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Empório Social: uso e ocupação da praça como espaço da política

Nesse fim de ano de 2021 tive oportunidade de participar da quarta edição do projeto Empório Social da Praça das Árvores, realizado dia 18 de dezembro, no Cohatrac IV.

Eu tinha conhecimento do projeto apenas pelas redes sociais, mas ao ver de perto pude perceber a intensidade do evento.

Ao chegar à praça, deparei-me com atividades ambientais, ações de inclusão de pessoas com deficiência, feira de livros, exposições artísticas e de produtos e alimentos sustentáveis, bancas de experimentos sobre boas práticas pedagógicas, narrativas de empoderamento feminino, ações de educação sobre a temática GLBTTQUIA+, projetos de artes plásticas, quadrinhos e comunicação popular, tribuna livre, música, teatro, rodas de conversa, entre outras.

Como o próprio nome diz, empório é um grande armazém de secos e molhados, não exatamente das mercadorias normalmente transitáveis no fluxo do comércio.

A pegada do Empório Social é outra. Trata-se de uma frente de ações realizada por coletivos múltiplos, formado por pessoas atuantes nas suas áreas específicas de militância ou atividade laboral, mas conectadas pelo sentido de ocupação da praça como espaço da política, do exercício da cidadania.

Digo política grande, não necessariamente aquela vinculada aos momentos eleitorais.

Na quarta edição do evento aprendi muito com todos(as) os(as) realizadores(as), ativistas de várias causas, que transformam o Empório Social em um espaço de vida, cultura e resistência democrática.

A praça não é apenas um lugar de passagem, distração ou lazer. É um espaço para o encontro, a troca, o diálogo produtivo, a sustentabilidade, o conhecimento das diferentes práticas culturais e também de denúncia e reivindicação.

Usa-se a praça para o exercício dos direitos e dos deveres, incluídos aí os cuidados com a manutenção dos equipamentos de uso comum, porque todos(as) são beneficiários da conquista de um bem da cidade construído com recursos públicos e devolvido para o público.

Nas palavras dos organizadores, “o projeto empório social é uma iniciativa sociocultural que objetiva fortalecer o protagonismo da comunidade, difundir a cidadania e promover espaços sócio-pedagógicos que propiciem o lazer e a aprendizagem dos usuários da praça como um espaço público qualificado.”

Tendo como abrangência o território dos bairros Cohab e Cohatrac, as linhas de ação do Empório Social visam à “promoção da construção de uma cultura de integração coletiva comunitária, através de atividades que garantam direitos e cidadania. O projeto resgata o sentimento de pertença e o empoderamento da comunidade”, sintetiza a organização do evento realizado pelo Comitê Gestor da Praça das Árvores.

Durante o evento tive a oportunidade de lançar o livro “Vozes do Anjo: do alto-falante à Bacanga FM”.

Empório Social reúne diversas
experiências de resistência democrática
O livro “Vozes do Anjo” em sintonia com Dorian Azevedo
e Camilo Filho, organizadores do Empório Social

A quarta edição do Empório Social foi uma experiência incrível. A praça é do povo.

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O Natal é…

“𝐶𝑎𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑧 𝑞𝑢𝑒 𝑑𝑢𝑎𝑠 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑠𝑒 𝑒𝑛𝑡𝑒𝑛𝑑𝑒𝑚 𝑒 𝑠𝑒 𝑝𝑒𝑟𝑑𝑜𝑎𝑚,  𝑒́ 𝑁𝑎𝑡𝑎𝑙.


𝐶𝑎𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑧 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑚𝑜𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑝𝑎𝑐𝑖𝑒̂𝑛𝑐𝑖𝑎  𝑐𝑜𝑚 𝑞𝑢𝑒𝑚 𝑐𝑜𝑛𝑣𝑖𝑣𝑒, 𝑒́ 𝑁𝑎𝑡𝑎𝑙.

𝐶𝑎𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑧 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑎𝑗𝑢𝑑𝑎 𝑢𝑚𝑎 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎, 𝑒́ 𝑁𝑎𝑡𝑎𝑙.

𝐶𝑎𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑧 𝑞𝑢𝑒 𝑎𝑙𝑔𝑢𝑒́𝑚 𝑑𝑒𝑐𝑖𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑟  𝒉𝑜𝑛𝑒𝑠𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑡𝑢𝑑𝑜 𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝑓𝑎𝑧,  𝑒́ 𝑁𝑎𝑡𝑎𝑙.

𝐶𝑎𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑧 𝑞𝑢𝑒 𝑛𝑎𝑠𝑐𝑒 𝑢𝑚𝑎 𝑐𝑟𝑖𝑎𝑛𝑐̧𝑎, 𝑒́ 𝑁𝑎𝑡𝑎𝑙.

𝐶𝑎𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑧 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒 𝑟𝑒𝑠𝑝𝑒𝑖𝑡𝑎 𝑒 𝑠𝑒 𝑎𝑢𝑥𝑖𝑙𝑖𝑎 𝑢𝑚 𝑖𝑑𝑜𝑠𝑜, 𝑒́ 𝑁𝑎𝑡𝑎𝑙.

𝐶𝑎𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑧 𝑞𝑢𝑒 𝑑𝑢𝑎𝑠 𝑝𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑠 𝑠𝑒 𝑎𝑚𝑎𝑚 𝑐𝑜𝑚 𝑢𝑚 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑙𝑖𝑚𝑝𝑜, 𝑝𝑟𝑜𝑓𝑢𝑛𝑑𝑜 𝑒 𝑠𝑖𝑛𝑐𝑒𝑟𝑜, 𝑒́ 𝑁𝑎𝑡𝑎𝑙.

𝐶𝑎𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑧 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑜𝑙𝒉𝑎𝑟 𝑎𝑙𝑔𝑢𝑒́𝑚 𝑐𝑜𝑚 𝑜𝑠 𝑜𝑙𝒉𝑜𝑠 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑎𝑐̧𝑎̃𝑜, 𝑠𝑒𝑚 𝑗𝑢𝑙𝑔𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑜𝑢 𝑐𝑟𝑖́𝑡𝑖𝑐𝑎𝑠, 𝑒́ 𝑁𝑎𝑡𝑎𝑙.

𝐶𝑎𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑧 𝑞𝑢𝑒 𝑎𝑙𝑔𝑢𝑒́𝑚 𝑠𝑜𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒 𝑒 𝑑𝑒𝑣𝑜𝑙𝑣𝑒 𝑑𝑖𝑔𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑎 𝑢𝑚 𝑎𝑛𝑖𝑚𝑎𝑙𝑧𝑖𝑛𝒉𝑜, 𝑒́ 𝑁𝑎𝑡𝑎𝑙.

𝐶𝑎𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑧 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑐 𝑑𝑖𝑣𝑖𝑑𝑒 𝑜 𝑝𝑎̃𝑜  𝑑𝑎 𝑠𝑢𝑎 𝑚𝑒𝑠𝑎, 𝑒́ 𝑁𝑎𝑡𝑎𝑙.

𝐶𝑎𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑧 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑒 𝑑𝑒𝑚𝑜𝑛𝑠𝑡𝑟𝑎 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑎𝑜 𝑝𝑟𝑜́𝑥𝑖𝑚𝑜, 𝑒́ 𝑁𝑎𝑡𝑎𝑙.

𝐶𝑎𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑧 𝑞𝑢𝑒 𝑣𝑜𝑐𝑒̂ 𝑓𝑎𝑧 𝑢𝑚𝑎 𝑟𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 𝑖́𝑛𝑡𝑖𝑚𝑎 𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑐𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑎𝑟 𝑐𝑜𝑛𝑡𝑒𝑢́𝑑𝑜 𝑛𝑜𝑣𝑜 𝑎 𝑠𝑢𝑎 𝑣𝑖𝑑𝑎, 𝑒́ 𝑁𝑎𝑡𝑎𝑙.

𝑃orque 𝑁𝐴𝑇𝐴𝐿 𝑒́ a𝑚𝑜𝑟 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑎, p𝑎𝑧 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑎, g𝑒𝑛𝑒𝑟𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑎, j𝑢𝑠𝑡𝑖𝑐̧𝑎 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑎, c𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑒𝑛𝑠𝑎̃𝑜 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑎, r𝑒𝑠𝑝𝑒𝑖𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑎, a𝑢𝑡𝑜𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑎, a𝑐̧𝑎̃𝑜  𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑎 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑎, a𝑚𝑜𝑟 𝑎̀ 𝑣𝑖𝑑𝑎, 𝑡𝑜𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑎.

𝐸 𝑒́ 𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑟 𝑑𝑒𝑠𝑠𝑎𝑠 𝑎𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒𝑠 𝑞𝑢𝑒 n𝑎𝑠𝑐𝑒 𝑎 e𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎𝑛𝑐̧𝑎, a a𝑙𝑒𝑔𝑟𝑖𝑎, a p𝑎𝑧.

𝑁𝑢𝑛𝑐𝑎 𝑠𝑒𝑟𝑎́ 𝑢𝑚 𝑣𝑒𝑟𝑑𝑎𝑑𝑒𝑖𝑟𝑜 𝑁𝑎𝑡𝑎𝑙 𝑒𝑛𝑞𝑢𝑎𝑛𝑡𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑒𝑚𝑜𝑟𝑎𝑟𝑚𝑜𝑠 𝑎𝑝𝑒𝑛𝑎𝑠 01 𝑛𝑜𝑖𝑡𝑒 𝑐𝑜𝑚 𝑎𝑚𝑜𝑟 𝑒 𝑛𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑞𝑢𝑒𝑐𝑒𝑟𝑚𝑜𝑠 𝑒 𝑛𝑜𝑠 𝑑𝑒𝑠𝑟𝑒𝑠𝑝𝑒𝑖𝑡𝑎𝑟𝑚𝑜𝑠 𝑜 𝑟𝑒𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑎𝑛𝑜! 

𝑆𝑒𝑔𝑢𝑟𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑎̃𝑜 𝑒́ 𝑖𝑠𝑡𝑜 𝑞𝑢𝑒 𝐽𝑒𝑠𝑢𝑠 𝑞𝑢𝑒𝑟 𝑑𝑒 𝑛𝑜́𝑠!

𝐸𝑛𝑡𝑎̃𝑜, 𝑓𝑎𝑐̧𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑢𝑚𝑎 𝑟𝑒𝑓𝑙𝑒𝑥𝑎̃𝑜 … 𝑞𝑢𝑒 𝑛𝑜𝑠𝑠𝑎 𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝑢𝑚 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 𝑁𝑎𝑡𝑎𝑙.”

Feliz Natal!

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Pão com Ovo mandou um beijo de feliz Natal

Ganhei hoje um dos melhores presentes.

Minha amiga Clarisse Milhomem mandou uma mensagem especial para mim.

É tanta gratidão…

Replico abaixo o artigo Pão com Ovo: a sátira do Brasil, que escrevi em 27 de outubro de 2020, por ocasião da peça “A convenção”.

Depois de “um feixe e uma carrada” de apresentações em praças públicas de 70 municípios do Maranhão, em teatros de São Luís, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Salvador, Teresina e na Europa (Portugal), a comédia Pão com Ovo retornou ao palco em curta temporada com o espetáculo “A convenção”.

A derradeira apresentação desse período será realizada quarta-feira (28), no Oito Bar, ao ar livre, no hotel Blue Tree Towers.

Sucesso nos tablados e nas redes sociais, Pão com Ovo tem uma longa estrada percorrida na dramaturgia brasileira. O protagonismo decorre de vários fatores, entre eles muito estudo e trabalho para construir identidades junto ao público.

Um dos achados performáticos dos atores é a imersão nos falares do povo maranhense, frequentando os espaços onde os gestuais e os linguajares são capturados e transformados em texto dramático. Assim, as expressões regionais são facilmente reconhecidas pelo auditório, apanhadas no mergulho profundo na vida real.

Embora tenha o regionalismo como um dos pontos fortes, Pão com Ovo extrapola a cena local porque a arte é universal. Clarisse Milhomem (Cesar Boaes) está para a Península ou Leblon assim como Dijé (Adeílson Santos) emerge da área Itaqui-Bacanga ou da Baixada Fluminense.

Afinal, “coá, eu hein!”, “hum hum”, “hehem”, “tá”, “te toca”, “marminino”, “tô é tu” e outras dezenas de murmúrios e tiradas irônicas do maranhês são ditas de outras formas pelo povão Brasil afora.

No espetáculo “A convenção” a trama percorre um processo eleitoral com todos os vícios de uma disputa marcada pelo pragmatismo e clientelismo tão comuns no cenário político-partidário nacional.

Dijé e Clarisse Milhomem dividem a comédia, desta feita, com uma trupe de atores igualmente talentosos: Davyd Dias (Maçarico), Ricco Lima (Carlos Alberto Ferrari Milhomem), Marluce Emily (Iarde), Magno de Jesus (Mundica Fuçura), João Carvalho (Otávio Gabriel) e Dênia Correia (Jacierma).

Antes e depois do espetáculo o público saboreia o show especial da cantora Luciana Pinheiro.

Pão com Ovo foca no “conflito amigável” entre a socialite “Clarisse Milhomem” e a mulher guerreira de periferia: “Dijé”. Elas atritam porque são de classes sociais distintas, mas se abraçam nas suas diferenças, sem Clarisse incorporar o tom preconceituoso do tipo “eu odeio pobre”.

Quanto à retórica, vale ainda registrar alguns tons do discurso educativo da peça sobre a tolerância e respeito às diferenças de gênero e uma clara posição de combate à homofobia.

Não conto mais detalhes para evitar o spoiler e “estragar o prazer” de quem ainda não assistiu ao espetáculo.

Dou apenas uma dica. Depois da peça fique mais um pouco para apreciar o show de Luciana Pinheiro e, quem sabe, saborear as canjas maravilhosas de Dijé fazendo solo de jazz e rufando o som ancestral dos cantadores de bumba-meu-boi do Maranhão.

Eu vejo Pão com Ovo pensando nas tiradas teóricas de Jesus Martín-Barbero sobre as pulsações estéticas advindas do meio popular como práticas culturais de enfrentamento e resistência diante da arte cultuada nos espaços fechados e reservados a um público refinado, cult.

Em sua obra “Dos meios às mediações”, Martín-Barbero faz um apanhado das variadas pulsações do ambiente popular ressignificadas na dinâmica das transformações culturais. Os cegos violeiros, os pregoeiros das feiras livres, os cantores de rua, o teatro cara a cara nos palcos improvisados a céu aberto, as comédias animadas pelos urros e apupos da plateia exaltada e outras tantas modelagens estéticas dão vida à usina de emoções criativas não oficiais.

Todas essas ousadias de outrora vigoram no tempo presente quando um espetáculo de perfil popular vai aos grandes teatros do país.

Pão com Ovo tem um pouco de tudo isso e algo mais. Incorpora elementos da tragédia grega, do folhetim, da radionovela e da teledramaturgia contemporânea. Pão com Ovo é “Pão com (p)Ovo”.

A sofisticada elite intelectual de São Luís pode até não gostar do estilo popular, mas a maioria adora. Eu estou entre esses milhões de brasileiros encantados com as habilidades retóricas, os movimentos corporais e as elegantes interpretações sonoras da nossa tribo tupiniquim que um dia promete virar Paris.

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Revista “Comunicação & Educação” publica dossiê “100 Anos de Paulo Freire”

Fonte: Portal Intercom

Revista Comunicação & Educação, periódico semestral do Departamento de Comunicações e Artes da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), publicou no último dia 20 de dezembro o dossiê “100 anos de Paulo Freire” (v. 26, n. 2), editado por Ismar de Oliveira Soares (USP), Pablo Nabarrete Bastos (UFF) e Douglas Kellner (University of California).

O número reúne 14 artigos na busca de identificar a contribuição de Freire para a interface entre Comunicação e Educação, além de entrevista realizada por Ismar Soares com Moacir Gadotti, presidente de honra do Instituto Paulo Freire.

A íntegra da edição pode ser encontrada no site da revista.

Foto: Escola de Gestão Socioeducativa Paulo Freire – RJ

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Abraço Maranhão recebe homenagem pela celebração de 200 Anos da Imprensa

A Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no Maranhão é uma das personalidades contempladas na efeméride alusiva ao Bicentenário da Imprensa no Maranhão, que tem como marco a criação do jornal “O Conciliador”, fundado em 1821. A entrega da comenda 200 Anos da Imprensa no Maranhão, na noite de terça-feira (21), no auditório Paulo Freire (campus do Bacanga), encerrou a série de eventos e atividades referentes à celebração.

Receberam a comenda, representando a Abraço Maranhão, o presidente Ed Wilson Araújo, o coordenador regional Luis Augusto da Silva Nascimento e o coordenador de Relações Institucionais Neuton Cesar. “Essa homenagem vai para todas as rádios comunitárias que constroem a luta pela democratização da comunicação”, destacou o presidente da entidade, Ed Wilson Araújo.

Abraço homenageada é uma conquista de todos
e todas que fazem as rádios comunitárias

Iniciativa da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), a comenda foi distribuída para 50 pessoas, entre profissionais da Comunicação, pesquisadores e instituições de referência na área da Imprensa. Os homenageados receberam a placa da comenda, medalha, um exemplar do livro “História da Imprensa no Maranhão: 1821-1925” e outro da obra “O Conciliador: um capítulo da história da imprensa periódica no Maranhão”.

Durante a cerimônia, o reitor da UFMA, Natalino Salgado Filho, destacou a importância da Imprensa na História, com as suas principais personagens e a função da Universidade na formação dos profissionais de Comunicação. O vice-reitor Marcos Fabio Belo Matos, coordenador geral da efeméride 200 Anos da Imprensa no Maranhão, discorreu sobre todas as etapas e atividades que envolveram as comemorações, como a produção de conteúdo (podcast, livros, palestras etc), assim como os critérios adotados pela comissão organizadora para chegar aos 50 nomes prestigiados pela comenda.

Homenageada na categoria de pesquisadores(as), a pró-Reitora de Extensão e Cultura e docente do Curso de Jornalismo da UFMA, Zefinha Bentivi, mencionou o papel das mulheres no contexto do bicentenário da Imprensa, registrando a ousadia da primeira jornalista maranhense, Eponina de Oliveira Condurú Serra (1842-1931). Professora de várias gerações de comunicadores, Bentivi frisou a importância da UFMA no contexto da formação profissional no Maranhão, enfatizando o papel do curso de Comunicação Social na composição dos cenários da Imprensa local, regional e nacional.

Os professores dos cursos de Jornalismo, José Ribamar Ferreira Junior; de Relações Públicas, Protásio Cezar dos Santos; e de Radialismo, Marcio Leonardo Monteiro Costa, receberam a comenda na categoria Homenagem Especial, destinada ao Curso de Comunicação da UFMA.

Veja aqui a lista completa dos comendadores e comendadoras.

A comissão responsável pela instituição da comenda teve a participação de 10 membros, representantes da UFMA, da Academia Maranhense de Letras, Academia Ludovicense de Letras, Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão, Academia Imperatrizense de Letras e Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Maranhão.

Veja abaixo mais fotos:

Marcos Saldanha, Alex Oliveira e Ed Wilson Araújo
Paulo Melo Sousa, Marcos Saldanha e seu filho, Ed Wilson Araújo e Felipe Klamt
Diretores da Abraço-MA: Neuton Cesar e Luis Augusto Nascimento
Marcos Saldanha, Alex Oliveira, Paulo Melo Sousa e Ed Wilson Araújo
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Monocultura do eucalipto já ameaça o território de Barreirinhas, nos Lençóis Maranhenses

Texto e imagens: Ed Wilson Araújo / Produção: James Barros

Firmino Conceição, 53 anos, caminha rápido na trilha onde havia um córrego, no povoado onde nasceu e vive até hoje. Ele fala com saudade dos tempos da fartura de água na chapada. Num gesto ligeiro, junta um graveto do chão e detalha a cena do passado, futucando o leito seco do riacho. “Quando eu me entendi aqui era bacana. Eu vinha pescar com meu facão reparando o sarapó debaixo da capemba. Aí levava para os meus filhos comer. E agora não tem água, viu.”, lamentou.

Capemba ou caçamba é um tipo de palma larga de palmeiras ou coqueiros. Quando despenca do tronco e cai no chão, serve de esconderijo para os peixes no alagado. O povoado de Firmino Conceição, denominado Mendes, fica no município de Belágua.

O eucalipto secou o riacho onde Firmino pescava

Antes da construção da moderna rodovia MA-402, interligando São Luís ao Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses e à Rota das Emoções, o acesso a esta região era feito pela antiga estrada MA-225, que conecta Barreirinhas ao Baixo Parnaíba, à altura de São Benedito do Rio Preto e Urbano Santos.

Esquecida, a MA-225 ainda é uma estrada de chão, tem 87 Km de areia, piçarra e barro, atravessa riachos, córregos, brejos e proporciona um exuberante visual do cerrado maranhense. Mas, essa paisagem muda na fronteira entre Barreirinhas e Urbano Santos, vizinho de Belágua. Nesse município já é visível a destruição da biodiversidade pelas grandes fazendas de eucalipto.

James Barros dá o mapa do eucalipto no cerrado

No povoado Mendes, cercado das extensas plantações de eucalipto, estão algumas nascentes do rio Jacu, um dos afluentes do rio Preguiças, que banha o município de Barreirinhas, famoso destino de turistas do mundo inteiro.

Quando chove, a esperança de água vira um tormento porque a devastação da cobertura vegetal do cerrado para o plantio do eucalipto solta a terra e o entulho do desmatamento que, arrastados pela enxurrada, acabam assoreando os mananciais. No quintal da casa de Jocemildo Rocha, 31 anos, a situação é desoladora. “Essa areia vem da chapada”, explica, apontando para o riacho morto pelo assoreamento. Sem os córregos, não há peixes, caça e nem aves, provocando não só um desequilíbrio ambiental como a escassez de alimentos para as comunidades.

Os “desertos” de eucalipto entre Barreirinhas e Humberto de Campos

Ele se refere aos “gaúchos” genericamente para identificar os fazendeiros ou empresas do agronegócio. Por razões de segurança, a reportagem não abordou funcionários nas sedes das fazendas que servem de base ao plantio de eucalipto para entrevistá-los, seguindo o critério de pluralidade de fontes na produção jornalística.

“A gente conviver com os gaúchos aqui é complicado. Todas as colheitas que eles fazem, o impacto vem parar sobre nós. A gente não pode tirar sequer uma vareta de pescar na plantação deles, mas eles podem vir na região da gente e fazer isso que vocês tão vendo ó: morte para os nossos rios, morte das plantas, morte dos peixes e nós somos obrigados a conviver com isso porque os nossos governantes não têm capacidade de chegar junto para nos ajudar. Deixam a gente a Deus dará”, resumiu.

Para Jocemildo Rocha, “só resta a tristeza”

Responsabilidades compartilhadas

Se para o presidente Jair Bolsonaro (PL) Deus está acima de todos, o agronegócio atropela tudo, até os lugares sagrados da natureza. O conjunto de ações e medidas do governo federal estimula a violência no campo através do uso de agrotóxicos em larga escala, do desmonte dos órgãos ambientais, incitamento ao armamentismo, esvaziamento das instituições de pesquisa e do ódio contra ambientalistas, índios, quilombolas e negros.

Já no âmbito estadual, na gestão do governador Flávio Dino (PSB), o ponto crítico está localizado nas licenças ambientais expedidas pela Sema (Secretaria de Estado do Meio Ambiente), que viabilizam a expansão da monocultura com impactos degradantes sobre as comunidades tradicionais. O Maranhão ocupa o segundo lugar no ranking dos conflitos agrários no Brasil e é o campeão de mortes no campo, segundo o relatório da CPT (Comissão Pastoral da Terra) em 2021.

Esse contexto motivou uma ação ajuizada pela Defensoria Pública do Estado (DPE), Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras do Estado do Maranhão (Fetaema) e Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), contra o Estado do Maranhão, pedindo a suspensão das licenças ambientais não precedidas de consulta junto aos moradores dos territórios afetados.

Em decisão liminar, o juiz titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos, Douglas de Melo Martins, acatou o pedido. O magistrado suspendeu os licenciamentos até que as comunidades sejam ouvidas. A liminar tem como base a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que determina a consulta prévia, livre e informada para que os povos e comunidades tradicionais se posicionem diante de ações sobre os seus territórios.

O defensor público e professor de Direito da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Jean Carlos Nunes Pereira, entrevistado na Agência Tambor, computou vários mecanismos e instâncias de proteção e segurança jurídica no contexto dos conflitos no campo. O Maranhão tem uma Vara Agrária, no Tribunal de Justiça; uma Promotoria Especializada em Conflitos Agrários, no Ministério Público; o Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado; e a Coecv (Comissão Estadual de Prevenção à Violência no Campo e na Cidade), vinculada ao Governo do Estado.

No entanto, ponderou o defensor, as medidas em curso são “reativas”; ou seja, ocorrem depois do conflito já instalado. Segundo ele, as raízes mais profundas e complexas da violência no campo são de ordem estrutural no Brasil, incluindo o Maranhão, marcadas pela concentração de terra e renda.

Embora os sete anos de mandato (2014-2021) do governador Flávio Dino (ex-PCdoB e agora no PSB) tenham efetivado melhorias relevantes, a estrutura fundiária manteve o tripé do latifúndio, grilagem e violência. O candidato oficial do Palácio dos Leões (símbolo máximo de poder no Maranhão) para a sucessão do governador é o seu atual vice, Carlos Brandão (PSDB), um dos matizes da estrutura oligárquica, vinculado ao agronegócio. 

Recentemente, a Assembleia Legislativa do Maranhão concedeu uma homenagem a Gisela Introvini, membro de uma família de plantadores de soja e símbolo da violência no campo na região do Baixo Parnaíba.

Defesa legal

Há esperança? Em Barreirinhas já existem leis municipais proibindo os cultivos predatórios ao meio ambiente datadas em 1998, 2005 e 2014.

A Lei nº 420/1998, sancionada à época pelo prefeito Francisco Pedro Monroe Conceição, com apenas quatro artigos em uma lauda, “dispõe sobre a proibição de reflorestamento com eucalipto ou outro tipo de reflorestamento que venha danificar o meio ambiente, em toda a área territorial do município de Barreirinhas”. No artigo 2º a legislação alerta: “Esta proibição se faz necessária em virtude de algumas empresas estarem a se instalar nas proximidades do município de Barreirinhas, com projetos de reflorestamento de eucalipto.”

Outra Lei (nº 528/2005) dispõe sobre a proibição do plantio de soja em todo o território municipal. Com apenas três artigos, em uma página, a legislação é lacônica e foi sancionada pelo então prefeito Milton Dias Rocha Filho: “Esta proibição visa manter preservado nosso eco-sistema, particularmente os piquizeiros e bacurizeiros entre outras frutíferas existente em nossas chapadas e demais regiões”, diz o artigo 2º.

Juiz aposentado, o prefeito de Barreirinhas, Amilcar Gonçalves Rocha (PCdoB), afirma que já houve tentativas de revogação das leis municipais, mas as investidas não prosperaram “por falta de força política”. Ele observa com apreensão o crescimento do agronegócio nos limites da cidade com outros municípios onde as plantações de eucalipto já estão consolidadas, a exemplo de Urbano Santos e Santa Quitéria. “Já chegaram a fazer carvoarias do nosso lado, mas depois de uma blitz da Secretaria Municipal de Meio Ambiente temos conhecimento de que recentemente derrubaram essas carvoarias. Tiraram porque sabem que nós não vamos permitir essa abertura para fazer o avanço (do agronegócio) no nosso território”, enfatizou.

Prefeito Amilcar Rocha está amparado em leis municipais

O território de Barreirinhas tem 246 povoados e está pressionado por dois tipos de indústrias: o agronegócio predatório no cerrado e os empreendimentos imobiliários no litoral e nas margens dos rios, estes também objeto de tensão com os licenciamentos.

Segundo o prefeito, existem apenas três fiscais ambientais concursados efetivos na administração municipal. O trabalho de vigilância é reforçado pelos servidores contratados. O Plano Diretor e a legislação complementar estão defasados. Nas áreas limítrofes com os municípios, onde o eucalipto predomina, não constam placas de sinalização e nem marcos delimitando as fronteiras. Ao longo da MA-225, diante da monocultura visível, não há informação com avisos e letreiros sobre as leis ambientais municipais que proíbem o cultivo predatório.

Uma terceira lei (nº 719/2014) de proteção do território de Barreirinhas, com 26 páginas, sancionada pelo prefeito Arieldes Macário da Costa, o Léo Costa, faz profundas mudanças no Código Municipal do Meio Ambiente (Lei nº 540/2005). O novo dispositivo jurídico estabelece diretrizes quanto ao planejamento urbano e proteção da biodiversidade em todo o município; cria mecanismos de financiamento para a defesa do patrimônio natural; exige relatórios de impacto ambiental para licenciar empreendimentos; altera a composição e as regras do Comuma (Conselho Municipal de Meio Ambiente); institui o Fundo Municipal do Meio Ambiente (FMMA) com a finalidade de apoiar investimentos sustentáveis, pesquisa e capacitação de agentes ambientais; reforça os mecanismos de controle, fiscalização e defesa do meio ambiente; disciplina a concessão de licenças para a instalação de empreendimentos; e estabelece punições administrativas e multa aos infratores, entre outros aspectos.

“Os recursos são pequenos e os investimentos feitos por governos anteriores na área de proteção ambiental foram muito poucos”, argumentou Rocha, pontuando as dificuldades ocorridas no período atípico da pandemia, os limites orçamentários e a restrição de gastos impostos pela legislação federal. O gestor pretende aprovar na Câmara dos Vereadores uma nova lei de organização administrativa, focada na vocação do município para o desenvolvimento sustentável.

Além de toda a legislação municipal mencionada, Barreirinhas e os municípios de Santo Amaro e Primeira Cruz estão sob a proteção do decreto federal Nº 86.060, de 02 de junho de 1981, que cria o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, com uma área de 155 mil hectares. Desse total, 90 mil hectares são constituídos de dunas livres e lagoas entre dunas.

Fronteira aberta

O presidente do Fórum Carajás (articulação de entidades do Maranhão, Pará e Tocantins, cuja missão é acompanhar e monitorar os impactos socioambientais dos grandes projetos), jornalista Mayron Regis Borges, há 10 anos acompanha comunidades atingidas pelo agronegócio no Maranhão. Na sua percepção, um dos obstáculos para conter o avanço indiscriminado do plantio de eucalipto é a indefinição cartográfica das fronteiras entre os municípios. “A região limítrofe entre Barreirinhas e Urbano Santos se coloca numa situação de limbo fundiário e territorial. Devido a essa situação incerta em que se desconhece a que município pertence determinada área, as empresas de reflorestamento se aproveitam para desmatar e plantar eucalipto em milhares de hectares com a presunção de que os seus cultivos se encontram no município de Urbano Santos, que não possui legislação ambiental impeditiva ao plantio de eucalipto”, especificou Borges. Ele menciona como principais empresas de eucalipto a Suzano Papel e Celulose e a Margusa.

As investidas dos fazendeiros do eucalipto já resultaram em conflitos nos povoados Tabocas, Rio Grande dos Lopes, Guarimãzinho, Mamede, Jabuti, Areia Branca, Armazém, Buriti, Jurubeba, Cigana e Gonçalo, onde houve reação das comunidades e recuo dos invasores. “A gente sabe que eles (agronegócio) continuam querendo fazer essa abertura aqui e nós estamos preparados para enfrentar isso com apoio de alguns políticos de âmbito nacional. Eu inclusive coloquei a situação para deputados federais e senadores. Nós pretendemos continuar com essa política preservacionista gerando emprego e renda de modo sustentável porque temos convicção de que aqui não é lugar para o plantio da monocultura”, ressaltou Amilcar Rocha.

Nascido e criado no povoado Tabocas, um dos mais importantes na chapada, o radialista e líder comunitário James Barros repudia a monocultura de eucalipto na região. Ele e o nativo Firmino Conceição guiaram a nossa reportagem até uma das nascentes do rio Jacu, afluente do Preguiças, principal rio de Barreirinhas. “Essa plantação atinge diretamente os nossos recursos hídricos, a fauna e a flora, afetando a vida de todos os moradores dos povoados do entorno, sem esquecer o extermínio das espécies de frutas nativas como o bacuri e o pequi, entre tantas outras fontes de alimento”, enumerou.

Uma das nascentes do rio Jacu, afluente do Preguiças, agoniza

Firmino Conceição foi enfático na comparação entre o avanço do eucalipto e a sobrevivência das populações originárias: “a fome aumentou”. Olhando a fina lamina d’água onde antes havia lagoas cheias nas cabeceiras do rio Jacu, recorda os tempos da fartura: “aqui a gente vinha pegar o camarão, a piaba… na cabeceira do rio lá em cima na chapada e nós papocava com o landruá.”

Euforia e incerteza

Fim de tarde na porta de uma pousada no Centro de Barreirinhas. Uma turista de Brasília chega à recepção e comenta:

– Eu estou deslumbrada. Nunca vi coisa mais linda em toda a minha vida”, exaltou-se, ao chegar de um passeio pelas dunas, rios e lagoas dos Lençóis Maranhenses.

O visitante brasileiro e estrangeiro desembarca na zona urbana, faz os roteiros turísticos, mas tem pouca noção do que acontece no cerrado. Grande parte da água que abastece o rio Preguiças, que passa no coração de Barreirinhas, vem da chapada. Os contrastes são um alerta até mesmo para quem se deslumbra quase sem perceber que a beleza oculta uma ferida. Na Praia do Amor, em Tabocas, o rio caudaloso está fino e assoreado.

Em Tabocas, moradores disciplinam o uso da Praia do Amor

Já nas entranhas do antigo povoado Café Sem Troco, na margem da MA-225, o rio Jacu renasce feito uma pintura. O cerrado pulsa lindo, mas está seriamente ameaçado.

Trecho vivo do rio Jacu, afluente do Preguiças, distante do eucalipto

Bastidores da reportagem

Nossa viagem começou às 5 horas da manhã e encerrou às 21 horas, sem parada nem para o almoço. Veja como a reportagem se virou para contar essa história.

Imagem destacada / Cercada de plantações de eucalipto, uma das nascentes do rio Jacu está secando / Ed Wilson Araújo

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UFMA presta homenagens alusivas aos 200 Anos da Imprensa no Maranhão

Associação Brasileira de Rádios Comunitárias (Abraço) no
Maranhão é uma das organizações contempladas

Fonte: Portal Padrão /UFMA

Nessa terça-feira, 21, em comemoração aos 200 Anos da Imprensa no Maranhão, a Universidade Federal do Maranhão realizará a solenidade de entrega da Comenda dos 200 anos de Fundação da Imprensa no Maranhão. O evento ocorrerá no Centro Pedagógico Paulo Freire, com início às 18h, com transmissão no Canal Institucional da UFMA, no YouTube.

Contar dois séculos de história da imprensa maranhense é uma missão ambiciosa que surgiu como um tributo ao primeiro jornal fundado na cidade de São Luís – O Conciliador do Maranhão. À frente dessa empreitada, a Universidade Federal do Maranhão, com o apoio da Fundação Josué Montello, da Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) e da Vale, tem realizado uma série de eventos que fazem parte da programação do projeto 200 Anos de Imprensa no Maranhão.

A realização desse evento e das ações realizadas ao longo do ano é fruto da união entre as entidades que viabilizaram à Diretoria de Comunicação da UFMA organizar e efetivar atividades que homenageassem esse marco histórico, que teve início no dia 15 de abril de 1821, data de circulação do primeiro exemplar de O Conciliador.

As festividades estrearam na data emblemática para o projeto. Foi na noite do dia 15 de abril de 2021, por meio do Canal Institucional da UFMA, no YouTube, que ocorreu a abertura oficial do bicentenário.

Dentro da programação, a Diretoria de Comunicação lançou WebStoriePodcastsLongForm e um Documentário. Para encerrar o ano do bicentenário da imprensa no Maranhão, a Universidade homenageará cinquenta profissionais distribuídos nas categorias Votação Popular, Pesquisadores, Empreendedores, Produção Jornalística, Jornalista, Outros Profissionais e Homenagem Especial.

Confira a lista dos agraciados por categoria

Votação Popular

Douglas Pinto

Douglas Pires Cunha

Edvânia Kátia Sousa Silva

Jailson Mendes

José Tribuzi Pinheiro Gomes (Bandeira Tribuzzi) – in memoriam

Luiz Carlos da Cunha

Lukas Carvalho

Marcos Saldanha

Mário Linconl

Paulo Melo Sousa

Pesquisadores

Josefa Melo e Souza Bentivi Andrade (Zefinha Bentivi)

Marcelo Cheche Galves

Sebastião Barros Jorge

Empreendedores

Associação Brasileira de Rádios Comunitárias no Maranhão (Abraço-MA)

José Ribamar Bogéa – in memoriam

José Sarney

Moacyr Sposito Ribeiro

Pedro Freire

Sergio Antonio Nahuz Godinho

Produção Jornalística

Célio Sérgio Serra Ferreira

Dreyfus Nabor Azoubel – in memoriam

Hipólito César Vieira Ferreira (César Hypolito)

Jornalista

Alberico Carneiro

Benedito Bogéa Buzar

Bernardo Coelho de Almeida – in memoriam

David Peres

Djalma Silva Rodrigues

Félix Alberto Gomes Lima

Herbert Fontenele Filho – in memoriam

José de Jesus Louzeiro – in memoriam

José Raimundo Rodrigues

José Raposo Gonçalves da Silva (Amaral Raposo)

José Ribamar Gomes (Gojoba)

Josilda Bogéa – in memoriam

Manoel dos Santos Neto

Marcelo Rodrigues

Marcia Maria de Paiva Coimbra

Nascimento Moraes Filho – in memoriam

Neiva Moreira – in memoriam

Othelino Nova Alves – in memoriam

Pergentino Holanda Silva

Raimundo Jurivê Pereira de Macedo – in memoriam

Raimundo Nonato Borges

Ribamar Correa

Roberto Fernandes – in memoriam

Sebastião de Almeida Negreiros

Sidney Pereira

Outros Profissionais

Francisco Melo Filho  – in memoriam

Chafi Braide Júnior

Homenagem Especial

Curso de Comunicação UFMA – São Luís

Fonte / Portal Padrão UFMA / TextoSansão Hortegal / Revisão: Jáder Cavalcante

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Beto Ehongue: de São Luís para o mundo

O selo Norte-Americano Interlinked Records prepara uma série de lançamentos mundiais que prometem oportunizar os canais para artistas ainda pouco conhecidos.

A proposta da label é trabalhar e descobrir novos talentos pelo mundo e misturar estilos e tribos, juntando hip hop, rock, pop, cultura local, fazer história para construir novos caminhos para músicos das várias partes da terra….

Sediada em Los Angeles, Califórnia o selo é gerenciado por Steve B e Addasi Addasi, produtores americanos com trabalhos assinados junto a artistas como Snoop Dog, Eminem , Madonna, Los Lobos, Nervochaos, Joao Gordo & Asteroides trio, além de mais.

Entram na lista para os primeiros lançamentos da proposta Nejma AlKoor, do Egito; Mucharima de Cuba, o rapper Rapadura e o versátil Beto Ehong, ambos representando o Nordeste brasileiro.

Saiba mais em Blog Mundioca

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Urbanização da Praia do Bonfim entra em fase de conclusão

As obras de urbanização da orla marítima da Praia do Bonfim, situada na área Itaqui-Bacanga, em São Luís, entraram na fase de acabamento. Iniciativa do Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano (Secid), a obra transformará o local em um novo ponto turístico de São Luís.

A intervenção na Prainha, como é chamada pelos moradores da localidade, contempla calçadão, quiosques, área de caminhada, praça com playground, sistema de iluminação em LED, equipamentos de ginástica, quadra poliesportiva, píer e palco para eventos.

O encarregado Pedro Silva, um dos responsáveis pela obra, detalhou alguns dos procedimentos que estão sendo realizados nessa etapa dos serviços na Praia do Bonfim. “Estamos finalizando pintura de asfalto, demarcação de estacionamento, terminando de lixar o piso da praça, que é de granito, e concluindo o telhado do píer”, disse.

O secretário de Estado das Cidades e Desenvolvimento Urbano, Márcio Jerry, ressaltou a importância da iniciativa para as atividades turísticas e o incremento da economia da cidade. “A urbanização na Praia do Bonfim vai dar uma nova paisagem para área que é naturalmente muito bonita e transformá-la em um novo cartão postal de São Luís. Uma excelente atração para os visitantes locais e nacionais, uma vez que a obra vai proporcionar aos moradores de inúmeros bairros, mais lazer, esporte e geração de trabalho e renda”, disse o secretário.

O líder comunitário Ivan Santiago informou que a obra era muito esperada pelos moradores. Ele enalteceu a iniciativa do Governo do Maranhão. “É um momento histórico para toda a comunidade. A conclusão dessa obra vai gerar emprego e renda para todo o entorno da Praia do Bonfim. Só temos a agradecer ao governador Flávio Dino por realizar esse sonho que é de todos”, afirmou.

A área do píer vai proporcionar uma vista panorâmica da cidade (Foto: Divulgação)
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Bandeira oficial da Jamaica Brasileira marca a reabertura do Museu do Reggae, em São Luís

O Museu do Reggae do Maranhão, situado na Rua da Estrela (Centro Histórico), vai reabrir nesta sexta-feira (17). Após um período fechado para reforma estrutural, e também por causa da pandemia de Covid-19, o espaço, coordenado pela Secretaria de Estado da Cultura (Secma), volta a oferecer ao público um vasto material sobre a cultura reggae, a partir das 15h, com a presença do secretário de Estado da Cultura, Anderson Lindoso, dentre outras autoridades. A reforma do espaço faz parte das ações do Programa Nosso Centro.

Na reabertura, o público vai poder conferir um espaço reformado e acompanhar uma novidade: o lançamento da bandeira oficial da Jamaica Brasileira. Sim, de acordo com o gestor do Museu, Ademar Danilo, o Governo do Estado criou uma bandeira que reúne os principais elementos do reggae maranhense, como o vinil, a radiola, a dança. 

“A ideia é identificarmos o Maranhão como Jamaica Brasileira, e não mais somente São Luís. Amanhã ela será descerrada e posteriormente ficará hasteada”, informou Ademar Danilo. A bandeira é uma criação conjunta do artista plástico Beto Nicácio, do cineasta Diego Lisboa e do próprio Ademar Danilo.

O reggae, ritmo que nasceu na Jamaica, foi assimilado pela população maranhense e se transformou em mais um dos muitos elementos culturais que formam a maneira de ser do maranhense.

“O Museu do Reggae continua sendo um museu de informações. No espaço a gente materializa algumas memórias do reggae no Maranhão. A gente tenta materializar isso mostrando o que havia, o que há, e pensando no que haverá. Essa é a função do Museu do Reggae, preservar, estudar, e celebrar a cultura reggae no Maranhão. Com a reabertura, mantemos esse caráter de museu de informação, mas um museu de informação que tem muita relíquia”, disse Ademar.

Para o secretário de Estado da Cultura, Anderson Lindoso, a reabertura representa a retomada de atividades presenciais, além de proporcionar mais um espaço cultural para a população.

“Bom estarmos reabrindo o Museu do Reggae, um espaço de conhecimento sobre esse ritmo jamaicano, mas tão bem assimilado pelo maranhense, a ponto de influenciar na cultura, em modos e costumes. O espaço se oferece como local de apreciação, mas também de pesquisa, de estudo, de informação, e estará aberto ao público, claro com as devidas medidas de prevenção contra a Covid, porque a pandemia ainda não acabou”, destacou Anderson Lindoso. 

Espaço abriga relíquias da cultura reggae

O Museu do Reggae foi inaugurado em 18 de janeiro de 2018 e conta a trajetória do gênero musical no estado, abrigando o acervo, material e imaterial, sobre o reggae maranhense. Nas várias salas de exposição existem relíquias como a guitarra usada há mais de 30 anos no primeiro show da Tribo de Jah, grupo pioneiro do reggae no Maranhão.

“A gente não pode abrir mão de ter exposição permanente para relíquias como fotografias raras dos anos 1970, 1980, 1990;  imagens de vídeos também raras dos anos 1980 e 1990 ; discos de vinil que ajudaram a consolidar essa preferência do maranhense pelo reggae; temos a radiola do Serralheiro (DJ Edmilson Tomé da Costa, já falecido) que é a peça número 1 do museu, e temos um ambiente esteticamente muito bonito com homenagens a grandes nomes do reggae representados em painéis e cartazes de 4 metros de altura, de Peter Tosh, Bob Marley e Jimmy Cliff e da cantora Célia Sampaio”, contou Ademar.

Colocar a cantora maranhense Célia Sampaio entre os grandes nomes do reggae mundial foi uma forma de ressaltar a voz dela dentro de um cenário não só cultural, mas social. “Decidimos por Célia Sampaio pelo que ela representa na luta da mulher, em especial da mulher negra. Ela é uma mulher de muita consciência social, compromisso, transformação social, e nós decidimos homenageá-la ao lado de grandes nomes do reggae”, disse o gestor.

O Museu do Reggae fica na Rua da Estrela, 124, Praia Grande, em São Luís.