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Assembleia Legislativa do Maranhão vai homenagear atos hediondos e organização criminosa?

Editorial da Agência Tambor

Quem é Michelle Bolsonaro? Qual sua folha corrida? O que ela representa hoje?

É necessário questionar o absurdo. Existe uma iniciativa na Assembleia Legislativa do Maranhão para homenageá-la, lhe concedendo o título de cidadã maranhense.

A Assembleia pode simplesmente homenagear a porta voz do bando que tentou dar um golpe de Estado no Brasil. Uma senhora investigada por roubo de joias…

Ela e os assassinos

A Assembleia Legislativa do Maranhão vai reverenciar alguém que recebeu em sua conta bancária inúmeros depósitos de um homem ligado ao chamado Escritório do Crime?

Vai esquecer a existência de Fabrício Queiroz e Adriano Nóbrega?

Vai ignorar que a mãe e a esposa de Adriano Nóbrega – o matador que vivia foragido – foram nomeadas no gabinete de Flávio Bolsonaro?

Não vai lembrar que a articulação com Adriano Nóbrega passava diretamente por Queiroz?

O mesmo Queiroz que depositava dinheiro na conta de Michelle, a nova porta voz da gangue?

Será que queimaram todo o arquivo, quando mataram Adriano Nóbrega?

Golpe de Estado!

A Assembleia do Maranhão vai premiar o grupo que não reconheceu o resultado da última eleição presidencial?

Quem na Assembleia sonha em legitimar os que acamparam em frente aos quarteis? Os que planejaram, mobilizaram e financiaram os acampamentos; com transporte, banheiro químico, alimentação?

A Assembleia vai exaltar quem berrou por intervenção militar? Os que fecharam rodovias para viabilizar a trapaça? Os que tentam explodir o aeroporto de Brasília? Vão ignorar o terrorismo?

É papel de um parlamento dar força a toda uma rede de mentiras e difamações? As milícias digitais?

Alguma deputada ou deputado do Maranhão não sabe o que aconteceu no 8 de janeiro de 2023? Não tem dimensão da gravidade? Alguém não acompanhou os desdobramentos, a sequência das investigações?

As parlamentares e os parlamentares do Maranhão não souberam das primeiras condenações? Ignoram os depoimentos que estão sendo dados por oficiais das forças armadas?

Delinquências

Quantos no parlamento maranhense vão embarcar no farisaísmo bandoleiro do padrão Damaris, Flordelis e Malafaia?

Já esqueceram das barras de ouro no Ministério da Educação? Propinas para os mercadores da fé?

E o que dizer sobre o terror na Amazônia? Todo estímulo, cumplicidade e associações com a bandidagem?

Esqueceram? A ideia foi “passar a boiada” enquanto a sociedade agonizava na pandemia.

O assunto aqui passa por várias delinquências! Trata-se de organização criminosa, da qual a senhora Michelle é sócia.

Ódio e deboche

Com a homenagem a Michelle Bolsonaro, vamos esquecer o genocídio na pandemia de Covid 19?

O que a Assembleia Legislativa do Maranhão iria dizer para as pessoas que perderam seus familiares, amigos, enquanto Jair Bolsonaro – ao lado de sua comparsa – imitava pessoas com falta de ar?

Os deputados e as deputadas diriam que não são coveiros? Que são contra vacinas? Que tem medo de virar jacaré? Alguém na Assembleia também fraudou atestado de imunização?

O parlamento maranhense não sabe que machismo mata? Que racismo mata? Que homofobia mata?

Quem na Assembleia concorda com a exaltação que os bandalhos de Michaelle fazem para Carlos Alberto Ustra, o serviçal da ditadura implantada em 1964? Eles aclamam Ustra! Um facínora condenado por comandar tortura de crianças e estupro de mulheres gravidas.

Nada disso importa? Qual deve ser o lugar para o ódio de extrema direita na democracia?

Hedionda

Vamos ignorar que o “governo” avalizado por Michelle colocou o Brasil de volta ao mapa da fome?

Vamos desdenhar das 33 milhões de pessoas que sofreram com a insegurança alimentar?

Enfim, num ambiente civilizado, é evidente que não cabe homenagem para Michelle Bolsonaro. E é muito fácil de entender o motivo.

A violência não deve ser naturalizada. A extrema direita só teve ascensão nos últimos anos exatamente por conta da naturalização da violência.

A banalização da barbárie é coisa muito séria! E esta senhora é hoje a porta voz de um conjunto de bestialidades.

Seguimos no Brasil diante de grandes desafios. E todos imaginam que a Assembleia Legislativa do Maranhão não é um clube fascista.

Sendo assim, é necessária uma posição firme diante da petulância hedionda.

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