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Manifestação denuncia grilagem e exige regularização de terras em Junco do Maranhão

Por André Moreno / Imagens: Divulgação

Camponeses e camponesas ocuparam na manhã e tarde de quinta-feira (16) um trecho da BR 316, nas proximidades da rodovia MA-206, exigindo a regularização de suas terras na Gleba Campina, localizada no povoado Vilela, no município de Junco do Maranhão, invadidas por grileiros protegidos por pistoleiros fortemente armados.

Tendo em vista o acirramento de dois conflitos agrários que nunca se resolvem, os camponeses, organizados a partir da União das Comunidades em Luta (UCL), decidiram ocupar a BR 316 em forma de protesto.

Durante o bloqueio, manifestantes apresentaram reivindicações e conquistaram audiência com órgãos públicos

Segundo os manifestantes, a Família Finger e os herdeiros e compradores da Fazenda Nazaré são os responsáveis pela grilagem.

A pauta de reivindicações da UCL é direcionada ao Poder Judiciário e Secretaria de Segurança Pública, ao Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e à Prefeitura de Junco do Maranhão.

Durante a manifestação, portando faixas e cartazes, os camponeses fizeram pronunciamentos denunciando a grilagem das terras e o sistema de opressão no território, cobrando imediatas providências dos órgãos públicos.

Veja abaixo todos os itens da pauta de reivindicações:

Poder Judiciário e Secretaria de Segurança Pública:

1) Ação policial imediata para apreender as armas e prender os pistoleiros da Família Finger que estão entocados na ‘Fazenda St Érica’;

2) Decisão da justiça no processo da Gleba Campina pela manutenção da posse dos camponeses do Povoado Vilela das terras que lhes pertencem;

Incra

1) Cancelamento imediato dos georreferenciamentos do Sigef (Sistema de Gestão Fundiária) das Fazenda St Érica I, II, III, IV e V, que sobrepõe proprietários por usucapião, regularização do Iterma e sete comunidades camponesas, chega de ser conivente com grileiros!

2) Cancelamento imediato dos georreferenciamentos do Sigef da Fazenda Fortaleza Nazaré/Fortaleza e da inexistente Fazenda Iraí, as quais sobrepõem a propriedade da comunidade Novo Paraíso;

Prefeitura de Junco

1) Conserto imediato da estrada da Campina;

2) Exoneração do “Assessor Jurídico” Fabrício Castro Nunes da Prefeitura de Junco.

A ocupação, após ter sido mantida por dois turnos, obteve a resposta que os camponeses buscavam. Segundo nota oficial do movimento UCL: “Manifestação vitoriosa! Companheiros e companheiras, a nossa manifestação foi vitoriosa! Após o dia inteiro de manifestação e interdição da BR-316, conseguimos marcar uma reunião com a presença de todos os órgãos reclamados. A reunião acontecerá na segunda-feira e contará com a presença do Incra, Iterma (Instituto de Colonização e Terras do Maranhão), Secretaria de Segurança Pública, Comissão Fundiária do Judiciário, Corregedoria Geral da Justiça, juiz do processo da gleba Campina contra o finado gaúcho, Promotoria de Conflitos Agrários e Defensoria Pública do Estado.”

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