Jeanderson Mafra
Policial militar, ativista pelos direitos humanos, conselheiro de cultura, escritor e poeta maranhense.
Aos olhos da multidão que se arrebanha extasiada para o belo Festejo Junino, bem como para outros ajuntamentos festivos, determinados seres humanos fardados como os garis, os agentes de trânsito e os policiais, podem parecer invisíveis. E assim é, no geral.
Poucas pessoas sabem os dilemas destes trabalhadores, seus reclames, seus anseios e protestos. A família e os amigos são os únicos que, doravante, se solidarizam com uma realidade paralela latente nas sombras e nos bastidores de uma política que se vale dessa “mais valia” destes trabalhadores que, se ausentes, nenhum alvoroço republicano se constituiria.
O São João do Maranhão, como todos sabem, está sendo propalado como “o maior do Brasil”. Um grande investimento de dinheiro público está sendo dispensado para dar ao turista, aos conterrâneos e ao povo maranhense uma imagem do que é nossa sertaneja e singular festa do milho e do místico Bumba-Boi.
Este Boi que, com sua carne e vísceras, tem alimentado a cada dia escassas pessoas, haja vista a carestia, o desemprego, os péssimos salários e demais problemas sociais que privilegiam uma minoria que pode encher de víveres o carrinho no Supermercado. Por outro lado, o Boi também é este simbolismo junino de esperança, pois se espera que ressuscite ao som dos atabaques, das matracas e de todo o encantamento indígena, de caboclos e vaqueiros empenhados no seu retorno à vida.
É sobre este símbolo de esperança, sobre melhores condições de trabalho aos policiais, estes fardados invisíveis e sem voz – pois “algo”, à semelhança da tragédia do boi, arrancou-lhes a língua – que desenvolvo estas linhas.
Aos olhos da multidão que se arrebanha extasiada para o belo Festejo Junino, bem como para outros ajuntamentos festivos, determinados seres humanos fardados como os garis, os agentes de trânsito e os policiais, podem parecer invisíveis. E assim é, no geral.
Poucas pessoas sabem os dilemas destes trabalhadores, seus reclames, seus anseios e protestos. A família e os amigos são os únicos que, doravante, se solidarizam com uma realidade paralela latente nas sombras e nos bastidores de uma política que se vale dessa “mais valia” destes trabalhadores que, se ausentes, nenhum alvoroço republicano se constituiria.
Leia o texto completo no site A iniciativa
Uma resposta em “Os fardados e o custo da paz sem voz (?)*”
Muito boa reflexão. Por trás da farda existe um set humano que precisa de atenção e reconhecimento. É preciso discutir o valor e as responsabilidades dessa profissão tão importante quanto necessária. É precido discutir também a responsabilidade do Estado na formação desse profissional. Ao lado deste debate cabe perfeitamente discutir os excessos de alguns policiais e a forma como as mulheres policiais são tratadas. Sao ainda mais desrespeitadas pelos superiores, vítimas de assédios e todo tipo de violências. O texto dá boa abertura para o debate.