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Teatro Caleidoscópio comemora 30 anos com peça-concerto

Grupo mistura música, drama e comédia para homenagear o artista cênico

O Teatro Caleidoscópio, projeto de pesquisa e coletivo teatral criados em 1994 pelo ator e diretor André Amahro, traz ao Maranhão o seu espetáculo T.R.I.N.T.A, uma peça-concerto especialmente concebida para celebrar 30 anos de existência e resistência da companhia. Como parte das comemorações, André Amahro também lançou o livro Viagem ao anel giratório – o espetáculo cênico e o espírito caleidoscópico, fruto de suas pesquisas acadêmicas, que será sorteado entre o público.

A peça causou grande comoção, sobretudo naqueles que fazem do teatro o seu ofício (principal tema da peça), e mereceu uma elogiosa e poética crítica do antropólogo Felipe Areda, que chegou a frequentar aulas no Teatro Caleidoscópio (link abaixo).

A turnê começa no Teatro Xama, um pequeno e aconchegante espaço de 50 lugares localizado em Araçagy. Depois, faz uma apresentação no Teatro João do Vale, no Centro Histórico, e encerra no Teatro Municipal de Timón. Em cada lugar, o grupo faz uma única sessão. A circulação tem o apoio do Programa Conexão Cultura, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal.

T.R.I.N.T.A é uma criação coletiva que usa o formato de show para contar a história de artistas que fizeram do teatro a sua arte e o seu ofício, atravessando questionamentos, angústias e alegrias. As histórias – embaladas por composições autorais – partem de testemunhos íntimos dos atores e de ficções livres.

No elenco, estão os atores mais antigos da trupe, Vanessa Di Farias, Raquel Aló, Claudio Lago (também iluminador) e o próprio diretor André Amahro, que também empresta suas composições musicais à cena. O ator convidado Yuri Fidelis e o violonista Elias Santos, criador da trilha sonora, completam o grupo.

No livro Viagem ao anel giratório, André investiga o chamado espírito caleidoscópico no espetáculo cênico e refaz o percurso histórico em que o brinquedo e seus princípios foram evocados por encenadores interessados numa composição visual diferenciada para seus espetáculos. A narrativa começa na segunda década do século XIX, em meio às pesquisas ópticas do cientista escocês David Brewster. Ali, nasceu o caleidoscópio, um brinquedo que sintetiza uma combinação de formas, luzes e movimentos disposta a nos levar às mais sugestivas ilações e conexões com a arte teatral, a ciência, o mundo e as nossas próprias vidas.

Sobre o Teatro Caleidoscópio –O Teatro Caleidoscópio é um projeto independente de pesquisa teatral desenvolvido pelo ator e diretor André Amahro, que toma emprestadas as dinâmicas do caleidoscópio para orientar o trabalho biomecânico do ator e situá-lo expressivamente no espaço cênico. Nasceu em 1994, como projeto de extensão da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes.

Desde então, o Teatro Caleidoscópio produziu 24 espetáculos. ​Entre eles, estão A órfã do Rei (Prêmio de Cultura 1996); Dionisos – o grande grito (Prêmio Ísis Baião 1999); Cascudo (Prêmio Sesc do Teatro Candango 2004); Traços ou Quando os alicerces vergam (PrêmioAna Maria Rego 2007), a tetralogia (Escavações) No jardim de Mônica (Festival Internacional de Lima); Uma última cena para Lorca (Festival Arte y Comunidad 2012) e Trinta gatos e um cão envenenado [FAC-2018].

Em 2002, em uma iniciativa pioneira, associada ao surgimento de pequenos teatros no DF, o Teatro Caleidoscópio ganhou seu próprio espaço físico, passando a compor a rota cultural da cidade com projetos estéticos autorais. Durante o funcionamento de sua sede, até 2012, o Teatro Caleidoscópio produziu 13 espetáculos próprios. A casa de criação se tornou referência, convergindo público de várias regiões administrativas para um bairro até então destituído de opções culturais, o Sudoeste. Tornou-se alternativa para exibição de peças de vários grupos, auxiliando no escoamento da crescente produção teatral de Brasília.

Com pedagogia particular, André Amahro realizou inúmeras oficinas de interpretação para atores que hoje atuam no cenário teatral. Publicou livros, em parceria com a Editora Dulcina, de importantes autores como Eugenio Barba, Peter Brook, Julia Varley, Jerzy Grotowski, Sara Joffre, além de títulos de dramaturgos e pesquisadores brasilienses, como Paulo Russo, Maurício Witczak, Joana Abreu e Alice Stefânia.

O coletivo Caleidoscópio é um grupo em constante movimento, sujeito à sua própria natureza caleidoscópica, ou seja, à reunião aleatória e eventual de pessoas interessadas, disponíveis e apaixonadas, que acabam integrando um projeto de trabalho comum, num dado momento histórico. Ao longo desses anos, tem sido uma trupe errática, errante, com missões artísticas específicas. “Cada novo grupo que se forma é também um novo rito que se inicia, uma nova configuração de trabalho. Cada ator é uma peça que o acaso lança sobre o tempo. Alguns voltam a aparecer e fixam uma presença maior, como Lilian França, Vanessa Di Farias, Bruno Palzatto, Cláudio Lago, Aylan Carvalho, PecêSanvaz, Flavia Neivae a dançarina Mirabai”, conta André Amahro.

Sobre o Diretor –Há 40 anos atuando no cenário cultural do Distrito Federal, André Amahro é um entusiasta das artes em geral. O seu nome está ligado a uma longeva e premiada carreira no teatro, mas a sua atividade profissional se estende ainda ao jornalismo, ao cinema, à literatura, às artes plásticas, à fotografia, à iluminação, à música e à ópera. É ator e diretor formado pela Fundação Brasileira de Teatro, onde estudou com a atriz Dulcina de Moraes, e Mestre em Arte pela Universidade de Brasília.

Ao longo da carreira, interpretou, dirigiu e produziu dezenas de peças teatrais, incluindo musicais; escreveu textos de gêneros diversos; elaborou e executou projetos de cenografia, figurino e iluminação; lecionou em escolas de artes cênicas; integrou elencos de curtas e longas-metragens; participou de mostras de artes plásticas e fotográficas, publicou livros de sua autoria e de mestres do teatro (como Eugenio Barba, Grotowski e Peter Brook) e participou de festivais e eventos nacionais e internacionais de artes cênicas, com vários prêmios recebidos. É criador do Teatro Caleidoscópio, um projeto de investigação da linguagem teatral que lhe rendeu a criação de um teatro de bolso, a produção de um número significativo de peças, uma dissertação de Mestrado e muitas oficinas de formação teatral para atores e diretores.

Mais sobre o Teatro Caleidoscópio:

www.andreamahro.com/teatrocaleidoscopio

Instragram :@teatro_caleidoscopio

Mais sobre o diretor: www.andreamahro.com

Crítica Felipe Areda:https://medium.com/o-ato-e-o-afeto/a-crise-dos-trinta-o-teatro-e-a-melancolia-8f98c9684172

T.R.I.N.T.A

11 de junho /quarta / 20 h

Teatro Xama

Rua das Esmeraldas q. n.03 Quintas do Sol Araçagy – São José de Ribamar

13 de junho |sexta | 20h

Teatro João do Vale

Largo do Comércio (Rua da Estrela)

15 de JUNHO | DOMINGO | 20h

TEATRO MUNICIPAL DE TIMON

R. Filomena Martins Nazareno Bringel,

2207 – Parque Piauí II, Timon – MA

Ficha Técnica

Direção Geral: André Amahro

Elenco: Vanessa Di Farias, Claudio Lago, Raquel Aló, André Amahro, Yuri Fidelis e Elias Santos (violonista)

Trilha sonora e Violão: Elias Santos

Assistência de Direção, Iluminação e Figurinos: Claudio Lago

Dramaturgia: criação coletiva de André Amahro, Claudio Lago, Lilian França, Raquel Aló, Vanessa Di Farias e Yuri Fidelis

Canções: André Amahro, Vanessa Di Farias e Grupo Caleidoscópio

Técnico de som: Max Paulo

Duração: 80 min

Classificação Indicativa: não recomendado para menores de 14 anos.

Ingressos: Sympla

Contato para entrevistas: 61.992131616 (André Amahro)

Assista ao vídeo da peça: https://youtu.be/9b8tE_xA6NQ?si=EHvIJNH46CrX2mYX

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