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Cinco anos sem Primavesi!

Brasil de Fato – Naquela visita ao campo, o agricultor colhia as batatas graúdas e bonitas que havia plantado. Com seu olhar de raios x, Ana Primavesi sabia que as batatinhas estavam daquela forma pelo uso de agrotóxicos e adubação com nitrogênio, o que resultaria em uma falta de cálcio. Batatinhas assim eram ricas em uma substância, a solanina, que arde na garganta. Ana perguntou: “Estas batatinhas estão boas?” O homem se virou e respondeu, espantado: “Credo! Essas batatinhas não são para comer!” “Mas para que o senhor plantou então?” – Ana reagiu. “Para vender!”

O relato de Ana Primavesi mostra exatamente como o solo tem sido tratado: mero suporte de adubos, algo a ser explorado e trabalhado, sem que se considere sua natureza geológica, sua gênese e importância. “A agricultura tem sido a arte de explorar solos mortos”, ela dizia. E a cada palestra, aula ou curso que participava, Ana mostrava o passo a passo da dinâmica que mantinha o solo vivo, com poros para entrada de ar, água, penetração da raiz e boa circulação dos nutrientes.

Solo é rocha decomposta, e são necessários cerca de 400 anos para 1 cm de terra ser formado. Ana escreveu: “O solo não é um suporte para adubos, água de irrigação e culturas, mas um organismo vivo, cujo esqueleto é a parte mineral, os órgãos são os micróbios que ali vivem e o sangue é a solução aquosa que circula por ele. Respira como qualquer outro organismo vivo e possui temperatura própria. Necessita tanto das plantas como as plantas necessitam dele”. A defesa da vida do solo foi o grande baluarte da vida dessa cientista.

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