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Motouber e capitalismo selvagem

Big techs se empanturram de lucro gerado por trabalhadores precarizados

Em primeiro lugar é preciso solidariedade aos familiares e amigos de Franklin César, assassinado por faccionados em São Luís. Uma vida se vai em circunstâncias de violência extrema que precisa ser contida.

O episódio revela também os diversos tipos de vulnerabilidades dos trabalhadores de aplicativo.

A maioria foi cooptada pelo mantra do capitalismo ultraliberal, somado às dosagens de teologia da prosperidade das igrejas neopentecostais. Assim, enfiaram na cabeça do trabalhador que ele é empreendedor, dono do seu próprio negócio, não tem patrão e goza de liberdade.

Essa mentalidade odeia a CLT, detesta contrato coletivo de trabalho e sindicato.

Sem direitos, quase escravos das plataformas, homens e mulheres sobre duas rodas encaram diariamente a selva da cidade para sobreviver.

Os corpos exaustos ficam vulneráveis também aos acidentes de trânsito, comuns na vida louca do motorista de app.

Submetido a todo tipo de violência, do trânsito ao faccionado, o motorista de app é um dos símbolos do novo tipo de capitalismo selvagem, que produz uma grande massa geradora de riqueza sem nenhum direito.

E, na cidade violenta, perde até mesmo o direito à vida.

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