A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, suspendeu a viagem que faria a São Luís, nesta terça-feira (24), para receber a Medalha Manuel Beckman, honraria mais importante da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema). A homenagem foi proposta pela deputada evangélica Mical Damasceno (PTB), filha do pastor Pedro Aldi Damasceno, uma das principais lideranças da igreja Assembleia de Deus.
Diversas organizações dos movimentos sociais ocuparam a galeria da Assembleia Legislativa hoje pela manhã e realizaram um protesto durante a sessão, sob a presidência do deputado Othelino Neto (PCdoB).
A divulgação do protesto desde o fim da semana passada, com ampla repercussão nas redes sociais, é computado entre os motivos da desistência da ministra.
Mesmo sem a presença da homenageada, a Assembleia Legislativa fez um ato protocolar, transformado em um fiasco.
A autora da homenagem, Mical Damasceno, discursou sob vaias e palavras de ordem. “O Estado é laico”, repetiam em coro os manifestantes na galeria da Alema.
O repúdio à ministra decorre de vários pronunciamentos pejorativos sobre direitos humanos, condição feminina, liberdade religiosa, tolerância e pluralidade.
Segundo a organização do protesto, a postura da ministra Damares Alves “representa o ódio, a intolerância, a mentira, o preconceito, as milícias, a LGBTIfobia, o racismo, o machismo, o fascismo, a corrupção, o fundamentalismo religioso e o farisaísmo. Junte-se a nós na luta por amor, liberdade e justiça social!”
A polêmica mais recente envolvendo Damares Alves atinge a revista AzMina, que produziu uma reportagem sobre aborto seguro e legal, com base em orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Damares reagiu ameaçando denunciar a revista. Leia mais aqui
Imagem destacada: Damares Alves e o presidente Jair Bolsonaro. Crédito: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo