Ricardo Costa Gonçalves
Mestre em Estado, Governo e Políticas Públicas pela FLACSO, professor/assessor do Núcleo de Extensão e Desenvolvimento, LABEX/UEMA.
A última pesquisa do instituto Datafolha realizada entre os dias 6 e 7 de junho aponta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência da República, continua liderando as intenções de voto. Lula tem 30% do total e está à frente de Jair Bolsonaro (17%), Marina Silva (10%), Ciro Gomes (6%), Geraldo Alckmin (6%), Álvaro Dias (4%) e outros candidatos que possuem 1% ou menos das menções estimuladas. O Datafolha também confirma que o PT tem a maior preferência partidária (19%), com vantagem consolidada em relação aos outros partidos: PSDB e MDB possuem 3%, cada.
Os setores que mais declaram voto em Lula são os mais jovens, de 16 a 24 anos, com 35%, os que possuem escolaridade fundamental, também com 35%, os que têm renda familiar mensal de até 2 salários-mínimos, 38%, e quase metade dos entrevistados da região Nordeste, 49%. Lula apresentou queda dentro da margem de erro na pesquisa espontânea, de 13% para 10%, a mesma pode ser explicada pela tentativa da grande imprensa em querer abafar ou esconder sua pré-candidatura, com informações falsas ou induções relativas a plano B.
Nos cenários de segundo turno, Lula vence com larga folga: na disputa com o candidato do PSDB, Lula tem 49% contra 27% de Alckmin, obtendo uma vantagem de 22 pontos, se a disputa for com a candidata da Rede, Lula tem 46% contra 31% de Marina, a vantagem é de 15 pontos, se a disputa for com Bolsonaro Lula tem 49% contra 32% de Bolsonaro, obtendo uma vantagem de 17 pontos.
A força de votos do presidente Lula é bastante alta, uma vez que possui rejeição de 36% e seu apoio tem influência positiva para 47% dos entrevistados. Para o PSDB e PMDB, no entanto, as coisas continuam complicadas. Os pré-candidatos Alckmin e Meirelles pararam em baixos índices de intenção de voto, e seus principais cabos eleitorais, Fernando Henrique Cardoso e Michel Temer, mais atrapalham do que ajudam. Pois, 65% dos entrevistados dizem que não votariam em nenhum candidato apoiado por FHC, enquanto 92% dos entrevistados dizem que não votaria em um candidato apoiado pelo presidente golpista Michel Temer.
Meirelles só passa de 2% nos setores que ganha mais de dez salários-mínimos, o qual prefere, em sua maior parte (30%), o deputado Jair Bolsonaro. Neste grupo, que nas últimas eleições votou em grande parte nos tucanos contra o PT, as intenções de voto dos dois pré-candidatos do PSDB e do MDB, somadas, não chegam ao patamar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Apesar do golpe parlamentar promovido pelo PSDB e PMDB, com apoio da mídia e do judiciário que retirou a presidente Dilma do governo, e que culminou com a condenação do ex-presidente lula sem provas, o PT continua como o partido preferencial da população e Lula lidera a intenção de votos.
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
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