Categorias
notícia

Despedida de Flavio Dino teve coro “Fora Bolsonaro”

Uma cerimônia com mais de três horas de duração marcou simbolicamente o fim de dois mandatos consecutivos (sete anos e três meses) do governador Flávio Dino, dia 31 de março de 2022, no teatro Artur Azevedo, em São Luís.

Já passava de 22 horas quando o homenageado subiu ao palco para proferir o seu discurso de despedida.

A retórica de Flávio Dino, eivada de passagens bíblicas, advertia o seu aliado e sucessor, Carlos Brandão, sobre os seres estranhos que habitam o Palácio dos Leões, sede do governo do Maranhão.

O ainda governador mencionava os fantasmas que arrastam correntes para escravizar o povo, os demônios e outros seres perigosos que rondam o poder.

Dino fez menção especial ao diabo. “Ele existe, é fortíssimo, e costuma soprar no ouvido de governador, prefeito e presidente. Tem um que eu desconfio que é o próprio diabo”, sinalizou, em referência implícita ao seu algoz Jair Bolsonaro.

Ato contínuo, a plateia em coro puxou a palavra de ordem “Fora Bolsonaro”.

Ouça abaixo o coro no tempo 17:00 (dezessete minutos) do áudio

Para ouvir o coro “Fora Bolsonaro”, desloque
o tempo do vídeo até 17:00 (dezessete minutos)

Entusiasmado com a resposta eufórica do público, o governador emendou, em alusão à proximidade da eleição de 2022, cujas pesquisas apontam derrota do atual presidente: “Falta pouco, graças a Deus. Vade retro, Satanás”

Aplaudido efusivamente pela audiência do teatro, o governador prosseguiu o discurso aconselhando o seu sucessor Carlos Brandão sobre os entes maléficos do Palácio dos Leões.

Egresso da tradicional direita do Maranhão, o sucessor de Flávio Dino assistia ao discurso na primeira fila da plateia.

Saiba mais sobre a cerimônia de despedida do governador aqui no texto “O sermão de Flavio Dino a Carlos Brandão”.

Categorias
notícia

O sermão de Flavio Dino a Carlos Brandão

O governador do Maranhão recentemente empossado, Carlos Brandão, só não faz uma boa gestão se não quiser. Conselhos não lhe faltaram, na memorável noite de 31 de março de 2022, durante o espetáculo de despedida do governador Flávio Dino, estrela no palco do Teatro Arthur Azevedo.

Muitas singularidades marcaram o discurso do então governador, em especial as recomendações e as lições transmitidas ao gestor que assume o Palácio dos Leões.

Como toda peça retórica, o discurso foi ornado com os fins de agradar, comover e convencer, tais quais as provas ética, patética e lógica, conforme ensinam os doutos na arte de pregar.

Naquela platéia lotada, quase todos estavam agraciados e comovidos, mas nem todos convencidos.

Um ouvinte, em especial, acomodado confortavelmente na primeira fila da platéia, precisava escutar o sermão com bastante acuidade sonora e visual – Carlos Brandão.

Flávio Dino caprichou na prova lógica do sermão porque ele se dirigia a uma pessoa muito diferente. Carlos Brandão é um típico político de direita, conservador, feito de matéria estranha ao barro teórico, à militância e às práticas políticas vinculadas aos ideais iluministas.

https://www.youtube.com/watch?v=kgvXJ4n1DyM
O discurso do governador Flavio Dino está
disponível no tempo 2:50:00 do vídeo.

Daí o esforço do governador para convencer o seu interlocutor privilegiado.

Eivadas de passagens bíblicas, duas passagens do discurso merecem ênfase.

A primeira referenciou o Sermão da Montanha e as Bem-Aventuranças, contendo o núcleo duro da pregação, quando Flávio Dino disse para Carlos Brandão olhar nos olhos do povo e abrir o coração para transformar a política em uma ação profundamente amorosa.

Em outras palavras, recomendou a prática dos princípios da justiça, amar o próximo como a si mesmo, honestidade, paz, misericórdia, caridade, perdão e não servir a dois senhores.

Assim está escrito no Sermão da Montanha: “Ninguém pode servir a dois senhores porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro” (Mateus: 6:24)

Cuidado com o diabo!

A segunda ênfase, conectada à primeira, foi uma advertência e diz respeito aos residentes exóticos do Palácio dos Leões. “No palácio habitam muitos seres que estão lá há séculos. Os piores são os fantasmas que arrastam correntes da escravidão do povo. Não pode deixar os fantasmas tomarem conta, porque eles estão lá para isso, estão lá para tentar. O diabo existe, fortíssimo, e costuma soprar em ouvido de governador, prefeito e presidente”, advertiu Dino.

E completou: “[…] o diabo fica por acolá dizendo ‘tu é o cara, tu é poderoso, olha como tu é bom’. Aí a pessoa começa a acreditar e quando ele olhar já não é mais ele mesmo. Ele se tornou no seguidor do mal e deixou de ser um servidor público, deixou de ser gente (pessoa).”

Quando tomou posse no primeiro mandato, em 1º de janeiro de 2015, Flavio Dino proferiu um Sermão aos Leões, dirigindo-se às enigmáticas e impolutas esculturas guardiãs do palácio do governo.

Leia aqui ou abaixo o meu artigo sobre o Sermão aos Leões

Passados 7 anos e três meses, em dois mandatos consecutivos, ele se despede sugerindo a continuidade do caminho, das ações e das práticas por ele implantadas no Maranhão.

Carlos Brandão está devidamente alertado sobre os fantasmas e os demônios, inquilinos perpétuos do Palácio dos Leões. “As tentações são grandes, mas o bem vence o mal”, sacramentou Dino.

Padre Antonio Vieira, no Sermão da Sexagésima, ensina que a eficácia do sermão está na capacidade de comover os ouvintes, levando-os à reflexão, mobilizando suas paixões com o objetivo de convertê-los:

“De maneira que o frutificar não se ajunta com o gostar, senão com o padecer; frutifiquemos nós, e tenham eles paciência. A pregação que frutifica, a pregação que aproveita, não é aquela que dá gosto ao ouvinte, é aquela que lhe dá pena. Quando o ouvinte a cada palavra do pregador treme; quando cada palavra do pregador é um torcedor para o coração do ouvinte; quando o ouvinte vai do sermão para casa confuso e atônito, sem saber parte de si, então é a preparação qual convém, então se pode esperar que faça fruto”.

Vieira discorre ainda sobre os ouvintes difíceis de converter:

“Os piores ouvintes que há na Igreja de Deus, são as pedras e os espinhos. E por quê? – Os espinhos por agudos, as pedras por duras. Ouvintes de entendimentos agudos e ouvintes de vontades endurecidas. Os ouvintes de entendimentos agudos são maus ouvintes, porque vêm só a ouvir sutilezas, a esperar galantarias, a avaliar pensamentos […]. Mas os de vontades endurecidas ainda são piores, porque um entendimento agudo pode ferir pelos mesmos fios, e vencer-se uma agudeza com outra maior; mas contra vontades endurecidas nenhuma coisa aproveita a agudeza, antes dana mais, porque quando as setas são mais agudas, tanto mais facilmente se despontam na pedra.”

Não se sabe se o ouvinte Carlos Brandão saiu do Teatro Arthur Azevedo catequizado e convencido ou se as palavras de Flávio Dino entraram por um ouvido e saíram pelo outro, como se costuma dizer no Maranhão.

O certo é que o recado, as lições, os conselhos, as advertências e todas as partes do sermão vibraram até a praça João Lisboa.

Veja abaixo o texto Sermão aos Leões, escrito na posse de Flávio Dino em janeiro de 2015

SERMÃO AOS LEÕES: GOVERNADOR FLÁVIO DINO PREGA O
SÉTIMO MANDAMENTO NO MARANHÃO

Dia de trabalho: Flávio Dino toma posse anunciando
17 medidas de impacto no Maranhão. Foto: Francisco Campos

No céu, um drone e a lua em quarto crescente. Na terra, um mar de gente. 

Essas foram as testemunhas da posse do governador Flávio Dino (PCdoB).

Da sacada do Palácio dos Leões, após o ritual de transmissão da faixa, o novo governador falou sobre religião e política, lembrou os esquecidos, mandou um recado ao Brasil e pregou aos leões.

O sétimo mandamento – não roubarás! – atravessou toda a fala do governador.

DISCURSO E PRÁTICA

Durante a posse na Assembleia Legislativa, Flávio Dino decretou em fala: “Não vamos mais permitir que a corrupção continue roubando os sonhos do povo do Maranhão.”

Entre as medidas anunciadas no Palácio dos Leões, o governador assinou um decreto que suspende os pagamentos à empreiteira Constran, uma das empresas investigadas na operação Lava-Jato, que trouxe à tona a denúncia de pagamento de propina para a quitação de precatórios no Maranhão.

Outra medida assinada cria a Secretaria de Transparência e Controle, os olhos e ouvidos da utilização do dinheiro público.

No item fim dos privilégios, o governador anunciou a venda da Casa de Veraneio – símbolo da ostentação nas farras babilônicas da oligarquia.

MUDANÇAS

Virando a página do passado: sarneísta Arnaldo Melo
passa a faixa de governador a Flávio Dino. Foto: Francisco Campos

Em nome de Deus, Dino agradeceu pela vitória e anunciou um tempo de esperança, alegria, amor e fé no transcendente.

Para o novo governador, há uma relação intrínseca entre política e religião, porque ambas são atravessadas por valores, princípios e fé. 

É preciso religar o que estava separado – o governo e o povo.

Mudança, a palavra-chave da campanha e da posse, não é necessariamente dos políticos, mas da política.

Embalado pelo desejo de uma nova forma de governar, o governador anunciou e assinou 17 medidas de impacto. A posse foi um dia de trabalho. “O Maranhão tem pressa. As necessidades do povo não podem esperar”, enfatizou Dino.

O balanço geral das medidas anunciadas enfrenta os problemas emergenciais do Maranhão: combate à corrupção, atenção aos pobres, foco nas 30 cidades com pior IDH, erradicação da fome, fim das escolas de taipa e palha, reforço no sistema de segurança, valorização da agricultura familiar e à atenção básica na Saúde.

Apontando ao cenário nacional, Dino assegurou que o Brasil vai voltar e respeitar o Maranhão como terra de gente honesta e trabalhadora. “Viveremos um novo momento, do estado-problema ao enfrentamento dos problemas”, frisou.

DIÁLOGO COM OS LEÕES

Flávio Dino avisa os leões que não mais vão
rugir contra os pobres do Maranhão

Quando abriu o discurso falando de Deus e religião, Dino tinha um propósito: finalizar com o sermão aos leões, simbolizados nas duas imponentes esculturas fixadas na entrada do palácio-sede do governo do Maranhão.

Nos 50 anos de mandonismo da oligarquia Sarney, costumava-se bradar que os leões nunca tinham perdido uma eleição, referindo-se à máquina de fazer votos, inspirada na força (financeira) das feras.

Em 2014, os bichos perderam.

Ao final do discurso, o governador invocou a ironia e chamou os leões ao diálogo. “Quero dizer aos dois leões, o da direita e o da esquerda, que eles não vão mais rugir contra o povo do Maranhão. Eles não serão mais alimentados às custas da tortura do povo”, avisou.

“Prezados leões, vocês nunca mais vão rugir para os pobres do Maranhão”, sacramentou.

O sermão e a música Oração Latina, de Cesar Teixeira, hino das lutas libertárias, compuseram a épica da posse.

ADVERTÊNCIA

Quadrilhas organizadas e desorganizadas que furtaram o dinheiro público e pretendem dar continuidade a esta prática nefasta, tremei!

O governador declarou guerra à corrupção e proclamou a República no Maranhão.

Foi esse o registro da posse.

É verdade. E dou fé.

Categorias
notícia

Tortura e censura nunca mais

Hoje é um dia para não esquecer.

Em 31 de março de 1964 entrava em vigor a ditadura militar no Brasil.

Foram 20 anos do regime de exceção que imprimiu um dos capítulos mais violentos da História do Brasil.

Pessoas foram torturadas e mortas.

A imprensa foi amordaçada.

Diversos tipos de violações contra os direitos humanos mancharam o nosso país.

Muitas famílias até hoje choram os seus mortos e outras tantas sequer tiveram a chance de uma despedida porque os corpos dos desaparecidos políticos nunca foram encontrados.

Passados quase 60 anos de uma era tão cruel, ainda temos hoje no Brasil um presidente e sua legião de fãs que cultuam torturadores e celebram a violência.

Precisamos lembrar sempre a ditadura militar, repudiá-la e combater os seus defensores.

Fora Bolsonaro!

Categorias
notícia

Os rodoviários, os ônibus e a licitação a ser investigada

A greve dos rodoviários acabou, mas os problemas continuam…

Motoristas, duplamente explorados, acumulam a função de cobradores.

Os ônibus continuam poucos, lentos e sujos.

O preço da passagem subiu.

Os empresários seguem privilegiados com o auxílio milionário da prefeitura.

Os terminais privatizados estão sucateados.

A população usuária paga por todo esse caos.

Grande parte desses problemas foi gerada pela licitação suspeitíssima, que garantiu a reeleição do prefeito Edivaldo Holanda Júnior, o maior estelionato eleitoral recente em São Luís.

A licitação precisa ser auditada e profundamente investigada!

Categorias
notícia

Por que o alvo é o MEC?

Os sucessivos desastres administrativos no Ministério da Educação (MEC) ocorrem de forma compatível aos interesses do bolsonarismo.

Entregue pela primeira vez ao brutamontes Abraham Weitraub, o MEC municiou a sua metralhadora de ódio contra Paulo Freire, o Estado laico, a Universidade pública, o pensamento crítico e a Ciência.

O ensino, a pesquisa, o conhecimento e todos os parâmetros da civilização passaram a ser atacados sistematicamente.

Para isso, o MEC cortou verbas em setores estratégicos onde o pensamento frutificava.

Educação virou inimigo público número um do bolsonarismo, onde reina o império da ignorância, cujo representante máximo, Olavo de Carvalho (imagem destacada), deixou milhares de seguidores.

Os primeiros capítulos da “obra” de Abraham Weitraub têm um desfecho agora, na gestão Milton Ribeiro, quando veio à tona o esquema dos pastores diabólicos interferindo na liberação de recursos para as prefeituras mediante o pagamento de propina aos religiosos.

Todos os atropelos administrativos e éticos no MEC estão de acordo com o projeto de aniquilar o campo educacional, onde pulsam o pensamento e a crítica.

O bolsonarismo “trabalha” para exterminar as árvores frutíferas do conhecimento e deixar o terreno mal cuidado, onde vingue apenas a erva daninha do obscurantismo.

A guerra contra a Educação é algo programado e ativado na comunicação da extrema direita com frases esdrúxulas do tipo “acabar com a ideologia de gênero”, “combater o marxismo cultural” e implantar a “escola sem partido”.

Uma parte do “serviço” já foi feita no ciclo de Abraham Weitraub a Milton Ribeiro.

Coisa pior está por vir.

Categorias
notícia

Relançamento da obra “Noite sobre Alcântara” terá várias atividades

Nessa quarta-feira (30), a cidade de Alcântara vai ser palco para o relançamento do romance “Noite sobre Alcântara”, do escritor Josué Montello. 

A terceira edição da obra é uma realização do projeto é da Casa do Autor Maranhense, em parceria com a Casa de Cultura Josué Montello, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura e patrocínio da Equatorial Maranhão.

Em Alcântara o relançamento tem apoio e articulação do Museu Histórico de Alcântara – MHA e parcerias locais.

Além da programação especial, terá sorteio de livros entre os presentes!

Confira a programação:

Manhã – 10 h às 11h30

Palestra 1. “Por um Turismo Literário em Alcântara: roteiro guiado pela obra ‘Noite sobre Alcântara’, de Josué Montello”, com Ducilea Ribeiro (Tecnóloga em Gestão de Turismo);

Palestra 2. “Alcântara através da obra de Montello”, com Wanda França (Bibliotecária da Casa de Cultura Josué Montello).

Local: “Centro Educa Mais Aquiles Batista Vieira” (Alcântara – MA).

Tarde – 15h

Ação de Incentivo à leitura e escrita a partir dos diários de Maria Olívia (personagem de Josué Montello)

Oficina de confecção de diários artesanais, com papel reciclado e de fibras vegetais

Vivência de desenho e pintura a partir de corantes naturais

Proponente / Parceria: Oca Maranhão Praia do Barco

Local: Largo da Capela do Desterro, às 15 h

Público: multiplicadores, dentre professores e integrantes de bibliotecas escolares e de clube de leitura

Noite – 19 às 23 h

Abertura da Exposição “Alcântara, História e Inspiração através da escrita montelliana”, na Galeria de Arte Diógenes Ribeiro, do Museu Histórico de Alcântara – MHA

Relançamento do livro “Noite sobre Alcântara”, de Josué Montello, no MHA;

Performance Poética: “Maria Olívia e seu Diário”, com Claudenice Paiva (graduanda do Curso de Gestão de Turismo do IFMA, estagiária do MHA);

Performance teatral “A visita do Império ao relançamento do livro Noite sobre Alcântara”, com Ana Clara Souza (Imperatriz) e Demétrio Boueres (Imperador) – Cia. de Teatro Culturarte (direção de Haroldo Júnior) – Alcântara / MA. Recepção aos presentes no Jardim do MHA.

Categorias
notícia

Mendigo, Oscar e as misérias humanas

Estamos entrando em uma etapa da civilização marcada pela indiferença e desprezo pelo outro.

O individualismo é o grande motor da vida.

As pessoas estão cada vez mais insensíveis à dor do próximo, seja essa dor causada por males físicos ou mentais.

Além da indiferença, a chacota cresce como forma de tripudiar sobre a dor, as falhas, as situações constrangedoras, as desgraças e as tragédias.

Se ocorre um acidente com morte, os curiosos vão lá não para ajudar, mas para filmar e expor as imagens nas redes sociais.

Recentemente virou chacota nacional o surto de uma mulher que manteve relações sexuais com um mendigo.

Ela é uma pessoa com doença mental e vem fazendo tratamento para buscar a cura. Se já estava atormentada pela sua situação de saúde, imagine quando tiver pleno conhecimento de como foi exposta nas redes sociais naquele momento do surto.

A pandemia, a fome, o desemprego e a miséria, a dependência tecnológica e a solidão estão levando milhões de pessoas a contraírem doenças mentais de variados tipos.

Às vezes pode começar com uma tristeza…depois depressão… e por aí vai.

Tem muita gente precisando de ajuda, mas a maioria “recebe” o desprezo, a ironia ou a indiferença.

Isso tudo pode acontecer com qualquer pessoa, rica ou pobre, famosa ou anônima.

Na cerimônia do Oscar, o ator Will Smith deu um tapa na cara do comediante Chris Rock.

O ator reagiu para defender a sua esposa Jada Smith de comentários inapropriados em tom de piada feitos pelo comediante Chris Rock sobre a mulher estar careca.

Acontece que Jada Smith tem alopecia, uma doença autoimune que acelera a queda dos cabelos.

Doenças não são brincadeira, sejam elas mentais ou físicas.

Uma parte da humanidade caminha para um retrocesso. Cultua fanatismo, adora mitos esdrúxulos, fortalece convicções absurdas, nega a Ciência, cultiva a exposição de tragédias, faz chacota das desgraças alheias e curte com ênfase o grotesco.

Duas mulheres são exemplos desse tipo de comportamento retrógrado. Uma, em surto; outra, sem cabelos.

Ambas, afetadas por diferentes mazelas do corpo e da alma, foram vilipendiadas.

E o mendigo?

As pessoas que normalmente passavam por ele e o desprezavam, agora idolatram o seu “heroísmo” por ter praticado relação sexual com uma mulher limpa e bem aparentada.

Resultado: uma tragédia (a mendicância) soma às outras (doença mental e física) produzindo mais degradação.

Categorias
notícia

Pastores diabólicos

A máquina administrativa no Brasil está controlada por dois campos de poder mais evidentes: forças policiais/militares e evangélicos.

Já no submundo operam os setores ligados aos milicianos.

Envolvendo essa teia está a máquina de produção de desinformação.

Cada um desses campos tem funções específicas que se combinam: nas polícias militares e em parte das forças armadas, nas igrejas pentecostais e neopentecostais e nas periferias onde quem manda é o crime organizado.

Os fatos mais recentes sobre o balcão de negócios envolvendo pastores e o ministro da Educação revelam apenas a ponta do iceberg.

O monstro maior ainda não apareceu.

Categorias
notícia

Ei, psiu, você sabe o que é uma empresa “fantasma”?

Prof. Welliton Resende*

Com o intuito de fraudar licitações e desviar recursos públicos são constituídas empresas “fantasmas”, com uso de “laranjas”. Essas empresas existem apenas no papel, apenas formalmente. Pois não têm estrutura física e pessoal para executar os contratos celebrados com o Poder Público.Via de regra, são gerenciadas, formalmente, por intermédio de procurações que lhes concedem poderes plenos, obtidas perante tabeliã conivente com as irregularidades.

Esses “gerentes” fornecem a documentação da empresa “fantasma” (contrato social, certidões, notas fiscais etc) para um terceiro ou agente público do município em troca de uma percentagem do valor nominal do contrato. O agente público monta ou simula um processo de licitação, para dar aparência de legalidade à despesa pública, fazendo uso dos documentos fornecidos pela empresa “fantasma”.

A participação de uma, apenas uma, empresa do esquema criminoso é suficiente para contaminar o processo licitatório. O fornecimento de documentos falsos vai fraudar a contabilidade pública e acobertar o desvio de recursos.

Desse modo, as obras e serviços, mesmo quando feitos ou feitos parcialmente, não o era pela empresa contratada e sim por uma outra em processo de terceirização. Por isso, é sempre recomendável às Comissões de Licitação que façam visitas in loco as empresas contratadas e chequem a efetiva existência e estrutura física e de pessoal de cada uma para executar os contratos celebrados com o Poder Público.

* Welliton Resende é auditor federal e Mestre em Desenvolvimento Regional

Instagram: @prof.wellitonresende

Categorias
notícia

A importância da segmentação turística

Airton Abreu é economista e administrador, especialista de gestão na área de turismo

A melhor maneira de incluir os produtos turísticos, que atualmente não estão sendo explorados adequadamente em um destino, é através da segmentação de mercado. Essa importante ferramenta propicia estudar estatisticamente os grupos homogêneos de turistas, identificando uma série de diferenças, como faixa etária, motivo da viagem, escolaridade, ocupação, estilo de vida, tipo de transporte, nível econômico, renda, destinos geográficos, ciclo de vida e outras.

A referida segmentação permite que as preferências dos turistas sejam diferenciadas, facilitando a identificação das suas razões de viajar, ou não viajar, para um local específico.

Com base na segmentação, os gestores turísticos e as empresas vão atuar no mercado de forma focada, atendendo às necessidades de cada grupo de clientes, bem como poderão utilizar-se de campanhas de marketing de forma assertiva, obtendo respostas positivas na expansão do negócio.  

Sugerimos que esse trabalho seja desenvolvido pelo gestor do turismo local, com a participação efetiva do trade receptivo e emissivo, com o objetivo de desenvolver as ações de planejamento, visando identificar o público-alvo para os “nichos” existentes no destino. É importante que as informações sobre os produtos (nichos) estejam bem especificadas e sistematizadas, de tal forma que o cliente possa encontrar e consumir aquilo que foi ofertado e ficar satisfeito.

Com a definição do público-alvo para o segmento turístico, devemos atentar ao fato que teremos de desenvolver ações de comercialização através de canais de distribuição específicos, isto é, com grandes operadoras e suas agências de viagem conveniadas viabilizando o marketing, utilizando sites do destino, redes sociais, mídias cooperadas, presstrip com jornalistas, com objetivo de divulgar uma imagem positiva do destino, bem como realizar famtour com operadores e agentes de viagem.

A obtenção, junto às operadoras, de pacotes turísticos com preços competitivos em relação aos outros destinos concorrentes é de fundamental importância, com o intuito de aumentar significativamente o fluxo.

Com base nessa perspectiva, espera-se que o destino atenda com dinamismo a sociedade nas suas necessidades básicas tais como, mais emprego e maior geração de renda.