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Nova direita terá embate com os antigos coronéis

Pode não ser tão fácil quanto se imagina a vida do governo Jair Bolsonaro.

A nova direita, embora venha incensada por milhões de votos, terá de disputar poder e dinheiro dentro do Congresso Nacional com os velhos esquemas de corrupção liderados pelos antigos coronéis.

Renan Calheiros é um exemplo típico de quem não vai se deixar domar facilmente pelos novos líderes emanados das urnas.

Bolsonaro, embora eleito com ufanismo, terá de ceder à regra do jogo.

Calheiros é forte candidato à presidência do Senado e pode ganhar, seja por acordo com a própria base governista, ou impondo uma primeira derrota ao Palácio do Planalto.

É uma questão de sobrevivência e tradição. A casta privilegiada dos grandes partidos, sanguessuga da República, não vai abrir mão dos seus privilégios para entregá-los aos bichos recém-saídos do porão.

O governo que assume, embora incensado por uma base que lhe parece fiel, terá uma disputa de foice entre o antigo esquema de corrupção e a fome de poder e dinheiro do baixo clero.

Na Câmara dos Deputados já se colocam panos quentes para acomodar a reeleição de Rodrigo Maia. É a velha política com apoio da nova direita.

Acostumados ao pântano do Congresso Nacional, Rodrigo Maia e Renan Calheiros gostam de mandar e estão acostumados há muito tempo nessa posição.

Eles terão dificuldade em aceitar ordens de deputados-pastores mercenários que sempre estiveram em posição submissa no jogo de poder.

Os novos famintos e os antigos bolsos fartos terão embates. E desse conflito sairá a síntese entre o campo conservador e a extrema direita.

A governabilidade será fruto dessa tensão. E pode ser que Bolsonaro tenha baixas no primeiro momento, até que os cofres se abram para fazer os devidos ajustes e deixar tudo como antes.

A República só tem a perder com esse tipo de gente.

Imagem destacada retirada deste site

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Ódio de classe tira dos pobres até os médicos cubanos

Só há um perdedor com o fim do programa Mais Médicos, no Brasil – a pobreza.

Nos grotões, onde apenas os médicos cubanos chegavam, está decretado o abandono daqueles que mais precisam.

A elite escravocrata que tomou de assalto o Palácio do Planalto é desumana. Em nome do deus mercado, essa gente egoísta pretende construir um mundo onde só os privilegiados possam usufruir direitos.

Jair Bolsonaro, o capitão do mato dessa elite, de chicote na mão, é o porta-voz de um discurso latente, que aos poucos vai ganhando terreno – o ódio de classe, a execração da pobreza e tudo que ela representa, segundo o pensamento dominante.

Tudo que é publico e beneficia os pobres está condenado à morte. Assim, pretendem matar e enterrar o Sistema Único de Saúde (SUS), a Previdência, a Universidade e os bancos públicos.

As riquezas naturais, que deveriam ser de fruição coletiva, também estão ameaçadas. O plano é entregar a Amazônia e a biodiversidade como um todo e exterminar os obstáculos a estes propósitos, inclusive as reservas indígenas e extrativistas.

O direito a saúde, aposentadoria, educação e a fruição da natureza serão exclusividade daqueles que podem pagar. E assim tudo se transforma em mercadoria… o plano de saúde, o plano de previdência privada, o pedágio da estrada etc

A repulsa ao programa Mais Médicos, junto com tantas outras medidas e discursos discriminatórios, são a ponta do iceberg da onda de inspiração fascista.

O tutano dessa onda contém algo de muito grave, disperso na nuvem de palavras soltas e fake news – o ódio de classe.

Esse sentimento vem pulverizado com vários venenos que aos poucos vão matando as ideias e a verdade.

Testemunhei hoje, na farmácia, um sujeito bem vestido e falante dizendo em tom arrogante que estava nos planos de Lula escravizar os médicos brasileiros, igualzinho se faz com os cubanos.

A fala de repúdio a Lula contem algo mais violento. É o ódio de classe. Algo tão cruel e desumano capaz de tirar dos menos favorecidos os médicos que vieram de tão longe amenizar a dor de quem já não tinha quase nada.

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Bolsonaro é a última tentação de Sarney

Fora do controle do Palácio dos Leões, com a sua cota na bancada federal do Maranhão reduzida a pó e apenas um deputado familiar na Assembleia Legislativa, José Sarney tenta se encostar no presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), repetindo o mesmo movimento que marcou a sua vida inteira na política – controlar a província a partir dos poderes da República.

A lógica é a mesma, mas a força é outra, muito menor, sem o controle dos deputados e senadores do Maranhão e nem o trânsito de outrora no Congresso Nacional.

José Sarney é uma lenda, apenas, mas vai tentar de todas as formas se conectar à extrema direita para interditar, boicotar e até cassar o mandato do governador Flávio Dino (PCdoB).

Jair Bolsonaro bateu continência ao veterano coronel do Maranhão, mas não é certo que lhe dará ministérios e outros mimos para usufruir das benesses do Planalto.

Os tempos são outros e a fila andou. O baixo clero, emergente na Casa Grande, tem outros líderes.

Sarney é passado. Sem bancada federal, tem pouco valor no balcão de negócios de Brasília, onde vai seguir predominando a troca de votos por interesses e favores.

O coronel está ferido. Perdeu duas eleições para o Governo do Maranhão no primeiro turno, expondo sua filha mais querida, Roseana Sarney, a uma dor insuportável – ficar sem poder.

Resta ao coronel a máquina de jornalismo e propaganda para perseguir o governador Flávio Dino.

À imagem e semelhança de Bolsonaro, a única arma que pode colocar Sarney na batalha é a mentira contra Flávio Dino. Mas, hoje, quem acreditaria na farsa do tipo Reis Pacheco?!

Não há mais tanta munição na barricada de Sarney. E o adversário, Flávio Dino, controla os Leões.

Jesus, no deserto, passou por três tentações do demônio. Todas ilustradas nas paixões do egoísmo, sede de poder, ambição e vaidade. São paixões avassaladoras e tentadoras da política.

Bolsonaro é a última tentação de José Sarney, que busca a proteção do presidente eleito para perseguir e boicotar o Governo do Maranhão.

Vai conseguir?!

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Tucanos arrependidos!? FHC e Alckmin confrontam Bolsonaro pelos ataques à Folha de São Paulo

São favas contadas. A derrota de Geraldo Alckmin e a vitória de João Dória conduzirão o PSDB à extrema direita, sob o comando do governador eleito de São Paulo, João Dória, que já declarou alinhamento a Jair Bolsonaro (PSL).

Considerando ainda a derrota de Antônio Anastasia em Minas Gerais, Dória será uma espécie de imperador do PSDB.

A direita tucana tradicional, representada por Geraldo Alckmin e Fernando Henrique Cardoso (FHC), tem duas opções – adere a Dória ou muda/inventa outro partido de Centro, seguindo o caminho de Gilberto Kassab, fundador do PSD.

Nesse contexto de esfacelamento do PSDB, alguns sinais apontam insatisfação de Alckmin & FHC com o presidente eleito Jair Bolsonaro em relação aos ataques à Folha de São Paulo.

Pelo twitter (veja imagens), ambos repudiaram as declarações grosseiras de Jair Bolsonaro sobre a Folha. “Intimidações a jornais são inadmissíveis. Repudio as ameaças à Folha e seus jornalistas, com energia”, reclamou FHC.

“Os ataques feitos pelo futuro presidente à Folha de São Paulo representam um acinte a toda a Imprensa e a ameaça de cooptar veículos de comunicação pela oferta de dinheiro público é uma ofensa à moralidade e ao jornalismo nacional”, queixou-se Alckmin.

A Folha de São Paulo é uma espécie de “vênus platinada” (apelido da Globo) do jornalismo impresso. Os tucanos tradicionais têm por este jornal um carinho especial, fruto da afinidade ideológica – o culto ao mercado.

Os tucanos e a Folha foram parceiros no golpe de 2016. Estava tudo acertado para degolar o PT e estender o tapete de luxo para Geraldo Alckmin chegar à Presidência da República.

Mas, no meio do caminho, surgiu o imponderável. E toda a campanha de ódio alimentada pela mídia tucana deu musculatura ao fascismo.

Agora, os próprios tucanos e a Folha estão espantados com o monstro que ajudaram a criar.

Resta torcer para que as críticas no twitter levem Alckmin & FHC a um alinhamento consistente e duradouro pela democracia. E seria conveniente pedirem para sair do PSDB.

Submissão a Dória e Bolsonaro é um suicídio político dos tucanos tradicionais.

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Repórter da Folha sofre assédio e ameaças após a reportagem que denuncia campanha contra o PT pelo WhatsApp

Fonte: Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)

Desde a manhã desta quinta-feira (18.out.2018), a jornalista Patricia Campos Mello (Folha de S.Paulo) é alvo de assédio direcionado, ofensas em massa e ameaças nas redes sociais. As ações tiveram início logo após a publicação da reportagem “Empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp”, assinada por ela.

Perfis com grande número de seguidores, apoiadores da candidatura de Jair Bolsonaro (PSL-RJ), publicaram postagens com questionamentos à credibilidade da repórter. Centenas de usuários, seguindo as postagens, fazem comentários depreciativos e ofensivos, além de ameaças nas redes da jornalista, em especial em sua conta no Twitter.

Patrícia Campos Mello é uma das mais importantes jornalistas do país. Repórter experiente, cobre relações internacionais, economia e direitos humanos há 18 anos. Cobriu conflitos como o da Síria e foi a única profissional brasileira a cobrir in loco a epidemia de Ebola em Serra Leoa em 2014 e 2015.

A Abraji condena a ofensiva contra Patricia Campos Mello. Retaliar jornalistas em função de sua atividade profissional não atinge apenas o(a) comunicador(a) em questão; traz prejuízos à sociedade como um todo, inclusive aos que praticam os ataques.

Diretoria da Abraji, 18 de outubro de 2018

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Desespero na TV: Geraldo Alckmin mira em Bolsonaro

O golpe parlamentar-jurídico-midiático que derrubou a presidente Dilma Roussef (PT) não deu certo no todo, só em parte.

Lula está preso, mas lidera as pesquisas.

O PT, com suas qualidades e defeitos, continua vivo.

Os artífices do golpe planejaram a exterminação do petismo e colocaram o PMDB, liderado por Eduardo Cunha, para fazer o “trabalho sujo” encaminhando o impeachment.

A ideia dos golpistas era “limpar o terreno” para que o príncipe da elite paulistana, a serviço das corporações do capitalismo internacional, subisse no palco de 2018 como o salvador da pátria.

Esse príncipe, Geraldo Alckmin, patina em todas as pesquisas. E os tucanos, com a maior coligação e tempo de TV, além da fortuna de campanha, buscam uma luz no fim do túnel.

A única saída para Geraldo Alckmin é a polarização com Bolsonaro, na tentativa de criar uma antítese àquele que ameaça ir ao segundo turno contra o candidato de Lula – Fernando Hadad (PT).

Na campanha da TV, a propaganda de Geraldo Alckmin é explicita nesse intento de ser o antípoda de Bolsonaro – “não é na bala que se resolve”.

Em contraponto, faz o discurso apelando ao equilíbrio, o bom senso, a razão e o coração.

O primeiro filme da campanha tucana, belo e organizado, busca construir um conceito de Geraldo Alckmin vinculado à ideia de pacificador e aglutinador.

O apelo à paz e o repúdio ao ódio constroem a narrativa desesperada dos tucanos, eles próprios protagonistas do ódio ao PT, na campanha organizada e sistematicamente veiculada nos meios de comunicação, no curso da estratégia de desmonte da democracia, da esquerda e da política que resultou no golpe.

Ficam claras, portanto, as digitais dos estrategistas tucanos na tentativa exasperada de polarizar Alckmin x Bolsonaro.

Os marqueteiros tucanos sabem que não adianta refutar o discurso de ódio usando as mesmas armas.

Eles perceberam que o estilo agressivo de Ciro Gomes (PDT), tentando ser na verborragia a antítese de Bolsonaro, não funciona.

No fundo, os tucanos tentam fazer de Geraldo Alckmin uma especie de candidato paz e amor, mas sem a popularidade de Lula e o cheiro de povo.

Há milagres que nem a TV opera. O filme do tucano até começa bem, com o discurso pacificador de uma atriz negra, cabelo black power, tentando construir uma identidade que não existe na figura do senhor de engenho Geraldo Alckmin.

Marqueteiros constroem mitos e heróis, mas falta para o candidato tucano algo que até Bolsonaro tem – o mínimo de liga com o povo.

Imagem: Nelson Almeida AFP 17 agosto 2018