Fonte: Agência Tambor
A construção de uma rodovia estadual no Maranhão, já chamada de Estrada Travessia da Baixada, tem causado preocupação e incômodo aos quilombolas do município de Anajatuba.
Segundo os representantes da comunidade, a maneira como está sendo construída a Estrada prejudica campos e igarapés usados para subsistência por pescadores, aquicultores e extrativistas da região.
O problema, de acordo com as reclamações, é que o projeto, realizado pelo Governo do Estado, não segue as normas previstas na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Este direito aplica-se aos povos indígenas e tribais, garantindo a consulta livre, prévia e informada aos grupos, que deve ser realizada sempre que houver medidas que afetem diretamente sua região, como a construção de empreendimentos.
O Jornal Tambor de segunda-feira (24/02) entrevistou Eliane Frazão, quilombola nascida no Quilombo São Roque, em Anajatuba. Atualmente, ela preside a União das Associações Remanescentes de Quilombos do Município de Anajatuba (UNIQUITUBA).
(Veja, ao final deste texto, o Jornal Tambor com a íntegra da entrevista de Eliane Frazão)
Eliane falou que os quilombolas não estão contra o projeto da Estrada, mas sim da maneira como está sendo executado, sem nenhum diálogo do governo com as pessoas da região.
Ela disse que, além da destruição do meio ambiente, a segurança dos quilombolas também está em risco, diante o a conexão da Estrada com o município vizinho de São João Batista.
“Nós queremos viver com sustentabilidade e junto com um progresso que não nos destrua, que não nos faça passar fome e nem prejudique nossa saúde”, afirmou a presidenta da UNIQUITUBA.
O outro lado
A Agência Tambor entrou em contato com o Governo do Estado sobre o problema relatado pelos quilombolas.
Assim que obtivemos uma resposta essa matéria será atualizada imediatamente.
(Confira abaixo a edição do Jornal Tambor, com a entrevista completa de Eliane Frazão)