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Moro, Dallagnol e a nova etapa do golpe em 2022

Uma das características do fascismo é a desestabilização da democracia por dentro das regras do jogo. Foi assim que o atual presidente e a ultradireita chegaram ao poder no Brasil: pelo voto!

O fascismo usa técnicas racionais de manipulação para operar o irracionalismo. E assim ele se alimenta de uma permanente contradição, associado à mentira.

Usar o conceito de “justiça” para cometer crimes é apenas um exemplo, como foi todo o processo do golpe, ampliado e executado pela Lava Jato.

Embora os processos contra Lula tenham sido anulados, ainda estamos vivendo um golpe, que pode ter novos desdobramentos.

Fruto de um movimento de inspiração fascista, o bolsonarismo não está morto.

Se Jair Bolsonaro perder a eleição e Lula for vitorioso, é fundamental observar a composição do futuro Congresso Nacional.

Assim, a filiação do ex-juiz-ministro Sergio Moro ao Podemos para disputar a Presidência da República em 2022 não é apenas um balão de ensaio.

Moro tem dois objetivos: retocar a sua maquiagem e manter acesa a chama da onda conservadora.

A candidatura de Moro é um recall do anti-petismo e vai alimentar a irracionalidade, o fanatismo e o ódio contra a democracia, Lula, o PT e o campo progressista em geral.

A outra personagem nesse cenário é o procurador Deltan Dallagnol. Ele também anunciou o seu interesse em filiar a um partido.

Ambos já atuavam como políticos da extrema direita no Judiciário e no Ministério Público Federal. A “diferença” é que agora eles deixam seus cargos para disputar eleições e multiplicar a necropolítica dentro do Congresso Nacional e nos espaços de gestão.

O ingresso de Moro & Dallagnol “na política” é claro. Eles vão funcionar como puxadores de voto para turbinar a eleição de uma nova leva de parlamentares da ultradireita com o objetivo interditar um eventual governo Lula.

É a velha UDN mutada no Centrão, que pode ser ainda mais piorado com o submundo da política puxado na próxima eleição por Moro & Dallagnol.

Primeiro, impediram Lula de ser candidato. O próximo passo, se ele ganhar a eleição, é tentar impedi-lo de assumir e de governar.

Uma nova etapa do golpe, por dentro da democracia, está sendo gestado para 2022.

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