”, “Don Giovanni”, “CavalleriaRusticana”, “Pagliacci” e “Suor Angelica” nos Teatros Municipais do Rio de Janeiro e de São Paulo.

O projeto MÃOS À OBRA

O projeto Mãos à Obra acontece nas cidades com intervenções artísticas, palestras, oficinas, vídeos e filmes a partir da obra “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, com concepção de Bia Lessa. As palestras e debates abordarão diferentes aspectos da obra, como sua linguagem, temáticas, além de explorar o processo criativo de Bia Lessa. As oficinas, por sua vez, oferecerão oportunidades de aprendizado e experimentação para os participantes.

Os filmes exibidos que compõem a Mostra Mãos à Obra serão “Onde Nascem as Ideias”, de Carolina Sá, produzido pela Samba Filmes, viabilizado pelo Curta! com financiamento do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), “Mutum”, de Sandra Kogut, as obras de Suzana Macedo “Poema desentranhado de uma nota de rodapé” e “Seres, Coisas, Lugares”, “A Terceira Margem do Rio”, de Nelson Pereira dos Santos, e “Outras Estórias”, de Pedro Bial. As palestras, os debates, as oficinas e exibições de longas, curtas, documentários e making of serão gratuitas.