Agenda Maranhão – Inicia nesta terça-feira (19), em São Luís, o Encontro Internacional de Escritores de Língua Portuguesa.
Até quinta-feira (21), no Convento das Mercês (Rua da Palma, 502, bairro do Desterro – Centro Histórico de São Luís), escritores como o moçambicano Mia Couto e os angolanos José Eduardo Agualusa e Ondjaki (Ndalu de Almeida) debatem a produção literária, suas obras e, principalmente, a produção intelectual em países de Língua Portuguesa: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Portugal, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
O evento faz parte do projeto Conversações de Além-Mar, uma iniciativa de produtores independentes. Inclui palestras, sessões de autógrafos e reuniões.
A historiadora brasileira Mary del Priore também participa do encontro.
(Foto/Projeto CinAfrica): escritor angolano Ondjaki.
Programação
Terça-feira (19) | 18h
Sessão Solene em homenagem aos 35 anos do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, promovida pela Academia Maranhense de Letras (AML).
Homenageados:
José Sarney
Mário Soares (In Memoriam)
José Aparecido de Oliveira (In Memoriam).
Quarta-feira (20) | 19h
Diálogo com os escritores Mary Del Priore e Ondjaki
Mediação: Bruno Tomé (Academia Ludovicense de Letras) e Bruna Castelo Branco (jornalista)
Lançamento dos livros:
Segredos de uma Família Imperial (Mary Del Priore)
Bom dia, Camaradas (Ondjaki)
Quinta-feira (21) | 19h
Diálogo com os escritores Mia Couto e Agualusa
Mediação: Ceres Costa Fernandes (Academia Maranhense de Letras) e Adonay Moreira (escritor).
Biografia dos autores
José Eduardo Agualusa
Nasceu na cidade do Huambo, em Angola, a 13 de dezembro de 1960. Estudou Agronomia e Silvicultura. Viveu em Lisboa, Luanda, Rio de Janeiro e Berlim. É romancista, contista, cronista e autor de literatura infantil. Os seus romances têm sido distinguidos com os mais prestigiados prêmios nacionais e estrangeiros, como, por exemplo, o Grande Prêmio de Literatura RTP (atribuído a Nação Crioula, 1998). Também os seus contos e livros infantis foram merecedores de prêmios, como o Grande Prêmio de Conto da APE e o Grande Prêmio de Literatura para Crianças da Fundação Calouste Gulbenkian, respetivamente. O Vendedor de Passados ganhou o Independent Foreign Fiction Prize, em 2004, e, mais recentemente, o romance Teoria Geral do Esquecimento foi finalista do Man Booker Internacional, em 2016, e vencedor do International Dublin Literary Award (antigo IMPAC Dublin Award), em 2017.
Antônio Emílio Leite Couto
Escritor moçambicano, nascido em 5 de julho de 1955, na cidade de Beira. Trabalhou como jornalista durante quase 10 anos, porém ingressou na Faculdade de Biologia e, posteriormente, tornou-se professor universitário, profissão que concilia com a sua carreira de escritor. Assim, em 1983, publicou seu primeiro livro de poesias, Raiz de orvalho. Já seu primeiro romance — Terra sonâmbula — foi publicado, em 1992, com grande sucesso de público e crítica. Ganhador do Prêmio Camões em 2013, Mia Couto é um autor da literatura contemporânea, e suas obras são caracterizadas, principalmente, pelo resgate da tradição cultural moçambicana por meio de uma linguagem marcada por neologismos. Recentemente Mia Couto foi agraciado com o Prêmio FIL de Literatura em Línguas Românicas 2024, destacando-se por sua inovação linguística e abordagem sobre a África.
Ondjaki
O poeta e escritor africano Ndalu de Almeida, popularmente conhecido como Ondjaki, nasceu na cidade de Luanda, capital angolana, em 1977. Sua trajetória artística passa também pela atuação teatral e pela pintura. É também cineasta e autor de roteiros cinematográficos. Após realizar seus primeiros estudos na sua terra natal, obteve a licenciatura em Sociologia na capital portuguesa. Em 2000 o poeta conquistou a segunda posição no concurso literário angolano António Jacinto, e lançando seu primeiro volume de poesias, Actu Sanguíneu. Integra antologias publicadas no Brasil, no Uruguai e em Portugal.
Mary del Priore
Nascida no Rio de Janeiro em 1952, Mary Lucy Murray del Priore formou-se em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Continuando sua formação, concluiu seu Doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo. Foi então que saiu do Brasil para defender o título de Pós-Doutorado pela École des Hautes Études em Sciences Sociales, em Paris, no ano de 1996. A Historiadora lecionou História do Brasil Colonial na Universidade de São Paulo e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Atualmente, é Professora do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Salgado de Oliveira (Universo), em Niterói. Além disso, atua como colaboradora em periódicos nacionais e internacionais. Tem diversos livros publicados.
Lançamento de livros com autógrafos
Livro: Segredos de uma Família Imperial
Autor: Mary Del Priore
Um mergulho na trajetória íntima e pública dos Orléans e Bragança após a Proclamação da República nos anos de exílio na Europa. Mary Del Priore explora a história de perto, entre os relatos e registros oficiais, em busca da representação dessa família como realmente eram. O que os tornava humanos para além do que os tornava realeza ante os dilemas de uma Monarquia em declínio.
Livro: A Cegueira do Rio
Autor: Mia Couto
Moçambique, 1914. Às vésperas da eclosão da Primeira Guerra Mundial, Alemanha e Portugal disputam o território à margem do Rio Rovuma. Com o ataque germânico ao posto de Madziwa e a morte de dezenas de soldados africanos, a região se transforma em um verdadeiro campo de batalha. É a partir desse caso ― inspirado em um evento real ― que correm as águas desta história. Ameaçados pelo poderio alemão e subjugados pela colonização portuguesa, os povos de Moçambique encontram amparo naquilo que é impossível de se apagar: sua própria língua.
Livro: Mestre dos Batuques
Autor: José Eduardo Agualusa
Discute questões de identidade e de pertencimento, subvertendo estereótipos e ideias predefinidas, ao mesmo tempo em que expõe os crimes e contradições do processo colonial português no continente africano.
Livro: Bom Dia, Camaradas
Ondjaki
Uma Luanda dos anos 1980 com professores cubanos, escolas entoando hinos matinais e jovens de classe média é o cenário de Bom dia, camaradas. Do universo do romance também fazem parte as lembranças dos cartões de abastecimento, as desigualdades sociais e os conflitos entre modernidade e tradição. Através do olhar lírico de um garoto, o leitor é levado a uma Angola que acabou de se tornar independente e é obrigada a repensar as regras sociais e a questionar as causas da desigualdade. Ondjaki nos conduz aos pequenos acontecimentos do cotidiano que mostram como é preciso mais que um decreto para que as mudanças de fato aconteçam.