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Tiros de canhão contra a pandemia

Por Rogério Almeida, jornalista e editor do blog Furo

Lá pelos idos de 1850, pós Cabanagem, poucos anos depois do lançamento do Manifesto Comunista, a cidade de Belém, naquela época denominada de Pará pelos visitantes de além riomar, era acometida por surtos epidêmicos de febre amarela e de varíola.  O porto teria sido o canal de viabilidade das chagas.  

A febre amarela precipitava sobre brancos e mamelucos, enquanto a varíola acometia índios, negros e mestiços. Iniciadas em abril, em plena estação chuvosa, as pestes duraram uns seis meses.

No portfólio de ações sanitárias do governo da época no combate das pragas, uma se destacava, disparar tiros de canhão no afã de purificar o ar, nos conta Bates.

O naturalista, que a partir de Liverpool – renomado porto de tráfico negreiro- aportou em searas Amazônicas, ao lado de Wallace, igualmente cientista,  percorreram o rio Amazonas por demorados anos. As informações acima constam em Um Naturalista no Rio Amazonas.

A obra além de relatar as exuberâncias da floresta tropical, externaliza toda ordem de leitura preconceituosa contra os povos ancestrais, por ele tratadas de indolentes, bárbaros, selvagens e congêneres. Mesma tratativa recebe a insurreição Cabanagem.

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