Todo o processo de chegada do ex-capitão à Presidência da República foi marcada pelo fenômeno da desinformação ou “fake news”.
Mentiras de todos os naipes inundaram a disputa eleitoral a partir de uma conexão internacional para a destruição da democracia no Brasil.
E a falsidade segue cavalgando, montada na besta fera da antipolítica.
Fora isso, é preciso sublinhar uma característica grotesca que fideliza o arquétipo da personagem Jair Bolsonaro ao seu público. Por incrível que pareça, ele é coerente em alguns aspectos.
O “mito” se manifesta na afirmação constante de um comportamento deletério em várias temáticas.
Ele mantém a sua posição racista, homofóbica, genocida e de desprezo à vida em todos os sentidos. Nesse contexto, o presidente é previsível.
Recentemente, o Brasil recusou a ajuda da Argentina para socorrer as vítimas das enchentes na Bahia.
Trata-se de mais uma atitude coerente de um tipo de pessoa que não carrega nenhum tipo de sentimento associado à solidariedade, mesmo diante da morte, da tragédia e da dor de tantas pessoas.
Nesse quesito – da indiferença à dor e à perda do outro – Jair Bolsonaro é coerente e verdadeiro.
Ele reafirma com ênfase o culto à violência e à morte. Tal comportamento, enaltecido pelo fanatismo, torna a figura do “mito” cada vez mais forte entre os seus seguidores fiéis em qualquer circunstância.
A sinceridade entre os seus iguais é uma forma de uni-los e manter acesa a chama da necropolítica.
Imagem destacada / Máscara utilizada no teatro grego / Fonte: https://br.depositphotos.com/