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São Pedro dos Crentes: cidade evangélica no Maranhão pode receber a visita de Bolsonaro

Ed Wilson Araújo
Reportagem especial publicada neste domingo Jornal Pequeno

Com população de aproximadamente 5 mil habitantes, a pequena São Pedro dos Crentes, no sul do Maranhão, localizada a 758 Km da capital (São Luís), é cotada para entrar na rota do presidente Jair Bolsonaro (PSL) em sua primeira visita ao Nordeste após a eleição.

Embora ainda não confirmada oficialmente, a informação já circula nos meios de comunicação e nas redes sociais. O roteiro deve incluir também o município de Balsas, vizinho a São Pedro, onde ocorre anualmente uma exposição de ruralistas – a AgroBalsas (em 2019 será de 20 a 24 de maio). Balsas é um polo do agronegócio, ambiente onde o presidente obteve amplo apoio eleitoral, transita com fluência e é palco predileto do discurso armamentista.

Bolsonaro fez menção a São Pedro dos Crentes durante uma cerimônia no Palácio do Planalto, quando falava sobre economia e as influências da temperatura e do clima como variáveis da produção no campo. Ele citou o santo católico fazendo referência ao regime de chuvas: “Estou para visitar São Pedro dos Crentes, no Maranhão. É um negócio meio esquisito, né, Igreja Católica […] mas tem tudo a ver. Um pequeno município que eu vi uma matéria outro dia na imprensa e vi lá que tinham dois grandes problemas. Primeiro, a avenida principal que não está asfaltada. Depois, não tem uma agência do Banco do Brasil e muito menos da Caixa Econômica Federal. Liguei para o nosso presidente do Banco do Brasil e perguntei a ele se existe no plano social a instalação de microagências nesses locais. Ele falou ‘existe’ e eu solicitei. Existe a possibilidade de botar uma agência lá, ele já botou. E conseguimos fazer isso lá”, frisou.

A agência ainda não está instalada, mas a menção à cidade já mexe no cotidiano dos moradores. Eles organizaram grupos em aplicativos de mensagem e falam até em abaixo-assinado com reivindicações ao presidente. Se por um lado gera euforia, a abertura de nova unidade do banco não é a regra. Pelo contrário. Segundo o Sindicato dos Bancários, em 2017 o Maranhão perdeu 13 agências do Banco do Brasil. “O fechamento fez parte de um desmonte nacional do banco que visa reduzir custos e funcionários. Nos últimos anos o BB vem deixando claro que vai investir na digitalização do atendimento ao cliente e fechamento de unidades. Em São Luís, as agências do Anjo da Guarda, Deodoro e Hospital Materno Infantil foram fechadas”, explicou Eloy Natan, presidente da entidade.

Eloy Natan, presidente do Sindicato dos Bancários, apresenta dados sobre agências fechadas

Segundo os dados informados pelo sindicato, as agências nos municípios de Açailândia e Imperatriz foram encerradas. Outras foram transformadas em postos de atendimento que não atendem todos os serviços bancários, como as agências dos municípios de Amarante, Itinga do Maranhão, Lima Campos, Matões, Olho d’Água das Cunhãs e Parnarama. “Estes postos de atendimento ou microagências, além de ter poucos funcionários, não possuem serviço de caixa para saques e pagamento de contas e boletos”, detalhou Natan.

Território ruralista influencia visita

O agronegócio no sul do Maranhão, inclusive em São Pedro dos Crentes, é outro critério para atrair Bolsonaro à região, marcada pela forte presença do latifúndio, receptivo ao discurso armamentista. No final de abril, ao participar da Agrishow, feira de ruralistas em Ribeirão Preto (SP), Bolsonaro afirmou que vai enviar ao Congresso Nacional um projeto de lei que livra de punição o produtor que fizer disparos em ocupações de terras. O discurso armamentista do presidente tem ampla recepção entre os ruralistas.

O principal alvo da onda de criminalização da extrema direita é o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), já citado em diversos pronunciamentos de Bolsonaro como inimigo. Críticos do armamentismo interpretam que as iniciativas do governo federal em prol dos ruralistas caracterizam uma espécie de licença para atirar sem preocupação com eventuais punições. “O projeto nosso vai dar o que falar, mas é uma maneira que nós temos de ajudar a combater a violência no campo. É fazer com que, ao defender a sua propriedade privada ou a sua vida, o cidadão de bem entre no excludente de ilicitude, ou seja, ele responde, mas não tem punição. É a forma que nós temos que proceder para que o outro lado, que teima em desrespeitar a lei, tema vocês, tema o cidadão de bem, e não o contrário”, detalhou o presidente. Ele disse ainda que vai discutir junto à Câmara dos Deputados outro projeto que autoriza a posse de armas de fogo em todo o perímetro das propriedades rurais e não apenas restrito às residências.

Em nome de Deus

São Pedro dos Crentes entrou no mapa da mídia na eleição de 2018 por ter sido a única cidade do Maranhão onde o então candidato Jair Bolsonaro ganhou no primeiro turno (veja dados abaixo). Em fevereiro e março de 2019, o Blog do Ed Wilson publicou uma série de três reportagens sobre a cidade, abordando a religiosidade, eleições e os valores morais da Assembleia de Deus, com base na obra “A ética protestante e o espírito do capitalismo”, de Max Weber. No final de março, a Folha de São Paulo também publicou matéria especial sobre a economia, infraestrutura, costumes e política no município.

Prefeito Lhaésio, ao centro, foi cabo eleitoral dos candidatos de José Sarney

A cidade é uma mistura das fictícias Macondo e Sucupira, clássicos dos escritores Gabriel Garcia Márquez e Dias Gomes. Fundada e dominada pela Assembleia de Deus, nos anos 1940, São Pedro dos Crentes tem fiéis ardorosos e crentes “desviados”, também chamados “irmão raimundo – aquele que tem um pé na igreja e outro “no mundo”, ou seja, o fiel que em determinadas épocas se afasta dos rigores da vida assembleiana. Nas suas poucas ruas há um enorme templo central com estrutura para grandes eventos, várias igrejas e também bares, além da famosa “rua da Vaquejada”, onde tem a maior concentração de botecos e um clube de festas.

Todos os anos é realizado um grande congresso evangélico em São Pedro dos Crentes, durante três dias, reunindo crentes do Maranhão, de outros estados e pastores renomados no Brasil para fazer pregações na cidade famosa pelo nome e expressiva população de fiéis. Estima-se que aproximadamente 60% dos moradores são adeptos da Assembleia de Deus.

Apesar das contradições entre a religiosidade forte e a vida mundana, o conservadorismo se manifestou de forma concreta nas eleições presidenciais desde 2014, quando Dilma Roussef (PT) teve vitória acachapante no Maranhão, menos em São Pedro dos Crentes, onde venceu Aécio Neves (PSDB). A tendência conservadora evoluiu para a extrema direita em 2018, quando Jair Bolsonaro bateu Fernando Haddad por 50,93% contra 37,53% no primeiro turno. No segundo turno os candidatos alcançaram, respectivamente: 57,49% x 42,51%.

O prefeito dos Sarney

Em vídeos postados nas redes sociais, o prefeito Lhaésio Bonfim (PSDB) faz oposição ferrenha ao governador Flávio Dino (PCdoB) e derrama-se em elogios ao grupo liderado por José Sarney (PMDB). Em 2018, o voto conservador predominou no pleito majoritário. Com 3.889 eleitores, a cidade evangélica deu a vitória a Roseana Sarney (PSDB) contra Flávio Dino (PCdoB) na disputa pelo Governo do Estado, por 75,76% dos votos (2.163 eleitores) contra 14,75% (421 votos), respectivamente.

Irmãos teriam traído o pastor Cavalcante

Candidatos ao Senado, Sarney Filho e Edson Lobão também tiveram expressivo apoio do eleitorado de São Pedro dos Crentes, com votação de 39,30% (2.150 eleitores) e 34,86% (1.907 eleitores). Já no grupo de Flávio Dino para o Senado, a candidata evangélica oficial da Assembleia de Deus, Eliziane Gama (PPS), ficou em terceiro lugar, com apenas 13,12% (718 votos) na cidade. O quarto colocado foi Weverton Rocha (PDT) e obteve 8,44% dos votos válidos (462 eleitores).

O revés do voto evangélico no Senado chegou também à disputa da Assembleia Legislativa. Candidato preferido da Assembleia de Deus em São Pedro dos Crentes, o pastor Cavalcante (PROS) obteve apenas 73 votos dos irmãos e ficou em quinto lugar entre os mais votados na cidade. Quem ‘bombou’ nas urnas para deputado estadual foi Adriano Sarney (PV). Ele teve 61,59% dos votos válidos (1.825 eleitores). Reeleito, Adriano é neto de José Sarney e primogênito de Sarney Filho. Para deputado federal outro sarneísta liderou com folga a votação entre os evangélicos. Victor Mendes cravou 61,91% dos votos válidos, obtendo a preferência de 1.832 eleitores.

O comando para votar obedece uma dobradinha entre a máquina eleitoral do prefeito e uma espécie de “bibliocracia”, sob o comando dos pastores e das congregações vinculadas à Assembleia de Deus na hora de guiar o rebanho. “Aqui em São Pedro só tinha duas opções: Bolsonaro ou o comunismo”, resumiu o maestro e professor de música Jairo Maranhão, dono de um sistema de sonorização (rádio a cabo Nova Aliança), o único meio de comunicação local.

Senadora eleita, Eliziane Gama teve votação minguada entre os evangélicos

O pastor presidente da Comadesma (Convenção dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleias de Deus no Maranhão) em São Pedro dos Crentes, Manoel Lima de Sousa, apresentou um argumento curto e grosso para justificar o voto dos evangélicos no presidenciável Jair Bolsonaro. “A palavra de Deus, a bíblia sagrada, o livro dos livros, tem resposta para todas coisas que nós imaginarmos. Ela já nos informa que todas as autoridades são constituídas por Deus, inclusive nosso presidente. E assim sendo, Deus direcionou ao povo votar no Bolsonaro.  E assim Deus fez dele o nosso presidente”, atestou. Em São Pedro dos Crentes existem 21 congregações da Assembleia de Deus, ministério Comadesma, sendo três na sede e das demais na zona rural.

Oposição ao prefeito reage

“Vocês conhecem os meus vídeos e sabem que têm um destino: o Palácio dos Leões”. A frase de efeito está registrada em um dos muitos recados do prefeito Lhaésio Bonfim para Flávio Dino. Dizendo-se vítima de perseguição, o gestor que também canta nas igrejas é o único chefe de executivo municipal no Maranhão a confrontar publicamente o governador em discursos fartamente compartilhados nas redes sociais.

O governador Flávio Dino e seu representante em São Pedro, Valdir Preto: atritos com o prefeito Lhaésio

Na base do governo, a réplica é disparada pelo assessor da Secretaria de Comunicação e Assuntos Políticos (Secap) na região de Balsas (sul do Maranhão), Valdir Oliveira de Sousa, o Valdir Preto. Membro da Assembleia de Deus (Ministério Madureira), nascido em São Pedro dos Crentes e originário de uma comunidade remanescente de quilombo, Valdir Preto afirma que o prefeito vem apresentando sinais de enriquecimento ilícito, mantem relações clientelistas e alto nível de fisiologismo na gestão.

Antes de ser prefeito eleito em 2016, o médico Lahésio Bonfim chegou a apoiar Flávio Dino na corrida para o Palácio dos Leões, em 2014, mas mudou radicalmente quando percebeu a onda conservadora crescente no meio evangélico e associou-se à família Sarney e ao bolsonarismo. O prefeito controla a Câmara Municipal, composta por oito vereadores, todos evangélicos da Assembleia de Deus. Valdir Preto denuncia que a gestão é minada por favores e serviços contratados em troca de apoio dos edis, como empregos, cargos e aluguel de carros para a administração municipal.

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Paulo Freire receberá condecoração máxima do Governo do Maranhão

O filósofo brasileiro receberá, em memória, a Medalha Timbira

O Governo Estado do Maranhão concederá em memória a Medalha Timbira ao educador Paulo Freire, principal educador brasileiro e um dos escritores mais citados no mundo entre a comunidade acadêmica, informou o governador Flávio Dino (PCdoB).

“Resolvi conceder ao Prof. Dr. Paulo Freire (in memoriam) a condecoração máxima do Estado do Maranhão. Reconhecimento à importância de sua monumental obra para a educação em todo o mundo. Claro que também no nosso Estado, pois agimos inspirados em suas lições, que são eternas”, afirmou Dino.

A declaração do governador do Maranhão acontece após o presidente Jair Bolsonaro (PSL) declarar que pretende retirar o educador Paulo Freire o título de patrono da educação brasileira. O assunto “Paulo Freire” ficou entre os mais comentados do twitter na última terça-feira (30).

Na segunda-feira (29), em uma agenda em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, Bolsonaro concedeu “entrevista” à youtuber-mirim Esther Castilho, que mantém o canal “Esther e famosos”. Na conversa, o presidente sugere a possibilidade de a criança ser a patrona da educação e emenda: “quem sabe nós temos uma patrona da educação e não mais um patrono, muito chato, não precisamos dizer quem é, mas vai ser mudado”.

O educador e filósofo pernambucano foi nomeado patrono da educação brasileira em 2012, pela Lei 12.612, sancionada pela ex-presidenta Dilma Rousseff (PT). A homenagem foi proposta pela deputada federal Luiza Erundina (PSOL) que, quando prefeita de São Paulo (1989 – 1993), o nomeou como Secretário de Educação.

brasileiro é um dos autores mais citado no mundo na área de ciências humanas, superando nomes como Karl Marx e Michel Foucault. Ele se tornou conhecido a partir do início dos anos 1960, quando desenvolveu um método de alfabetização de adultos baseado “nos contextos e saberes de cada comunidade, respeitando as experiências de vida próprias do indivíduo”. Freire aplicou o modelo pela primeira vez em um grupo de 300 trabalhadores de canaviais em Angicos, no sertão do Rio Grande do Norte. De acordo com os registros da época, a alfabetização ocorreu em tempo recorde: 48 horas.

Estudado em universidades de todo o mundo, principalmente em países que são tidos como referências no quesito educação, Freire foi homenageado com escultura na Suécia e recebeu nome de centro de estudos na Finlândia, que desde 2007 mantém um espaço dedicado a discutir a obra do educador brasileiro.

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Fapema e Funac sob nova direção

O governador Flávio Dino empossou, na manhã desta sexta-feira (3), em cerimônia no Palácio dos Leões, a nova presidente da Fundação da Criança e do Adolescente (Funac), Sorimar Sabóia, e o novo diretor-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema), André Luís Santos.

Flávio Dino iniciou a cerimônia agradecendo à Elisângela Cardoso e Alex Oliveira, que deixam, respectivamente, os cargos de presidentes da Funac e Fapema. “São merecedores de integrar o nosso Governo ou qualquer outro do país. Fizeram trabalho notável à frente dos órgãos, mais ações com menos recursos, multiplicando oportunidades em um momento de trevas. Representam muito daquilo que sonhamos: uma sociedade justa para todos”, disse.

Em seu discurso, o governador fez uma defesa da manutenção dos investimentos em educação no Brasil. “Aconteça o que acontecer neste país, as Universidades e instituições de ensino e pesquisa vão continuar a ter todo o respeito no Maranhão. Vamos sempre defender o conhecimento e o saber. Isso não pode ser negado a novas gerações, e, sobretudo, àqueles que pela primeira vez na história começaram a sonhar com essa realidade”, assegurou.

“As obscenas desigualdades sociais são geradoras de um ciclo de violência institucional, material e simbólica contra as crianças desse país desde o útero materno, e que se transforma em tantos problemas do nosso cotidiano. Estamos aqui para salvar vidas”, defendeu o governador Flávio Dino.

Em complemento, o governador falou da confiança que possui nos novos presidentes. “Temos novas metas a serem alcançadas sobre metas já alcançadas. Esse é o desafio da gestão: colocar novos objetivos e encontrar os meios para alcançá-los. Ambos são cientes da importância de suas funções e tenho confiança de que irão se sair muito bem”, afirmou.

“Daremos continuidade às ações de formação dos servidores, de adequação das unidades de atendimento e de humanização, ressocialização e educação dos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas”, garantiu Sorimar Sabóia, que assumiu a Funac.

Para André Luís Santos, “há trabalho muito grande para ser luz, dentro da perspectiva de corte de recursos em nível federal, por isso estamos trazendo novas ideias, para tentar diversificar as ações junto aos pesquisadores, seguir o caminho de fortalecimento da Fapema”.

Perfil dos empossados 

Sorimar Sabóia Amorim é assistente social, graduara pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e pós-graduada na Área de Enfrentamento à Violência Doméstica Contra Crianças e Adolescentes pela Universidade de São Paulo (USP). Atuou como assistente social na Prefeitura Municipal de São Luís e como chefe da Assessoria de Planejamento e Ações Estratégicas da Funac, entre outros cargos na instituição. Foi presidente do Conselho Estadual de Assistência Social (2015 a 2016) e do sindicato dos assistentes sociais do Estado do Maranhão (2013 a 2018).

André Luís Santos é graduado em Licenciatura em Construção Civil pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão (CEFET), especialista em geoprocessamento aplicado ao planejamento urbano e rural pelo CEDECON. Mestrado em Engenharia de Eletricidade, ênfase em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e doutorado em Ciência e Engenharia de Petróleo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2014). É professor e pesquisador no Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA).

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Boi da Liberdade, sotaque zabumba, lança novo disco

Lançamento de “Resistência”, quinto trabalho do boi fundado pelo Mestre Leonardo em 1956, será na sede do batalhão, dia 4, no primeiro ensaio geral deste ano. Esta é a primeira vez que um boi de zabumba é gravado ao vivo.

Resistência (Zabumba Records e Na Music) foi gravado na sede do Boi de Leonardo, no bairro da Liberdade (São Luís, MA), em setembro de 2018, e mixado e masterizado em Belém, no estúdio do selo Na Music. Produzido e dirigido pelo percussionista Luiz Claudio, o disco faz um resgate das principais toadas do Boi da Liberdade, trazendo 15 composições: sete de Zió (João Vieira), cinco de Mestre Leonardo, uma de Zé Pretinho, uma  de Chico Coimbra e uma Carlinhos de Carutapera, além da participação da filha de Leonardo, Regina Avelar, que canta em duas faixas.

“Para mim é a realização de um velho sonho, ver algumas das principais toadas de meu pai e de outros cantadores num disco e estar nele, também, participando e cantando. Adorei o resultado do trabalho, acho que Leonardo ficaria feliz com esse registro”, afirma Regina de Leonardo, diretora do Boi da Liberdade, um dos mais representativos do sotaque de zabumba do Maranhão.

O disco é o primeiro do selo da Zabumba Records, criado por Luiz Claudio pra promover, resgatar e registrar a cultura popular maranhense, e sai em parceria com a Na Music, gravadora de Belém. O batalhão da Liberdade não lançava nenhum trabalho há quase 10 anos. O primeiro saiu em vinil, em 1988, produzido por Chico Maranhão. Depois, vieram três CDs, em 2002, 2007 e 2010. O Boi de Leonardo está comemorando 63 anos em 2019. 

Para o registro ao vivo na sede, a produção contratou o estúdio Deu na Telha Audiolab, especializado em gravações desse tipo, que fez toda a ambientação para que a qualidade fosse a melhor possível. O material bruto, captado em dois dias, foi levado para um estúdio onde foram regravadas mais vozes e coro. As toadas receberam uma roupagem nova sem riscos de descaracterização. Duas delas foram tiradas dos discos originais, uma com a voz do próprio Leonardo e a outra de autoria e na voz de Chico Coimbra, ambos falecidos. Na faixa Chegou foi colocada a voz de Regina, que faz um emocionante dueto com o pai.

A escolha do repertório foi feita pelos cabeceiras (compositores) antigos e atuais. As toadas estão organizadas respeitando a sequencia adotada nas apresentações ao vivo. O disco começa com uma ladainha e tem uma toada para cada momento da encenação do boi. Além da participação de Regina de Leonardo cantando, Resistência – Zabumba da Liberdade traz também a participação de um coro feminino em algumas faixas. “Isso não é comum, principalmente no boi de zabumba. Eram sempre os homens que tocavam, cantavam e faziam coro”, afirma Regina.


Regina, filha do Mestre Leonardo e atual diretora do Boi da Liberdade.
Foto: João Maria Bezerra

O Boi de Leonardo tem cerca de 160 brincantes, incluindo o tambor de crioula e é um Ponto de Cultura desde 2010. Os Pontos de Cultura foram criados no governo Lula, quando quando Gilberto Gil era o ministro da Cultura. “Recebemos três parcelas  nesses oito anos e na última conseguimos uma verba para o disco”, afirma Regina. 

Resistência já está em todas as mídias e plataformas digitais: Youtube, Instagram, Facebook, Spotfy, Deezer e ITunes. As fotos da capa e do encarte do disco são assinadas por Márcio Vasconcelos, Railleen Martins e João Maria Bezerra.

Regina

A filha de Leonardo assumiu a direção do Boi da Liberdade há pouco mais de 15 anos.  Hoje em dia o batalhão participa de vários eventos em São Luís e fora daqui. “O Boi da Liberdade se confunde com a comunidade, com a história do bairro. As pessoas se preocupam com ele. O Boi era a vida de Leonardo e hoje também é a minha vida. Esse é o sentimento que eu tenho. Eu não me vejo mais fora disso aqui”, afirma emocionada.

Nesse momento de celebração dos 63 anos do Boi da Liberdade, Regina faz questão de mencionar personagens que foram fundamentais para a construção da história do batalhão, entre eles Cecílio Martins, primo de Leonardo e brincante fundador; Ciríaco Ribeiro – Rupiado, cabeceira e amo do boi por muitos anos; Antero de Jesus, compadre de Leonardo e bordador de couro de boi; e Serafim, Justino e Dico cantadores e amos.

RESISTÊNCIA

CD Boi de Leonardo – Zabumba da Liberdade

Lançamento dia 4 de maio – no primeiro ensaio do Boi em 2019

Local: Sede do Boi da Liberdade

Rua Alberto de Oliveira, n° 150 – Liberdade; CEP 65 035-010

Realização: Ponto de Cultura Mestre Leonardo e Ribamar Produções

Patrocínio: Cultura Viva – Ministério da Cultura

Produção Executiva: Marla Silveira

Imagem destacada / Crédito: Marcio Vasconcelos /
Boi da Liberdade comemora 63 anos lançando Resistência, o primeiro disco em quase 10 anos.

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Comissão realiza audiência sobre a metropolização da ilha de São Luís

A Comissão de Assuntos Municipais e Desenvolvimento Regional da Assembleia Legislativa do Estado do Maranhão (Alema) convida a sociedade civil, os meios de comunicação, sindicatos, secretarias municipais e estaduais para discutir o crescimento da Ilha de São Luís e seus quatro municípios, incluindo a capital maranhense.

A audiência será realizada no Auditório Fernando Falcão (Alema), nesta terça-feira, 30 de abril, a partir das 14h.

A Comissão de Assuntos Municipais e Desenvolvimento regional, que tem como titulares os deputados estaduais Dr. Yglésio, Hélio Soares, Carlinhos Florêncio, Pastor Cavalcante, Adelmo Soares, Ciro Neto e Rigo Teles, acredita que o crescimento urbano tem que ser realizado com planejamento para que com a chegada das chuvas as catástrofes não sejam recorrentes todos os anos.

O presidente da Comissão, deputado Dr. Yglesio, afirmou que a motivação para a realização da audiência foi justamente os problemas urbanos que estão ocorrendo na grande ilha, como o processo irregular de ocupação do solo e o excesso de degradação das áreas rurais. 

A Comissão de Assuntos Municipais convidou para a audiência pública as seguintes instituições: Imesc; IBGE; Concid; Incid; Agência Metropolitana; Agência de Mobilidade Urbana; Associação Comercial do Maranhão; Secretaria Estadual de Indústria; Comércio e Energia; Procuradoria Geral do Município; Procuradoria Geral do Estado; Câmara Municipal de São Luís; Prefeitura de São Luís, Prefeitura de Paço do Lumiar; Prefeitura da Raposa; Prefeitura de São José de Ribamar; Ordem dos Advogados do Brasil; Sinduscon; UEMA; Sindicato dos Trabalhadores Rurais; e mídia especializada.

Imagem capturada no GoogleMaps

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FNDC defende a preservação da rádio Inconfidência, patrimônio de Minas Gerais

Confira nota do FNDC contra a tentativa de desligamento da rádio mais antiga de Minas Gerais, patrimônio do povo mineiro e referência de comunicação pública no estado.

No dia 4 de abril, menos de duas semanas após assumir efetivamente a Secretaria de Cultura, o secretário de Turismo e Cultura do governo de Minas Gerais, Marcelo Matte, anunciou o desligamento da frequência AM da Radio Inconfidência por motivos técnicos, alegando obrigação de cumprimento do decreto N°8.133 de 7 de novembro de 2013, que prevê a adaptação do serviço de radiodifusão sonora AM de caráter local para a frequência FM até 2023.  

A Radio Inconfidência existe há 83 anos, e ganhou o nome de Gigante do Ar por ser um dos poucos veículos de comunicação de Minas Gerais a alcançar todos os municípios por meio de suas ondas AM. São inúmeros os municípios do Estado que, em razão do péssimo sinal de televisão e de Internet, a Radio Inconfidência AM é o único meio de informação e comunicação da população.  

Apesar de ter afirmado seu compromisso em manter as emissoras públicas Rede Minas e Radio Inconfidência e fortalecer a EMC (Empresa Mineira de Comunicação), o governo de Romeu Zema, com essa medida, comprova sua falta de credibilidade, uma vez que suas ações vão em total desencontro com os compromissos alegados. De fato, o clima já estava tenso, após a demissão no final de março, de quatro funcionários da rádio, dentro os quais o músico Múcio Bolívar, âncora do programa Trem Caipira há 28 anos, um dos carros chefes da programação AM.

Além da drástica restrição de seu alcance, e da supressão dos programas dedicados à programação AM, essa medida abre também para ampla redução do quadro efetivo de funcionários que precisa ser combatida.  Em audiência pública ocorrida no dia 11/04, na Assembleia Legislativa do estado, Solanda Steckelberg, secretária adjunta de Cultura, alegou seu compromisso em preservar a comunicação pública afirmando que o desligamento da frequência AM atendia exigências meramente técnicas, devido ao equipamento antiquado. Segundo ela, não haveria alternativa à extinção, pois não existiriam soluções técnicas para isso.  

O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) rechaça esse argumento e defende, pelo contrário, que há soluções técnicas e políticas para melhorar o alcance da rádio no estado e permitir seu fortalecimento.  Com isso, o FNDC denuncia antes de tudo a ausência de diálogo do governo sobre a medida.

A Gigante do Ar é patrimônio imaterial da sociedade mineira. Por se tratar de um bem público, as decisões impactando seu alcance no território e eventuais investimentos em torno da troca do material de transmissão precisam ser debatidas junto com os ouvintes, os funcionários da emissora, e a sociedade civil organizada. Para isso, há instâncias legítimas que precisam ser urgentemente implementadas: trata-se do conselho curador da Empresa Mineira de Comunicação (responsável desde 2016 de coordenar a política de comunicação pública do Estado) e do Conselho Estadual de Comunicação, que tem a responsabilidade de propor um plano para política pública de comunicação em Minas Gerais.

Não há pressa em querer aplicar um decreto que prevê sua aplicação até 2022. Ainda mais quando o próprio decreto é meramente facultativo e concentra explicitamente seu foco na “radiodifusão sonora de ondas médias de caráter local” (caput) que não é o caso da Radio Inconfidência.  Aos argumentos de falta de recurso para renovação do antigo material e manutenção da rádio, respondemos que o sucateamento não será nunca a solução.

Uma reorientação das verbas publicitárias do Poder Executivo e Legislativo estadual e a decisão de implementar a Empresa Mineira de Comunicação na prática, permitindo abertura para novas fontes de fomento e patrocínio, são soluções de rápido alcance do Estado a serem consideradas com prioridade.  

No plano técnico, o FNDC solicita a realização e publicação de um relatório técnico independente para analisar o estado do transmissor AM e propor soluções orçadas de renovação a serem apresentadas aos conselhos. A dupla linguagem do governo precisa ser desvendada. Não se trata de uma contingência técnica, mas sim de prioridade política. Se o Governo esta comprometido a defender a comunicação pública ele precisa comprová-lo com ações claras. O FNDC, a sociedade civil, os funcionários da Rádio Inconfidência e os ouvintes de Minas Gerais estão dispostos e mobilizados para preservar o que é um patrimônio coletivo.

Belo Horizonte (MG), 24 de abril de 2019. 

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“Moro tem certeza que eu sou inocente”, afirmou Lula na entrevista aos jornais Folha de São Paulo e El País

Aos 73 anos de idade, o ex-presidente Lula concedeu a primeira entrevista (desde quando foi preso, em abril de 2018) aos jornais Folha de São Paulo e El País.

A entrevista chegou a ser censurada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e só foi permitida após uma batalha judicial.

O ex-presidente criticou a operação Lava Jato e o governo Jair Bolsonaro (PSL). Lula disse que tem obsessão em desmascarar o juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública.

Lula afirmou que vai provar a sua inocência porque a prisão dele é fruto de uma farsa.

O ex-presidente fez críticas frontais ao ministro Sergio Moro e ao procurador da Lava Jato Daltan Dallagnol.

“O Moro tem certeza que eu sou inocente” […] “Esse Dallagnol eu tenho certeza que é mentiroso e mentiu a meu respeito”, frisou Lula.

Veja a entrevista:

Imagem destacada: reprodução//YouTube El País

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Jornal Vias de Fato: o Maranhão e a liberdade de expressão no Brasil

Editorial do jornal Vias de Fato

O recente caso de censura prévia, oriundo do Supremo Tribunal Federal (STF), mexe com um tema que é muito sensível a todos nós que atuamos no Vias de Fato. Somos do Maranhão! E se no Brasil existe uma cultura reconhecidamente autoritária, de fácil comprovação histórica, em nosso estado esse autoritarismo é exorbitante.

A elite maranhense é a expressão cuspida e escarrada do “quero, posso e mando”. Para a maioria, política pública é vista como um favor e não como um direito da sociedade e uma obrigação dos governos, numa relação de força, medo e dependência.

No caso maranhense, a falta de participação popular também evidencia o problema. Um exemplo é a revisão do Plano Diretor da cidade de São Luís, a capital do Estado, que em breve será votado pela Câmara Municipal. Sem qualquer exagero, trata-se de um crime contra a cidade e sua população, onde as consequências, entre outras, passarão por falta d’água, poluição, doenças, alagamentos, engarrafamentos, caos urbano, destruição ambiental. E tudo feito num processo tosco, com audiências públicas fajutas, tocado pela gestão do prefeito Edivaldo Holanda Junior (PDT-MA), para atender os interesses de empresários deploráveis, com a participação de agentes do poder público municipal e estadual, este último com integrantes no Conselho da Cidade (CONCID).

Outro exemplo recente, que também podemos citar, vem dos famosos Lençóis Maranhenses, sobre o qual o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) apresentou, no ano passado, também sem qualquer debate público, um projeto de lei que prejudicará milhares de pessoas que vivem em comunidades tradicionais, abrindo a possibilidade para os infindáveis crimes ambientais que rotineiramente ocorrem por aqui. E sempre para atender os interesses de empresários, predadores; amparados pelo tal do “quero, posso e mando”.

Não foi à toa que no século XX, nenhum outro estado brasileiro teve dois oligarcas tão poderosos quanto os senadores Vitorino Freire e José Sarney, este último posando para o Brasil de “poeta da liberdade”. Os dois comandaram a estrutura oligárquica maranhense por conta de um ambiente favorável, onde o medo e a bajulação – associada a uma pobreza material e política – fazem parte dessa mesma cultura arbitrária.

Neste ano de 2019, o Jornal Vias de Fato fará 10 anos. Hoje; com a extrema direita perigosamente instalada no governo federal; nós estamos aquilombados na Agência Tambor, arcando com a mesma responsabilidade de provocar a opinião pública, estimulando a crítica e a participação política dos marginalizados; sempre insubmissos ao despudor de todos aqueles que fazem um mau uso de sua “autoridade”.

Se alguns acreditam que “manda quem pode e obedece quem tem juízo”, deixamos então bem claro que nós somos todos “desajuizados”.

Censura? Cabresto? Nem a pau, doutor!

*Texto publicado originalmente no site www.agenciatambor.net.br

Em 24/04/2019

Imagem / divulgação: prefeito Edivaldo Holanda Junior e senador Roberto Rocha

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Rádio comunitária Bacanga FM estreia “Fôlego Curto: Dramas para Ouvir”

Peças curtas de teatro que se tornaram intrigantes dramas para ouvir. Do texto ao som, o projeto “Fôlego Curto – Dramas para Ouvir” – obra do pesquisador, dramaturgo, roteirista e diretor Igor Nascimento – estreia em abril, na rádio comunitária Bacanga FM, com apoio do programa Rumos Itaú Cultural 2017-2018. O pré-lançamento do projeto acontece na próxima quinta-feira (25/04), às 19h, no espaço cultural Clube do Vinil – Anjo da Guarda e contará com a presença dos atores, equipe de produção do projeto e do Itaú Cultural, radialistas, locutores da Rádio Bacanga FM e participação musical de Roberto Ricci e MC Alcino.

Ao todo, nove episódios ganharam a interpretação cênica de Cláudio Marconcine, Maria Ethel, Rosa Ewerton, Gisele Vasconcelos, Aziz Júnior, Renata Figueiredo, Lauande Aires, Marcelo Flecha, José Inácio Rêgo, Nuno Lilah Lisboa, Vitor Silper e Al Danúzio que conduzem o público a ouvir textos dramatúrgicos em moderna adaptação.

“Fôlego Curto – Dramas para Ouvir” tem a chancela de um dos maiores editais de fomento à cultura no país, o projeto Rumos Itaú Cultural, que desde 1997 vem fomentando a produção artística e cultural brasileira. A iniciativa recebeu mais de 64,6 mil inscrições desde a sua primeira edição, vindos de todos os estados do país e do exterior. Destes, foram contempladas mais de 1,4 mil propostas nas cinco regiões brasileiras, que receberam o apoio do instituto para o desenvolvimento dos projetos selecionados nas mais diversas áreas de expressão ou de pesquisa.”

As gravações dos nove episódios foram realizadas no estúdio Base SLZ e teve edição e finalização do sonoplasta, radialista e multi-instrumentista Ivan Garro, que tem experiência em diversos espetáculos teatrais e passou por diferentes companhias, como Mundana, Cia Livre, Cia São Jorge, entre outras.

O trabalho conceituado do sonoplasta pode ser conferido também em peças criadas para o Museu da Língua Portuguesa, para o artista plástico Nuno Ramos e Fernando Vilela, para o projeto Itaú Cultural e a Rádio Itaú Cultural. Como produtor musical, trabalhou com a Orquestra de Cordas Laetare, Bhakti Performing Arts, além de outros projetos

Inspirado em dramas da vida real, as histórias criadas pelo dramaturgo Igor Nascimento dialogam com experiências do cotidiano da comunidade do Itaqui-Bacanga em temáticas diversas, como a violência urbana, o envelhecimento, notícias de jornais, a memória, com metalinguagens, diálogos entrecruzados, monólogos e outras técnicas narrativas.

Igor Nascimento: inspiração na vida real para costurar os dramas

Além do rádio, o projeto conta com desdobramentos e criação visual em ilustrações de Waldeir Brito. “A ideia do projeto é também sugerir um jogo de linguagens entre a comunicação popular das rádios comunitárias, o trabalho artístico de ilustrações e vídeos e a metáfora entre a ficção e notícias de jornais que serão disponibilizados em plataformas digitais e adesivos espalhados em pontos estratégicos da cidade de São Luís”, comenta Igor Nascimento.

A escolha da Rádio Bacanga como espaço de veiculação do projeto também reforça a opção política e social de valorização das plataformas de comunicação alternativa e comunitária em garantir a visibilidade da história da emissora, localizada no bairro do Anjo da Guarda, e que, ao longo de 20 anos, fortalece a integração cultural da comunidade.

Estreia – A previsão de estreia da série de dramas radiofônicos é no dia 29 de abril. Os radiodramas vão ao ar às segundas, com reprise às quartas, às 20h, dentro do programa Cantinho do Rei, apresentado pelo locutor Roberto Nilton, durante os meses de maio e junho. Os programas estarão disponíveis online nas redes sociais do projeto, a partir do dia 27 de junho.

Sobre o Rumos Itaú Cultural

Um dos maiores editais privados de financiamento de projetos culturais do país, o Programa Rumos, é realizado pelo Itaú Cultural desde 1997, fomentando a produção artística e cultural brasileira. A iniciativa recebeu mais de 64,6 mil inscrições desde a sua primeira edição, vindos de todos os estados do país e do exterior. Destes, foram contempladas mais de 1,4 mil propostas nas cinco regiões brasileiras, que receberam o apoio do instituto para o desenvolvimento dos projetos selecionados nas mais diversas áreas de expressão ou de pesquisa.

Os trabalhos resultantes da seleção de todas as edições foram vistos por mais de 6 milhões de pessoas em todo o país. Além disso, mais de mil emissoras de rádio e televisão parceiras divulgaram os trabalhos selecionados.

Nesta edição de 2017-2018, os 12.616 projetos inscritos foram examinados, em uma primeira fase seletiva, por uma comissão composta por 40 avaliadores contratados pelo instituto entre as mais diversas áreas de atuação e regiões do país. Em seguida, passaram por um profundo processo de avaliação e análise por uma Comissão de Seleção multidisciplinar, formada por 21 profissionais que se inter-relacionam com a cultura brasileira, incluindo gestores da própria instituição. Foram selecionados 109 projetos, contemplando todos os estados brasileiros.

SERVIÇO

O quê: Evento de Pré-lançamento do projeto Fôlego Curto – Dramas para Ouvir, selecionado pelo edital do Programa Rumos Itaú Cultural 2017-2018.

Onde: Clube do Vinil – Rua Dinamarca, S/N, em frente ao Teatro Itapicuraiba (Anjo da Guarda)

Quando: 25 de abril

Horário: 19h

Assessoria de imprensa

Alberto Júnior – (98) 98283.1223

albertoemeio@gmail.com

Assessoria de Imprensa:

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Imagem destacada / divulgação: ator Lauande Aires interpreta trecho da obra Fôlego Curto adaptada para o rádio

Imagem Igor Nascimento capturada neste site

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Félix Alberto lança livro de poemas “Filarmônica para fones de ouvido”

O escritor Félix Alberto Lima lança seu segundo livro de poemas, Filarmônica para fones de ouvido (Editora 7Letras),  no dia 25 de abril, quinta-feira, às 19h, na Livraria Amei, no São Luís Shopping.

Em 114 páginas, a obra reúne 80 poemas, feito armadilhas encomendadas, subvertem a dinâmica da leitura e encandeiam transeuntes desavisados. São poemas com asas que, embora retidos numa estrutura de capítulos, flanam com liberdade “para além das paredes que ouvem e transpiram”.

Felix Alberto e as armadilhas encomendadas no segundo livro de poemas

De acordo com o escritor e crítico literário Tom Farias, que assina o prefácio, a primeira impressão que se tem com a leitura da obra de Félix Alberto é que estamos diante de um poeta que maneja a poesia como o seu instrumento do poder. “Não há outra forma de eu me expressar para dizer do meu encantamento ao abrir e fechar cada página desse livro que já nasce potente, predizendo um destino que revela muito sobre um autor que, experimentando versos de expressão livre, mantem alta sinestesia, comunica e, ao mesmo tempo, dialoga com a modernidade do sentir e do versejar”, argumenta Farias.

A poesia de Félix Alberto não tem compromisso com a forma, não dá expediente nas repartições de estilo. É livre e, ao mesmo tempo, muito bem cerzida, consistente. Segue, verso por verso, bordejando algaravias e oceanos de águas intranquilas, como “cartas de amor floridas que não saíram dos bordéis”.

Os poemas de Filarmônica para fones de ouvido também enxergam o cheiro dos lírios e com sutileza captam a sonoridade que geme no esconderijo da palavra. São dez livros dentro de um mesmo livro por onde escampam silêncios e a incerta lírica selvagem do autor.

Há versos diretos que berram no canto da página, cuja leitura encerra uma imagem, um episódio fortuito. Há outros, porém, que se desintegram do conjunto de poemas e acenam com autonomia de voo para um romance, uma saga.

Félix Alberto abre o mar das mãos para a passagem de um sertão particular – talvez do próprio poeta, talvez de algum desconhecido sincero. A leitura de Filarmônica para fones de ouvido reverbera na sala de jantar, enquanto a poesia arqueja pelas ruas na desordem da noite.

Félix Alberto Lima é autor de O que me importa agora tanto, lançado em 2015 pelo selo da Editora 7Letras, e membro da Academia Maranhense de Letras.

SERVIÇO

O quê: Lançamento livro Filarmônica para fones de ouvido de Felix Alberto.

Quando: 25 de abril, quinta-feira, 19h.

Onde: Livraria Amei.