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Trânsito, lixo e bolsonarismo

Ao analisar a ascensão de Jair Bolsonaro à presidência, no contexto da onda conservadora que devastou o Brasil, o professor e jornalista Juremir Machado definiu com precisão aquele momento e os seus desdobramentos.

Bolsonaro é uma mentalidade”, cravou Machado.

Assim, o bolsonarismo virou um movimento capaz de autorizar as pessoas a assumirem aquilo que, de alguma forma, já estava latente nelas; no entanto, faltava alguém – um representante – para motivá-las a revelar publicamente os seus pontos de vista e o comportamento grotesco.

Aquela pessoa que jogava lixo na rua está totalmente à vontade e fortalecida para despejar toda a sua falta de educação nas diversas formas de sujar as ruas, as calçadas, os parques e até os ambientes privados.

Os tipos de corrupção do cotidiano, desobedecendo as regras básicas do processo civilizatório, constituem o alimento da mentalidade bolsonarista.

As pessoas desse naipe sentem-se mais encorajadas para ultrajar também as regras do trânsito: cruzar o sinal vermelho, não respeitar a faixa de pedestre, dirigir na contramão, violentar os idosos, as pessoas com deficiência e ciclistas…

O que já estava de certa forma usual nas mentes brutas ganhou mais incentivo.

Os tipos comportamentais dessa gente têm um padrão associado a variadas formas de corromper a vida, ousar mais, ter coragem de fazer tudo contra a lei, desrespeitar, agredir…

Elas desencadeiam essas atitudes em nome da liberdade. E, como são livres, estão mais entusiasmados até mesmo para matar a outra pessoa por qualquer motivo, mesmo que seja fútil.

Imagem destacada / Pessoa joga lixo pela janela do carro / (Foto: Dreamstime)

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