Pode até parecer equívoco ou suicídio eleitoral, mas a condução de Ciro Gomes tem um foco. Ele busca se posicionar como alternativa à polaridade Bolsonaro x Lula.
Em 2018 a onda conservadora foi vitoriosa montada no discurso da negação da política.
Ciro pretende negar essa retórica, dizendo que o problema não é a política, mas os políticos do PT e da extrema direita.
Atirando contra o bolsonarismo e o lulismo, ele procura construir uma espécie de terceira via.
Se passar ao segundo turno contra Jair Bolsonaro, terá o voto crítico do campo democrático, incluindo parte dos petistas. Os vermelhos mais apaixonados votarão nulo.
Caso tenha uma disputa contra Lula, espera atrair o eleitor movido pelo ódio contra o petismo e a esquerda no geral.
Outro eleitor importante – o mercado – é tranquilo com Ciro Gomes. Se ele ganhar, está garantido o banquete das elites.
O cálculo é mais ou menos esse.
Vai dar certo?
Se der, ele não terá problema algum em governar com o velho Centrão de todos os tempos.