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Diretor do Instituto Vladimir Herzog faz crítica à Folha de São Paulo

Agência Tambor – “A liberdade de expressão existe para fortalecer a democracia, não para ser manipulada em favor de projetos autoritários. Cabe à imprensa zelar para que seu papel de informar seja exercido com ética e responsabilidade, questionando discursos que, sob o pretexto de “opinião”, promovem, de forma muito clara e grave, um ataque a direitos fundamentais e à própria estrutura democrática”.

O parágrafo acima é do artigo de Rogério Sottili, diretor-executivo do Instituto Vladimir Herzog.

O texto, sob o título “Tentativas de golpe não são movimentos políticos”, foi publicado no ICL Notícias, no último dia 13 de novembro, analisando a polêmica decisão do jornal Folha de São Paulo de publicar um artigo de Jair Bolsonaro, no qual o golpista e defensor de torturadores fala em “respeito à democracia”.

Leia abaixo a íntegra do artigo:

Tentativas de golpe não são movimentos políticos

Em recente artigo na Folha de S. Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro celebra o avanço da direita em eleições mundo afora em uma suposta ode à democracia. Causa enorme indignação, para o Instituto Vladimir Herzog, as dissimulações, afirmações falsas e distorções históricas contidas no texto.

Bolsonaro não apenas enaltece uma onda conservadora mundial. Na verdade, utiliza o espaço de um dos maiores jornais do país para espalhar mentiras que buscam manipular o entendimento dos leitores sobre o momento histórico que vivemos. Em outras palavras: Bolsonaro usou o próprio jornal como plataforma para sua estratégia política de desinformação.

O avanço de governos e grupos de direita, no Brasil e no exterior, não se resume à implementação de políticas conservadoras. Em muitos casos, como vimos com o próprio Bolsonaro, mas também com Donald Trump, Viktor Orbán e outros líderes de perfil similar, esse movimento está ligado a práticas autoritárias, desrespeito a direitos civis e tentativas frequentes de enfraquecer instituições democráticas na tentativa de se perpetuarem no poder. Bolsonaro, inclusive, foi declarado inelegível pelo ordenamento jurídico brasileiro por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante o período eleitoral.

Acima de tudo, esses projetos políticos se valem de ataques à imprensa, ao Judiciário e às minorias para manter o controle sobre seus eleitores e disseminar uma narrativa única, frequentemente baseada em uma verdadeira indústria da desinformação. Essa estratégia já se mostrou extremamente perniciosa para a saúde das democracias, como vimos nos lamentáveis episódios de 8 de janeiro de 2023 ou de 6 de janeiro de 2021, no Brasil e nos Estados Unidos, respectivamente.

No Brasil, inclusive, Bolsonaro teve papel direto na convocação daquela tentativa de golpe que envergonhou e revoltou a população brasileira e que, por muito pouco, não resultou numa ruptura democrática. Até agora, quase 300 pessoas já foram condenadas pelos ataques na Praça dos Três Poderes e o próprio Bolsonaro responde a um processo no Supremo Tribunal Federal (STF) em que é apontado como incitador de tais atos criminosos.

Períodos de exceção não podem ser relativizados. E tentativas de golpe não podem ser tratadas como movimentos políticos. Especialmente pela imprensa.

Enquanto veículos de comunicação continuarem a ressoar discursos como o de Bolsonaro, sem fornecer o devido contexto e correções factuais, estarão, ainda que de forma indireta, contribuindo para a degradação do debate público e o enfraquecimento da democracia. Jornalismo responsável não significa, obviamente, censurar opiniões — mas, sim, assegurar que o leitor tenha acesso a informações completas, verdadeiras e devidamente contextualizadas, especialmente quando figuras públicas influentes tentam distorcer a realidade.

A liberdade de expressão existe para fortalecer a democracia; não para ser manipulada em favor de projetos autoritários. Cabe à imprensa zelar para que seu papel de informar seja exercido com ética e responsabilidade, questionando discursos que, sob o pretexto de “opinião”, promovem, de forma muito clara e grave, um ataque a direitos fundamentais e à própria estrutura democrática.

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Escritores africanos participam de encontro literário em São Luís

Agenda Maranhão – Inicia nesta terça-feira (19), em São Luís, o Encontro Internacional de Escritores de Língua Portuguesa.

Até quinta-feira (21), no Convento das Mercês (Rua da Palma, 502, bairro do Desterro – Centro Histórico de São Luís), escritores como o moçambicano Mia Couto e os angolanos José Eduardo Agualusa e Ondjaki (Ndalu de Almeida) debatem a produção literária, suas obras e, principalmente, a produção intelectual em países de Língua Portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

O evento faz parte do projeto Conversações de Além-Mar, uma iniciativa de produtores independentes. Inclui palestras, sessões de autógrafos e reuniões.

A historiadora brasileira Mary del Priore também participa do encontro.

(Foto/Projeto CinAfrica): escritor angolano Ondjaki.

Programação

Terça-feira (19) | 18h
Sessão Solene em homenagem aos 35 anos do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, promovida pela Academia Maranhense de Letras (AML).
Homenageados:
José Sarney
Mário Soares (In Memoriam)
José Aparecido de Oliveira (In Memoriam).

Quarta-feira (20) | 19h
Diálogo com os escritores Mary Del Priore e Ondjaki
Mediação: Bruno Tomé (Academia Ludovicense de Letras) e Bruna Castelo Branco (jornalista)
Lançamento dos livros:
Segredos de uma Família Imperial (Mary Del Priore)
Bom dia, Camaradas (Ondjaki)

Quinta-feira (21) | 19h
Diálogo com os escritores Mia Couto e Agualusa
Mediação: Ceres Costa Fernandes (Academia Maranhense de Letras) e Adonay Moreira (escritor).

Biografia dos autores

José Eduardo Agualusa
Nasceu na cidade do Huambo, em Angola, a 13 de dezembro de 1960. Estudou Agronomia e Silvicultura. Viveu em Lisboa, Luanda, Rio de Janeiro e Berlim. É romancista, contista, cronista e autor de literatura infantil. Os seus romances têm sido distinguidos com os mais prestigiados prêmios nacionais e estrangeiros, como, por exemplo, o Grande Prêmio de Literatura RTP (atribuído a Nação Crioula, 1998). Também os seus contos e livros infantis foram merecedores de prêmios, como o Grande Prêmio de Conto da APE e o Grande Prêmio de Literatura para Crianças da Fundação Calouste Gulbenkian, respetivamente. O Vendedor de Passados ganhou o Independent Foreign Fiction Prize, em 2004, e, mais recentemente, o romance Teoria Geral do Esquecimento foi finalista do Man Booker Internacional, em 2016, e vencedor do International Dublin Literary Award (antigo IMPAC Dublin Award), em 2017.

Antônio Emílio Leite Couto
Escritor moçambicano, nascido em 5 de julho de 1955, na cidade de Beira. Trabalhou como jornalista durante quase 10 anos, porém ingressou na Faculdade de Biologia e, posteriormente, tornou-se professor universitário, profissão que concilia com a sua carreira de escritor. Assim, em 1983, publicou seu primeiro livro de poesias, Raiz de orvalho. Já seu primeiro romance — Terra sonâmbula — foi publicado, em 1992, com grande sucesso de público e crítica. Ganhador do Prêmio Camões em 2013, Mia Couto é um autor da literatura contemporânea, e suas obras são caracterizadas, principalmente, pelo resgate da tradição cultural moçambicana por meio de uma linguagem marcada por neologismos. Recentemente Mia Couto foi agraciado com o Prêmio FIL de Literatura em Línguas Românicas 2024, destacando-se por sua inovação linguística e abordagem sobre a África.

Ondjaki
O poeta e escritor africano Ndalu de Almeida, popularmente conhecido como Ondjaki, nasceu na cidade de Luanda, capital angolana, em 1977. Sua trajetória artística passa também pela atuação teatral e pela pintura. É também cineasta e autor de roteiros cinematográficos. Após realizar seus primeiros estudos na sua terra natal, obteve a licenciatura em Sociologia na capital portuguesa. Em 2000 o poeta conquistou a segunda posição no concurso literário angolano António Jacinto, e lançando seu primeiro volume de poesias, Actu Sanguíneu. Integra antologias publicadas no Brasil, no Uruguai e em Portugal.

Mary del Priore
Nascida no Rio de Janeiro em 1952, Mary Lucy Murray del Priore formou-se em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Continuando sua formação, concluiu seu Doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo. Foi então que saiu do Brasil para defender o título de Pós-Doutorado pela École des Hautes Études em Sciences Sociales, em Paris, no ano de 1996. A Historiadora lecionou História do Brasil Colonial na Universidade de São Paulo e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Atualmente, é Professora do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), em Niterói. Além disso, atua como colaboradora em periódicos nacionais e internacionais. Tem diversos livros publicados.

Lançamento de livros com autógrafos

Livro: Segredos de uma Família Imperial
Autor: Mary Del Priore
Um mergulho na trajetória íntima e pública dos Orléans e Bragança após a Proclamação da República nos anos de exílio na Europa. Mary Del Priore explora a história de perto, entre os relatos e registros oficiais, em busca da representação dessa família como realmente eram. O que os tornava humanos para além do que os tornava realeza ante os dilemas de uma Monarquia em declínio.

Livro: A Cegueira do Rio
Autor: Mia Couto
Moçambique, 1914. Às vésperas da eclosão da Primeira Guerra Mundial, Alemanha e Portugal disputam o território à margem do Rio Rovuma. Com o ataque germânico ao posto de Madziwa e a morte de dezenas de soldados africanos, a região se transforma em um verdadeiro campo de batalha. É a partir desse caso ― inspirado em um evento real ― que correm as águas desta história. Ameaçados pelo poderio alemão e subjugados pela colonização portuguesa, os povos de Moçambique encontram amparo naquilo que é impossível de se apagar: sua própria língua.

Livro: Mestre dos Batuques
Autor: José Eduardo Agualusa
Discute questões de identidade e de pertencimento, subvertendo estereótipos e ideias predefinidas, ao mesmo tempo em que expõe os crimes e contradições do processo colonial português no continente africano.

Livro: Bom Dia, Camaradas
Ondjaki
Uma Luanda dos anos 1980 com professores cubanos, escolas entoando hinos matinais e jovens de classe média é o cenário de Bom dia, camaradas. Do universo do romance também fazem parte as lembranças dos cartões de abastecimento, as desigualdades sociais e os conflitos entre modernidade e tradição. Através do olhar lírico de um garoto, o leitor é levado a uma Angola que acabou de se tornar independente e é obrigada a repensar as regras sociais e a questionar as causas da desigualdade. Ondjaki nos conduz aos pequenos acontecimentos do cotidiano que mostram como é preciso mais que um decreto para que as mudanças de fato aconteçam.

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Sem anistia!!!

O ato tresloucado de mais um fanático extremista contra as instituições democráticas e republicanas acendeu a luz amarela na negociação de setores do campo democrático para conceder anistia aos terroristas do 8 de janeiro de 2023.

Anistia essa que poderia abrir um precedente até para o inelegível Jair Bolsonaro.

A negociação estava em curso, mas agora teve um imenso recuo após o surto e morte do “patriota” Francisco Luiz, o Tiü França, ex-candidato a vereador pelo PL.

Todo mundo já alertou, mas é preciso dizer de novo: não pode ter anistia para golpistas!!!

Se o campo progressista ceder, vai morrer!

Chega de acordo com a extrema direita!

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A transgressão romântica de Junerlei

Flávio Reis

Na vida nos deparamos, em certas situações, com o imponderável. Ele se estabelece e… pronto! Temos de conviver com o ocorrido, encontrar uma maneira de dar sentido, perceber sinais, projetar anseios, nos debatendo ante o inesperado. É o que ocorreu na terça-feira, 12 de novembro, no Centro de Ciências Sociais da UFMA, com a morte do professor Junerlei Dias de Moraes Salleti, no prédio onde lecionava há mais de 30 anos no curso de Comunicação Social.

Buscar palavras aqui é apenas uma tentativa de diminuir o nó que aperta a garganta, percorrer os caminhos sempre insuficientes da escrita para expressar esse espanto. Mas guarda também um traço de saudação, de agradecimento pelo que se compartilhou, da vida que se viveu, da falta que fará.

Junerlei era um professor singular, desses que existiam na universidade, aqui e ali, sempre bastante minoritários, mas hoje já em total extinção. A principal característica destes tipos era uma curiosidade aguçada, a voracidade da leitura ampla e variada. Junerlei aliava a paixão dos livros ao amor igualmente intenso às artes. Sacava de tudo, literatura de várias épocas, poesia, romances, contos, mas também muito cinema (do qual era mesmo um aficionado), teatro, artes visuais. Ao que parece, não era muito de música, pelo menos não com aquela intensidade. Passava de um campo para outro facilmente, numa conversa veloz, abundante, na verdade, transbordante, farta.

Não fazia o gênero do professor racional, lógico. Em certa medida, era até o contrário disso. Praticava mais a linha da conversação anárquica, da empolgação exagerada, da provocação dita de passagem, sem alarde, e da sátira. Uma estrutura de pensamento fluida, intencionalmente dispersa, mas sempre informada e, ao mesmo tempo, curiosa, aberta a novas percepções. Feixes de observações, informações, lembranças que iam saindo de forma quase inesgotável, as palavras se atropelando.

Olhando agora, lembro do saudoso professor Caldeira, do departamento de Sociologia e Antropologia, que ministrou muitas aulas também no curso de Comunicação, na antiga cadeira de Realidade Sócio-econômica e Política Brasileira, um verdadeiro espaço de vale-tudo intelectual, feito ao arrepio dos programas oficiais. A conversa era vasta, tirando logo o chão doutoral do “especialista”.

São professores que convocam a liberdade e estimulam a criatividade. No fundo, são figuras rebeldes, muitas vezes mal vistas pelos seguidores fiéis da burocracia acadêmica e tidos como “improdutivos” ou até “enrolões”. Não por acaso, costumam ser bem próximos dos estudantes. Em uma palavra, eles se misturavam mesmo era com a moçada, de onde tiravam a seiva para se manter à margem dos cânones estabelecidos, que sempre ridicularizaram.

Junerlei, à sua maneira, fez parte dessa linhagem. A sua figura nos corredores do CCSo, ou caminhando para a Biblioteca Central, que explorou até quando a visão permitiu, ou no CCH, onde sempre passava, na trilha dos livros, em conversas com os livreiros Armando e Werbeth, ou com quem encontrasse por lá. Quase sempre estava em companhia de estudantes, trocando figurinhas de todo tipo, distribuindo alegria, estimulando a conversa criativa. Era um tímido de comunicação fácil e agradável.

O professor Chico Gonçalves, seu colega de departamento e um de nossos melhores oradores, destacou muito bem, na cerimônia de sepultamento, a marca que Junerlei deixou na formação de muitos profissionais do jornalismo egressos da UFMA, relembrada por ex-alunos nas redes sociais. Ia muito além da sala de aula, estava num livro que foi indicado ou presenteado, num autor sugerido, um filme que mudou a percepção das coisas, ou mesmo num gesto de atenção e carinho. Junerlei era generoso. Nas suas palavras, ele foi um professor que levava os alunos a sonhar. O que não é nada fácil dentro de uma estrutura de funcionamento cada vez mais controladora e efetivamente vazia de criação, sem alegria. Uma coisa meio oca, sem vida pulsante, justamente o que a conversa com Junerlei sempre suscitava.

Ele não se enquadrava nos moldes do professor produtivo, guiado pelo Lattes e envolvido num verdadeiro ranking com seus pares. Trabalhava como quem brinca. Lia rápido e tinha um leque que permitia sugerir conexões que soavam às vezes até absurdas. Mas era acima de tudo a liberdade do pensamento, envolto no lúdico, na brincadeira. Nunca abriu mão de combinar essas coisas.

Agora estamos diante da cena terrível. O corpo continua lá, na sala de aula, espaço onde exerceu sua arte da transgressão, isolada com fitas que indicam uma ocorrência trágica. Seus alunos, os colegas de trabalho, antigos e novos, funcionários da administração, da limpeza e da vigilância, a vendedora de lanches, todos atônitos. Amanhã, o dia reinicia, a vida e seus compromissos nos chamam de volta, a roda do mundo continua seu giro, como se simplesmente prosseguisse. Mas tudo é apenas a superfície, no fundo, sabemos que algo se partiu, foi interrompido.

Não teremos mais o sorriso largo de Junerlei, a fala intensa, com um sotaque levemente estranho, pois “soy argentino”, os óculos fundo de garrafa, outra de suas características marcantes, a respiração ligeiramente ofegante, ansiosa. Como disse sua amada Wilne, era pura intensidade. Nos últimos anos, sofria cada vez mais de problemas na visão, uma doença rara, de nome complicado, que nunca entendi direito, sempre piorando, não obstante as várias consultas com especialistas. Acho que por conta disso, num certo momento passou por um quadro de depressão.

Com o tempo, a piora da visão foi minando um pouco da sua alegria. As aulas foram se tornando um peso. Sonhava intensamente com a aposentadoria, enquanto a universidade tomava seu caminho decidido no rumo da organização empresarial, regida por critérios quantitativos, no rolo compressor da bestialização titulada e arrogante, que é hoje a nossa realidade. Em contraposição radical a isso tudo, Junerlei era de uma simplicidade quase infantil, destituído de vaidade intelectual. Não posava de sabido, brincava com os falsos sabichões. Com o agravamento da doença, agudizou-se a insatisfação com a universidade, que consumiu suas forças, absolutamente impávida ante seu sofrimento.

Junerlei morto na sala de aula do CCSo é um desfecho trágico a essa existência alegre e luminosa. No fundo, foi sugado numa máquina uniformizadora cada vez mais eficiente em impedir a criatividade e a alegria. Houve um tempo, não muito distante, que a universidade era espaço de invenção e resistência, de trocas e sonhos. Hoje, é um lugar esvaziado, vivendo em agonizante desertificação, perdida entre a fantasia farsesca da competência e o pesadelo real da diluição no mercado. Nela não há mais espaço para figuras como Junerlei, um rebelde desconcertante que ia decidido para a briga empunhando uma flor. Tempos difíceis, de espanto e dor, no ano em que perdemos, em condições similares, outro professor da mesma linhagem, Antonio José, do departamento de Filosofia. Os que ficamos, seguimos carregando nossos mortos, suas lembranças e lutas.

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Dica de leitura: “Alcântara no Tempo dos Foguetes”

Obra do economista e professor universitário Flávio Farias, o livro “Alcântara no Tempo dos Foguetes” já teve dois lançamentos em São Luís e Alcântara.

O livro reconstrói memórias sobre Alcântara, com ênfase no período em que a cidade recebeu um centro de lançamento de foguetes no período de transição da Ditadura Militar para democracia no Brasil.

Fonte: Agenda Maranhão

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Urubu já botou fogo no Galo

O Botafogo só não ganha a Libertadores se não quiser.

O Flamengo já ajudou muito!!!

Se não bastassem as duas vitórias na final da Copa do Brasil, o Urubu malvadão depenou o Atlético Mineiro novamente no jogo de terça-feira (13) pelo Brasileirão série A.

Somente no primeiro tempo o Flamengo teve 10 finalizações, incluindo um pênalti perdido.

A partida foi um atropelo total e o Galo só conseguiu reagir no segundo tempo, com poucas chances de gol.

O Urubu pegou o Galo no quintal, quebrou o pescoço, tirou o sangue e as vísceras, esquartejou o bicho e deixou só no ponto de o Botafogo cozinhar, deixando a equipe mineira com moral baixíssima para a final da Libertadores.

A temporada 2024 vai encerrando com grande expectativa do Flamengo em 2025, sob o comando do competente técnico Felipe Luis.

Outra boa notícia é a saída de Gabriel Barbosa do Urubu.

Jogador problemático e indisciplinado, seria ele um grande obstáculo ao trabalho do novo treinador.

Mengão 2025 vai com tudo para conquistar novamente a Glória Eterna!

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Já participou? Pesquisa com a Agência Tambor está em curso

A Agência Tambor está realizando uma pesquisa de público, iniciada no final de outubro.

Para os interessados em participar, um pequeno questionário está sendo disponibilizado no Instagram, WhatsApp e no Jornal Tambor (YouTube).

(Acesse ao final deste texto o link para participar da pesquisa)

O trabalho está sendo realizado em parceria com o grupo de pesquisa Comunicação, Tecnologias e Economias (ETC), vinculado à Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Segundo o professor Ramon Bezerra, coordenador do ETC, “escolhemos pesquisar e trabalhar com a Agência Tambor devido ao seu papel importante na construção de uma comunicação democrática, em defesa dos direitos humanos e da preservação dos ecossistemas naturais do estado do Maranhão”.

Ramon também afirma que “o objetivo da pesquisa é conhecer o público da Tambor para planejar novas ações e/ou aprimorar as existentes, visando a sustentabilidade financeira da Agência e o aumento de seu impacto no estado do Maranhão”.

Para a equipe da Agência Tambor, a escuta é uma etapa fundamental do trabalho desenvolvido pelo veículo. Um jornalismo a serviço da comunicação popular precisa estar sempre pronto para ouvir.

(Veja abaixo o link para o questionário da pesquisa. Você preenche rapidinho!)

Link para o questionário

https://forms.gle/1WJwK1P5VVNPz7JC9
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Mobiliza SLZ começa neste sábado com programação por toda a cidade

No primeiro fim de semana, serão realizadas cerca de 20 ações em bairros como Liberdade, Centro, Cohama, Ponta d’Areia e Gapara

Começa neste sábado (16) a 4ª edição do Mobiliza São Luís, movimento que conecta turismo, cultura e economia criativa na capital maranhense. A programação deste primeiro fim de semana vai levar cerca de 20 atividades a diferentes pontos da Ilha, contemplando painéis, oficina, degustações, atrações artísticas e culturais, feiras criativas, visitas guiadas e muito mais! 

No primeiro dia do Mobiliza (16), será oferecida degustação e venda de produtos derivados do cuxá, além das geleias tipicamente maranhenses, no evento “Cuxá e Companhia”, na Casa de Elena (Rua Treze de Maio, 03, Cidade Nova – Gapara), das 10h às 16h. Das 16h às 20h30, o Centro de São Luís vai receber o “CPDMODA Fashion Show”, iniciativa que vai apresentar peças de novos designers e estilistas, na Fábrica Santa Amélia (R. das Crioulas, 154, Centro).

No domingo (17), o “Passeio com História e Gastronomia no Quilombo Urbano da Liberdade”, com duração de uma hora, vai sair da Produtora Novo Quilombo (Rua Gregório de Matos, Liberdade) em dois horários: 9h e 16h. Das 17h às 21h, a “8ª Feirinha Criativa do Polo Coroadinho” (Praça do Burro Brabo, Vila Conceição) vai dar mais visibilidade a empreendedores locais, de modo a fortalecer a economia do território.

Nos dois dias do fim de semana acontecerá o festival de cultura geek “Matsuri”, no Multicenter Sebrae, das 13h às 21h, e o “Sabores do Mará”, ação de mercado do Sebrae realizada em bares e restaurantes da Avenida Litorânea, que vai oferecer degustação de petiscos e de bebidas destiladas produzidas no Maranhão. No sábado (16), o “Sabores do Mará” terá ações na Barraca do Chef, Casa da Peixada e Estrela Dalva 2; no domingo (17), as atividades serão na Barraca da Marcela, Jacira Bar e Restaurante e Kalamazoo, das 11h às 14h.

Mais informações sobre essas e outras atividades do Mobiliza SLZ, evento que se estende até o dia 24 de novembro com cerca de 70 ações, no total, estão disponíveis no site mobilizaslz.com.br e também no Instagram do movimento (@mobilizasaoluis).

Mobiliza São Luís

O Mobiliza SLZ é um movimento que fomenta a cultura, o turismo e a economia criativa na capital do Maranhão, fortalecendo os empreendedores que atuam nesses segmentos em São Luís. Desde 2021, o Mobiliza promove compartilhamento de conhecimento e conecta pessoas, de modo a estimular parcerias estratégicas e também a ampliar a visibilidade dos produtos e serviços oferecidos pelos criativos, o que ocorre anualmente durante os nove dias de realização do evento.

No último dia 5 de novembro, o Mobiliza SLZ ganhou um importante reconhecimento no Prêmio Marandu JOMP, na categoria Sociedade Civil. A programação foi organizada pela agência Marandu, reconhecida agência de inovação e empreendedorismo da UEMA. Antes disso, o movimento foi campeão da categoria Melhores Conexões Significativas, no 3º Prêmio de Turismo Responsável da WTM Latin America, e foi premiado em duas categorias no 1º Prêmio SOLuíses Ecossistema de Inovação.

A terceira edição do Mobiliza, que ocorreu em setembro do ano passado, foi marcada por recordes: foram mais de mil empreendedores envolvidos direta e indiretamente, e mais de 20 mil pessoas alcançadas pelas ações desenvolvidas. Nesta quarta edição, o movimento organizado pelo Sebrae tem o apoio do Sistema Fiema, por meio do Senai e do Sesi.

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Seminário “Lei Maria da Penha é para Todas” foca na visibilidade à violência

Estão abertas até segunda-feira, 18/11, as inscrições gratuitas para o Seminário “A Lei Maria da Penha é para Todas”, que será realizado no dia 25/11, na Casa da Mulher Brasileira, com participação aberta à comunidade.

O seminário é promovido pela 2ª Vara da Mulher de São Luís, em parceria com o Centro de Ensino de Apoio à Pessoa com Surdez; Centro de Educação Especial “Professora Maria da Glória Costa Arcangeli”; Instituto Tukan e Prefeitura de Amarante do Maranhão e apoio do Tribunal de Justiça do Maranhão.

Segundo a juíza Lúcia Helena Heluy, titular da 2ª Vara da Mulher, o objetivo do seminário é dar visibilidade ao aumento da violência contra as mulheres. “Só este segundo semestre de 2024, ocorreram três feminicídios de mulheres indígenas”, alertou.

PROGRAMAÇÃO

A programação começará às 15h, após credenciamento dos participantes. Às 15h30, será realizado o primeiro painel “Violência contra a mulher indígena”, com  Fabiana Guajajara e Cintia Guajajaras, lideranças indígenas e mediação da juíza Adriana da Silva Chaves (Vara da Família de Bacabal), ouvidora dos Povos Indígenas  do Poder Judiciário do Maranhão.

Às 16h30, será realizado o segundo painel, “Violência contra mulher surda”, com Danielle Costa Sousa, professora doutra do CAS/MA e Rafael de Abreu Lima, professor doutor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), tendo como mediadora Amanda Barros Batista, servidora da 2ª Vara da Mulher de São Luís.

A programação será encerrada às 17h15, com apresentação cultural do Coral em Libras do CAS. A Escola Superior da Magistratura do Maranhão – ESMAM emitirá Certificado de participação às pessoas inscritas no evento. As vagas são limitadas, devido aso espaço disponível no auditório da Casa da Mulher Brasileira.

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O fascismo precisa sempre de inimigos

O nazismo e o fascismo não são fenômenos datados na História, demarcados nas experiências alemã e italiana como principais referências.

As diversas modalidades do fascismo se manifestam contemporaneamente no mundo como parte de um processo de expansão da extrema direita.

Jair Bolsonaro no Brasil e Donald Trump nos Estados Unidos são casos correlatos.

Uma das “regras” do “sucesso” do fascismo é a construção de um inimigo ou inimigos que precisam ser exterminados.

Adolf Hitler enquadrou os judeus.

Bolsonaro escolheu o PT e a esquerda como alvo.

Donald Trump já definiu os imigrantes.

A ideia de construir um inimigo como culpado e responsável pela crise econômica nos EUA mobilizou as correntes de opinião durante a campanha de Trump.

Um ingrediente é fundamental nessa estratégia: o ódio!

Odiar torna-se uma palavra de ordem.

É imperativo odiar, fazendo disso o combustível que movimenta o desejo de exterminar o inimigo.

O fascismo opera com valores brutais geralmente associados à violência. Para dar certo, essa lógica tem duas etapas: enquadrar o inimigo e eliminá-lo.

Sem esse inimigo, abre-se o caminho para a glorificação, a volta ao passado e a prosperidade.

Eis aí o segredo da vitória de Trump. Se vai dar certo, só o tempo dirá.